Playlist
Playlist
Playlist
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Afrocentricidade em questão
Trazer ao Brasil o Dr. Molefi Kete Asante – um dos maiores intelectuais negro do mundo, foi sem dúvida uma façanha da organização da 10ª Edição do Copene, encontro de intelectuais negros ocorrido em Santa Catarina. Asante foi criador do primeiro programa de doutorado no mundo sobre o continente africano, autor de mais de 200 artigos acadêmicos e fundador do movimento filosófico da Afrocentricidade e do Instituto Nacional Afrocentricidade. Asante se formou na Universidade da Califórnia, trabalhou como jornalista no Zimbábue, foi membro de diversas instituições acadêmicas, discursou em mais de 250 campus, debateu com os conservadores brancos e negros sobre questões como a afrocentricidade, o multiculturalismo e a educação antiga, entre outros. Poeta, dramaturgo e também pintor, Molefi Kete Asante é o maior escritor afro-americano, com mais de 70 livros publicados sobre os mais variados temas. Segundo Elisa Larkin Nascimento, que nos auxiliou nessa entrevista, Asante estava pensando coisas parecidas quando Abdias Nascimento desbravava a questão racial no Brasil.
O que é exatamente afrocentricidade, palavra bastante usada no seu trabalho?
A afrocentricidade é a teoria que diz que os povos africanos têm que ver o mundo desde sua própria perspectiva, o que significa que a pessoa africana, em todas as situações, é um agente sujeito da sua própria experiência, não só nas margens da Europa. Durante 400 anos, os povos africanos têm sido removidos de estar no centro da sua própria experiência. A afrocentricidade é uma perspectiva que permite aos povos africanos se relocalizarem ao centro de sua própria experiência.
De que forma essas experiências podem impactar no cotidiano da diáspora africana?
Não há nada mais correto para os povos africanos ou pessoas africanas no Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Jamaica e África, do que a nossa própria experiência histórica. Se nós estamos engajados no processo de maturidade, então precisamos estudar a nossa própria cultura, a nossa filosofia, precisamos honrar nossos ancestrais, precisamos respeitar as tradições filosóficas que durante milhares de anos produzimos. Não podemos simplesmente jogar isso fora, mas a experiência da escravidão, escravatura do colonialismo, o idealismo nos colocaram longe de nós mesmos, ficamos desorientados e, consequentemente, nos tornamos imitações da Europa. A afrocentricidade é um projeto para a sanidade, para resgatarmos esse orgulho milenar que o processo do escravismo desvirtuou.
A experiência brasileira na criação de núcleos negros nas universidades é recente, tem pouco mais de uma década. E nas universidades americanas, como foi a criação desses núcleos?
Nos Estados Unidos o gesto inicial de criar os departamentos de estudo afro-americanos foi contra o sistema, porque normalmente os departamentos são criados pelo corpo docente, mas esses foram criados pelos estudantes que, depois de passar pela universidade, rejeitavam as doutrinas disciplinares convencionais racistas, como estudantes da Universidade de Califórnia, em Los Angeles. Eu estava junto dos estudantes, que acreditavam que precisávamos de uma educação mais relevante, queríamos aprender sobre os filósofos mortos brancos, mas queríamos também aprender sobre os filósofos negros, queríamos aprender sobre teorias psicológicas do mundo ocidental, mas nós nos perguntávamos: “onde estão as teorias africanas?” Queríamos aprender a literatura do mundo ocidental e também a literatura do mundo africano. Não havia espaço para isso na tradição acadêmica antiga, surgiu daí a ideia em cima da necessidade de criar esses núcleos.
"A EUROPA PODE APRENDER COM A ÁFRICA, A EUROPA NÃO É SIMPLESMENTE O PROFESSOR E NÓS OS ALUNOS. NÓS TODOS PODEMOS SER MESTRES E ALUNOS NESSA REVOLUÇÃO"
Mas vocês tiveram a experiência de universidades negras com mais de 100 anos. Como se dava as disciplinas e a política neste campo, dentro dessas universidades?
