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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Contra as visões de “baixa intensidade” dos direitos humanos



Se os “direitos humanos” se tornaram a grande gramática da dignidade, da liberdade e da igualdade, por que, na prática, tal discurso é usado de forma tão seletiva, no direito internacional, e, no âmbito interno, determinadas violações têm sido invisibilizadas?

A indiana Ratna Kapur tem salientado, em vários artigos, que este aparente consenso esconde, em realidade, um campo de lutas e de contestações, também discursivas, “em que competem pressupostos e visões de mundo distintos sobre gênero, diferença, cultura e subjetividade.” Alguns exemplos recentes – nacionais e internacionais- de tais situações poderiam ser citados.

Primeiro: o estupro coletivo na Índia, no final de 2012, pôs em questão, na imprensa, a opressão das mulheres daquele país, em virtude de casamentos forçados, de limitações de direitos, etc. Esta hipervisibilidade, contudo, é a outra face da violação sistemática dos direitos das mulheres em todos os países pretensamente defensores dos direitos humanos, pela precarização das formas de trabalho, pelas condições desumanas de vida, pelas opressões sexuais, pelo não reconhecimento de sua agência como cidadã, pela cidadania de “segunda classe”, pelos salários mais baixos e outras tantas desigualdades.

Segundo: a reação de populações islâmicas, em 2005, contra caricaturas do profeta Maomé publicadas inicialmente na Dinamarca ensejou, no “Ocidente”, uma discussão sobre liberdade de expressão e fanatismo religioso. Tal visibilização, por sua vez, foi construída pela invisibilidade do tratamento diferenciado para os emigrantes africanos na Europa, pelas sucessivas tentativas de assimilação forçada das populações não cristãs, pelo não reconhecimento (e legitimidade) da liberdade religiosa na esfera pública e pela seletividade na abordagem da liberdade de expressão- de fundo discriminatório e racista- praticado contra estas mesmas populações.

Terceiro: o reconhecimento, em 2009, na Constituição equatoriana, da “pachamama” (“madre tierra”) como sujeito de direito, foi alvo de inúmeros debates pelos fundamentos não antropocêntricos (“teria sentido a natureza postular em juízo?”). A defesa do modelo ocidental de “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” foi construída pelo ocultamento dos direitos socioambientais das populações “tradicionais” (quilombolas, ribeirinhos, indígenas, ciganos, etc), pela intransigência de um modelo neoextrativista (com exploração de minérios para pretensa finalidade de redução de desigualdades sociais), pela criação do conceito de “economia verde” (um capitalismo que não seria predatório), pela ignorância de outras cosmovisões e da pluralidade de conhecimentos, anteriores- e posteriores- à própria chegada europeia a Abya Yala (o nome indígena dado ao continente).

Quarto: a reforma do Estatuto da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, iniciada no âmbito da Assembleia Geral da OEA, desde fins do ano passado, com aparente democratização da discussão (pela amplitude dos membros), escondia, por sua vez, que a própria Comissão não tinha tomado a iniciativa (nem fora consultada previamente), que as medidas cautelares têm sido uma das formas mais eficientes de proteção dos direitos, que os órgãos de proteção do sistema interamericano devem ser reforçados em sua independência e que os garantes ou destinatários principais do sistema não eram os países membros, mas sim os usuários e as vítimas destes mesmos.

Quinto: a eleição, para a Comissão de Direitos Humanos (Câmara dos Deputados, Brasil), de parlamentares contrários ao reconhecimento de reivindicações de grupos LGBTTI e minorias raciais foi defendida sob fundamento de que justamente as composições anteriores não respeitavam a diversidade de pensamento, a liberdade religiosa e constituíam verdadeiras ditaduras. Um verdadeiro procedimento de contra-reforma em defesa de direitos reconhecidos em tratados internacionais, que se faz paralelo ao questionamento da Comissão da Verdade, que, fundada em decisão da Corte Interamericana, pode destacar que a tortura, longe de ter sido apenas um componente da ditadura militar, é uma prática cotidiana do momento atual, eliminando, fundamentalmente, homens negros com idade inferior a 25 anos.

Não se trata, portanto, de negar a importância dos direitos humanos, descartando-os como “mera retórica” ou “imperialismo”. Antes, pelo contrário, trata-se de:

Primeiro: combater “visões de baixa intensidade”, que, a pretexto de sua defesa, estão reduzindo seu âmbito de aplicação.

Segundo: reforçar mecanismos de proteção, supervisão e participação nos casos de violação.

Terceiro: proceder à crítica interna dos pressupostos eurocentrados da tradicional visão de “direitos humanos”.

Quarto: produzir (e articular) cosmologias que “reinventem” esta gramática, a partir de contra-memórias de outras genealogias, histórias, sujeitos, experiências e modos de poder excluídos, ignorados e silenciados, um exercício intercultural que não seja apenas uma “tolerância” clássica, mas sim respeito e diálogo com outros pontos de vista mais abertos e solidários.

Quinto: não somente lutar em nome de princípios de “dignidade humana”, mas contra situações de “indignidade” que vêm sendo naturalizadas e que merecem ser combatidas.



Fonte:http://www.cartacapital.com.br/sociedade/contra-as-visoes-de-baixa-intensidade-dos-direitos-humanos/

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Um espaço verdadeiramente democrático , não limitamos e restringimos qualquer tipo de expressão , não toleramos racismo preconceito ou qualquer outro tipo de discriminação..Obrigado Claudio Vitorino

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

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