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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Adoção: Pai e mãe, dois pais ou duas mães?


Adoção: Pai e mãe, dois pais ou duas mães?

Isso não afeta em nada o desenvolvimento das crianças



 Shutterstock
Para as crianças adotadas isso é o de menos. Um estudo norte-americano acompanhou 106 crianças adotadas em idade pré-escolar e comprovou que todas mostraram um desenvolvimento cognitivo adequado, não importando se os pais eram heterossexuais, gays ou lésbicas. Ou seja, o que importa mesmo é a disponibilidade para receber as crianças, a troca afetiva e a garantia de que elas terão suas necessidades básicas garantidas, como educação, alimentação e higiene. É mais um bom argumento e incentivo para os casais homossexuais que desejam adotar.

Fonte: Mariana Chalfon, psicóloga, de São Paulo

Aumenta o número de adoções tardias no Brasil



Cerca de mil crianças foram adotadas nos últimos 3 anos e cresceu a procura por crianças com mais de 2 anos





Quem pensa em adoção logo imagina levar um bebê bem pequeno para casa. Mas para muitas famílias a realidade é bem diferente. Uma pesquisa feita pela psicóloga Lídia Weber mostrou que o número de adoções de crianças maiores de 2 anos está aumentando. Em um estudo feito no ano passado com 736 famílias por adoção, a especialista concluiu que 30% de todos os processos são de adoções tardias.

Veja também: Iguais na diferença

Há 30 anos, elas representavam apenas 8%. “Houve uma mudança clara na mentalidade dos adotantes e agora estamos seguindo o exemplo dos países desenvolvidos, em que adotar crianças maiores é mais comum”, afirma Lídia, pesquisadora do tema há 20 anos e autora de Pais e Filhos por Adoção no Brasil (Ed. Juruá).

Os números do Cadastro Nacional de Adoção – criado em 2008 para reunir os dados de interessados em adotar e crianças disponíveis – mostram que nos últimos 3 anos, cerca de 1 mil crianças foram adotadas no Brasil, mas não há dados oficiais que contabilizem a adoção tardia. Mesmo assim, o Conselho Nacional de Justiça confirma que essa procura realmente aumentou. “Hoje existem mais interessados em adoção tardia, o que é um fator muito positivo. As pessoas têm uma consciência maior de que a idade não é tão importante para o sucesso da adoção. Em muitos casos, as crianças de 6 a 8 anos aproveitam muito bem essa oportunidade, porque já compreendem melhor o rompimento dos vínculos”, afirma Nicolau Lupianhes, juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça.

Veja também: A devolução de crianças adotadas

Uma medida que vai favorecer essa situação é a Lei de Adoção Tardia, que prevê licença-maternidade de quatro meses para quem adotar crianças maiores de 1 ano e está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Por enquanto, a maioria dos interessados quer adotar crianças de 1 a 3 anos e o perfil mais procurado são meninas brancas com menos de 4 anos, não portadoras de nenhuma doença e não integrante de grupo de irmãos. É por isso que, apesar de existirem mais de 28 mil pretendentes e pouco mais de 5 mil crianças disponíveis, muitas continuam sem um lar.
Entenda o processo de adoção

Se você está pensando em adotar, existem algumas etapas a serem seguidas. Primeiro, é preciso ir até a Vara da Infância e Juventude mais próxima à sua casa e dar entrada ao procedimento de habilitação para a adoção. O interessado deve levar seus documentos pessoais, comprovante de endereço, atestado de sanidade física e mental, e então dizer o perfil da criança que deseja adotar.

Depois, ele será entrevistado por psicólogos e assistentes sociais, que vão declarar se ele está apto ou não para iniciar o processo de adoção. Também será necessário passar por um curso preparatório, cujo tempo de duração varia de acordo com cada Vara da Infância. Por fim, o pretendente entra no Cadastro Nacional de Adoção e aguarda pela criança. O tempo de espera varia muito, mas quanto menor o nível de exigência, mais rápido é o processo.

O caminho não é simples e exige dedicação e preparo. “A adoção é tão importante quanto a filiação genética, mas existem diferenças. A principal delas é a espera, que pode ser grande ou pequena, e sempre causa angústia”, diz a psicóloga Lídia Weber). Uma boa forma de diminuir a ansiedade durante esse período é fazer um diário. O registro também poderá servir de recordação e até ajudar a criança quando ela crescer e quiser saber mais sobre o seu passado. Conversar com outras pessoas que estão passando pelo mesmo e frequentar grupos de apoio à adoção também são formas de lidar com a angústia e as dúvidas que com certeza vão surgir.
Veja depoimentos de quem adotou, de quem está na fila de espera e de quem está pensando em adotar:

