No Dia Nacional de Doação de Órgãos, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) anunciou a construção do primeiro centro de transplantes de Minas. A estrutura funcionará nas dependências do Hospital Júlia Kubitschek, na região do Barreiro, e deverá contar com 70 leitos dedicados exclusivamente ao transplante de órgãos.
A medida faz parte do Plano Diretor do MG Transplantes, entidade responsável pela captação dos órgãos, lançado ontem em evento na capital.
A intenção, segundo o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, é iniciar a obras na unidade ainda neste ano. "Vamos investir para oferecer leitos de UTI e aparelhos específicos. Até o fim do próximo ano, teremos um hospital voltado para essa cadeia da saúde", afirmou.
De acordo com o diretor do MG Transplantes, Charles Simão Filho, atualmente, o Estado utiliza, para realizar esse tipo de procedimento, a estrutura de hospitais filantrópicos e privados. Segundo ele, R$ 10 milhões foram doados pela Caixa Econômica Federal à Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig) para as intervenções no Júlia Kubitschek. A SES será a responsável pelo restante da verba destinada à obra, que não teve seu valor total divulgado.
Para diminuir os custos operacionais, conforme Simão Filho, a nova unidade irá compartilhar parte da estrutura administrativa do Júlia Kubitschek, como o setor de compras, por exemplo. No entanto, para garantir o aumento no número de captação de doadores e de realização de transplantes, o centro terá estrutura médica própria. "Nós queremos avançar nessa captação. E, para isso, vamos investir na contratação de médicos e enfermeiros", disse Marques.
Aumento. A criação de uma estrutura pública para os transplantes de órgãos vem para coroar o bom desempenho do Estado nesse setor. Conforme O TEMPO já havia adiantado em reportagem do dia 14 deste mês, a SES divulgou ontem que o número de captação de doadores aumentou 347% nos últimos seis anos. Hoje, Minas é o segundo Estado em número de transplantes realizados, como 1.097 procedimentos feitos nos seis primeiros meses do ano, atrás apenas de São Paulo, que fez 4.754 transplantes.
O número representa um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 973 cirurgias foram realizadas. O rim foi órgão que impulsionou esse resultado, com 973 cirurgias no primeiro semestre de 2011.
Apesar disso, o secretário de Saúde ressaltou que ainda existem dificuldades. "Temos muitas pessoas na fila para pulmão, fígado e coração. O rim é um cenário que nos preocupa muito. Ainda temos que avançar nessa área". (Com agências)

BALANÇO
Número de cirurgias cresce 12,7% no país
Brasília. O Ministério da Saúde apresentou ontem, Dia Nacional dos Transplantes, o balanço das doações e cirurgias feitas no primeiro semestre de 2012. Os dados mostram que o número de transplantes cresceu 12,7% nos seis primeiros meses do ano comparados com o mesmo período de 2011, passando de 10.905 para 12.342.
O maior aumento registrado foi no transplante de pulmão, que dobrou entre 2011 e 2012 - foram 49 no ano passado inteiro e 30 no primeiro semestre de 2012. O de coração, segundo maior percentual de aumento, cresceu 29%, passando para 108 nos seis primeiros meses deste ano.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o país deve alcançar neste ano a meta de doações de órgãos prevista para 2013. O primeiro semestre fechou com a taxa de 12,8 doadores de órgãos para cada um milhão de população. A meta prevista para 2012 era 12, e a de 2013 é de 13.
Ontem, Padilha assinou uma portaria para instituir ajuda financeira a centros de referência em transplantes que funcionem de tutores de serviços públicos que hoje não fazem transplantes. A ideia é priorizar a instalação de novos centros de transplantes no Norte e no Nordeste e no interior das demais regiões. Serão R$ 10 milhões gastos neste ano com essa finalidade.
Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=212741,OTE
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