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sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Especialistas discutem estratégias para diminuir lentidão da Justiça
Especialistas reunidos em Brasília discutem propostas para combater a morosidade da Justiça brasileira e defendem a adoção de práticas como a da conciliação para diminuir o número de casos que chegam aos tribunais.
Uma oportunidade única: resolver um problema com a intermediação do presidente da mais alta corte do país. “Mais uma vez cumprimento as partes pelo espírito de conciliação, homologo o acordo e declaro encerrada esta audiência”, diz Carlos Ayres Britto, presidente do STF.
Na audiência, o analista de sistemas Henrique Lima fechou um acordo com o banco. A dívida dele caiu de R$ 36 mil para R$ 24 mil. “Se não fosse essa oportunidade, não teria condições de saldar essa dívida”, afirma.
Casos assim fazem parte da Semana Nacional de Conciliação, que, no ano passado, fechou mais de 168 mil acordos. “A conciliação entre partes se inscreve no âmbito dessas novas práticas do Poder Judiciário, seja para desestimular a propositura de ações, seja para resolver por vontade das próprias partes conciliadas das ações já em curso”, diz Ayres Britto.
A conciliação é apontada como uma das principais soluções para deixar a justiça mais rápida e acessível. O assunto foi discutido em um seminário promovido pelo Instituto Innovare. Personalidades da área deram outras sugestões, como investir em planejamento, modernização e capacitação de juízes e servidores.
“Se isso já for multiplicado e se já servir como um estopim para que nos estados, nas regiões, nós possamos debater esse tema, já é o resultado final desse seminário”, afirma Luiz Felipe Salomão, ministro do STJ. Hoje, 90 milhões de ações tramitam nos tribunais. Apenas 26,2 milhões de processos são do ano passado. Isso significa que 70% aguardam solução há dois anos ou mais.
Especialistas reclamam do excesso de ações, que deixam a Justiça lenta, e explicam: são os órgãos do governo que mais sobrecarregam os tribunais. São responsáveis por 60% de toda a movimentação judicial.
“É tentar fazer com que o poder público tenha mecanismos de solução, de conflitos internos à própria administração. Ou seja, sem a necessidade de ingresso no Poder Judiciário”, diz a cientista política Maria Tereza Sadek.
Fonte:http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/11/especialistas-discutem-estrategias-para-diminuir-lentidao-da-justica.html
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
OS MÚLTIPLOS DIREITOS DO TRANSGRESSOR
Alberto Mantovani Abeche*
Um fato prosaico num recente jogo de futebol ilustra uma questão muito presente em nosso país. O gol, feito ilicitamente com a mão e flagrado presumidamente por meio eletrônico não previsto pela legislação, foi anulado pelo árbitro, gerando grande polêmica. Muitas vozes se ergueram condenando a atitude do árbitro e defendendo os direitos do atleta e do time que cometeu a infração.
Ora, para todos nós, isto não constitui propriamente uma novidade. Em nossa sociedade, estamos acostumados a ver todo tipo de transgressão, de maior ou menor grau, encontrar um expediente ou lacuna na legislação que possibilite manter a liberdade e garantir os interesses do infrator. O fato maior, a lesão causada, o prejuízo à vítima, tudo isso fica em segundo plano e torna-se um detalhe menor. Prevalecem os regulamentos, as letras miúdas, os prazos, as formalidades. Promotores, juízes e advogados esmeram-se em suas funções, mas esbarram numa legislação conflitante e permissiva.
Sempre haverá quem se deleite defendendo o que ocorre, exibindo grande erudição sobre todas estas minúcias, e zombando do pouco conhecimento do homem comum, que não alcança a compreensão dessa lógica perversa. Parece que estamos anestesiados, aceitamos passivamente que este emaranhado confuso de regulamentações e o seu conhecimento minucioso frequentemente sirvam mais para evitar o cumprimento da justiça do que para promovê-la. Estamos a ponto de aceitar definitivamente que assim deva ser.
