A libertação de sete dos 12 torcedores do Corinthians investigados pela morte de Kevin Beltrán Espada deixou o pai do garoto insatisfeito. Limbert Beltrán reclamou da medida tomada pela Justiça boliviana na última quinta-feira
"Nos dá raiva a forma como saíram, sem pena nem respeito algum. Pareciam ter conquistado a Copa do Mundo, como se fossem heróis sofridos, mas na realidade tinham tudo (na prisão), até TV a cabo, e estavam em melhores condições que os réus do meu país", afirmou Limbert.
Kevin, 14 anos, morreu ao ser atingido por um sinalizador disparado do setor ocupado pela torcida do Corinthians no jogo contra o San José, disputado no dia 20 de fevereiro, pela Copa Libertadores. Desde a tragédia no Estádio Jesús Bermúdez, 12 brasileiros estavam presos em Oruro.
Em uma medida comemorada pelo Corinthians por meio de seu site oficial, a Justiça boliviana libertou os sete torcedores por entender que não há provas da participação deles na morte do garoto. Para Limbert Beltrán, a pressão política exercida pelo Brasil pesou.
"Ficamos surpresos pela rapidez com que atuaram os diplomatas do Brasil para libertar os sete. Percebe-se que suas ações nas altas esferas tiveram efeito. Espero que estejam trabalhando da mesma forma para fazer justiça em relação à morte do meu filho", declarou.
Um menor de idade brasileiro, já ouvido pelo promotor encarregado do caso em Oruro, assumiu a autoria do disparo em São Paulo. O pai de Kevin, por sua vez, acredita que o responsável pela morte do garoto está entre os 12 torcedores presos no dia da partida, dos quais cinco seguem detidos.
Inconformado com a decisão de soltar parte dos investigados pela morte de Kevin, Limbert lamenta. "Fico chateado porque esqueceram que tiraram a vida do meu filho de 14 anos e que ele não vai voltar para a casa sorridente para abraçar a sua família", declarou.
Doação - O amistoso entre Bolívia e Brasil, realizado no dia 6 de abril em Santa Cruz de La Sierra, proporcionou uma renda de R$ 1,087 milhão à Federação Boliviana de Futebol (FBF). Na semana seguinte ao jogo, a entidade prometeu doar cerca de R$ 42 mil (3,9%) à família de Kevin, mas, dois meses depois, ainda não cumpriu.
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