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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
É possível superar a dor e seguir em frente..
A aposentada Arlete Oliveira transformou o susto de ter a casa assaltada há 20 anos em experiência. Hoje, mais atenta à segurança, mudou-se para um apartamento
Passar por momentos traumáticos, como um sequestro, assalto, acidente de carro ou abuso sexual é muito difícil. Para algumas pessoas, essas situações geram uma tensão momentânea, que depois passa e a vida segue tranquila. Mas para outras, a vivência de algo negativo pode causar traumas que duram a vida toda.
Na última semana, um DJ de 21 anos foi assaltado e arrastado por 100 metros, segurado pelo cordão no pescoço. Em entrevista exclusiva a A Gazeta, ele disse que será difícil livrar-se do trauma. "Não vou ficar mais com o cordão. Vou vendê-lo. Não dá para olhar para ele e não me lembrar de tudo".
Esse sentimento é comum entre as pessoas que já passaram por uma situação traumática, segundo o psiquiatra Ruy Perini, mas o tipo de reação depois do trauma vai depender de cada um. "Cada pessoa tem uma história própria de vida e responde conforme as suas experiências já vividas. Dependendo das fantasias mobilizadas, a pessoa irá dar significado à experiência traumática e se defender de forma mais positiva ou não", diz.
Isso explica o fato de que um trauma, para alguns, pode representar um motivo para desenvolver problemas como síndrome do pânico, estresse pós-traumático e até depressão. Mas, para outros, ele pode ser o incentivo para alterações positivas no comportamento e na vida.
Foi o caso da aposentada Arlete Oliveira Zanotti, 83 anos. A experiência de ter a casa de praia assaltada há 20 anos foi motivo para uma mudança de vida.
Ela aproveitou a experiência para ficar mais atenta à segurança de sua casa e, hoje, conta que sempre deixa as portas trancadas, para evitar que um novo assalto ocorra. Mas mesmo depois de tanto tempo, ela diz que é difícil esquecer o fato.
"Até hoje, eu me arrepio só de lembrar daquele assaltante, com a cabeça coberta por uma meia e o revólver apontado para o ouvido da empregada. Na época, eu coloquei grades em todas as janelas e portas da casa. Depois, resolvi me mudar para um apartamento, para ter mais segurança", conta.
foto: Edson Chagas
Traumatizada após acidente. A estudante Lorena Ronconi teve seu carro atingido em um cruzamento, há 10 meses, por um motorista que dormiu ao volante. Ela conta que o choque foi grande e, até hoje, não conseguiu voltar a dirigir.
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"O acidente aconteceu um mês depois de eu comprar o carro. Até hoje não consegui voltar a dirigir. A gente sempre fica imaginando que pode acontecer de novo"
Lorena Ronconi, estudante
O medo também faz parte da vida da estudante Lorena Ronconi. Há 10 meses, ela sofreu um acidente de carro, causado por um motorista que dormiu ao volante. Além do prejuízo material, ela conta que ficou psicologicamente abalada com o acontecimento.
"Até hoje ainda não consegui voltar a dirigir. Eu peguei o carro só uma vez, morrendo de medo. A gente sempre fica imaginando se pode acontecer de novo", conta.
Cuide do medo
O medo é uma reação de defesa do organismo, mas se ele não for controlado e permanecer durante muito tempo, pode evoluir para um quadro de ansiedade crônica. Para evitar que isso aconteça, o doutor em psicologia Adriano Jardim explica que o primeiro passo é não encarar essa sensação ruim como algo normal.
"O medo pode causar estresse pós-traumático. Algumas pessoas acabam se acostumando com esse estado e tornam-se ansiosos crônicos. No cérebro, não há diferença entre esse tipo de ansiedade e a depressão", alerta o psicólogo.
Para evitar que o trauma cause problemas psicológicos sérios, é recomendado que a pessoa procure um tratamento de psicoterapia. "O medo e a insatisfação são fontes de estresse e angústia. Com a terapia, é possível tratar essas causas psicológicas", explica.
Adriano explica que o tratamento é lento e gradual, mas ajuda o paciente a dar um novo significado ao evento e livrar-se do trauma que ele causou.
"Não vou ficar com o cordão. Não dá para olhar para ele e não me lembrar de tudo".
"É importante não deixar o evento se transformar em um 'fantasma'"
Adriano Pereira Jardim,
doutor em Psicologia
Vença o medo
Por que algumas pessoas lidam melhor com os traumas do que outras? Devido a vários fatores. Entre eles: estrutura de personalidade (algumas pessoas são mais flexíveis para lidar com situações potencialmente estressoras); atitudes como otimismo, autoconfiança, aceitação de limites e frustrações; condições ambientais (boa comunicação e afeto na família, amigos compreensivos); e temperamento (algumas pessoas herdam maior ou menor predisposição para instabilidade emocional, comportamento explosivo e inflexibilidade).