Parece-me que muito desta aceitação venha da diluição da responsabilidade na tomada das decisões e na elaboração das leis. O criminoso colocado rapidamente em liberdade pelas formalidades acima descritas teria outro destino se soubéssemos que viria a defrontar-se em seguida conosco ou com nossa família? Mas não é assim que sucede, a responsabilidade e as consequências estão diluídas. O lamento de uns não alcança os ouvidos dos outros, e somos frios e formais nas nossas decisões.
O que cabe às vítimas e suas famílias? Terão elas algum direito? Ver um criminoso que lhes infligiu uma dor irreparável rapidamente posto em liberdade, e as demais pessoas expostas aos mesmos riscos? Será o seu consolo saber que tudo isto assim acontece de acordo com a lei?
Dizem-me que minha incompreensão procede do meu escasso conhecimento sobre o tema, como homem comum e leigo que sou. Dizem-me também que esta é a ordem formal e técnica das coisas e que, fora disto, o que resta é a barbárie. Expliquem-me, então, qual nome daremos à frequente impunidade dos criminosos e à dor silenciosa das vítimas e suas famílias.
*Médico e professor de Medicina da UFRGS
Fonte:http://blogdainseguranca.blogspot.com.br/2012/11/os-mutiplos-direitos-do-transgressor.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+BlogDaInsegurana+%28%3Cb%3E+BLOG+DA+INSEGURAN%C3%87A+%3C/b%3E%29
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
O valor dos bons sentimentos
As
pessoas têm-se tornado cada vez mais impacientes, embotadas e
endurecidas. Como entre cachorros e gatos, a todo momento surgem brigas e
rixas, todo mundo anda meio louco ou, no melhor dos casos, estão
completamente frustadas e desesperadas. As causas são muitas e você já
as conhece bem. A Pergunta agora é como podemos escapara deste estado de
coisas, tornar-nos mais sensíveis, no meio do tumulto, da pressa, da
competição das profissões e ocupações?
Você já se perguntou o quanto seu coração está aberto para as necessidades das pessoas? Quão profundamente sente suas emoções? Tudo para você é repetição do mesmo ou você consegue se encantar ainda com alguma coisa? Sentir profundamente e ter o coração mais aberto, isso é que abandonamos. Embrutecemos nossa mente, nosso coração e nosso corpo.
Contemos algo mais concreto. Quando jovem, eu sempre me achei um bom cidadão, um bom filho. Estava somente preocupado com minha moralidade, assim , respeitando os mais velhos e deixando os outros em paz eu estaria de acordo com meus deveres. Entretanto, certo dia passava eu pela rua e vi uma moça chorando . Até parei para ver o que estava acontecendo mas, como não a conhecia , acabei indo para meu destino (um cinema), mas não consegui ver o filme. Pensava a todo momento na situação daquela moça (já era noite e talvez estivesse perdida ou coisa pior ), pensando que eu poderia ter feito algo para ajudá-la e não o fiz. Então percebi que simplesmente a moralidade, no sentido de respeitar, de deixar em paz, não era a única coisa que requisitava a natureza humana. Nós, seres humanos, precisamos fazer o bem.
É essencial que sejamos sensíveis para que tenhamos reações prontas e adequadas , mas nosso cotidiano, as pressões , nossos medos nos insensibilizam e nos obscurecem.
Como ser sensível , quando diariamente nos entregamos a violência, seja em jogos de computador, em filmes onde matanças de milhares de indivíduos são a tônica dominante, em jornais de moralidade duvidosa que tem como escopo jornalístico corpos e tragédias, descritos com sensacional precisão, quase artística?
O grande problema não são as notícias em si, pois, bem ou mal, são fatos. O grande mal é a repetição constante dessa brutalidade, que acaba por nos despersonificar, brutalizar. O pior é que somos coagidos, ameaçados à obediência, forçados a incorporar essa barbárie ao nosso cotidiano. Como perceber , no meio do tumulto e da pressa, permanecer sensível para o cultivo do reto pensar?
Se não desejamos sentimentos obscurecidos e embotados, devemos pagar o preço disso. Um primeiro passo é abandonar a fonte de maus pensamentos. Veja cada vez menos filmes violentos, até que os deixe de lado. Ao invés de assistir o telejornal de sempre, jogue bola com seu filho ou saia para caminhar. Dedique mais tempo a auto-reflexão, a pensar sobre o ambiente, a se reencontrar com sua serenidade. Com o exercício constante e deliberado de sua atenção sobre si mesmo, o cuidado com seus pensamentos e sentimentos, você logo reencontrará a seu estado de equilíbrio, e cairá por terra o egoísmo latente.