Valter Ricardo Afonso, 45 anos, empresário. É pai adotivo solteiro da menina S., 7 anos, e do menino K., 10.
“Aos 30 anos, não tendo constituído uma família e já com a vida profissional equacionada, eu comecei a sentir aquele vazio. Em 2006, fiz uma viagem a Portugal e conheci um primo de 15 anos que tinha uma história de vida complicada e cresceu institucionalizado. Esse contato me fez refletir sobre a paternidade. Quando voltei ao Brasil estava decidido a adotar e entrei com toda a documentação. Durante 2 ou 3 anos, a vara infantil me apresentou algumas crianças, mas nenhuma deu certo. Tentei um processo de adoção na Bahia, com uma mulher que estava grávida, mas no fundo ela queria dinheiro, então nada feito. Então eu conheci dois irmãos, que eram de um abrigo e frequentavam a aula de natação dos meus sobrinhos. Minha cunhada os conheceu e insistiu que eu fosse encontrá-los. Eu fui e acabei me apaixonando por eles. Saí de lá direto para a vara da infância, mas descobri que eles não estavam disponíveis para adoção. Foi aquele balde de água fria. Eu disse então para eles deixarem meu cadastro congelado, porque eu ia repensar isso tudo. Quase 2 anos depois, em 2010, o juiz permitiu que essas crianças fossem adotadas e a vara da infância entrou em contato para saber se eu ainda tinha interesse. E claro que eu tinha! Passei por todo o processo e começamos a aproximação no mesmo ano. K., o menino, tinha 7 anos, e S., a menina, tinha 5. No início eu imaginava adotar um bebê, mas depois pensei que seria uma responsabilidade muito grande cuidar sozinho dele. Mas o que foi decisivo para mim foi o que senti quando conheci K. e S.. Eu estava tão consciente do que queria que fui atrás. E foi a melhor coisa que eu fiz. É claro que o caminho não é fácil. Surgem questões como ‘eu não vou ter um filho parecido comigo’, angústias e dúvidas, mas tudo faz parte do processo. Algo que me ajudou muito foi frequentar um grupo de apoio à adoção, onde ouvi muitas histórias que foram trazendo elementos novos para as minhas questões e me dando a segurança necessária para efetivar a adoção. Hoje K. tem 10 anos e S. 8 e são crianças ótimas. Nós tivemos algumas crises, especialmente com o mais velho, que ficou agressivo em alguns momentos, mas eu conversei com uma psicóloga e até hoje ele faz terapia com ela. O fato de ser sozinho dificulta um pouco mais, porque é bastante coisa para fazer. Se eles ficam doentes eu tenho que largar tudo e sair correndo, mas eu me preparei para isso e já tinha uma condição profissional que me permitia flexibilidade. Hoje eu posso dizer que tenho uma família linda. Minha vida mudou totalmente, mas é exatamente o que eu queria. Me emociono com cada conquista deles, com o boletim, com os comentários positivos da professora, com as medalhas da natação. Somos uma família como qualquer outra.”

Edileusa Eugênio Barbieri, 45 anos, psicóloga. Está na fila de adoção há 2 anos com o marido.
“Faz 3 anos que eu e meu marido, Marcos, começamos o processo de adoção. Nossa história começou tarde, porque nos conhecemos e nos casamos depois dos 30. Quando pensamos em ter filhos eu já estava com 36. Fizemos várias tentativas até que, quando eu tinha 39 anos, partimos para os tratamentos de fertilização. Tentamos tudo, desde os mais simples até a fertilização in vitro, mas não conseguimos engravidar. Não foi nada fácil. Primeiro foi preciso passar por todo esse processo de aceitar que não teríamos filhos biológicos, para depois pensar em adoção. Se dependesse do meu marido, nós já estaríamos na fila há mais tempo, porque eu que tive mais dificuldade de aceitar. Era o tempo que eu precisava para amadurecer que não iria gerar o meu filho. Fui amadurecendo a ideia até aceitar que pela via natural não seria possível, mas que ainda assim nós teríamos a nossa filha, e poderíamos criá-la com muito amor acima de qualquer coisa. Na primeira vez que fizemos as entrevistas fomos reprovados. Um ano depois, tentamos mais uma vez e aí sim deu certo. Agora estamos na fila aguardando a nossa menina há 1 ano e meio. É um teste de paciência, porque a fila é grande, a espera é grande, e eu e meu marido temos um fator cronológico que me preocupa. Vamos curtir a maternidade e a paternidade com uma idade mais avançada, mas o desejo de poder fazer isso é maior do que qualquer fator numérico. O que favorece essa espera é a minha relação com o meu marido. Ele é uma pessoa muito especial e sempre me dá apoio. Quando estou triste ele me dá forças e diz que vai dar certo. Mas eu penso nisso todos os dias. Fico esperando a hora que o telefone vai tocar.”

Nany Netz, 44 anos, consultora de viagens. Está começando o processo de adoção.
“Eu sempre quis ser mãe. É uma vontade que me acompanha desde a adolescência. Mas agora estou com 44 anos e ainda não consegui engravidar. Não por problemas de saúde, mas o fato é que não encontrei um parceiro. Já cheguei a terminar um relacionamento porque a pessoa não queria ter filhos, porque eu não abro mão de querer ter a minha família. Há algum tempo penso em adotar uma criança, mas do ano passado para cá essa possibilidade se tornou mais forte para mim. A hora chegou, então estou correndo atrás do meu sonho. Já entrei em contato com o fórum para saber quais são os documentos necessários e verificar como é o processo, agora estou esperando ter uma folga no trabalho para ir até lá e preencher o formulário. O fato de eu estar mais madura e preparada ajudou bastante na minha decisão. Dúvidas eu não tenho e a vontade só cresce. Muitas pessoas querem adotar um bebê, mas eu penso em adotar uma criança mais velha, com 5 ou 6 anos. Sei que a espera para esse tipo de adoção é menor, então estou confiante de que o processo não vai demorar e logo terei meu filho ou filha.”



