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terça-feira, 5 de março de 2013
Um Simples Gesto de Bondade
Todos nós sonhamos com uma vida melhor em uma sociedade melhor. No entanto, é difícil passar um dia inteiro sem que fiquemos desiludidos, desapontados ou esgotados por pessoas maldosas e egoístas que nos rodeiam. Há muitas pessoas que parecem interessadas apenas em vantagens pessoais. Tornaram-se rudes, arrogantes, críticas e insensíveis. Suas atitudes não apenas nos deixam mal, mas também nos dão a sensação de que não há nada a fazer para mudar isso, de que somente as pessoas que detêm o poder são capazes de mudar alguma coisa.
Mas se aceitarmos a missão de nos tornarmos os seres iluminados de nosso planeta, podemos começar a mudar o mundo. Na prática, creio que as mudanças vão acontecer devagar, à medida que começarmos a praticar atos de bondade todos os dias, fazendo pequenas coisas para tornar os outros mais felizes. Talvez a resposta esteja nos serviços voluntários de atendimento aos menos afortunados. Ou talvez seja algo tão simples como ser gentil com alguém, fazer um gesto de bondade sem pedir nem esperar nada em troca.
Durante anos, Oprah Winfrey, atriz e apresentadora de televisão norte-americana, vem defendendo esses atos simples e diários de bondade. Não precisa ser nada caro nem complicado. Pode ser apenas um sorriso simpático, um cumprimento espontâneo, um pequeno auxílio. Ou talvez uma palavra amável, um gesto carinhoso, uma atitude gentil, uma alegria compartilhada, uma mão amiga. Aos pouquinhos, passo a passo, uma grande transformação em nossa sociedade pode começar. As pessoas sentirão um novo alento com a gentileza das outras. Atitudes agressivas e defensivas vão começar a se dissipar no calor da bondade.
Pessoas que não se conhecem devem se aproximar com essas atitudes benevolentes. A bondade e o carinho não podem ser reservados somente para a família e os amigos, caso contrário a sociedade jamais irá mudar. Precisamos estender esses gestos a todos os outros, e não apenas àqueles que são como nós.
Se conseguirmos que cada pessoa faça pelo menos alguns atos de bondade todo dia, poderemos mudar o mundo. Seria, no mínimo, um bom começo.
Os nossos dias seriam mais doces, mais estimulantes, nos trariam mais esperança para o futuro. Esse modelo de comportamento gentil e bondoso para com os outros seres humanos deveria ser o principal produto de exportação de cada país, em vez de práticas de negócios baseadas na ambição, tendo apenas o dinheiro como objetivo final, e uma competição cruel, implacável, como principal meio para atingir esse fim.
Deveríamos também servir de exemplo para nossas crianças. Elas aprenderiam o poder e a importância da bondade. Aprenderiam que não importa o número de pessoas atingidas por seus gestos simples de bondade. Os gestos, em si, são o que mais importa.
Desde o início dos tempos, os verdadeiros mestres da humanidade nos falam de amor e compaixão em nossos relacionamentos e nossas comunidades. Eles não perderam tempo nos ensinando a acumular riquezas excessivas à custa dos outros. Não nos ensinaram a ser impiedosos, egoístas, rudes ou arrogantes.
Um mestre, professor ou guru verdadeiro irá apontar o caminho, mostrando o que contribui ou não para a nossa evolução espiritual e o que pode ser um empecilho ou obstáculo.
Nossa missão é praticar seus ensinamentos em nossa vida diária. Devemos ser carinhosos, praticar a bondade e os atos de amor.
Não existe um prazo para mudar o mundo. A única coisa realmente importante é começar. Se for verdade que uma longa jornada começa com um simples passo, então o primeiro passo é abandonar o medo e o isolamento e começar a praticar atos de bondade, aleatórios ou planejados, grandes ou pequenos, e fazer isso todo dia. Se a maioria de nós começar a agir assim, não vamos mais precisar de gurus, pois já estaremos fazendo o que eles teriam a nos ensinar
Mudar o estado atual do mundo - de violência, competição e ódio - não vai acontecer por meio dos esforços de uns poucos indivíduos iluminados, mesmo que eles fossem poderosos líderes mundiais. Em vez disso, são as atitudes diárias de bondade e compaixão, compartilhadas entre duas pessoas ou pequenos grupos, que podem fazer do mundo um lugar mais amistoso.
Nós devemos entender que somos todos iguais, da mesma espécie, todos lutando por um pouco de paz, felicidade e segurança em nossa vida diária. Não podemos continuar lutando e matando uns aos outros.