Algo muito comum também é que hipertrofiamos nossos sentimentos através de nosso intelecto. Quantas vezes você anda lendo ultimamente? Na literatura encontra-se um refúgio para aspectos mais profundos da natureza humana, ela ainda guarda muito da magia do existir. Sendo assim, busque nessa fonte. Obras dos grandes mestres , de literatura de ficção, procure e encontre coisas construtivas.
Não ceda a seus primeiros impulsos negativos, fortaleça a vigília sobre si mesmo para livrar-se de influências cristalizadoras e insensibilizantes.
Um outro aspecto a ser levantado é que na maioria das vezes somos desapiedados, competidores, embrutescidos, ardilosos e altamente preocupados com nossa própria situação - em detrimento da das outras pessoas - em nossas atividades. Se fraquejamos, somos lançados fora da máquina mundo, que não admite senão a ajustamento ao ritmo violento do mercado e do progresso.
Entretanto, a vida não é só isso, já o vimos e experimentamos. Ela demanda paciência, flexibilidade, singeleza de coração.
O egoísmo e o amor, os negócios e a amizade- como conciliá-los?
Não é possível. Como Cristo nos ensinou, ou servimos à um senhor ou a outro.
As relações puramente insípidas de dureza nos ensinam muito pouco e algo ainda que se pode usar somente num mundo cão, enquanto as relações com os outros constituem um processo de autodescobrimento, no qual existe uma compreensão mais vasta das necessidades e demandas da natureza humana, e um crescimento e reajustamento constantes.
Não se pode seguir as duas vias. Uma leva ao ódio, à guerra. A outra a felicidade e a compreensão. Qual das duas você prefere seguir? Esperamos que a segunda.
Portanto, procure obter clareza suficiente para sua vida , não se intimide em procurar mais as pessoas, falar com os mais experientes, ouvir, ser feliz , sem a obrigação de prestar contas depois. O importante é o momento que se vive com plenitude, não um sucessivo contínuo de dissabores.
Você já se perguntou o quanto seu coração está aberto para as necessidades das pessoas? Quão profundamente sente suas emoções? Tudo para você é repetição do mesmo ou você consegue se encantar ainda com alguma coisa? Sentir profundamente e ter o coração mais aberto, isso é que abandonamos. Embrutecemos nossa mente, nosso coração e nosso corpo.
Contemos algo mais concreto. Quando jovem, eu sempre me achei um bom cidadão, um bom filho. Estava somente preocupado com minha moralidade, assim , respeitando os mais velhos e deixando os outros em paz eu estaria de acordo com meus deveres. Entretanto, certo dia passava eu pela rua e vi uma moça chorando . Até parei para ver o que estava acontecendo mas, como não a conhecia , acabei indo para meu destino (um cinema), mas não consegui ver o filme. Pensava a todo momento na situação daquela moça (já era noite e talvez estivesse perdida ou coisa pior ), pensando que eu poderia ter feito algo para ajudá-la e não o fiz. Então percebi que simplesmente a moralidade, no sentido de respeitar, de deixar em paz, não era a única coisa que requisitava a natureza humana. Nós, seres humanos, precisamos fazer o bem.
É essencial que sejamos sensíveis para que tenhamos reações prontas e adequadas , mas nosso cotidiano, as pressões , nossos medos nos insensibilizam e nos obscurecem.
Como ser sensível , quando diariamente nos entregamos a violência, seja em jogos de computador, em filmes onde matanças de milhares de indivíduos são a tônica dominante, em jornais de moralidade duvidosa que tem como escopo jornalístico corpos e tragédias, descritos com sensacional precisão, quase artística?
O grande problema não são as notícias em si, pois, bem ou mal, são fatos. O grande mal é a repetição constante dessa brutalidade, que acaba por nos despersonificar, brutalizar. O pior é que somos coagidos, ameaçados à obediência, forçados a incorporar essa barbárie ao nosso cotidiano. Como perceber , no meio do tumulto e da pressa, permanecer sensível para o cultivo do reto pensar?