Fonte:http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI306859-15546,00-DIA+NACIONAL+DA+ADOCAO+AUMENTA+O+NUMERO+DE+ADOCOES+TARDIAS+NO+BRASIL.html

Pesquisador desenvolve braço artificial controlado pelo pensamento

Pacientes amputados devem começar a receber implantes no começo de 2013

mão artificial
O pesquisador Max Ortiz Catalan, que desenvolveu  a mão artificial, demonstra seu funcionamento. Os eletrodos implantados por cima de sua pele captam os sinais dos neurônios e os envia até a prótese (Oscar Mattsson/Divulgação)
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, está desenvolvendo um braço artificial que pode ser controlado pelo pensamento dos pacientes. "Nossa tecnologia vai ajudar indivíduos amputados a controlar o braço artificial de modo muito parecido ao que controlaria seu braço biológico", diz Max Ortiz Catalan, estudante de doutorado na universidade e coordenador do projeto. O pesquisador pretende implantar a tecnologia nos primeiros pacientes no começo de 2013.
Desde os anos 60, existem próteses controladas por impulsos elétricos dos músculos. No entanto, essa tecnologia ainda é muito limitada, e as próteses são difíceis de controlar. "Todos os movimentos devem ser pré-programados. É como dirigir uma Ferrari sem um volante. Por causa disso, nós estamos desenvolvendo uma nova interface com o corpo humano, usando sistemas de controle naturais e intuitivos", diz Max Ortiz Catalan.

Os pesquisadores desenvolveram uma mão robótica capaz de imitar os movimentos reais, com motores no pulso e em cada dedo, permitindo controlar cada um deles de modo independente. Para implantar o braço no corpo do paciente, será utilizada uma tecnologia conhecida como osseointegração, que liga a prótese ao osso por meio de uma superfície de titânio. Como o titânio não é rejeitado pelo corpo, a prótese fica diretamente ancorada ao esqueleto do indivíduo. A partir daí, é necessário captar e traduzir os sinais emitidos pelo cérebro do paciente.
Integrum
implante
O braço artificial será controlado pelo cérebro do paciente. Ao pensar no movimento, seus neurônios vão transmitir sinais elétricos para os eletrodos, que controlam o implante
Controlado pelo pensamento — No atual estágio da pesquisa, os cientistas obtêm os sinais elétricos emitidos pelos neurônios dos pacientes por meio de eletrodos colocados por cima de sua pele. Esses sinais são decodificados por algoritmos desenvolvidos pelos pesquisadores e controlam os movimentos da mão artificial.  "Muitos dos pacientes nos quais testamos a tecnologia são amputados há mais de dez anos e nunca mais haviam pensado em mover suas mãos. Mas nós colocamos os eletrodos em seus braços e, em poucos minutos, eles foram capazes de controlar os braços artificiais de modo que não imaginavam ser possível", diz Catalan.

Os pesquisadores dizem que, no entanto, implantar os eletrodos por cima da pele traz uma série de problemas. Os sinais captados pela tecnologia mudam conforme a pele se move, uma vez que os eletrodos mudam de posição. Além disso, o sinal elétrico também é alterado pelo suor do indivíduo. Por isso, os cientistas planejam implantar os eletrodos dentro do braço dos pacientes, diretamente nos nervos e músculos restantes. Desse modo, eles estarão mais próximos da fonte do sinal e protegidos pelo corpo, gerando sinais muito mais estáveis.

Nas próteses existentes no mercado, os amputados usam somente sinais visuais ou auditivos para controlar os braços artificias. Isso significa, por exemplo, que ele precisa olhar ou ouvir os motores da prótese para estimar a força que será aplicada para pegar um objeto e movê-lo. Os pesquisadores esperam que, com o novo método, os pacientes possam receber as respostas de seus movimentos a partir dos próprios eletrodos implantados em seu braço. Eles estimulariam os neurônios, que levariam os sinais até o cérebro do paciente, de modo muito parecido com o que acontece naturalmente.
Segundo Max Ortiz Catalan, a tecnologia deve começar a ser implantada em pacientes amputados no começo de 2013. "Ao testar o método em poucos pacientes, nós podemos mostrar que ele realmente funciona, e desenvolver ainda mais a tecnologia. Pretendemos que ele se torne uma realidade para muitas pessoas. Nós queremos deixar o laboratório e nos tornar parte da vida dos pacientes", afirma o pesquisador.

Homem biônico

Projetos de membros artificiais e interfaces eletrônicas que prometem substituir partes do corpo afetadas por doenças ou ferimentos

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Perna biônica

Funciona de modo parecido com o braço artificial desenvolvido na Universidade de Tecnologia Chalmers. A perna biônica projetada pelo Instituto de Reabilitação de Chicago também é controlada pelos neurônios dos pacientes e obedece às ordens dadas por seu cérebro. Além disso, o aparelho interage com o indivíduo, percebendo quando ele quer subir um degrau, por exemplo, e dando um empurrão a mais. No dia 4 de novembro, o americano Zac Vawter, que havia perdido a perna em um acidente de moto, provou que a tecnologia era prática. Ele usou a perna biônica para subir – pela escada – 103 andares de um dos maiores arranha-céus do mundo, instalado em Chicago.


Fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/pesquisadores-apresentam-braco-artificial-controlado-pelo-pensamento

A venda da virgindade e o livre mercado do pensamento



Catarina Migliorini foi objeto do interesse de 15 ofertas no leilão na internet, vencido por um japonês: prostituição velada ou uma transação comercial legítima? (Greg Wood/AFP)

No dia 24 de outubro, a catarinense Ingrid Migliorini, de 20 anos, vendeu sua virgindade. Provocou desprezo, censura, indignação. Foi barrada de um desfile na Fashion Rio porque Tito Bessa Júnior, diretor da marca que a havia convidado, recebeu dezenas de mensagens de repúdio. Para os que atulharam a caixa de mensagens de Bessa, Ingrid, ao submeter seu corpo ao mercado, se degradou pessoalmente, mas também, e mais importante, feriu os códigos de ética que cimentam a nossa existência em comum. Para certos pensadores, no entanto, a ideia de que a virgindade possa ser transacionada não tem nada de chocante. Eles não param aí. Também deveria haver, dizem eles, um mercado para órgãos, embriões e até mesmo bebês, pois essa solução, apesar da aparência ultrajante, resultaria na verdade em maior benefício social. Algumas variantes desse tipo de pensamento vão ainda mais longe: ao substituir a moral pela lógica, ou reduzir os problemas éticos a teoremas, não se detêm nem mesmo diante de ideias como o infanticídio. O desafio peculiar que esses filósofos, cientistas, juristas e economistas representam é que eles não se mostram como "inimigos da sociedade" ou "transgressores". Eles não rejeitam as leis, os princípios de justiça e a democracia. Pretendem ser, no máximo, reformadores – que levam a razão até os seus limites para, hipoteticamente, aperfeiçoar nosso modo de vida e livrá-lo de tabus e superstições.

Um desses pensadores é o jurista americano Richard Posner, de 73 anos, autor de cerca de 40 livros, que há pelo menos quatro décadas é um dos pensadores mais citados — e criticados — dos Estados Unidos. Ele é considerado a principal figura de uma área conhecida como Análise Econômica do Direito, que busca usar a economia para explicar as leis e as instituições jurídicas existentes e prever os impactos que mudanças nessas estruturas podem trazer. Ainda na ativa, suas sentenças não acompanham a heterodoxia de seus livros. Porém, quando seu nome foi cotado para a Suprema Corte Americana, suas ideias debelaram as chances de conseguir a vaga.

Em seus livros mais recentes, o juiz se descreve como um pragmático, que interpreta as leis sem levar em conta princípios morais, pensando em suas consequências práticas. Para ele, as interações de mercado preservam a autonomia das pessoas envolvidas, por serem voluntárias e levar em conta os interesses individuais. "Um principio fundamental em seu pensamento é o consenso, o acordo. Ele diz que é justo alguém vender seu corpo, desde que isso não tenha consequências sobre outras pessoas", diz Bruno Meyerhof Salama, professor de Direito na Fundação Getúlio Vargas.

Em seu livro Sex and Reason, de 1992, Posner usa uma análise de custo-benefício para descrever como o comportamento sexual se desenvolveu desde a Grécia Antiga até os dias de hoje. Ele analisa o "preço" de cada tipo de comportamento — monogamia, bigamia, homossexualismo, heterossexualismo — na equação de uma sociedade. Segundo o jurista, a análise do comportamento sexual deve ser moralmente indiferente, como se o que estivesse sendo analisado fosse uma simples preferência alimentar. Ele propõe que o estado deveria abandonar as tentativas de manter controle sobre o comportamento sexual privado e consensual, e todas leis nesse sentido deveriam ser moralmente neutras. Nesse tipo análise, o leilão da virgindade é perfeitamente justificável.

Oferta e procura – O russo Alexander Stepanov, 23 anos, também leiloou sua virgindade em outubro, na mesma página de internet em que Ingrid Migliorini ganhou 1,5 milhão de reais. O maior lance recebido por ele, no entanto, foi de apenas 5.200 reais. Esse é um exemplo claro de como as leis do mercado, de oferta e procura, podem regular até o leilão do próprio corpo.

Na visão de Posner, a virgindade perdeu seu valor simbólico há muito tempo. Nas sociedades antigas, ela era muito valorizada, tanto pela tradição quanto pela religião. O verdadeiro motivo, no entanto, era que a virgindade da noiva dava ao marido a certeza de que era pai de todos os filhos nascidos após o casamento. "A principal razão para isso deve ter sido a extrema dificuldade, antes dos testes de paternidade, de provar quem era o verdadeiro pai de uma criança", escreve Posner.

No século 20, se tornou muito mais fácil estabelecer a paternidade. Além disso, métodos contraceptivos ajudaram a evitar que o sexo antes do casamento pudesse acabar em gravidez. E, mesmo quando isso acontece, as mães solteiras não são mais tão mal vistas em nossa sociedade. Como resultado, os custos de ter sexo antes do casamento caíram muito, derrubando com eles o mito da virgindade. Se alguns homens ainda valorizam isso, e estão dispostos a pagar milhões, não haveria impedimentos morais, na visão de Posner e companhia.

Posner também não vê grandes problemas na prostituição. Ele lança sobre ela o mesmo olhar que lança sobre o casamento. Enquanto no matrimônio o casal trocaria serviços sexuais por serviços de proteção e cuidado, as prostitutas trocam seus serviços por dinheiro. No passado, quando um marido pagava um dote ao pai da noiva, ele nada mais estava fazendo do que pagar pela virgindade.