Você tem razão. Quando iniciamos esse movimento, já tínhamos sim as faculdades e universidades tradicionalmente negras, mas todas eram semelhantes às instituições convencionais, pois imitavam as faculdades e universidades “brancas”, que não eram revolucionárias. O grande poeta da negritude era professor da Howard Universty, em Washington DC e ele se perguntava: “Isso aqui é uma plantação ou fazenda colonial?” Só agora estamos vendo algumas dessas faculdades negras seguirem o conteúdo que nas instituições mais convencionais tem sido implantado para novos estudos afro-americanos.
Concretamente, o que o grupo que o senhor liderava nos anos 60 e 70 reivindicava nessas universidades?
Queríamos que as nossas universidades nos dessem umas respostas, não só a nossa diversidade, mas também as nossas ideias, opiniões e diversos conceitos próprios. Não havia razão para que Duke Ellington, por exemplo, um compositor musical com três mil obras, não fosse estudado nos departamentos de música. Você podia se formar, se graduar em música e nunca ter ouvido falar de Duke Ellington – o compositor mais produtivo da história da música americana. Perguntamos na área da música qual é a relevância desse diploma. Em todos os campos era a mesma coisa, muitas universidades pediram para desenvolver bibliografias e programas, porque os professores brancos nunca tinham se informado nessa área, eles não conheciam essa história, nós tivemos que desenvolver isso.
Mas fazer esse tipo de mudança não é ir contra toda a tradição, o formato e a ideologia da academia?
Marcus Garvey, um dos grandes ativistas e intelectuais americanos, disse que o mundo branco promove suas ideias na base do chute, na base do blefe. O formato acadêmico é o blefe, podemos criar esses formatos de qualquer discurso, de qualquer cultura, desde a China, Índia, África... Nós somos todos seres humanos que temos a possibilidade e habilidade de promover o pensamento avançado, mais o blefe é dizer que você não pode fazer isso, por que não aprendeu a maneira correta de fazê-lo, então, é uma estrutura imposta, o movimento dos estudos negros foi antiestrutural. O movimento sugere, por exemplo, que nós poderemos começar uma discussão de todo o pensamento da cultura clássica africana, da mesma maneira que os europeus começaram da Roma, da Grécia clássica, da mesma forma que os asiáticos começam com a China. Nesse trabalho está muito claro para nós que não era necessário seguir uma linha de pensamentos de que a Europa é particular.
Que se pode ter uma resposta diversa aos fenômenos humanos.
Sim, fazer as pazes ancestrais africanas ou europeias. A Europa pode aprender com a África, a Europa não é simplesmente o professor e nós os alunos. Nós todos podemos ser mestres e alunos nessa revolução, porque muitos de nós, negros nos Estados Unidos, nunca tínhamos visto a nós mesmos como os possíveis mestres, mas quando nós trouxemos o nosso conhecimento à mesa, vimos que ele não é inferior ao conhecimento que eles trouxeram.
Voltando um pouco ao “blefe” acadêmico branco, o senhor não acha que alguns negros na academia – mestres ou doutores – quando decodificam esses “blefes”, também reproduzem essa forma de impor o seu conhecimento?
Sim, claro, existe isso nos Estados Unidos, na África também, no continente europeu e no Brasil, em todas as sociedades onde você tem tido dominação branca sobre a academia, por que nós, como estudantes, procuramos fazer a nossa correria dentro dessa academia. Precisamos seguir os procedimentos e os formatos que eles criaram para esse sucesso, entretanto, aquilo que resiste, o indivíduo consegue criar uma nova maneira de abordar o conhecimento que nos traz revelação nova, como Abdias do Nascimento. Ele foi uma pessoa desse quilate, não só no Brasil como também nos Estados Unidos. Em muitos aspectos, talvez Abdias não tenha seguido o formato, estava colocado. Ele criou nos Estados Unidos e no Brasil novas correntes de pensamentos, partiu daquilo que estava dentro da cultura afro-brasileira e criou conceito como aquela história do quilombismo, que passa a ser um conceito da ciência social. Agora que uma pessoa branca nos Estados Unidos ou no Brasil quer falar desse conceito passa a fazer parte da corrente principal do discurso africano. O quilombismo é uma ideia intelectual, é importante dizer que o que ele fala não é referente apenas aos fenômenos dos quilombos das comunidades, é uma proposta para a organização do estado brasileiro da nação.