Se não desejamos sentimentos obscurecidos e embotados, devemos pagar o preço disso. Um primeiro passo é abandonar a fonte de maus pensamentos. Veja cada vez menos filmes violentos, até que os deixe de lado. Ao invés de assistir o telejornal de sempre, jogue bola com seu filho ou saia para caminhar. Dedique mais tempo a auto-reflexão, a pensar sobre o ambiente, a se reencontrar com sua serenidade. Com o exercício constante e deliberado de sua atenção sobre si mesmo, o cuidado com seus pensamentos e sentimentos, você logo reencontrará a seu estado de equilíbrio, e cairá por terra o egoísmo latente.
Algo muito comum também é que hipertrofiamos nossos sentimentos através de nosso intelecto. Quantas vezes você anda lendo ultimamente? Na literatura encontra-se um refúgio para aspectos mais profundos da natureza humana, ela ainda guarda muito da magia do existir. Sendo assim, busque nessa fonte. Obras dos grandes mestres , de literatura de ficção, procure e encontre coisas construtivas.
Não ceda a seus primeiros impulsos negativos, fortaleça a vigília sobre si mesmo para livrar-se de influências cristalizadoras e insensibilizantes.
Um outro aspecto a ser levantado é que na maioria das vezes somos desapiedados, competidores, embrutescidos, ardilosos e altamente preocupados com nossa própria situação - em detrimento da das outras pessoas - em nossas atividades. Se fraquejamos, somos lançados fora da máquina mundo, que não admite senão a ajustamento ao ritmo violento do mercado e do progresso.
Entretanto, a vida não é só isso, já o vimos e experimentamos. Ela demanda paciência, flexibilidade, singeleza de coração.
O egoísmo e o amor, os negócios e a amizade- como conciliá-los?
Não é possível. Como Cristo nos ensinou, ou servimos à um senhor ou a outro.
As relações puramente insípidas de dureza nos ensinam muito pouco e algo ainda que se pode usar somente num mundo cão, enquanto as relações com os outros constituem um processo de autodescobrimento, no qual existe uma compreensão mais vasta das necessidades e demandas da natureza humana, e um crescimento e reajustamento constantes.
Não se pode seguir as duas vias. Uma leva ao ódio, à guerra. A outra a felicidade e a compreensão. Qual das duas você prefere seguir? Esperamos que a segunda.
Portanto, procure obter clareza suficiente para sua vida , não se intimide em procurar mais as pessoas, falar com os mais experientes, ouvir, ser feliz , sem a obrigação de prestar contas depois. O importante é o momento que se vive com plenitude, não um sucessivo contínuo de dissabores.
Trecho do livro A felicidade está num bolo de morango, de Emerson Ferreira de Assis
Detento foge na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) abriu uma sindicância para apurar a fuga de um preso na tarde desta quarta-feira da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Wellington dos Santos Maciel, de 31 anos, trabalhava na capina na área interna da cadeia.
Por volta das 14h30, o homem conseguiu fugir. A Subsecretaria de Administração Prisonal (Suapi) não informou como foi a fuga de Wellington. A Polícia Militar foi acionada e começou o rastreamento na região para tentar recapturar o detento. Até as 17h30, ele não havia sido encontrado.
O PRESO Capinava na área interna????
Nota: Provavelmente seja um agente CONTRATADO que claro sobre pressão teve que fazer isso . Vão atribuir toda a culpa em cima dele para manda-lo embora .