Fonte:http://www.esextante.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=320&sid=5
CERCO CORPORATIVO CONTRA O PRESIDENTE DO STF
Sob o título “Barbosa enfrenta cerco corporativista dos juízes”, reportagem de Juliano Basile no “Valor Econômico” desta terça-feira (5/3) revela que “a agenda do presidente do STF, que desagrada as entidades”, está por trás das queixas na nota pública das associações de magistrados (AMB, Ajufe e Anamatra), criticando afirmações da entrevista do ministro Joaquim Barbosa a jornalistas estrangeiros.
“De maneira geral, as associações de juízes reclamam que não estão sendo ouvidas por Barbosa antes da tomada de decisões importantes”, afirma a reportagem.
“Depois de reduzir os patrocínios privados a eventos de juízes em até 30% dos custos totais, Barbosa quer reduzir as férias de 60 dias da magistratura. Na pauta de hoje do CNJ há outro tema polêmico: a contratação de procuradores da Fazenda para auxiliar os gabinetes dos juízes em processos tributários”.
Ainda segundo o jornal, esse tema deve ser regulamentado, numa decisão que pode indicar que o juiz que tem representantes da Fazenda em seu gabinete estaria cometendo uma infração disciplinar.
O presidente do STF e do CNJ também pretende entregar ao Congresso um novo projeto para o Estatuto da Magistratura e aqui o problema, segundo as entidades, é que elas não foram convocadas para discutir as novas regras que vão valer para toda a categoria dos juízes. Na sexta-feira, Barbosa criou uma comissão interna no STF com a missão de estudar um novo estatuto.
O ponto central do movimento que o jornal chama de “cerco corporativista” aparentemente é a resistência das entidades da magistratura ao Conselho Nacional de Justiça. A insatisfação –que não é um fato novo– é reafirmada em um dos itens da nota pública divulgada no último sábado:
“A independência funcional da magistratura é corolário do Estado Democrático de Direito, cabendo aos juízes, por imperativo constitucional, motivar suas decisões de acordo com a convicção livremente formada a partir das provas regularmente produzidas. Por isso, não cabe a nenhum órgão administrativo, muito menos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a função de tutelar ou corrigir o pensamento e a convicção dos magistrados brasileiros”.
A Assessoria da Presidência do STF informou ao jornal que Barbosa não pretende responder à nota em que as entidades acusaram-no de isolamento.
Fonte: http://mazelasdojudiciario.blogspot.com.br/2013/03/cerco-corporativo-contra-o-presidente.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+MazelasDoJudiciario+%28%3Cb%3EMAZELAS+DO+JUDICIARIO%3C/b%3E%29
segunda-feira, 4 de março de 2013
Os animais com raciocínio , somos nós? /Animais extintos – Parte 2: Uma reflexão sobre o que perdemos
Nós estamos no meio da sexta grande
extinção. Com o crescimento descontrolado da raça humana, outras
espécies estão desaparecendo. Esta é a segunda parte de uma pequena amostra do que perdemos desde a recente criação da fotografia.
Tigre de Bali
Esta foto, tirada em 1913, não está muito nítida. Ainda assim, documenta a existência de uma das três subespécies de tigre da Indonésia, a menor que já existiu desse animal: o tigre-de-bali. O último tigre-de-bali foi morto oficialmente em setembro de 1937, ainda que haja suspeitas de que alguns animais tenham vivido até 1940 ou 1950. A destruição do habitat e os caçadores (em sua maioria, europeus) levaram a espécia à extinção. Os tigres-de-bali tinham pelagem mais curta e mais escura que o restante dos tigres e tamanho similar ao dos leopardos e ao das onças-pardas.
Tigre do Cáspio
No extremo oposto da escala do tigre-de-bali está o tigre-do-cáspio, um dos maiores felinos que já existiu (apesar de ainda ser menor que o tigre-siberiano). Vivia próximo ao Mar Negro e ao Mar Cáspio, na região atualmente conhecida como Irã do Norte, no Afeganistão, na ex-República Soviética da Ásia Central e no oeste da China. O tigre-do-cáspio foi caçado sistematicamente até sua extinção. A espécie foi extinta do Iraque em 1887 e os últimos registros comprovados datam da década de 1970, nas fronteiras do Turcomenistão, Uzbequistão e Afeganistão, ainda que haja registros não confirmados de sua existência até o início da década de 1990.
Rinoceronte negro ocidental
A caça ilegal dos rinocerontes tem sido bem documentada aqui no TreeHugger e o rinoceronte negro ocidental é um exemplo gráfico dessa situação. A espécie, antes abundante na África central, foi declarada extinta em 2011. Apesar de os esforços para a preservação iniciados na década de 1930 terem contribuído para a recuperação da espécie, na década de 1980 a proteção diminuiu e a caça voltou a tomar força. No início do século XXI restavam apenas dez indivíduos. No ano de 2006, todos foram mortos.