Tráfico de mulheres


A atual novela das nove, Salve Jorge, está colocando em discussão o tráfico internacional de mulheres. Na trama, a personagem Morena é vítima de um esquema e viaja ao exterior acreditando que trabalhará como garçonete. No entanto, ela vai parar em uma casa de prostituição. Essa é a vida de inúmeras mulheres vindas do terceiro mundo, que passam a viver situações degradantes sendo obrigadas a vender seu corpo longe de sua terra natal.

Alguns pensadores, no entanto, defendem que esse tipo de situação acontece mais por causa de leis que reprimem a prostituição e a imigração ilegal do que por conta da venda de sexo em si. Segundo um estudo de Leyla Gulcur, psicóloga da Universidade de Nova York, a situação de imigrante e trabalhadora ilegal é que faz com que essas mulheres sofram discriminação. A exploração econômica que elas sofrem se deve ao fato de não terem para quem recorrer devido à sua insegurança jurídica no novo pais.

Mesmo nos casos em que elas foram levadas a esses países de forma forçada, essa condição impede que procurem a polícia para se proteger. Segundo a pesquisadora, o foco das políticas para defender essas mulheres não deveria ser o confronto da prostituição. "Suas necessidades podem ser atingidas ao reconhecer o trabalho sexual e liberalizar as políticas migratórias para prevenir o abuso de terceiros", escreve Gulcur.

Segundo o pensador, se houver comum acordo, a prostituição não é diferente de outras formas de comércio — e traria benefícios tanto para a prostituta quanto para o homem. Na verdade, alguns pesquisadores defendem que as condições degradantes enfrentadas por algumas prostitutas devem-se justamente à repressão dessa prática. (Veja no box ao lado). Na maioria das sociedades, a prostituição é reprovada, mas o estado não tem conseguido coibir a prática, provando que as relações consensuais privadas não estão ao alcance da lei.

Mercado de rins — Essa racionalidade sem limites leva Posner e outros pensadores a justificarem a venda do corpo em um sentido mais literal. Ao defender a lógica do mercado e os acordos consensuais, eles conseguem justificar uma rede de comércio de órgãos, que poderia ajudar diminuir as filas de espera para transplantes. Alguns órgãos, como rins e fígados, poderiam ser vendidos inclusive durante a vida, do mesmo modo como acontece com sangue, esperma, cabelo e óvulos em alguns países.

O economista Gary Becker, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 1992, fez uma análise das filas de espera pelo transplante de rim nos Estados Unidos. Segundo seus dados, 90.000 pessoas aguardam por doações do órgão e cerca de 4.000 morrem todos os anos durante essa espera. "Se o altruísmo fosse suficientemente poderoso, o suprimento de órgãos seria grande o suficiente para satisfazer a demanda, e não haveria nenhuma necessidade de mudar o sistema atual", escreveu Becker no blog que divide com Richard Posner.

Ele defende que a principal razão para a diferença entre oferta e demanda é a proibição da venda de rins. Se as leis fossem alteradas, as pessoas passariam a ceder seus órgãos em troca de ganhos financeiros. Becker cita um estudo da Universidade de Buffalo afirmando que, nesse mercado, o preço de um rim seria de 15.000 dólares e um fígado chegaria a 35.000.

Segundo Posner, esse comércio iria acabar completamente com as filas de espera, uma vez que existem bilhões de pessoas que estariam dispostas a dar um rim sobressalente para ganhar dinheiro. "A repugnância que a ideia de vendermos partes do corpo desperta em muitas pessoas não me parece ter nenhuma base racional", afirma o jurista.

Aluga-se útero – O pragmatismo também leva Posner a defender a barriga de aluguel: o direito de uma mulher "emprestar" seu útero para gerar o embrião de outras pessoas. Normalmente, isso acontece quando a mãe original é infértil, e precisa de outra barriga para carregar seu filho durante nove meses. A lei brasileira, por exemplo, proíbe que isso seja feito em troca de dinheiro.

O jurista defende, no entanto, que a barriga de aluguel seja objeto de comércio. "A prostituta vende sexo, do mesmo modo como a barriga de aluguel vende reprodução", escreve. Ele afirma que uma mulher fértil tem todo o direito de ajudar uma mulher infértil em troca de dinheiro. Alguns críticos dizem que a prática é um arranjo comercial para a produção de um bebê. Posner se defende dizendo que, sem a barriga de aluguel, a criança poderia nem nascer. Além de trazer vantagens para as duas mães, o acordo também traz vantagens para uma terceira parte: a criança.

Outros críticos dizem que, nos limites, o raciocínio permitiria que mães vendessem seus filhos mesmo depois de nascidos. Posner concorda, mas não vê nenhum problema nisso.



Bebês a venda – O processo de adoção costuma ser complexo e demorado. As crianças devem primeiramente ser destituídas de suas famílias biológicas por meio de procedimentos legais, e os pais adotivos passam por rigorosas análises de assistentes sóciais e psicólogos. Posner defende que esses procedimentos também devem ser substituídos pelas leis do mercado.


"O termo venda de bebês, embora inevitável, é enganador. Uma mulher que desiste de seus direitos parentais por um pagamento não está vendendo seu bebê; bebês não são bens, e não podem ser comprados e vendidos. Ela está vendendo seus direitos de paternidade", escreve no livro Sex and Reason. Esses direitos seriam diferentes dos direitos de posse e os novos pais não teriam poderes maiores do que os pais biológicos.

