Pode  parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando  as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que  este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do  lugar.
   Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
 Há  duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não  conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de  caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é  deles que quero falar hoje. 
 Escolhi  o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade  de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência  qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais  públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o  precisar de mãos para apagar um incêndio.
  
 E  o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por  preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim,  assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano  que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso  esforço?
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemasPor um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações. Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ânguloVez  ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios  problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de  nossos problemas não são tão grandes assim...Uma  vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu  filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois  precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua  deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o  patrimônio em risco, com o dia de  by Savings Sidekick">trabalho  desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me  esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado  nada dela. Nem antes nem depois.Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e  by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...Na intricada teia de nossos  by Savings Sidekick">relacionamentos,  dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria  vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras  vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa,  ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem  ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também. Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosaQuem  se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é  especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do  revés em questão. Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?Ontem  mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho  estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse  primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”,  respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito  singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom. 
 
  5) Quase sempre, é fácil de fazer.
  Uma  vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram  para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no  aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive  medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao  meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
  Mas  na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma  informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um  produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão  dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente  marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que  precisamos quando o dia está difícil, certo?
  
  6) Amor, meu grande amor
  Finalmente,  ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de  inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos  sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes.  Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo  próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É  para olhar com orgulho no espelho, não?
  
  Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
  
 
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