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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Aumenta o número de adoções tardias no Brasil



Cerca de mil crianças foram adotadas nos últimos 3 anos e cresceu a procura por crianças com mais de 2 anos





Quem pensa em adoção logo imagina levar um bebê bem pequeno para casa. Mas para muitas famílias a realidade é bem diferente. Uma pesquisa feita pela psicóloga Lídia Weber mostrou que o número de adoções de crianças maiores de 2 anos está aumentando. Em um estudo feito no ano passado com 736 famílias por adoção, a especialista concluiu que 30% de todos os processos são de adoções tardias.

Veja também: Iguais na diferença

Há 30 anos, elas representavam apenas 8%. “Houve uma mudança clara na mentalidade dos adotantes e agora estamos seguindo o exemplo dos países desenvolvidos, em que adotar crianças maiores é mais comum”, afirma Lídia, pesquisadora do tema há 20 anos e autora de Pais e Filhos por Adoção no Brasil (Ed. Juruá).

Os números do Cadastro Nacional de Adoção – criado em 2008 para reunir os dados de interessados em adotar e crianças disponíveis – mostram que nos últimos 3 anos, cerca de 1 mil crianças foram adotadas no Brasil, mas não há dados oficiais que contabilizem a adoção tardia. Mesmo assim, o Conselho Nacional de Justiça confirma que essa procura realmente aumentou. “Hoje existem mais interessados em adoção tardia, o que é um fator muito positivo. As pessoas têm uma consciência maior de que a idade não é tão importante para o sucesso da adoção. Em muitos casos, as crianças de 6 a 8 anos aproveitam muito bem essa oportunidade, porque já compreendem melhor o rompimento dos vínculos”, afirma Nicolau Lupianhes, juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça.

Veja também: A devolução de crianças adotadas

Uma medida que vai favorecer essa situação é a Lei de Adoção Tardia, que prevê licença-maternidade de quatro meses para quem adotar crianças maiores de 1 ano e está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Por enquanto, a maioria dos interessados quer adotar crianças de 1 a 3 anos e o perfil mais procurado são meninas brancas com menos de 4 anos, não portadoras de nenhuma doença e não integrante de grupo de irmãos. É por isso que, apesar de existirem mais de 28 mil pretendentes e pouco mais de 5 mil crianças disponíveis, muitas continuam sem um lar.
Entenda o processo de adoção

Se você está pensando em adotar, existem algumas etapas a serem seguidas. Primeiro, é preciso ir até a Vara da Infância e Juventude mais próxima à sua casa e dar entrada ao procedimento de habilitação para a adoção. O interessado deve levar seus documentos pessoais, comprovante de endereço, atestado de sanidade física e mental, e então dizer o perfil da criança que deseja adotar.

Depois, ele será entrevistado por psicólogos e assistentes sociais, que vão declarar se ele está apto ou não para iniciar o processo de adoção. Também será necessário passar por um curso preparatório, cujo tempo de duração varia de acordo com cada Vara da Infância. Por fim, o pretendente entra no Cadastro Nacional de Adoção e aguarda pela criança. O tempo de espera varia muito, mas quanto menor o nível de exigência, mais rápido é o processo.

O caminho não é simples e exige dedicação e preparo. “A adoção é tão importante quanto a filiação genética, mas existem diferenças. A principal delas é a espera, que pode ser grande ou pequena, e sempre causa angústia”, diz a psicóloga Lídia Weber). Uma boa forma de diminuir a ansiedade durante esse período é fazer um diário. O registro também poderá servir de recordação e até ajudar a criança quando ela crescer e quiser saber mais sobre o seu passado. Conversar com outras pessoas que estão passando pelo mesmo e frequentar grupos de apoio à adoção também são formas de lidar com a angústia e as dúvidas que com certeza vão surgir.
Veja depoimentos de quem adotou, de quem está na fila de espera e de quem está pensando em adotar:

Valter Ricardo Afonso, 45 anos, empresário. É pai adotivo solteiro da menina S., 7 anos, e do menino K., 10.
“Aos 30 anos, não tendo constituído uma família e já com a vida profissional equacionada, eu comecei a sentir aquele vazio. Em 2006, fiz uma viagem a Portugal e conheci um primo de 15 anos que tinha uma história de vida complicada e cresceu institucionalizado. Esse contato me fez refletir sobre a paternidade. Quando voltei ao Brasil estava decidido a adotar e entrei com toda a documentação. Durante 2 ou 3 anos, a vara infantil me apresentou algumas crianças, mas nenhuma deu certo. Tentei um processo de adoção na Bahia, com uma mulher que estava grávida, mas no fundo ela queria dinheiro, então nada feito. Então eu conheci dois irmãos, que eram de um abrigo e frequentavam a aula de natação dos meus sobrinhos. Minha cunhada os conheceu e insistiu que eu fosse encontrá-los. Eu fui e acabei me apaixonando por eles. Saí de lá direto para a vara da infância, mas descobri que eles não estavam disponíveis para adoção. Foi aquele balde de água fria. Eu disse então para eles deixarem meu cadastro congelado, porque eu ia repensar isso tudo. Quase 2 anos depois, em 2010, o juiz permitiu que essas crianças fossem adotadas e a vara da infância entrou em contato para saber se eu ainda tinha interesse. E claro que eu tinha! Passei por todo o processo e começamos a aproximação no mesmo ano. K., o menino, tinha 7 anos, e S., a menina, tinha 5. No início eu imaginava adotar um bebê, mas depois pensei que seria uma responsabilidade muito grande cuidar sozinho dele. Mas o que foi decisivo para mim foi o que senti quando conheci K. e S.. Eu estava tão consciente do que queria que fui atrás. E foi a melhor coisa que eu fiz. É claro que o caminho não é fácil. Surgem questões como ‘eu não vou ter um filho parecido comigo’, angústias e dúvidas, mas tudo faz parte do processo. Algo que me ajudou muito foi frequentar um grupo de apoio à adoção, onde ouvi muitas histórias que foram trazendo elementos novos para as minhas questões e me dando a segurança necessária para efetivar a adoção. Hoje K. tem 10 anos e S. 8 e são crianças ótimas. Nós tivemos algumas crises, especialmente com o mais velho, que ficou agressivo em alguns momentos, mas eu conversei com uma psicóloga e até hoje ele faz terapia com ela. O fato de ser sozinho dificulta um pouco mais, porque é bastante coisa para fazer. Se eles ficam doentes eu tenho que largar tudo e sair correndo, mas eu me preparei para isso e já tinha uma condição profissional que me permitia flexibilidade. Hoje eu posso dizer que tenho uma família linda. Minha vida mudou totalmente, mas é exatamente o que eu queria. Me emociono com cada conquista deles, com o boletim, com os comentários positivos da professora, com as medalhas da natação. Somos uma família como qualquer outra.”

Edileusa Eugênio Barbieri, 45 anos, psicóloga. Está na fila de adoção há 2 anos com o marido.
“Faz 3 anos que eu e meu marido, Marcos, começamos o processo de adoção. Nossa história começou tarde, porque nos conhecemos e nos casamos depois dos 30. Quando pensamos em ter filhos eu já estava com 36. Fizemos várias tentativas até que, quando eu tinha 39 anos, partimos para os tratamentos de fertilização. Tentamos tudo, desde os mais simples até a fertilização in vitro, mas não conseguimos engravidar. Não foi nada fácil. Primeiro foi preciso passar por todo esse processo de aceitar que não teríamos filhos biológicos, para depois pensar em adoção. Se dependesse do meu marido, nós já estaríamos na fila há mais tempo, porque eu que tive mais dificuldade de aceitar. Era o tempo que eu precisava para amadurecer que não iria gerar o meu filho. Fui amadurecendo a ideia até aceitar que pela via natural não seria possível, mas que ainda assim nós teríamos a nossa filha, e poderíamos criá-la com muito amor acima de qualquer coisa. Na primeira vez que fizemos as entrevistas fomos reprovados. Um ano depois, tentamos mais uma vez e aí sim deu certo. Agora estamos na fila aguardando a nossa menina há 1 ano e meio. É um teste de paciência, porque a fila é grande, a espera é grande, e eu e meu marido temos um fator cronológico que me preocupa. Vamos curtir a maternidade e a paternidade com uma idade mais avançada, mas o desejo de poder fazer isso é maior do que qualquer fator numérico. O que favorece essa espera é a minha relação com o meu marido. Ele é uma pessoa muito especial e sempre me dá apoio. Quando estou triste ele me dá forças e diz que vai dar certo. Mas eu penso nisso todos os dias. Fico esperando a hora que o telefone vai tocar.”

Nany Netz, 44 anos, consultora de viagens. Está começando o processo de adoção.
“Eu sempre quis ser mãe. É uma vontade que me acompanha desde a adolescência. Mas agora estou com 44 anos e ainda não consegui engravidar. Não por problemas de saúde, mas o fato é que não encontrei um parceiro. Já cheguei a terminar um relacionamento porque a pessoa não queria ter filhos, porque eu não abro mão de querer ter a minha família. Há algum tempo penso em adotar uma criança, mas do ano passado para cá essa possibilidade se tornou mais forte para mim. A hora chegou, então estou correndo atrás do meu sonho. Já entrei em contato com o fórum para saber quais são os documentos necessários e verificar como é o processo, agora estou esperando ter uma folga no trabalho para ir até lá e preencher o formulário. O fato de eu estar mais madura e preparada ajudou bastante na minha decisão. Dúvidas eu não tenho e a vontade só cresce. Muitas pessoas querem adotar um bebê, mas eu penso em adotar uma criança mais velha, com 5 ou 6 anos. Sei que a espera para esse tipo de adoção é menor, então estou confiante de que o processo não vai demorar e logo terei meu filho ou filha.”



Fonte:http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI306859-15546,00-DIA+NACIONAL+DA+ADOCAO+AUMENTA+O+NUMERO+DE+ADOCOES+TARDIAS+NO+BRASIL.html

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Um espaço verdadeiramente democrático , não limitamos e restringimos qualquer tipo de expressão , não toleramos racismo preconceito ou qualquer outro tipo de discriminação..Obrigado Claudio Vitorino

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

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