Sapo-dourado
Em muitos aspectos, o sapo-dourado tornou-se uma espécie icônica no que se refere à extinção. Reconhecido pela ciência no ano de 1966, o animal se proliferou em uma área de 80 quilômetros quadrados em Monteverde, na Costa Rica, mas não é visto desde 15 de maio de 1989. O motivo do desaparecimento desse animal de cinco centímetros de comprimento não é conhecido, mas a destruição do habitat e fungos quitrídios são os possíveis culpados. Estima-se que as mudanças climáticas regionais provocadas pela corrente El Niño tenham papel importante na extinção dos últimos sapos-dourados.
Tartaruga-das-galápagos-de-pinta
A targatura-das-galápagos-de-pinta, uma subespécie das tartarugas-de-galápagos foi um dos últimos animais gigantes declarado extinto. O último indivíduo da espécie, um macho de mais de 100 anos apelidado de “George, o Solitário” (na foto acima) morreu em 24 de junho de 2012 com um problema cardíaco. Supunha-se que esse animal havia sido extinto em meados do século XX, pois grande parte da população havia sido morta no fim do século XIX. Mas George foi descoberto em 1971. Além de caçadores, a introdução de espécies não-autóctonas, como as cabras, contribuíram para a destruição do habitat e a extinção dessas tartarugas.
Tigre de Bali
Esta foto, tirada em 1913, não está muito nítida. Ainda assim, documenta a existência de uma das três subespécies de tigre da Indonésia, a menor que já existiu desse animal: o tigre-de-bali. O último tigre-de-bali foi morto oficialmente em setembro de 1937, ainda que haja suspeitas de que alguns animais tenham vivido até 1940 ou 1950. A destruição do habitat e os caçadores (em sua maioria, europeus) levaram a espécia à extinção. Os tigres-de-bali tinham pelagem mais curta e mais escura que o restante dos tigres e tamanho similar ao dos leopardos e ao das onças-pardas.
Tigre do Cáspio
No extremo oposto da escala do tigre-de-bali está o tigre-do-cáspio, um dos maiores felinos que já existiu (apesar de ainda ser menor que o tigre-siberiano). Vivia próximo ao Mar Negro e ao Mar Cáspio, na região atualmente conhecida como Irã do Norte, no Afeganistão, na ex-República Soviética da Ásia Central e no oeste da China. O tigre-do-cáspio foi caçado sistematicamente até sua extinção. A espécie foi extinta do Iraque em 1887 e os últimos registros comprovados datam da década de 1970, nas fronteiras do Turcomenistão, Uzbequistão e Afeganistão, ainda que haja registros não confirmados de sua existência até o início da década de 1990.
Rinoceronte negro ocidental
A caça ilegal dos rinocerontes tem sido bem documentada aqui no TreeHugger e o rinoceronte negro ocidental é um exemplo gráfico dessa situação. A espécie, antes abundante na África central, foi declarada extinta em 2011. Apesar de os esforços para a preservação iniciados na década de 1930 terem contribuído para a recuperação da espécie, na década de 1980 a proteção diminuiu e a caça voltou a tomar força. No início do século XXI restavam apenas dez indivíduos. No ano de 2006, todos foram mortos.
Sapo-dourado
Em muitos aspectos, o sapo-dourado tornou-se uma espécie icônica no que se refere à extinção. Reconhecido pela ciência no ano de 1966, o animal se proliferou em uma área de 80 quilômetros quadrados em Monteverde, na Costa Rica, mas não é visto desde 15 de maio de 1989. O motivo do desaparecimento desse animal de cinco centímetros de comprimento não é conhecido, mas a destruição do habitat e fungos quitrídios são os possíveis culpados. Estima-se que as mudanças climáticas regionais provocadas pela corrente El Niño tenham papel importante na extinção dos últimos sapos-dourados.
Tartaruga-das-galápagos-de-pinta
A targatura-das-galápagos-de-pinta, uma subespécie das tartarugas-de-galápagos foi um dos últimos animais gigantes declarado extinto. O último indivíduo da espécie, um macho de mais de 100 anos apelidado de “George, o Solitário” (na foto acima) morreu em 24 de junho de 2012 com um problema cardíaco. Supunha-se que esse animal havia sido extinto em meados do século XX, pois grande parte da população havia sido morta no fim do século XIX. Mas George foi descoberto em 1971. Além de caçadores, a introdução de espécies não-autóctonas, como as cabras, contribuíram para a destruição do habitat e a extinção dessas tartarugas.
Animais extintos – Parte 1: Uma reflexão sobre o que perdemos
A 3ª Grande Extinção matou os dinossauros e modificou uma era – Foto: ThinkStock
Por Mat McDermott.
Nós estamos no meio da sexta grande extinção. Com o crescimento descontrolado da raça humana, outras espécies estão desaparecendo. Esta é uma pequena amostra do que perdemos desde a recente criação da fotografia.