Fonte:http://blogdocorleone.blogspot.com.br/2012/11/colocaram-preso-pra-capinar-e-adivinha.html
sábado, 3 de novembro de 2012
Cotas para negros Cota não é concessão, mas resultado de luta
Para o professor Marcus Orione, adoção de cotas
sociais e raciais em institutos e universidades federais pode fazer com
que o Brasil periférico passe a ser o centro das preocupações nas
instituições de ensino superior
Aline Scarso, da Redação
O professor da USP Marcus Orione - Foto: Reprodução |
Professor da Faculdade de Direito da USP
(Universidade de São Paulo), Marcus Orione é um dos maiores defensores
da implementação de cotas raciais e sociais nas instituições públicas
como forma de corrigir distorções históricas entre brasileiros. Em
entrevista ao Brasil de Fato, ele rebate as críticas
comumente feitas por aqueles que são contrários à medida, discutindo
temas como a ameaça à meritocracia, o possível surgimento de uma nova
segregação racial, a impossibilidade de checar a veracidade das
informações oferecidas por cotistas e as consequências sociais das
cotas. Confira.
Brasil de Fato: Professor, como o senhor
avalia as cotas sociais e raciais do ponto de vista da ampliação de
direitos de negros, indígenas e pobres no Brasil?
Marcus Orione: A previsão de cotas,
para além da aquisição de um direito em si, é um fato decorrente das
lutas dos movimentos sociais, que impulsionam o país para uma maior
igualdade. Não se trata de uma concessão de quem tem o poder, mas de uma
luta da sociedade que consegue, por sua pressão, transformá-la em
realidade. A lei que contenha previsão de cotas, além de outras ações
afirmativas para estas populações fragilizadas, é aspecto formal de um
dado mais relevante: a luta de um país pelo fim das diferenças raciais,
étnicas e sociais. Na realidade, não se trata de conquista que cria
novos privilégios para estes setores, mas a que desfaz os privilégios,
hoje existentes, de uma elite branca brasileira que se esforça, de forma
irracional, para manter uma lógica que somente a prestigia.
A política afirmativa de cotas recentemente aprovada democratiza a Universidade e instituições federais públicas?
Considerada a igualdade, as cotas sequer fazem
restabelecer uma democracia que em algum lugar ou momento histórico
ficou perdida no país. A história do Brasil, para se realizar na sua
concretude, somente se consolidará quando os negros, indígenas e toda
sorte de pobres passarem de personagens secundários e massacrados para
os seus verdadeiros protagonistas. É inadmissível, por exemplo, se
ingressar numa Faculdade de Direito, como a do Largo de São Francisco, e
quase não se ver negros entre os estudantes e os professores. Os negros
presentes naquele espaço são, em geral, funcionários. Isto revela a
própria inversão do espaço público, que não traduz, geograficamente, a
realidade do país, mas que diz muito sobre a divisão do poder do Brasil.
Professor, há quem fale que as cotas são uma
“ameaça” à meritocracia. Há dados e informações que comprovem a
diferença entre o desempenho de alunos cotistas em relação aos alunos
não-cotistas?
O conceito de mérito é bastante relativo e depende
claramente dos valores que determinada sociedade tem como mais
importantes. Em tese, defende-se que aquele que mais merece possa
acessar a uma vaga nas melhores universidades. Mas o mérito não pode ser
vislumbrado apenas da ótica individual do candidato. É preciso superar
essa lógica capitalista. O mérito deve visto a partir da potencialidade
do candidato para melhor produzir conhecimentos, já que a universidade
é, em essência, um polo de geração destes conhecimentos. Portanto,
deve-se merecer não porque se é efetivo na perspectiva concorrencial de
um vestibular hoje caduco. Deve-se merecer porque é potencial gerador de
saberes. Certamente que, quanto mais plural for a universidade, maior a
sua potencialidade de gerar tal saber. No entanto, o saber gerado não
pode ser apenas o que mantém vantagens para grupos específicos. Isso
será sempre reproduzido se a clientela das universidades, em especial
nos cursos de maior procura, se mantiver sendo a elite branca,
proveniente em especial da classe média. O conhecimento precisa de
outras fontes, sob pena de gerar a manutenção do estado das coisas e não
impulsionar o crescimento do país, em todos os aspectos. Conhecimento,
enquanto poder, não deve ficar concentrado. Não falamos o mesmo quando
se trata do poder político e da necessidade de regras que potencializem a
rotatividade?
