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segunda-feira, 17 de agosto de 2015
A quem interessa o impeachment ?
Inicio este artigo com uma pergunta: como pode um cidadão ou uma cidadã pedir impeachment e defender a democracia na mesma manifestação sem saber quem é o real vitorioso com a saída da atual presidenta? Não quero defender o governo com esta pergunta, e sim questionar o por que do medo da democracia.
Desde a redemocratização do estado brasileiro e a implementação da Constituição Federal de 1988, uma série de práticas que incluem a participação popular vem sendo experimentada. Tais como o Orçamento Participativo de Porto Alegre, que em 1989 a população definiu, pela primeira vez, como o orçamento municipal deveria ser aplicado pelo prefeito, ou como a organização de Fóruns, audiências públicas, participação de Conselhos e Conferências de Políticas Públicas, etc..
Dentro desse processo de democratização dos espaços se vê um esforço dos governos em garantir que todas as pessoas vivam na democracia e que façam uso das ferramentas do Estado de Direito para participar dela. O impeachment é uma dessas ferramentas, mas a meu ver não é viável na atual conjuntura.
No ultimo domingo (15/03) muitas pessoas saíram de suas casas para fazer do protesto um campo de luta das mais variadas reivindicações. Porém, muitas delas contraditórias para a democracia que vivemos. Faixas e cartazes pautavam do impeachment à volta da ditadura militar, da redução da maioridade penal à pena de morte, do fim do marxismo à morte de Paulo Freire (que já faleceu há alguns anos).
O que mais me chocou foi a imagem de Lula e de Dilma em forma de boneco e boneca enforcados em um viaduto. Lembrei na hora das consequências da ditadura militar e tantos suicídios que foram cometidos por torturados, como no caso do Frei Tito e tantos outros que não suportaram a pressão psicológica das torturas sofridas.
Lembrei de perseguição política e de tantos outros momentos da história que foram marcados com o sangue de homens e mulheres que deram a vida por essa democracia que vivemos hoje. Foi triste ver que muitas dessas pessoas que estavam na rua no dia 15 de março de 2015 xingavam uma mulher, que é nossa presidenta eleita pelo voto do povo, das mais variadas ofensas que mulher nenhuma deve ser chamada. Tristeza tamanha em ver que depois de tantos anos de democracia nós ainda queremos resolver uma falha de democracia sem democracia. E reproduzir um discurso de ódio que não resolve a crise que vivemos.
Bom, e a quem interessa a reprodução desse discurso inflamado de tanto ódio?
Encarando essas ações e pautas de reivindicações tão despolitizadas, vejo que são de interesses dos setores mais reacionários da sociedade. São esses mesmos setores que fazem panelaço gourmetizado dos apartamentos luxuosos das áreas nobres das maiores metrópoles do país, uma falta de senso do ridículo de quem bate panelas de barriga cheia. É um setor econômico que foi capaz de sonegar meio trilhão de reais de Imposto de Renda só no ano passado. Setor esse que está inflamando de ódio por uma possível taxação das ‘grandes fortunas’, que tem que pagar direitos trabalhistas para suas empregadas, mas que também é capaz de desrespeitar o sinal vermelho, andar pelo acostamento, estacionar na calçada, jogar lixo no chão, subornar a polícia, olhar no seu smartphone onde tem lei seca para beber e dirigir e não ser preso, comprar drogas pelo delivery, e capaz de sustentar o tradicional ‘jeitinho brasileiro’ de resolver as coisas.
O problema é que esse setor teve uma derrota eleitoral, que resultou nas mais variadas perdas de privilégios que essa elite sempre obteve. Hoje a cidadã ou cidadão que bate a panela não está indignada só com os erros do governo, mas sim por estar sentindo na sua pele como é disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando aeroportos, congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade.
O fato é que mesmo com as falhas deste governo nunca se viu tanto pobre com carro zero e tanto negro na universidade. A meu ver, democracia não é organizar ato para a saída de uma presidenta legitimamente eleita pelo povo, o nome disso é GOLPE.
Obviamente defendo o direito à manifestação, mesmo que sejam contrárias à maioria das coisas em que acredito, porém, na medida em que a democracia entra em xeque vejo sentimento forte de golpismo surgir por parte daqueles que querem garantir seus históricos privilégios. Essa tentativa de golpe fere diretamente a constituição e a memória desse país, em que muitos deram as suas vidas para que possamos nos expressar livremente nos dias de hoje.
Só lembrar aos amigos e amigas que leem essa coluna que o Brasil tem 56.764 vereadores, 5.570 prefeitos, 513 deputados federais, 81 senadores, 27 governadores e nem tudo que acontece é culpa da Dilma. Quero sim um país sem corrupção, mas quero mais ainda uma Democracia e quer saber? Ditadura NUNCA MAIS!
*Walmyr Júnior é professor. Representante do Coletivo Enegrecer como Conselheiro Nacional de Juventude - CONJUVE. Integra Pastoral da Juventude e a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.
Fonte:http://m.jb.com.br/juventude-de-fe/noticias/2015/03/18/a-quem-interessa-o-impeachment/
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Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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Um espaço verdadeiramente democrático , não limitamos e restringimos qualquer tipo de expressão , não toleramos racismo preconceito ou qualquer outro tipo de discriminação..Obrigado Claudio Vitorino