Tillacino – Foto: Desconhecido, 1933
Tilacino
O tilacino foi o maior marsupial carnívoro da era moderna (tinha cerca de 60 centímetros de altura e 1,80 metros de comprimento com a cauda), viveu na zona continental da Austrália e da Nova Guiné, mas desapareceu na época da colonização europeia devido à ação do homem. Na Tasmânia, no entanto, viveu mais tempo (dali vêm seus nomes mais comuns, tigre-da-tasmânia e lobo-da-tasmânia). O último indivíduo selvagem da espécie for morto em 1930 e o último a viver em cativeiro (o da fotografia acima) morreu em 1936.
Na década de 1960, acreditava-se na existência de populações pequenas de tilacinos. Por isso, o animal só foi realmente declarado instinto em 1980.
Quagga – Foto: Desconhecido, 1870
Quagga
Só há uma fotografia de um quagga, a da fêmea acima, tirada no zoológico de Londres. Na natureza, o quagga, uma subespécie de zebra da planície, vivia em grandes grupos na África do Sul. No entanto, a caça predatória para consumo de carne e couro acabou com toda a população. O último quagga selvagem foi morto na década de 1870, e o último quagga de cativeiro morreu em agosto de 1883. É interessante destacar que o quagga foi o primeiro animal extinto a ter seu DNA examinado. Antes desses estudos, acreditava-se que a espécie era totalmente diferente da zebra.
Tarpan – Foto: Scherer
Tarpan
O tarpan, ou “cavalo selvagem da eurásia”, viveu na natureza até algum momento entre 1875 e 1890 e o último indivíduo selvagem morreu enquanto tentava fugir de caçadores. O último animal em cativeiro morreu em 1918. Os tarpans mediam pouco menos de um metro e meio de altura e tinham pelagem grossa e acinzentada, com patas mais escuras e listras na área dorsal. Há dúvidas de que o animal desta foto seja realmente um tarpan. Se for, é possível que esta seja o único registro de um tarpan vivo.
Tartaruga-gigante-das-seychelles – Foto: Desconhecido, 1905
Tartaruga-gigante-das-seychelles
Não se sabe ao certo se as tartarugas-gigantes-das-seychelles estão totalmente extintas. No século XIX, a espécie, muito parecida com as de outras ilhas do Oceano Índico, foi caçada até entrar em extinção. Antes de serem extintas da natureza, o que ocorreu por volta de 1840, as tartarugas viviam em locais próximos a pântanos e rios e se alimentava da vegetação. As dúvidas a respeito de sua extinção devem-se ao fato de existir, na ilha de La Digue, um cativeiro com cerca de doze tartarugas gigantes (que poderiam ser tartarugas-gigantes-das-seychelles). Há ainda outra tartaruga de cerca de 180 anos que vive em Santa Elena (ilha do Atlântico) e que poderia pertencer à espécie.
Leão da Barbária – Foto: Sir Alfred Edward Pease, 1893
Leão-da-barbária
Anteriormente presente do Marrocos ao Egito, o leão-da-barbária (também conhecido como leão-do-atlas) foi uma subespécie maior e mais pesada de leão. Devido à escassez de alimento em seu habitat, o leão-da-barbária não vivia em manadas, como os outros. O último indivíduo selvagem foi morto nas montanhas Atlas, no Marrocos, em 1922. No entanto, especula-se que alguns leões que vivem em cativeiro possam ser descendentes do leão-da-barbária. Nota histórica: os leões usados nos combates com gladiadores, na época dos romanos, provavelmente eram, em sua maioria, leões-da-barbária. Esta foto de 1893 foi tirada na Algéria.
Fonte:http://animalplanet.discoverybrasil.uol.com.br/uma-reflexao-sobre-o-que-perdemos-10-animais-extintos-parte-2/
Maioria dos mamíferos não escapará da mudança climática
10% dos mamíferos não se adaptam com as mudanças – Foto: ThinkStock
Com a intensificação das alterações climáticas ao longo do próximo século, a população de cerca de 90% das espécies de mamíferos encolherá – em grande parte por não conseguir migrar para regiões onde o clima é mais ameno, afirma um novo estudo.
Segundo os pesquisadores, em todo o hemisfério ocidental, quase 10% dos mamíferos não conseguem se deslocar com a rapidez exigida pelas mudanças climáticas. Em algumas áreas, como a Amazônia, esse número pode chegar a 40%.
Enquanto alguns animais não terão problemas e até sobreviverão melhor, outros enfrentarão perdas de habitat desastrosas. Os mais ameaçados são os primatas, que devem perder 75% de seu território devido aos rigores do clima e à incapacidade de migrar para locais habitáveis.