Por outro lado, ainda que sob a perspectiva clássica e
mais individualista do mérito, percebe-se atualmente que os alunos
negros e outros de segmentos mais pobres da comunidade não apresentam
rendimentos menos significativos do que o dos candidatos brancos durante
o curso superior, ainda que ingressando por programas de cotas. Estes
números estão presentes na experiência norte-americana, mas se encontram
também na realidade brasileira, como na Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ), por exemplo. Em ambos os casos fica demonstrado que,
em especial com a existência de programas de apoios com bolsas de estudo
e aprendizado específico em áreas como português ou matemática, as
diferenças de desempenho são desprezíveis. Esta constatação também
aparece no caso da USP, em relação aos admitidos pelos programas de
inclusão que são direcionados para os egressos das escolas públicas. Em
especial na experiência da UERJ, os cotistas também são os que
apresentam menor índice de evasão escolar, o que é extremamente
importante pelo custo que cada vaga ociosa representa para os cofres
públicos.
Adoção de cotas pode fazer com que o Brasil periférico passe a ser o centro das preocupações nas instituições de ensino superior |
Os críticos também apontam a lei de cotas
como falha, dizendo que não será possível checar a veracidade das
informações sobre a renda dos estudantes e daqueles autodeclarados
negros e indígenas. Isso pode acontecer?
A UERJ desde o seu primeiro vestibular em 2003, em
que destinou vagas para as cotas, sempre utilizou o sistema de
autodeclaração. A autodeclaração é a forma mais correta de se tratar a
questão, sendo inclusive aquela recomendada por documentos
internacionais que tratam da questão racial. A razão é simples: não é
dado a ninguém dizer a respeito de uma condição inerente a outro ser
humano. Ora, não é razoável que se atribua a terceiros a dicção da
identidade alheia. Caso contrário, seria um poder conferido a um
terceiro sobre traço característico fundamental de certo grupo,
percebido na perspectiva de sua identidade. É poder demais de um homem
sobre o outro. No caso da UERJ, por exemplo, em quase dez anos, a
questão não suscitou grandes demandas sobre a veracidade das afirmações,
sendo que o controle, certamente, existe internamente no dia-a-dia da
universidade, onde convivem cotistas e não-cotistas. Registre-se que
certo escritório, ligado a movimentos sociais, colocou à disposição peça
judicial no seu site, para que qualquer um que se sentisse atingido
pela declaração inverídica pudesse ingressar em juízo contra aquele que
se utilizou deste artifício. No entanto, a despeito disto tudo, não há
uma quantidade significativa de fatos que coloquem em risco o sistema de
cotas daquela universidade. Acho, inclusive, que a melhor maneira de
controle, se é que ela realmente é necessária, seria a realizada pelos
movimentos sociais ligados à questão racial. Se estes entenderem que
esteja havendo fraude, eles devem agir em defesa da causa racial. No
entanto, acredito que não se deva começar a questão pela presunção de
má-fé. A boa-fé se presume. Se alguém agir com má-fé, certamente,
demonstrado o fato, há mecanismo jurídicos à disposição de qualquer um,
que se sinta prejudicado.
A mudança do perfil social das Universidades deve ter consequências em relação ao tipo de conhecimento científico produzido?
Inicialmente, e já está comprovado, o que reforça a
ideia de que o mérito não deve ser vislumbrado sob a perspectiva
individual, é que os cotistas, após formados, realizam de forma
voluntária maior prestação de serviços às comunidades pobres. Somente
por este argumento, não se justifica que sejam mais merecedores do que
os demais – considerado o mérito a partir do interesse da sociedade?
Assim, nos Estados Unidos, por exemplo, demonstrou-se que médicos
provenientes de sistema de cotas atendem duas vezes mais, como
voluntários, as comunidades pobres. Esta maior disposição também foi
demonstrada em relação aos cotistas da UERJ. A questão me parece clara e
nos fornece elementos para a melhor resposta da pergunta: quem é
forjado na solidariedade irá, com mais facilidade, gestar soluções
solidárias. Este dado é extremamente importante para o incremento das
pesquisas e do ensino nas universidades. Hoje, extremamente centrados em
óticas desocupadas da realidade social, certamente que, com a
modificação do universo de seus discentes, o centro das preocupações
seria outro, bem mais próximo de sua própria realidade. O Brasil
periférico seria o centro das preocupações, o verdadeiro Brasil passaria
a ser analisado nas universidades. O país tem problemas sérios que
poderiam ser melhor resolvidos se os cérebros existentes na universidade
estivessem efetivamente a seu serviço. No entanto, hoje preocupado
essencialmente com o seu futuro profissional, o jovem da elite branca
brasileira não pensa mais o país nas universidades, não busca mais as
soluções para os problemas nacionais, mas apenas para o seu problema
pessoal de como se virar no futuro profissional. É claro que existem
exceções, mas que, infelizmente, somente comprovam a regra.