Segundo o jurista, sempre que o estado impõe um limite ao preço de algum bem, isso cria uma falta generalizada desse bem no mercado regular e um mercado negro, onde ele está disponível a preços bem maiores. É isso que acontece com a adoção, onde já existe um comércio irregular de crianças para pais desesperados.

Posner propõe a criação de um mercado de bebês, com regulamentações para impedir abusos. Os pais adotivos, por exemplo, não devem possuir nenhum tipo de registro criminal. E as crianças devem ser adotadas ainda bebês, para que não se lembrem da família original. Novamente, diz ele, é uma situação na qual os dois lados da transação têm vantagens. A criança também, pois ganha pais em condições de criá-la.

Limites do mercado – No livro, O que o dinheiro não compra (Ed. Civilização Brasileira), o filósofo Michael Sandel critica o tipo de visão que considera o mercado como o regulador perfeito das relações humanas. Como ele resume: existem coisas que o dinheiro pode — mas não deveria — comprar. Sua primeira crítica diz respeito ao pressuposto de que as decisões de ambas as partes de um contrato são sempre voluntárias. Ele diz que enormes injustiças podem ser cometidas quando alguém compra ou vende algo em condições de grave necessidade econômica, pressionado pela pobreza e pela fome.

Outra crítica de Sandel é que a mercantilização pode mudar os valores que damos a algum produto, criando uma visão degradante da pessoa humana. Ele cita o caso da venda de crianças, onde os bebês se tornariam mera mercadoria. "As inevitáveis diferenças de preço reforçariam a ideia de que o valor de uma criança depende de raça, sexo, potencial intelectual, capacidades ou incapacidades físicas", afirma no livro.

Sandel ainda afirma que o mercado altera o caráter dos bens que são vendidos. Muitas vezes remunerar alguém por algo que ele faria de graça tira sua vontade de fazê-lo. O filósofo cita um estudo clássico de Richard Titmuss feito nos anos 1970, que comparou o sistema de doação de sangue em vigor na Inglaterra e com o dos Estados Unidos. Enquanto no primeiro todo o sangue é doado por voluntários, no segundo boa parte vem da compra por bancos de sangue comerciais.

O resultado nos Estados Unidos foi ruim. Grande parte dos doadores moravam em favelas e bairros pobres, gerando uma redistribuição dos pobres para os ricos. Ali, o sistema de compra de sangue levava à uma escassez crônica, desperdício de sangue e maior risco de contaminação. Segundo Sandel, transformar o sangue em mercadoria corrói o bom sentimento dos doadores voluntários, que enxergam no ato uma compensação psicológica, não monetária.

Embriões e crianças – Há pensadores, contudo, que não têm uma fé irrestrita nos poderes do mercado, mas também deixam que seu sistema de pensamento os conduza a regiões extremas. É o caso do filósofo Peter Singer, professor de bioética na Universidade de Princeton. Ele se filia ao utilitarismo, tradição filosófica inaugurada pelo inglês Jeremy Bentham no final do século XVIII. Um dos pilares dessa tradição é a ideia de que o ato moralmente justo é sempre aquele que resulta num acréscimo da felicidade geral, em detrimento da dor. Singer adota, além disso, uma definição peculiar de "pessoa" - palavra que em seu vocabulário se aplica tão somente a seres dotados de autonomia, de autoconsciência e da capacidade para vivenciar as sensações de dor e prazer.

A combinação desses dois conceitos faz com que Singer defenda o direito ao aborto, à eutanásia - e até mesmo ao infanticídio, em determinadas condições. Ele o faz sem eufemismos nem atenuações. "Se o feto não tem o mesmo direito à vida que a pessoa, é possível que o bebe recém-nascido também não tenha, e a vida de um bebê recém-nascido tem menos valor para ele do que têm as vidas de um porco, de um cão ou de um chimpanzé, para esses animais", diz ele em um de seus livros. E ainda: "Decididamente devemos impor condições muito rigorosas ao infanticídio permissível; contudo, essas restrições talvez se devessem mais aos efeitos do infanticídio sobre os outros do que ao erro intrínseco de matar um bebê." Em consonância com sua crença de que as decisões morais devem ser tomadas levando em conta a "quantidade de felicidade geral", ele sugere que a opção pelo infanticídio deve ser tomada somente quando a criança, ao nascer, apresenta doenças e malformações que indicam uma vida de sofrimentos pela frente. Peter Singer já foi chamado de Dr. Morte da filosofia.

Seguindo a mesma linha de pensamento, no começo deste ano, os filósofos Alberto Giublini e Francesca Minerva, da Universidade de Melbourne, na Austrália, causaram indignação ao publicar um artigo na revista Journal of Medical Ethics. Eles defendiam que, se o aborto é permitido em alguns casos, a vida do recém-nascido poderia ser terminada nas mesmas condições, uma vez que não haveria grandes diferenças entre os dois.

Por causa de repercussão, os filósofos redigiram uma carta aberta ao público se desculpando "pela ofensa causada pelo artigo". Eles se justificaram dizendo que o artigo deveria ser lido apenas por filósofos, que seriam capazes de entender que se tratava de uma discussão intelectual, e não de uma proposta de política pública.