“Talvez estejamos subestimando a vulnerabilidade de algumas espécies à mudança climática”, afirmou Carrie Schloss, ecologista da Universidade de Washington.
“Há diversas projeções sobre os possíveis territórios que as espécies ocuparão, baseadas nos locais em que o clima será mais adequado. No entanto, a maioria não sabe dizer se as espécies conseguirão chegar até lá quando isso acontecer”.
Para realizar previsões mais exatas sobre a sobrevivência futura dos mamíferos nas próximas décadas, Schloss e seus colegas recolheram informações sobre 493 espécies de mamíferos cujos territórios futuros foram estimados até o ano 2100. Em seguida, os pesquisadores usaram ligações conhecidas entre o tamanho de um animal e o que ele come para calcular a distância que uma dada espécie conseguiria se deslocar entre uma geração e outra.
Estudos anteriores demonstraram que a mudança climática expandirá os habitats em que algumas espécies conseguirão sobreviver. Mas quando a equipe de Schloss levou em consideração a capacidade de os animais chegarem a esses locais, descobriram que as áreas seriam reduzidas em 60% dos casos, e alguns delas encolheriam em média 40%.
Os animais de regiões tropicais enfrentam os maiores riscos, provavelmente por sua alta sensibilidade a alterações mínimas no clima, relataram os pequisadores na última edição da publicação Proceedings of the National Academy of Sciences.
Em grande parte das regiões úmidas subtropicais do hemisfério ocidental, por exemplo, quase 15% dos mamíferos devem ficar para trás com a mudança climática, um número que salta para 40% em algumas regiões da Amazônia. Nesses lugares, as espécies que só podem migrar um quilômetro por ano teriam que se deslocar oito vezes mais rápido para acompanhar o ritmo das mudanças climáticas em seus habitats originais.
Outras áreas vulneráveis a este processo são a Península do Yucatan, os Montes Apalaches e o sudeste dos Estados Unidos. Os primatas são particularmente ameaçados, assim como as toupeiras e os musaranhos.
Já os animais capazes de fazer frente à mudança climática incluem carnívoros, tatus, preguiças, coiotes e alces, já que muitos deles conseguem se deslocar o suficiente para sobreviver em novos habitats.
O novo estudo deve ajudar os pequisadores a concentrar esforços na criação de corredores para animais obrigados a migrar devido à mudança climática, afirma David Ackerly, ecologista da Universidade da Califórnia, Berkeley.
“Infelizmente, a análise dos impactos climáticos não traz boas notícias”, constata. “Uma mudança rápida será devastadora. Devemos nos perguntar onde os impactos serão piores e o que podemos fazer para aliviá-los”.
Fonte:http://animalplanet.discoverybrasil.uol.com.br/mamiferos-nao-escaparao-a-mudancas-climaticas/
domingo, 3 de março de 2013
Isaac Newton : Fé e Física
O homem que descobriu a gravidade e as leis do movimento, criou a ótica e reinventou a matemática também legou à humanidade receitas para transformar metais em ouro, remédios feitos com centopéias e uma lista de pecados que costumava anotar em seus cadernos. Passou a vida estudando a Bíblia para prever quando Jesus voltaria à Terra.
Contraditório? Não para a época. Quando Isaac Newton nasceu, na Inglaterra de 1642, matemática, religião, ciência e magia se confundiam. Astronomia e astrologia eram a mesma coisa. Alquimia e química também. “O século 17 foi uma transição entre a Idade Média e o Iluminismo”, afirma o físico Eduardo de Campos Valadares, professor da UFMG e autor do livro Newton - A Órbita da Terra em um Copo d·Água. “Os homens que criaram o nosso jeito de pensar viveram com idéias medievais, barrocas, e tementes a Deus.”
No caso de Newton, o misticismo e a religião não só conviveram com a ciência como a fortaleceram. “Seu mergulho profundo nas experiências alquímicas e nas raízes da teologia pode ter influenciado seus pensamentos a respeito de uma visão mais ampla do Universo”, afirma Michael White, autor da biografia Isaac Newton – O Último Feiticeiro.
Até o século 20, Newton era conhecido como um cara racional. Após sua morte, escritores trataram de ressaltar seus feitos e sua obra-prima, o Philosophiae Na-turalis Principia Mathematica (“Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”). Nesse livro, ele mostrou, matematicamente, que um corpo parado ou em movimento tende a ficar assim se não houver outra força na jogada. Com a Lei da Gravitação Universal, Newton provou que todos os corpos do Universo, seja a Lua ou uma maçã, obedecem à mesma força de atração. Mas o outro lado de Newton passou batido. Só veio à tona em 1936, com o economista John Maynard Keynes, o criador da Teoria do Estado de Bem-Estar Social. Depois de ter acesso a documentos e anotações do físico, Keynes deu uma palestra mostrando-o como um místico e fanático. “Newton não foi o primeiro da Idade da Razão. Foi o último dos mágicos”, disse Keynes.
