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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Minha vida.

Naquele lugar entre a consciência e o sonho, encontrei-me em um quarto.

Nele não havia nada de incomum, exceto por uma parede coberta por um arquivo de fichas.


Era como um daqueles de biblioteca, com várias gavetas que listam títulos por autor ou assunto em ordem alfabética.


Porém estas gavetas, que se estendiam do chão ao teto e aparentavam não ter fim para nenhum dos lados, tinham cabeçalhos um tanto diferente.


Ao me aproximar da parede, o primeiro a chamar minha atenção era um que dizia "Pessoas de quem gostei".


Eu abri a gaveta e comecei a folhear os cartões.

Fechei-a rapidamente, chocado em perceber que reconhecia cada um dos nomes escritos ali.

Então, sem quem ninguém me dissesse nada, soube exatamente onde estava.


O quarto sem vida com suas pequenas gavetas era um perturbador arquivo da minha vida. Nele tinham sido escritos meus atos em cada momento, grandes ou pequenos, em detalhes inalcançáveis à minha memória.


Os títulos iam do banal ao bizarro.


Livros que eu li, Mentiras que eu contei, Consolos que eu dei, Piadas que me fizeram rir.


Alguns eram quase hilários em sua exatidão:


Coisas que eu berrei para meus irmãos.


Outros não tinham tanta graça:


Coisas que eu fiz nos momentos de ira, Murmurações que tive em secreto sobre meus pais.


Eu não parava de me surpreender com o que encontrava.


Quase sempre havia muito mais fichas do que eu esperava. Algumas vezes menos do que gostaria.Fiquei impressionado pelo enorme volume de minha existência.


Seria possível eu ter tido tempo em meus 27 anos para escrever cada um dos milhares ou talvez milhões de fichas?


Mas cada cartão confirmava esta verdade.


Todos estavam escritos com minha letra.


E todos tinham sido assinados por mim.


Quando puxei a gaveta Músicas que eu escutei,concluí que as gavetas tinham o tamanho exato dos seus conteúdos.


As fichas estavam colocadas bem justas, mas mesmo depois de dois ou três metros ainda não tinha conseguido encontrar o final.


Fechei de volta, envergonhado, nem tanto pela qualidade da música, mas mais pela vasta quantidade de tempo que eu sabia
que aquilo representava.

Quando vi a etiqueta que dizia Pensamentos luxuriosos, senti um arrepio atravessar o meu corpo.


Abri a gaveta uns poucos centímetros, sem coragem de descobrir seu tamanho, e puxei uma ficha.


Estremeci ao ler sua descrição detalhada.


Causou-me náusea pensar que momentos assim pudessem ter sido registrados.

Uma cólera quase selvagem se apoderou de mim.


Só um pensamento dominava minha mente:


Ninguém jamais pode ver estas fichas! Ninguém deve encontrar este quarto!


Eu tenho que destruí-los!


Num impulsoinsano arranquei a gaveta.


Seu tamanho já não importava.


Eu tinha que esvaziá-la e queimar os cartões.


Porém, mesmo segurando suas extremidades e balançando com toda a minha força, nenhum saiu de seu lugar.

Em desespero tirei um cartão, apenas para descobrir que ele era forte como aço quando tentei rasgá-lo.


Sentindo-me derrotado retornei a gaveta ao seu lugar.


Encostei a testa na parede e deixei escapar um longo, profundo, suspiro.


Então eu vi.


O título era Pessoas com quem compartilhei o Evangelho.


O puxador brilhava mais do que os outros ao seu redor, era mais novo, quase sem uso.

Puxei-o e uma pequena gaveta com uns quatro dedos de comprimento saiu nas minhas mãos.


Dentro havia tão poucos cartões que nem precisei contar.


Aí as lágrimas vieram. Caí em prantos.


Soluçava tão forte que sentia uma dor que começava no estômago e se expandia pelo corpo todo.


Caí de joelhos e gritei.


Eu gemia de vergonha, da sufocante vergonha de tudo aquilo.


As fileiras de gavetas confundiam-se em meus olhos lacrimejantes.


Ninguém poderia jamais saber deste quarto.


Eu precisava trancá-lo e esconder a chave.Então, enquanto enxugava as lágrimas, eu O vi.


Não. Não. Ele.


Não aqui.


Qualquer um, menos Jesus.


Eu olhava, indefeso, enquanto Ele abria os arquivos e lia os cartões.


Eu não podia suportar ver sua reação.


Nos momentos em que consegui fitar Sua face vi um pesar mais profundo que o meu.


Ele parecia ir intuitivamente para as gavetas mais podres.


Porque Ele tinha que ler cada uma das fichas?


Finalmente Ele se virou e me encarou do outro lado do quarto.


Ele me olhava com pena em Seus olhos.


Mas era uma pena que não me zangava.


Abaixei minha cabeça, cobri minha face com as mãos e tornei a chorar.


Ele se aproximou e me abraçou.


Ele poderia ter dito tantas coisas.


Porém nenhuma palavra saiu de sua boca.


Ele apenas chorou comigo.


Depois se levantou e se dirigiu à parede de arquivos.


Começando de uma extremidade Ele puxou uma gaveta, e, um a um, assinava Seu nome sobre o meu nos cartões.


Eu gritei, correndo até Ele.


Tudo o que eu conseguia balbuciar era Não, não!


Enquanto tirava a ficha de Suas mãos.


Seu nome não poderia estar nos cartões.


Mas lá estava, escrito com um vermelho tão intenso, tão escuro, tão vivo.


O nome de Jesus cobria o meu.


Estava escrito com Seu sangue.


Ele delicadamente tomou de volta o cartão.


Ele sorriu, com tristeza, e continuou assinando.


Acho que jamais entenderei como Ele pôde fazê-lo tão rápido, pois no momento seguinte eu o vi fechando a última gaveta e tornando à minha direção.


Colocou Sua mão no meu ombro e disse:


Está consumado.


Logo Ele me levou para fora do quarto.


Não havia trancas na porta.


Ainda existiam cartões a serem escritos.




Autor: Desconhecido

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Um espaço verdadeiramente democrático , não limitamos e restringimos qualquer tipo de expressão , não toleramos racismo preconceito ou qualquer outro tipo de discriminação..Obrigado Claudio Vitorino

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

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