Por Kelson Venâncio
Nova York, Estados Unidos. O policial John McClane (Bruce Willis) está em busca de informações sobre o filho, Jack (Jai Courtney), com quem não fala há alguns anos. Com a ajuda de um amigo, ele descobre que Jack está preso na Rússia, acusado de ter cometido um assassinato. John logo parte para o país na intenção de rever o filho e, pouco após chegar, acaba encontrando-o em plena fuga do tribunal onde seria julgado. Jack está com Yuri Komorov (Sebastian Koch), um terrorista que diz ter em mãos um dossiê que pode incriminar um potencial candidato à presidência russa, Chagarin (Sergey Kolesnikov). Ele não gosta nem um pouco de reencontrar o pai, mas a insistência de John em ajudá-lo acaba, aos poucos, quebrando o gelo entre pai e filho.
Na correria, chego ao Cinemais praticamente em cima da hora pra assistir este filme. Correndo compro os ingressos e chego na sala bem no início da projeção. E logo na primeira cena descubro que irei assistir um filme dublado e como muitos sabem, prefiro as versões originais porque elas trazem a essência da interpretação dos atores. Mas como a dublagem brasileira é considerada uma das melhores do mundo a gente acaba ficando menos chateado. Mas depois de uns 5 minutos, quando aparece em cena o policial John McClaine e ele abre a boca pra falar eu quase tive um ataque de nervos. A voz que saia das cordas vocais de Bruce Willis não tinha absolutamente nada a ver com o personagem. Uma voz grossa, lenta, arrastada, preguiçosa e irritante. E como um bom dublador tem de ser acima de tudo um bom ator, este definitivamente não era o caso. O dublador, cujo nome não consegui achar, é extremamente sem interpretação e bem que podia arrumar outro emprego. Parecia que o cigano Igor (a novela Explode Coração) foi escolhido para substituir o saudoso e excelente Newton da Matta, que era o dublador oficial de Willis e que morreu em 2006. ( Você pode conferir o que estou falando em nossa sessão de dublagens no nosso novo site: http://migre.me/dzd8y )

Com isso, um filme que já é muito ruim acaba ficando pior ainda. Duro de Matar 5 é sem nenhuma dúvida o pior de toda a série que tem nos dois primeiros longas os melhores até aqui. Nesta nova aventura do detetive John McClaine não há praticamente nada positivo, a começar pelo roteiro. A história que inventaram pra trazer o personagem de volta às telas é muito fraca e temos a impressão de que com ela querem aposentar de vez McClaine e colocar o filho dele Jack no lugar, só pode. É que desta vez quem foi assistir ao filme achando que veria, como de costume, John arrebentando tudo ans cenas de tirar o fôlego teve uma grande decepção. Agora o personagem virou um velho chato e sem graça, que fica implorando o amor do filho praticamente durante toda a trama. E sem contar que nesse caso ele vira um mero coadjuvante, passando sua “estrela” para o ator Jai Courtney.
E já que nesse novo filme, a base é a relação entre pai e filho, temos que criticar também essa péssima relação. Não existe nenhuma química entre os dois personagens que nem parecem que são da mesma família. E confesso que nem me recordo de qualquer relação entre os dois nos filmes anteriores. Aqui o filho aparece cheio de raiva do pai dificultando e muito a relação entre eles e apenas num momento sentimental e ridículo de McClaine ficamos um pouquinho por dentro do que houve entre eles. “Eu fui um pai ausente, agora estou arrependido, mas é tarde”, diz McClaine algo clichê e que não tem nada a ver com ele.
Como a historinha desta vez não convence, o diretor John Moore tenta partir para o lado da ação e sem sucesso. O filme vira um show de explosões, tiros, bombas, destruição e muitas mentiras exageradas. McClaine deixa de ser aquele detetive inteligente dos primeiros filmes para se tornar uma metralhadora ambulante que mais parece um transformer de Michael Bay atirando pra todo lado e sem levar um tiro sequer. Por falar nisso, uma das características mais marcantes do personagem é a sua resistência à dor apesar de seu sofrimento com ela. Mas aqui, McClaine nem faz cara de que está com “dodói”. Alías, os dois personagens são como se fossem o Superman e o Wolverine juntos num filme só já que eles saem ilesos de explosões, acidentes de trânsito catastróficos, chuva de tiros de metralhadoras e até do fogo e destroços causados pela queda de um helicóptero gigante.
Se continuar desse jeito é melhor aposentar mesmo o nosso detive, que ainda insiste em ficar repetindo a cada 20 minutos de projeção que está de férias. Com o estilo desse personagem Bruce Willis pode continuar com a turma de velhos de “Os Mercenários” que dá mais certo.
Fonte:http://www.cinemaevideo.tv/2013/03/11/duro-de-matar-5-um-bom-dia-para-morrer/
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