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sábado, 15 de dezembro de 2012

Sensacionalismo travestido de jornalismo policial




Não é raro depararmos com matérias “jornalísticas” que ferem a ética e maculam a imagem dos profissionais de Comunicação. Sobretudo quando se está assistindo a programas “policiais” ou navegando em portais de notícia, quando o choque da composição entre palavras e imagens marca o leitor/telespectador, quando o jornalista é (re)conhecido por fazer circular notícias ruins – e de maneira deplorável.

Há algumas semanas, o vídeo “Acusado de estupro quer fazer exame de próstata” – produzido na Bahia para o programa Brasil Urgente da TV Band – ganhou repercussão nacional na internet (através da plataforma YouTube) e qualquer comentário de desaprovação diante do vídeo é desnecessário, tendo em vista que ele foi visualizado por mais de 1 milhão de pessoas, foi reprovado por milhares de usuários do YouTube e houve até mesmo uma ação do Ministério Público Federal do estado contra a (suposta) repórter. O caso dar-se-ia por encerrado, já que caberia à Justiça decidir qual a punição para a empresa e seus funcionários diante de um caso que evidentemente desrespeita os Direitos Humanos dos cidadãos. Mas cabe aos comunicadores uma reflexão mais profunda.

A matéria supracitada e a transgressão da equipe de jornalismo – infelizmente –, só implicaram uma ação judicial por conta da repercussão negativa que ocorreu entre os internautas. Não foi o desrespeito à integridade física e moral de um ser humano que levou à punição, mas a visibilidade virtual dos abusos ali cometidos e a inquestionável reprovação da sociedade diante do ocorrido, como se a deturpação do jornalismo policial não fosse algo corriqueiro. Se o sensacionalismo jornalístico fosse motivo de punição (por si só), muitas grades de emissoras de televisão e radiodifusão estariam desfalcadas de programas que lhes rendem enorme audiência – bem como muitos portais denominados noticiosos seriam proibidos de divulgar boa parte de suas matérias da editoria de Polícia.

As imagens provocam choque

Todos os jornalistas brasileiros – pressupondo-se aqui que eles acompanhem as atividades e produtos de muitas emissoras/empresas jornalísticas – sabem que a realização de programas que cultuam a violência e a degradação humana não são “privilégio” dos colegas baianos. No Piauí, por exemplo, o programa de maior audiência televisiva do estado foi (ou talvez ainda seja), por muito tempo, pautado por imagens trágicas, abordagens sem humanização e ridicularização de entrevistados, principalmente em portas de cadeias. Apresentadores agridem verbalmente os presos sem nenhum pudor – o que já foi inclusive parâmetro de disputa entre programas do “horário nobre” piauiense: qual programa mostrava mais sangue, mais crimes, mais pré julgamentos e mais palavras de baixo calão. E são assistidos por pessoas de diversas classes sociais, com variados níveis de escolaridade. Alex Pacheco (2005, online) afirmou que “As notícias sensacionais e que chocam atraem o público; contudo, na maior parte, são apuradas de forma inadequada, sem profundidade e com grandes possibilidades de distorcer o contexto real dos fatos”. Percebe-se que essas características sofreram alterações pouco expressivas nestes últimos sete anos.

Na quinta-feira (30/5/2012), o portal Meio Norte divulgou uma matéria (“Homem é executado com tiros na cabeça na Zona Sul de Teresina”) com imagens de um corpo caído no chão, cuja cabeça encontrava-se ao lado de uma poça de sangue. Era um jovem de 20 anos que havia sido morto a tiros em um bairro de Teresina (capital do Piauí) em uma suposta “boca de fumo” (local de comercialização de drogas). Mesmo com uma tentativa (mal feita) de desfocar a imagem do rosto da vítima, as imagens provocam choque. Outros portais que noticiaram o mesmo fato optaram por não publicar as fotos. Há duas hipóteses para isso: as fotos foram vetadas por questões éticas, ou os outros portais não conseguiram o material fotográfico para veiculação. É triste afirmar que a segunda hipótese é, provavelmente, a mais plausível no cenário jornalístico piauiense.

Não é a pauta do dia

Alguns acreditam que a solução seria o posicionamento da Justiça, da polícia e dos delegados na restrição das coberturas e entrevistas em matérias “policiais”. No entanto, mesmo que sejam adotadas medidas nesse sentido, o cerne do problema estará longe de ser solucionado, porque reside na carência ética e moral a qual o Jornalismo brasileiro vive. Se, por um lado, Sérgio Mattos (2011, p.30) explica que nos últimos vinte anos “o jornalismo ganhou em profissionalismo e perdeu em boemia [...] passou a ter uma postura mais ética, o que limitou a atuação dos 'picaretas' que infestavam a área”, por outro, é perceptível que ainda há “picaretas” atuando como jornalistas, bem como há pessoas graduadas academicamente e habilitadas em Jornalismo que não agem de forma condizente à sua formação.

No entanto, as questões éticas relacionadas aos jornalistas são deixadas de lado, porque não atraem audiência, não geram acesso, não aumentam pontuação do Ibope. E o jornalismo policial piauiense não é discutido ou reformulado pelos meios de comunicação porque... bem... não é a pauta do dia, da semana, do mês ou do ano. Todo mundo está ocupado demais querendo saber por que o Ronaldinho Gaúcho não foi com a equipe do Flamengo jogar no amistoso em Teresina.



Fonte: https://www.google.com.br/search?q=noticias+ruins+atraem+leitores&hl=pt-BR&tbo=d&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=Vk7MUJWTK4Sk8ATEhYCICQ&ved=0CAcQ_AUoAA&biw=1024&bih=612

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Um espaço verdadeiramente democrático , não limitamos e restringimos qualquer tipo de expressão , não toleramos racismo preconceito ou qualquer outro tipo de discriminação..Obrigado Claudio Vitorino

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

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