Outra crítica às cotas é de que ela é uma
nova forma de segregação racial às avessas uma vez que reafirma a
identidade negra como forma de conseguir "vantagens" em relação a
brancos, mesmo que estes sejam mais pobres que os primeiros. Como o
senhor enxerga essa questão?
Esta é uma afirmação, no mínimo, equivocada. Para ser
segregada no nosso país, a raça branca, que se encontra em vantagem
histórica de séculos, precisaria de uma força oposta de mais alguns
séculos. No entanto, qualquer política de cotas, como é sabido por
qualquer um, é transitória. Assim, no instante de equilíbrio das forças,
observada a lógica do capitalismo, as cotas não seriam mais
necessárias. Além disto, não há que se falar em instauração de uma
divisão racial, hoje supostamente inexistente no Brasil. Primeiro,
porque a divisão racial já existe, basta ver a guerra travada nos faróis
entre as raças. Basta ver a cor dos que são dizimados nas periferias. E
assim por diante. O ódio racial, de ambas as partes, já está
instaurado, há muito, no país. As cotas irão, isto sim, acabar com a
segregação negra, sem que isto importe em uma segregação oposta. Não se
cria uma segregação acabando com a outra. Isto remonta a um raciocínio
primário e completamente desprovido de qualquer cientificidade.
Professor, os estudantes de escolas públicas,
negros e indígenas podem aguardar boas novidades sobre a possível
implementação das cotas nas Universidades paulistas?
Falarei especificamente da USP sobre a qual tenho
mais dados. A USP tem dois programas de inclusão social, chamados
INCLUSP e PASUSP. Ambos são voltados para os alunos egressos da escola
pública. No entanto, ambos são, a meu ver, completamente insuficientes,
em especial se analisarmos a questão da inclusão racial. Aliás, mesmo
para os fins principais a que se destinam, que é a inclusão do aluno de
escola pública, me parece que os dados não são tão animadores. Na sua
última edição atingiram apenas o índice de 28% de inclusão deste
segmento, sendo que a população negra correspondeu a 2,6%. A
insuficiência é apontada mesmo em documentos oficiais, que são
explícitos no sentido de que os alunos da Rede Pública que se
inscreveram para o INCLUSP, por exemplo, diminuíram sensivelmente desde a
concepção do programa. Veja-se, ainda, a baixa inclusão, especialmente
em cursos de elevada concorrência. No caso do curso de Direito do Largo
de São Francisco, conforme dados de março de 2012, a aprovação de
candidatos inscritos no INCLUSP não chegou a 9% e, na Medicina, por
exemplo, não chegou a totalizar 15%. Veja-se que, aqui, sequer estamos
falando em número de aprovados na perspectiva racial, que, segundo
fontes oficiosas, chega no curso de Direito do Largo de São Francisco, a
2%. Isso, aliás, é visível para qualquer professor, que, como eu,
ministra aulas para classes do diurno e do noturno. Mas alguns poucos
avanços, em especial do INCLUSP, devem ser aproveitados em caso de
aprovação de um sistema de cotas. Por exemplo, a admissão de que não
basta apenas o ingresso, sendo necessárias políticas para a permanência
dos alunos negros na Universidade como, por exemplo, os programas de
bolsas, que ajudam a evitar a evasão.
