
Nestes tempos, em que tanta gente que não tem poder acredita e age como se tivesse, tem um outro contingente ainda mais numeroso que tem poder e não percebe. E o que é pior: muitas vezes desperdiça.
Antes de qualquer interpretação e até no sentido de tornar mais claro o comentário, é preciso separar o poder que está ligado ao ter, do que o que está ligado ao ser, ao fazer, ao interferir.
O poder do ter é aquele ligado à posse e que pode ser duradouro como a riqueza patrimonial, temporário como o cargo; circunstancial como a fama; oportunista como a proximidade. E por aí afora.
Com frequência, infelizmente crescente, esse tipo de poder é usado para benefício próprio. Não gera riqueza, porque não é usado para produzir o bem. Não conquista, nem seduz, só compra.
E qualquer pessoa um pouquinho esclarecida sabe muito bem que produto que se compra pelo preço tem um significado muito diferente daquele que se adquire pelo seu valor.
Outra característica típica dessa modalidade é a aparência de quem o utiliza, que se manifesta nos gestos, formas e na arrogância de seu comportamento.
E dá a ele uma dimensão bem maior do que seu real tamanho. É o poder dos poderosos, tão fácil de perceber e reconhecer. Por outro lado, existe um poder subestimado, quase sempre despercebido, que não está atrelado a títulos, funções, notoriedade ou patrimônio e que está ao alcance de toda pessoa: o poder de fazer o bem. De diferentes formas, em todos os ambientes. O poder que todo atendente tem de nos agradar simplesmente com um gesto de atenção.
Do motorista que, no tumulto do trânsito, ao invés de ser grosseiro e egoísta, se comporta de modo gentil, cedendo espaço e contribuindo para melhorar a situação e não para tumultuá-la ainda mais.
Do colega de trabalho que nos auxilia, ajuda, orienta quando possível e quando não dá, pelo menos não nos alfineta pelas costas nem age na surdina para nos prejudicar.
Das próprias autoridades que têm que cumprir as funções muitas vezes com medidas menos simpáticas, mas que além de normas, utilizam bom senso, sensibilidade e discernimento nas decisões. De reconhecer e respeitar atitudes bem intencionadas, que têm paciência para ouvir, para buscar entender a outra parte, antes de promulgar sentenças.
O poder que todos temos de ser gentil em qualquer lugar. De fazermos elogios sinceros, de compartilhar conhecimento, de dar atenção aos outros.
O poder de reconhecer o erro, de pedir perdão, de reparar equívocos e indelicadezas. O poder de não retribuir na mesma moeda ofensas e agressões. De não piorar situações que estejam complicadas. De não propagar nem ser agente do pessimismo, do negativismo.
O poder extraordinário de tratar a todos como gostaríamos de ser tratados. De ajudar e contribuir. De plantar para todos, não exclusivamente para colher para si e para os seus.
O poder que a pessoa tem de ser e agir como gente do bem.
Fonte:http://www.correiodeuberlandia.com.br/papogeraes/2013/03/10/o-poder-de-quem-nao-sabe-que-tem/
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