Existe boa ação altruísta? A polêmica é grande, mas uma coisa é certa: fazer o bem sempre traz um retorno positivo para quem o pratica, por mais que não o espere. Alan Luks, diretor executivo da instituição Big Brothers/Big Sisters of New York, concluiu, através de um estudo feito com mais de três mil voluntários, que aqueles que tinham o costume de fazer o bem estavam dez vezes mais propensos a terem uma boa saúde do que aqueles que não faziam nada pelo próximo.
O trabalho de Luks foi publicado no livro "The Healing Power of Doing Good" ("O Poder Curativo de Fazer o Bem", em tradução livre) onde cunhou o termo "helper's high", que é o sentimento de calor humano, boas energias e sentimento eufórico proveniente do ato de ajudar o próximo. Entre os benefícios do "helper's high" estão a reversão de sentimentos como depressão, hostilidade, isolamento da sociedade, que podem causar estresse, úlceras, etc. A liberação de endorfina envolvida neste processo diminui a percepção e a intensidade da dor. O trabalho voluntário aumenta a autoestima, felicidade, otimismo e a conexão criada com alguém desconhecido, de amor e amizade, e ainda reforça o sistema imunológico.
O voluntariado não é incomum no Brasil. Para a coordenadora do voluntariado da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (ABRACE), Márcia Caminha, "o espírito solidário e o envolvimento em ajudar o outro é uma coisa muito forte entre os brasileiros. As pessoas vêm pelos interesses e motivos pessoais mais diversos. Acredito muito no sentido de participação e envolvimento que proporciona para a sociedade. Não é só fazer uma ação, é uma atitude que tens que ter para com a sociedade".
Pessoas que já passaram dos 50, que estão precisando enfrentar as perdas que vêm com a idade, encontram no trabalho voluntário uma maneira de preencher suas vidas com algo positivo. "A chegada da maturidade é um processo confuso, pois se sentem limitados, mas ainda querem participar. Uma das questões levantadas é poder se engajar como voluntário por uma causa. Tem acontecido hoje com pessoas de mais idade se envolverem com o voluntariado. Tenho um conceito de voluntariado que é ser um ser humano melhor. Acredito que um voluntário traga para a instituição conhecimento técnico e/ou de vida, talento e tempo. Ter alguém que dedique quatro horas semanais se disponibilizando para o outro não tem valor para a instituição", destaca Márcia.
É dando que se recebe. Quando parte de você é doada ao outro, ele irá doar parte dele a você. Para Márcia "toda ação gera uma reação. Quando uma pessoa abre o coração para outras, o deixa aberto para receber também. Pode ser um sorriso, um abraço, a sensação de ser útil, necessário. Isso mexe muito com as pessoas. A primeira coisa necessária para ser voluntário é ter disponibilidade para se envolver com o outro. O trabalho não deve ser algo sistemático, mas deve ser feito com comprometimento e responsabilidade. Afinal, você vai interferir na vida do outro".
Fonte:http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=8459
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