Mesmo em meio ao sofrimento pela perda de um ente querido, a família de jovem de 23 anos que morreu em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, decidiu ser solidária e doar os órgãos do rapaz. Ao todo, cinco pessoas devem ser ajudadas e receber os órgãos de que tanto necessitam. Um belo exemplo entre tantos, mas, segundo os médicos, ainda falta consciência das pessoas quanto à importância da doação.
Atualmente, 350 pacientes estão na fila de espera por um órgão na Central de Transplantes de Uberlândia, que abrange o Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas.
Segundo o coordenador da Central de Transplantes de Uberlândia, Thomson Palma, de 2010 para 2011 foi registrado um aumento de 180% no número de doações de órgãos na região. Já de 2011 para 2012 o aumento foi de apenas 33%, bem abaixo do esperado.
Na tentativa de resolver este problema, o Ministério da Saúde criou, em junho, o Programa de Implantação de Procura de Órgãos. Ainda de acordo com Thomson Palma a iniciativa deste projeto prevê a contratação e a implantação de núcleos especializados exatamente na busca ativa e identificação precoce de possíveis doadores.
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Para ajudar ainda mais na conscientização sobre a doação, o Ministério da Saúde lança mão também das redes sociais. Em alguns perfis na internet, a pessoa pode expressar a vontade de ser doador, mas a decisão final cabe mesmo à família. E é aí que entra o trabalho da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para transplantes.
O médico Hildo Paiva é o coordenador do trabalho que realiza transplantes de rins e córneas em um hospital particular de Uberlândia. Ele falou sobre a abordagem à família de um potencial doador. “Nós temos uma equipe multidisciplinar com psicólogos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros que foram treinados para poder conversar com a família e mostrar a eles a importância da doação”, explicou.
No caso do jovem de Patos de Minas, a equipe da Central de Transplantes de Uberlândia realizou a captação dos rins, fígado e córneas, após constatada uma morte cerebral. E quando a família decidiu pela doação, o procedimento precisou ser rápido, já que nessas horas o tempo é tudo.
Trabalho que resulta na felicidade de pacientes como o da aposentada Merce Maria da Mota, de 56 anos, moradora de Varjão de Minas, no Noroeste do Estado. Durante dez anos ela precisou fazer hemodiálise em Patos de Minas por causa de problemas nos rins. Há 20 dias ela fez o transplante. No entanto, o médico reforça que a aposentada vai ter mais qualidade de vida. “Na medida em que a época do transplante for passando, as medicações necessárias vão diminuindo, passando a ter mais liberdade na vida dela, no dia a dia”, explicou o médico Márcio Ney.
A aposentada não vê a hora de ir para casa cuidar dos netos e,no coração dela, sobra o sentimento de gratidão. “Quero aproveitar meus netos que chegaram agora; passear, voltar a fazer as atividades de casa”, comentou.
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