Newton morreu afirmando que o movimento e as órbitas dos planetas eram definidos por Deus, assim como a composição da matéria. “Se os homens, animais etc. tivessem sido criados por ajuntamentos fortuitos de átomos, haveria neles muitas partes inúteis, aqui uma protuberância de carne, ali um membro a mais. Alguns animais poderiam ter um olho só, outros, mais dois”, escreveu.
Científico e religioso, ele fez da matemática um modo de estudar a Bíblia. Fazia cálculos imensos para confirmar as histórias bíblicas mais inverossímeis. Um exemplo é a criação do mundo em 7 dias. Newton acreditava na criação por Deus e, para resolver o problema de um tempo tão curto, observou que a Bíblia não afirma quantas horas durava um dia no momento da Criação. Como ainda não existia Terra nem movimento de rotação, um dia poderia ser quanto Deus decidisse. Para fazer previsões sobre o futuro do mundo, Newton não se baseou nos dias contados pela Bíblia. Ele tomou como base o gafanhoto, uma das pragas de Deus no Antigo Testamento, que vive em média 5 meses. A partir desse número, ele cravou que os judeus voltariam a Jerusalém em 1899, e em 1948 ocorreria a segunda vinda de Cristo à Terra. Depois, se passariam 1000 anos de paz.
Previsões eram importantes porque a vida, na época, não era nada fácil. Nos anos 1600, 90% da população inglesa vivia no que se chama hoje de pobreza absoluta. Em 1665, 100 mil ingleses morreram de peste negra. Em 1666, “ano da Besta”, a peste continuou e, para piorar, um incêndio queimou 13 mil casas e 87 igrejas de Londres. Procissões anunciando o fim do mundo eram comuns nas estradas da Inglaterra.
No best seller O Código Da Vinci, Newton aparece como um dos membros do Priorado de Sião, a organização secreta que protegeria dos católicos o segredo de Maria Madalena como mulher e sucessora de Jesus. Nada se sabe sobre o priorado ou a crença de Newton em Maria Madalena, mas o resto de suas idéias passa perto do livro de Dan Brown. Puritano radical, Newton seguia o arianismo, doutrina que considerava Jesus Cristo um intermediário entre Deus e os homens. Essa visão é contrária à da Igreja Católica, que tem como símbolo máximo de Deus a Santíssima Trindade (“Pai, Filho e Espírito Santo”).
A Igreja Católica era tudo o que Newton mais odiava. Chamava-a de Anticristo – ou de a “meretriz da Babilônia” – e acreditava que todas as mentiras do mundo tinham começado no Concílio de Nicéia, em 325. O concílio estabeleceu toda a simbologia cristã que se usa até hoje. Ali foi decidida a força da Santíssima Trindade e a ambivalência entre Jesus e Deus. Newton achava que isso era fruto da corrupção dos políticos romanos, preocupados em conquistar mais fiéis.
Para o biógrafo White, a fascinação de Newton por uma figura bíblica, o rei Salomão, influenciou na criação da gravitação universal. Salomão teve seu templo construído por volta de 1000 a.C., em Jerusalém. Seguindo o Livro de Ezequiel, Newton imaginou o templo com um fogo central, onde aconteciam sacrifícios, e os discípulos de Jesus colocados em círculo ao redor. “É visível o paralelo entre o sistema solar e o templo: os planetas correspondem aos discípulos, e o fogo do templo é o modelo do Sol”, afirma White.
Metal em ouro
Newton foi uma criança solitária. Aos 3 anos, a mãe o deixou com parentes e foi se casar com um coroa rico. O filho passou a infância lendo livros de teologia, que discutiam detalhes complicados da Bíblia. Aos 13, leu Os Mistérios da Natureza e da Arte, de John Dare, livro que copiou quase inteiro e usou como fonte de inspiração. O maior passatempo era brincar no laboratório de um boticário que o hospedou por um tempo. Foi ali que ele teve o primeiro contato com a química. Passava os sábados sozinho no fundo da botica, inventando remédios e anotando doenças – montou um caderno com 200 delas. Na escola, era relaxado e autodidata. Só começou a estudar matemática aos 19 anos, quando entrou no Trinity Colegge, em Cambridge. Depois das aulas, anotava os pecados que havia cometido: “desejar a morte ou esperar que ela ocorra a alguém” ou “roubar cerejas”.
