
Militantes do PT foram hostilizados durante toda a marcha. Alguns dos manifestantes anti-petistas eram pessoas do povo indignadas com escândalos de corrupção, inflação ou simplesmente com o fato de um partido político tentar capitalizar um protesto popular.
Um pequeno grupo, no entanto, tinha o objetivo claro de provocar, agredir e ameaçar os petistas. Alguns eram carecas, musculosos e extremamente agressivos. Um homem usando máscara e capacete de motociclista chegou a sacar um cassetete. Outro portava um taco de hóquei.
“Não existe revolução sem violência. Na revolução francesa teve, na revolução de 1964 também teve”, disse ao iG o homem que carregava o cassetete.
Apesar do chamado feito na véspera pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão, o partido não conseguiu mobilizar mais de 150 militantes para o ato na paulista. Muitos deles eram velhos militantes.
Eles se concentraram na avenida Angélica e só desenrolaram suas bandeiras na Paulista aos gritos de “democracia”. Uma bateria formada por integrantes da Juventude do PT puxava refrões contra as tarifas do transporte público, mas as vaias e apupos começaram antes que o grupo chegasse na esquina da rua Haddock Lobo.
Na altura da rua Augusta os petistas passaram a ser perseguidos por um grupo de jovens musculosos, alguns carecas, que não fizeram outra coisa durante todo o ato além der provocar os militantes.
Foi preciso fazer um cordão humano na retaguarda para evitar brigas. Aos poucos as bandeiras do PT foram ficando escassas. Os manifestantes hostis furavam o cerco e tomavam os panos vermelhos com violência, algumas delas das mãos de mulheres. As bandeiras eram queimadas e rasgadas no meio da avenida.
Enquanto isso, alguns manifestantes carregavam tranquilamente uma faixa pedindo a volta da ditadura militar. Quando a reportagem do iG tentou fotografa-los, foi ameaçada.
Um senhor de 73 anos que se identificou apenas como capitão reformado da Marinha, xingava os petistas com um cartaz pedindo a prisão dos mensaleiros. Ao iG ele disse ser um veterano em manifestações. “Participei da Marcha com Deus pela Família em 1964”, disse ele.
A Marcha com Deus pela Família promovida pela Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) serviu como apoio para o golpe militar de 1964 que mergulhou o Brasil em mais de 20 anos de ditadura militar.
Visivelmente assustados, os petistas aceleravam o passo rumo ao fim do protesto. “Já estamos chegando no final”, disse aliviado Danilo de Camargo, integrante da Comissão de Ética do PT de São Paulo.
Pouco depois da esquina com a alameda Campinas, no entanto, os petistas ficaram encurralados. A linha de frente do protesto parou, impedindo a evolução. Uma banca de jornal impedia a saída pela direita e os manifestantes hostis cercaram a retaguarda e o flanco esquerdo.
A agressividade aumentou. Alguns petistas se misturaram entre militantes do PSTU e PCO, adversários políticos que marchavam na frente. Outro grupo conseguiu abrir uma brecha depois da banca de jornais e saiu as pressas. Um manifestante jogou uma bomba de fabricação caseira no meio dos militantes partidários abrindo um clarão na multidão. Os manifestantes se aproximaram e houve briga corporal. Enquanto isso um militante surgiu por trás e bateu com um cabo de bandeira na cabeça do advogado Guilherme Nascimento, 26 anos, careca e musculoso, que deixou a manifestação com o rosto ensanguentado em uma viatura da Polícia Militar reclamando:“levei uma paulada do PT”.
Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2013-06-21/participacao-do-pt-em-ato-em-sao-paulo-termina-com-briga-e-fuga.html
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