Limites da razão — A resposta dos australianos revela o quanto existe de artificial nesse tipo de proposta. Quando não é feita com o intuito direto de chocar, ela responde a uma espécie de fetichismo da lógica e dos conceitos. Confrontados com o ultraje de quem não participa do mesmo jogo de abstrações, eles reagem com surpresa e alguma consternação - como no caso de Giublini e Minerva - ou com soberba, dizendo que os críticos são incapazes de se livrar de suas superstições.

Diante disso, cabe avançar um pouco na crítica. Primeiro, essas tentativas de melhorar o mundo no laboratório do raciocínio puro não são capazes de prever todas as consequências sociais de mudanças que, quebrando com antigas tradições, autorizassem, por exemplo, a venda de bebês ou o infanticídio. "Não existe uma teoria certeira sobre como funcionam as crenças humanas. Não sabemos como mudanças na lei, monetarizando algumas relações por exemplo, podem alterar essas crenças e os comportamentos que nelas são baseados", afirma Bruno Meyerhof Salama.

Segundo, o repúdio a essas soluções radicais, desenhadas nos limites da razão, raramente brota de "superstições". Quase sempre ele tem origem no senso comum - que é algo muito diferente. Ou àquilo que o escritor britânico C. S. Lewis chamou certa vez de "retidão elementar da reação humana". Lewis refletia sobre a maneira como algumas crenças fundamentais das sociedades do Ocidente foram forjadas ao longo do tempo. Não queria dizer que elas tinham de ser imutáveis, apenas que não deveriam ser descartadas como mero entulho pela razão. Disse ele: "Essa retidão elementar da reação humana, à qual estamos sempre prontos a atribuir os epítetos de vulgar, crua, burguesa e convencional, está longe de nos ser conferida; trata-se de um delicado equilíbrio de hábitos laboriosamente adquiridos e facilmente perdidos, de cuja manutenção dependem tanto nossas virtudes e nossos prazeres como, talvez, a própria sobrevivência da espécie." 



Fonte;http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/a-venda-da-virgindade-e-o-livre-mercado-do-pensamento?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&

Recorde em doação de órgãos




Recorde em doação de órgãos



Dados do Ministério da Saúde apontam para novo recorde de doações de órgãos no Brasil e crescimento sustentado de transplantes. O número de doadores efetivos cresceu 14% em apenas um ano. Em 2010, foram registrados 1.896 doadores contra 1.658 no ano anterior.

Com esse desempenho, o Brasil atingiu a marca histórica de 9,9 doadores Por Milhão de Pessoas (pmp). Este aumento se deve ao fortalecimento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e ao aporte cada vez maior de recursos no setor.


A média nacional de doações (9,9 pmp) apresentou aumento de 13,8% em relação a 2009, quando o índice era de 8,7 pmp. Nos últimos sete anos, a média de crescimento anual tem sido de 7%. Alguns estados, como Santa Catariana e São Paulo, mantêm índices de doações próximos aos de países altamente desenvolvidos no setor, como Espanha e Canadá, que mantêm médias acima de 20 doadores pmp. Os índices de doações de Santa Catarina e São Paulo são, respectivamente, de 17 pmp e 21 pmp.

O número de transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas) cresceu 7% em apenas um ano, seguindo a tendência de crescimento sustentado. No último ano, foram realizados no Brasil 6.422 transplantes do tipo, enquanto que em 2009 foram 5.999.

Comparadas as quantidades de transplantes de órgãos sólidos realizadas em 2003 e 2010, o crescimento foi de 53,12%. Em 2003, foram realizados 4.194 procedimentos deste tipo.


Já a totalidade de transplantes – considerando órgãos sólidos, tecidos (córneas) e células (medula) – saiu dos 20.253 em 2009 para 21.040 no ano passado. A ampliação do número de transplantes no Brasil se deve ao aperfeiçoamento dos processos de doação, como notificações por morte encefálica mais precoces, cuidado intensivo dos doadores, melhorias logísticas e ao grande aporte financeiro no Sistema Nacional de Transplantes, que tem sido cada vez maior.



Fonte:http://www.cassi.com.br/site/ver_noticia.asp?codNoticia=883 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Arquiteto Oscar Niemeyer morre aos 104 anos Compartilhar 1.3k

O arquiteto Oscar Niemeyer (© AE)


O arquiteto Oscar Niemeyer morreu às 21h55 desta quarta-feira, 5 de dezembro, no Rio de Janeiro aos 104 anos. Com a saúde debilitada, ele estava internado no Hospital Samaritano desde o começo de novembro devido a uma infecção renal. Inicialmente vítima de desidratação, ele também teve problemas nos rins e era submetido a hemodiálise, além de fisioterapia respiratória. Pela manhã, Niemeyer sofreu uma parada cardíaca e sua respiração passou a ser mantida por aparelhos em decorrência de uma infecção respiratória. Somente neste ano, o arquiteto foi internado ao menos três vezes.

Reconhecido mundialmente como um expoente da arquitetura moderna, Niemeyer era o mais famoso arquiteto brasileiro e deixou um legado de grandes obras espalhadas pelo país e em cidades dos EUA, Europa e África.

Na década de 50, foi convidado pelo então presidente da República, Juscelino Kubitschek, para projetar a nova capital do Brasil e foi encarregado de organizar o concurso para escolha do plano-piloto de Brasília. A capital federal coleciona hoje as principais obras-primas do arquiteto.