Quando adulto, Newton virou um chato. Passava a maior parte dos seus dias sozinho com suas pesquisas. Como aluno e depois professor em Cambridge, tinha poucas conversas. Se ofendia facilmente, era vingativo e preferia não publicar seus trabalhos. Quando publicava algum, escrevia somente em latim e proibia que os textos fossem traduzidos para o inglês. Não queria que qualquer alfabetizado tivesse acesso a suas obras e pudesse criticá-lo. Newton nem mesmo tinha alunos. “Tão poucos iam ouvi-lo, menos ainda o entendiam, que com freqüência ele, por falta de ouvintes, lia para as paredes”, escreveu em diário seu assistente na universidade.
Newton gostava de trabalhar sozinho porque tinha medo que descobrissem sua arte secreta: a alquimia. No século 17, os experimentos alquímicos atingiram o auge. Por toda a Europa, vendedores de manuscritos ilegais distribuíam teorias sobre a pedra filosofal e guias para obter o elixir da longa vida. Newton era fascinado por esses objetivos e pela idéia de conseguir achar uma explicação única para todos os fenômenos da natureza. “Ele encarava o aprendizado como uma forma de obsessão, uma busca a serviço de Deus”, afirma James Gleick, autor de Isaac Newton. “Os alquimistas trabalhavam como uma sociedade secreta, com medo da perseguição da Igreja”, diz Valadares. Eles usavam pseudônimos e se comunicavam por códigos. O criador da gravitação universal se chamava Jeová Sanctus Unus, um anagrama de Isaacus Neuutonus, seu nome em latim.
Em 1970, uma análise química mostrou uma concentração enorme de chumbo e mercúrio nos cabelos de Newton. Era o que se esperava. Por quase 30 anos, entre 1666 e 1696, época em que produziu a maioria de sua obra científica, Newton gastou muito mais tempo tentando criar o mercúrio filosofal que estudando as leis do Universo. Passava noites em claro cercado de fornalhas, misturando metais em um cadinho. Anotava metodicamente verbetes e experiências. Em 1670, os rascunhos viraram o livro A Chave, formado por receitas e verbetes alquímicos. Também fazia experimentos esquisitos, como ficar olhando para o Sol o máximo que conseguisse só para ver o que aconteceria e enfiar furadores nos olhos para tentar descobrir o que havia atrás.
Esse alquimista começou a aparecer na cena acadêmica da Inglaterra com a criação de um telescópio de reflexão, em 1669. Tratava-se de um modelo pequeno, quase do tamanho de uma luneta, capaz de mostrar Júpiter e suas luas. O aparelho virou febre nas reuniões da Royal Society, o clubinho de cientistas da época, e foi apresentado ao rei Carlos 20. Depois, Newton cedeu à insistência de um amigo e decidiu encaminhar à sociedade um texto sobre a Teoria das Cores. Com o artigo, o mundo ficou sabendo que a cor branca era a soma de todas as outras – e o prisma era capaz de separá-las. O pessoal da sociedade ficou impressionado, e Newton, aos 29 anos, acabou virando membro da Royal Society, do qual seria presidente.
Ele queria provas
Apesar do reconhecimento, Newton seguiu isolado em Cambridge fazendo experiências místicas. Mas passou a ter contato com os filósofos naturais por cartas ou por meio da correspondência oficial da Royal Society. Esse periódico era um protótipo das revistas científicas de hoje, incluindo de pesquisas óticas a relatos sobre hermafroditas, unicórnios e lobisomens.
O contato com os cientistas trouxe dor de cabeça. Newton passou a travar polêmicas brabas com quem discordava de suas idéias. O primeiro inimigo foi Robert Hooke. Apesar do sucesso de ter descoberto a célula, Hooke era um picareta do século 17: anotava em um diário detalhes de noites com várias mulheres, afirmava ter inventado 30 formas de voar (mas não divulgava, para que ninguém as copiasse) e adorava colocar Newton em contradição. Mas a pendenga mais longa Newton travou com o matemático alemão Leibniz, disputando o mérito pela invenção do cálculo, método que permite calcular áreas, volumes e a taxa de mudança em qualquer ponto da função, hoje fundamental para descobrir desde a posição de uma nave espacial até ganhos de uma aplicação financeira. A polêmica sobre quem criou o cálculo permanece.
Mas a amizade e as brigas com os colegas ajudaram Newton a criar suas maiores teorias. Em 1684, ele recebeu a visita de Edmund Halley, um astrônomo curioso a respeito de suas idéias sobre as forças entre o Sol e os planetas. Quatro anos antes, um cometa havia passado duas vezes pelo céu da Europa, fazendo a astronomia entrar na moda. Na época, a idéia da gravitação universal era comentada, mas ninguém conseguia prová-la. Halley fez o professor de Cambridge tentar. Na mesma época, Newton passou a trocar cartas enfurecidas com Hooke sobre o que aconteceria com um objeto solto no alto da Terra. Hooke mostrou várias vezes à Royal Society que Newton havia feito previsões erradas sobre a trajetória do objeto. Isso irritou o alquimista.
