SAMUEL COSTA

O empresário Adriano Ferreira prefere publicações de alto astral
Dispare o primeiro tweet aquele que tem um perfil no Facebook e nunca se sentiu um peixe fora d’água, ao observar as publicações dos amigos que fazem parte da rede. Check-ins em viagens internacionais, comentários sobre filmes e livros do momento, fotos de festas luxuosas e status de plena paz de espírito correspondem à maioria das postagens pessoais dos 31 milhões de usuários brasileiros do portal de Zuckerberg, mesmo que essa não seja a realidade das vidas dos usuários. É um mundo de felicidade e prazeres, mas até quando só mostrar o lado bom da vida nas redes sociais pode ser positivo?
O médico psicanalista Eduardo Menezes Minardi explica que esse comportamento é comum também em encontros de amigos e conhecidos, como em festas, e que foi apenas transferido para as redes sociais, onde se fica ainda mais à vontade para falar da própria vida e compartilhar o que acontece no dia a dia.
“As pessoas não querem ter contato com nada incômodo. Logo, se um amigo chega em uma mesa de bar e começa a lamentar a vida, certamente ele será forçado a mudar de assunto. É mais comum eles falarem dos vinhos que compraram ou da última viagem que fizeram. Na rede social acontece o mesmo. Os desabafos são feitos particularmente, talvez até pelo chat, mas as publicações são de fotos bonitas e mensagens de alto astral, pois os usuários sabem que seus problemas são pouco tolerados publicamente”, explica o médico.
No entanto, um dos professores do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Walter Mattos, tem outro ponto de vista. Ele acredita que as publicações otimistas demais vão além da intenção de não causar incômodos aos amigos da rede.
Dois grupos
Segundo ele, há dois grupos de facebookers: o que procura ser cauteloso, para não se expor demais, e o que usa a ferramenta como substituição da realidade. Este último, de acordo com o psicólogo, é formado por pessoas que nutrem um desejo de chamar a atenção, colecionar o máximo de “amigos” que puder e construir uma imagem de si mesmos mais próxima da perfeição. “Elas copiam e colam poemas, textos e frases de efeito como se tentassem ser aquilo que está escrito. Postam dezenas de fotos com a intenção de receber mensagens positivas e afetuosas, que se contrapõem à rudeza do mundo real”, observa Mattos.
Ele lembra que o ambiente virtual deve ser encarado da mesma forma como a vida cotidiana e que alegrias e tristezas fazem parte de ambos os universos. Os internautas também têm que estar preparados para as frustrações que o mundo tecnológico pode trazer, afinal, o convívio nas redes sociais só faz repetir o modelo real.
Fonte:http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/11/28/aprovado-projeto-que-obriga-planos-de-saude-a-oferecer-tratamento-domiciliar-a-doentes-de-cancer.htm
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