Que tipo de problemas um trauma pode causar na vida de uma pessoa? Fobias e comportamentos de ansiedade, além de depressão e comportamentos obsessivos podem surgir após uma vivência traumática. Muitas vezes, funções fisiológicas cotidianas são atingidas, como sono e alimentação, causando distúrbios nessas áreas. Além disso, pode-se experimentar redução na capacidade de aproveitar o lazer, retração social, diminuição da libido, entre outras. O mecanismo básico do estresse pós-traumático é a repetição da situação traumática para que esta, ao ser revivida através da memória, possa ser melhor resolvida. Quando o grau do estresse atinge a vida cotidiana prejudicando aspectos gerais da vida do indivíduo, o quadro pode se agravar, configurando agorafobia ou síndrome do pânico. Ambas envolvem experiências paralisantes de medo e incapacidade de lidar com o temor. Nesses casos, uma avaliação com um especialista pode ser muito importante.
Algumas pessoas tendem a tentar apagar as lembranças do fato. Isso é certo? Muitas vezes o esquecimento pode ser sentido como uma bênção. Mas para conseguir “deixar os eventos estressores para trás” e virar a página é necessário todo um trabalho de “esvaziamento” que só vai ocorrer depois de um processo de revivência e elaboração da situação.
Qual é a melhor maneira para livrar-se de um trauma? Não fugir da situação. A elaboração passa pela revivência e ressignificação do evento. É importante não deixar o evento se transformar em um “fantasma” na vida da pessoa. E, claro, através de um processo psicoterápico.
Quanto tempo é necessário para superar um trauma? Varia de pessoa para pessoa e de situação para situação. Mas, em geral, a psicologia estabelece em torno de um ano para elaboração de perdas e de lutos importantes. Se depois disso o quadro permanecer inalterado, cabe uma avaliação com um profissional - psicólogo ou psiquiatra.
10 dicas para ajudar você
1 - Evite se ver como vítima. O que você pensa e o que conta para os outros sobre o que aconteceu pode tanto diminuir quanto aumentar o seu sofrimento. Por isso, evite dizer que aquilo não poderia acontecer com você, ou que é injusto. Isso faz com que dificulta a recuperação do choque
2 - Procure conforto na sua fé. Se você acredita em Deus, busque conforto na religiosidade, mas sempre respeitando as suas crenças. Vários estudos já mostraram que as pessoas que têm uma base religiosa forte são capazes de minimizar a dor de um trauma
3 - Tenha mais confiança de que a dor vai passar. Os traços do trauma mudam ao longo do tempo, assim como a sua memória. Acredite que você vai superar a dor e confie em si. Isso vai tornar o processo mais tranquilo. Procure, também, exemplos de pessoas que superaram um trauma como o seu, para ter mais uma motivação
4 - Acredite no bem.Tenha confiança nas pessoas e acredite que o bem está acima de tudo. Quem confia que no futuro terá conforto, consegue viver melhor o presente. Além disso, à medida que você percebe a importância de seguir em frente, o trauma começa a perder força
5 - Procure novas metas para a sua vida. Se você criar novos objetivos de vida e começar a se envolver em novos projetos, vai ocupar a mente com novas atividades e deixar menos espaço para o sofrimento. Torne a sua vivência uma maneira de propagar o bem. Assim, será muito mais fácil superar o trauma
6 - Procure o lado bom no momento de dificuldade. Pessoas positivas tentam sempre enxergar o lado bom dos momentos difíceis. Se você procurar aprender com a experiência dolorosa, será mais fácil superar o trauma psicológico. Já é comprovado cientificamente que um olhar mais positivo é capaz de diminuir a dor
7 - Não crie outro trauma. Não é certo responder a uma situação de violência gerando mais violência. Se, por exemplo, você perdeu algum parente em um assassinato, desejar a morte do criminoso só vai te fazer ainda mais mal. O que pode ocorrer é você ficar traumatizado com o seu próprio ato, que não vai acabar com a sua dor psicológica, mas pode até enfatizá-la
8 - Converse sobre a dor, mas com as pessoas certas e no momento certo. É necessário encontrar um sentido para superar o trauma. Procure conversar sobre o assunto com pessoas próximas, mas nunca “descarregando” um peso negativo sobre elas. É importante olhar o trauma com uma visão mais positiva e tentar transmitir isso para as pessoas
9 - Escolha as palavras certas ao falar sobre o momento traumático. Não adianta você sempre transmitir a sua revolta com palavras negativas, desejando o mal de outras pessoas. Quando for contar a história para alguém, sintetize o que você aprendeu com a experiência e tente mudar o foco da conversa para algo mais “pra cima”. Só você é capaz de transformar suas expressões emocionais e sensoriais sobre o trauma
10 - Procure apoio psicológico. Por mais que você se considere uma pessoa equilibrada, muitas vezes pode ser necessário procurar ajuda de um especialista (psicólogo, psicanalista ou psiquiatra), para aprender a lidar com o problema e até tentar, aos poucos, deixar tudo para trás e seguir a vida.
Fonte:http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/06/a_gazeta/indice/vida/1260465--possivel-superar-a-dor-e-seguir-em-frente.html
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Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...
Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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