Meses depois, impulsionado pelo objetivo de se vingar de Hooke, Newton chegou à Lei da Gravitação Universal. “A correção de Hooke fez com que eu descobrisse o teorema”, confessou anos depois. Com o apoio de Halley, que acabou virando nome do cometa, Newton publicou os Principia em 1687. A gravitação universal foi descrita na última parte do livro. Segundo essa lei, a força entre os planetas depende da massa dos astros e é inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separam do Sol. E isso vale para todas as coisas. “Essa teoria faria Newton mostrar que as forças que regem o Universo podem ser demonstradas em menor escala aqui na Terra”, diz Valadares. As 3 primeiras partes dos Principia tratam da inércia do movimento dos corpos. Esses princípios fundaram a dinâmica, ciência que usamos hoje em dia até para calcular se dá tempo de atravessar a rua. Idéias assim, na verdade, já tinham sido pensadas por outros filósofos naturais da época. A diferença é que Newton conseguiu prová-las com base em dados reais das órbitas dos planetas e cometas.
O que havia de revolucionário em Newton não era tanto o que ele pensava, mas como pensava. “A ciência do século 17 não é de resultados palpáveis”, afirma o físico Eduardo Valadares. “O que Newton fez foi estruturar uma maneira diferente de ver o mundo.” No século 17, teses não provadas eram tidas como certas – como a idéia de que o Universo era composto de um éter gosmento que envolvia os planetas – e ninguém achava que fosse necessária alguma comprovação. Newton, diferente da maioria dos colegas, não se dava por satisfeito com uma boa idéia. Foi ele quem fez da ciência um sistema de lançar hipóteses que precisam ser verificadas na prática e matematicamente. É assim, usando o método newtoniano, que nós pesquisamos e pensamos hoje. Não à toa, Newton teve como um dos seus melhores amigos o filósofo John Locke, pai do empirismo, segundo o qual a base do conhecimento não era a imaginação, mas a experiência.
Depois de ter publicado os Principia, Newton foi consagrado e virou figura chique da Inglaterra. Apesar de pouca gente entender o que ele dizia (mais ou menos como as idéias de Einstein), ficou rico e famoso. Foi convidado a participar do Parlamento britânico, tornou-se diretor da Casa da Moeda e presidente da Royal Society. Depois da virada para o século 18, suas idéias começaram a ser usadas na construção das máquinas que iniciariam a Revolução Industrial e no método racionalista do Iluminismo. Nos últimos anos de vida, passou a dedicar mais tempo ao estudo da Bíblia. Suas contas sobre as previsões do Apocalipse viraram uma obra póstuma, Observações sobre as Profecias de Daniel. Foi nela que ele cravou o ano de 1948 como data da segunda aparição de Cristo. Em 1727, enquanto os criadores das máquinas a vapor nasciam na Inglaterra, Newton morreu tentando descobrir a data que Deus tinha marcado para o Juízo Final.
A maçã e a gravidade
A história de que Newton descobriu a gravidade quando uma maçã caiu na sua cabeça é antiga. Um dos primeiros a contá-la foi o filósofo Voltaire, que escreveu sobre Newton e o tornou famoso entre os franceses. Voltaire afirmou ter ouvido a história de uma sobrinha do físico. Já o biógrafo William Stukeley disse ter ouvido do próprio. Segundo eles, o fato teria ocorrido em 1665, quando Newton estava na casa da mãe se protegendo da peste das cidades. À noite, no jardim, uma maçã teria caído não em sua cabeça, mas entre ele e a Lua. Ao ver a cena, Newton teria se questionado se a força que puxava a maçã para baixo era a mesma que fazia a Lua girar em torno da Terra. Verdade ou não, o fato é que o físico ainda demoraria duas décadas para fazer essa descoberta.
Gay?
Não há registros de que Newton teve relações com mulheres. Se algum dia se apaixonou, foi por um homem: Nicolas Fatio de Duillier, um jovem matemático suíço. Cartas entre os dois intrigam os historiadores. Têm vários códigos e palavras cortadas. Os dois provavelmente trocavam dados sobre alquimia, daí a razão da escrita misteriosa. Mas pouca gente sabe a razão para o tom melodramático das cartas. “Pretendo ir a Londres na próxima semana e ficaria muito feliz de hospedar-me junto a ti”, disse Newton na primeira carta. Meses depois, ao saber que Fatio estava doente, escreveu: “Recebi tua carta e o quanto fui afetado não posso exprimir”. Newton viajou várias vezes para Londres só para encontrar Fatio. A amizade durou 4 anos, até o jovem ir embora para sempre da Inglaterra.
Fonte:http://super.abril.com.br/ciencia/isaac-newton-fe-fisica-446508.shtml
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Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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