Outras obras marcaram sua carreira, como o projeto do edifício Copan, cartão-postal de São Paulo, e o complexo da Pampulha, em Minas Gerais.

Homem de vida pública, Niemeyer sempre apoiou a política esquerdista e mantinha amizade com líderes socialistas, como o cubano Fidel Castro.

Mesmo com a idade avançada, o arquiteto manteve sua rotina de trabalho até 2009, quando ia diariamente ao seu escritório em Copacabana, na capital fluminense.

Niemeyer foi casado duas vezes e teve apenas uma filha, já falecida. O arquiteto deixa mulher, cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos. Ele completaria 105 anos no próximo dia 15 de dezembro.



Fonte:http://noticias.br.msn.com/arquiteto-oscar-niemeyer-morre-aos-104-anos

Ensinando a Pescar



Uma das frases mais divulgadas por empresas socialmente responsáveis é "Nós não damos o peixe, nós ensinamos a pescar".


Um dos conceitos mais valorizados por intelectuais, e especialmente por professores, é que ensinar a pescar é importante, dar o peixe não é.


São pessoas que se colocam contra o assistencialismo, a caridade e a filantropia. Acham que o assistencialismo é nocivo, que cria dependência e reduz a auto-estima.


Existe atualmente enorme preconceito contra entidades que dão assistência, como aquelas que cuidam de moças solteiras grávidas e as inúmeras entidades que servem sopão aos famintos.



De uns anos para cá, doadores estão deixando de ajudar entidades assistencialistas – hoje as empresas não querem patrocinar entidades que oferecem teto a moradores de rua, olham feio para o Fome Zero.


A maioria das empresas socialmente responsáveis está sendo induzida a patrocinar prioritariamente projetos que "ensinam a pescar". E aceitam sem pestanejar porque são projetos que proporcionam elevado retorno sobre o investimento.


Eu vou defender as entidades que prestam assistencialismo à moda antiga e tentar ajudá-las a reverter a onda que estão sofrendo, e à qual muitas não estão resistindo.



O ser humano tropeça muitas vezes na vida. Já vi o desespero de mulheres abusadas, já vi pessoas humildes entrar em pânico porque os filhos contraíram câncer.



Essas pessoas não precisam aprender a pescar.


Elas precisam de assistência, carinho e compaixão. Alcoólatras precisam de ajuda, um ouvido amigo, e não de cursos sobre os efeitos do álcool. Dependentes químicos não precisam de cursos de "geração de renda", eles precisam de compaixão, colo e um ombro carinhoso para poder readquirir forças para se reerguer SOZINHOS.


Órfãos, paraplégicos, portadores de hanseníase ou síndrome de Down, além de um curso de três semanas, precisam de atenção dedicada anos a fio.


Todo ano analiso mais de 400 ONGs e descobri algo muito constrangedor.



Nas organizações que fazem "mero assistencialismo", 80% dos recursos doados são revertidos em uma cadeira de rodas, em óculos para um deficiente visual ou em um prato de comida.


Ou seja, o dinheiro vai para quem precisa.

Nas ONGs que "ensinam a pescar" 85% das doações terminam no bolso dos professores, não no bolso dos alunos carentes. Por que professores não podem ser voluntários sem receber nada, como os outros? Alguns cobram fortunas dessas entidades para dar aulas de gestão do terceiro setor e nem ficam vermelhos quando em sala de aula enaltecem o trabalho voluntário.


Hoje as empresas socialmente responsáveis estão usando critérios capitalistas para escolher projetos sociais, querem "investir", querem "retorno", querem "alavancar". Por isso, adoram projetos que ensinam a pescar, porque o "retorno sobre o investimento" é elevado.



Com esses critérios tipicamente neoliberais, nenhuma empresa investe mais no velho, no tetraplégico, no cego, porque "não compensa". Empresário só "investe" em crianças, danem-se os doentes terminais. É o neoliberalismo social sobrepujando o humanismo cristão.


Não sou contra ensinar a pescar, quero deixar isso bem claro. Fui professor por trinta anos, precisamos de ambas as posturas sem dúvida alguma. Só que a maioria das entidades que fazem "mero assistencialismo" também ensina a pescar como parte da recuperação, mas isso os intelectuais nunca divulgam. O que me preocupa é a enorme ênfase atual na primeira atitude em detrimento da segunda.


Precisamos reverter esse preconceito, precisamos dar valor àquelas entidades que prestam assistência a órfãos, paraplégicos, portadores de hanseníase, síndrome de Down, cegos, doentes mentais, velhos, vítimas de estupro e abuso sexual. Lamento dizer que boa parte de nossos problemas sociais não é resolvida em sala de aula, por isso temos de manter o equilíbrio.


Se sua empresa é uma dessas que fazem questão de não dar o peixe e somente ensinam a pescar, repense sua posição. Muita gente necessitada vai preferir o apoio e a mão amiga de sua equipe a umas brilhantes aulas. 



  1. Fonte:http://dias.melhores.com.br/2009/09/ensinando-a-pescar.html#more 

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

Filmes que mudarão sua vida..

  • A cor púrpora
  • A espera de um milagre
  • A procura da felicidade
  • A prova de fogo
  • Antes de partir
  • Desafiando gigantes
  • Ensina-me a viver
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