Da mesma forma, há dados interessantes que devem ser
considerados no discurso da admissão de alunos de segmentos menos
favorecidos da sociedade e que já estão demonstrados por ambos os
programas. Assim é fato que não é possível falar em baixo rendimento de
alunos provenientes destes segmentos em relação aos demais que cursam a
Universidade. Este dado, e já existem conclusões em outras experiências
no mesmo sentido, deve ser aproveitado para reforçar a política de cotas
raciais. Estas questões são importantes para a nossa reflexão a
respeito inclusive do que se entende por mérito nas universidades – que
passará a ser qualificado pela ideia de diversidade, indispensável ao
espírito universitário e que é potencializada no caso das cotas raciais,
sociais e para pessoas com deficiência. Infelizmente, no entanto, e
apesar destes dados, o Conselho Universitário, em recente reunião, ao
invés de tratar o assunto de forma mais contundente, resolveu apenas
promover uma série de debates a respeito do tema. Pessoalmente, e vendo a
evolução da questão no país, acho que a USP está ficando para trás e
isto custará, com o tempo, a perda de sua credibilidade enquanto
instituição pública e de qualidade de seu ensino pois não dará o salto
necessário para o enfrentamento das grandes questões nacionais.
Fonte:http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/cotas-para-negros/16137-cota-nao-e-concessao-mas-resultado-de-luta
ADOÇÃO DE CRIANÇAS NEGRAS
Vários sites disponibilizam informações sobre adoção.
Vários sites trazem as dificuldades que tem enfrentado as famílias brasileiras com relação a espera para a adoção .
Porém são poucos os sites que falam sobre as dificuldades e apontam os índices de crianças negras que estão na fila de espera da adoção.
Em 2011, das 26 mil famílias que aguardavam na fila da adoção, mais de um terço aceitavam apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) eram mais da metade das que estavam aptas para serem adotadas e aguardavam por uma família. Este dado não mudou.
O racismo, que as pessoas jogam fora, guardam, muitas pessoas negam a existência, outras chegam a declarar abominação, podem ser ainda verificado nos comportamentos e nas atitudes das famílias/ ou pessoas pretendentes a adoção .
Muitas famílias ainda traçam um perfil baseado nas relações racialmente constituídas no Brasil.
Onde o belo é branco e o preto é feio. Onde o anjo é branco e o demônio é o preto.
Herança maldita do sistema escravagista.
Herança maldita que tira direitos, não oportuniza e que contribuem para não conscientização das diferenças étnicas/raciais que não são motivos de discriminar ou critério de padrão para escolha de um ser humano.
No contexto geral é necessário que este tipo de preconceito seja dissolvido.
O preconceito racial com relação as crianças negras tem dificultado a diminuir os índices de desigualdades existentes.
Não deveria existir diferenças no universo das relações humanas, principalmente com relação a crianças que não são mercadorias em vitrines e sim pessoas a espera de alguém que os/as ajudem no seu desenvolvimento humano, econômico e social e no seu pertencimento enquanto cidadão e cidadã.
O Brasil conta com o Cadastro Nacional de Adoção, que possibilita a ampliação dos/as cadastrados/as em cada cidade para uma dimensão nacional. Isso significa que todo o País tem acesso à informação, automaticamente, a cada atualização.
Isto possibilita a adoção de uma criança de um determinado Estado por um pretendente de outro Estado .
O Cadastro abranger todo o território nacional não só torna o processo mais rápido e transparente, como aumenta as chances de encontrar uma família para as crianças e adolescentes. O novo sistema tem demonstrado bons resultados também porque facilita o acesso aos dados pelos juízes, já que o Cadastro tem a coordenação do Conselho Nacional de Justiça.
Além disso, a partir da entrada em vigor da Lei 10.421/02, a mãe adotiva, assim como a mãe biológica, passa a ter direito à licença-maternidade. No entanto, ela é proporcional:
• 120 dias no caso de adoção de criança de até 1 ano de idade;
• 60 dias quando a criança adotada tem de 1 a 4 anos;
• 30 dias para o caso de adoção de criança de 4 a 8 anos de idade.
O direito ao salário-maternidade também é estendido à mãe adotiva.
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/15658:brasil-tem-4856-criancas-para-a-adocao-revela-ultimo-balanco
Fonte:http://monicaaguiarsouza.blogspot.com.br/2012/06/adocao-de-criancas-negras.html
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Claudio Vitorino em ação..
Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...
Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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