O senhor não acha que a pressão do mundo acadêmico, os prazos, as tarefas e a atmosfera eurocêntrica o tempo todo fazem embranquecer qualquer teoria?
Eu recebi uma educação boa, como de um menino branco e passaram muitos anos para limpar a minha mente daquela coisa, por que eu estava no caminho de ficar igual a uma dessas pessoas padronizadas negras, por estar separando a minha própria cultura e história do interesse do meu povo. É isso o que acontece, é isso o que faz esse ensino com você. A maneira que eu me reorientei, tive que ler e estudar sobre Luiz Gama, Luiza Mahin, João Cândido, voltar a esse aí para aprender e reaprender.
"NOSSOS FILHOS PRECISAM DE CONFIANÇA, ELES TAMBÉM TÊM QUE CHEGAR AO MUNDO COM O CONHECIMENTO DE QUEM ELES SÃO QUEM FORAM OS SEUS ANCESTRAIS"
Por isso a importância de reforçar esses núcleos?
Sim, sem dúvida, ainda mais porque nossas crianças, nossos filhos precisam de confiança, eles também têm que chegar ao mundo com o conhecimento de quem eles são e quem foram os seus ancestrais, saber que esses são valores importantes de conhecimento e que não são cidadãos de segunda classe.
Quando o senhor fala em crianças, estamos falando em ensino fundamental e ensino médio. Como trabalhar esses conceitos? No Brasil existe uma lei direcionando o ensino afro para esse público.
Vamos começar com ensino fundamental para depois chegarmos à universidade. Eu também sou consultor de 12 escolas nos Estados Unidos, na educação básica no Brasil, seria muito útil para todos os alunos ter uma disciplina com alguns fundamentos africanos desde a pré-escola até o ensino secundário. As crianças podem ser introduzidas primeiramente aos heróis nacionais e eventos significantes da história afro-brasileira, no nível de livros, jogos, esse tipo de coisas. No ginásio, deve ter uma introdução às grandes civilizações africanas no Egito, em Gana, Mali e Sungai, uma introdução ao mundo pan-africano, os africanos no Uruguai, Peru, Equador, na Colômbia, Guiana, no Caribe e no continente africano. Aí, no final do ensino secundário, pode ser uma introdução aos assuntos mais sérios envolvendo o continente africano na sua relação com o restante do mundo. É isso que estamos propondo nas escolas dos Estados Unidos.
Gostaria que o senhor desse um panorama sobre o COPENE 2012.
Esta reunião é única nos tempos contemporâneos, temos gente do Uruguai, Peru, Costa Rica, Jamaica, África, França, Estados Unidos, de vários outros lugares aqui reunidos e isso faz com que o Brasil avance, impulsione uma posição de liderança que já deveria ter tido há muito tempo. Vocês têm aqui o dobro de números de africanos do que nós temos nos Estados Unidos, vocês precisam assumir a sua liderança. Se fizerem isso, jamais deixarão essa posição. Esse é o destino de vocês no mundo!
Fonte:http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/171/artigo271330-2.asp
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagens populares
-
A data foi criada em 1988 pelo Ministério da Saúde com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença, o tratamento e, principalm...
-
Com o título "Uma Jornada para o Inferno", a revista inglesa The Economist diz em reportagem de sua última edição que as prisões n...
-
Em sua palestra no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), na qual é professor, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), J...
-
Ouvi a frase de uma taxista: "Para dizer que o meu filho é bonito, não preciso dizer que o filho do vizinho é feio" . Fiquei bo...
-
1.jul.2014 - O professor de História André Luiz Ribeiro, de 27 anos, foi espancado por moradores do bairro Balneário São José, em São Paulo...
-
Se você não gosta de si mesmo, quem gostará? Se você não se orgulha do que faz, quem se orgulhará? Se você não tem respeito por suas p...
-
A floresta amazônica perdeu 487 quilômetros quadrados de cobertura vegetal em outubro deste ano, o que representa um avanço de desmatamen...
-
Matar os polícia é a nossa meta Fala pra nois qu em é o poder Mente criminosa coração bandido Sou fruto de guerras e rebeliões Comecei...
Arquivo do blog
-
▼
2013
(524)
-
▼
agosto
(49)
- Plenário da Câmara nega cassação, mas Henrique Alv...
- "O ESQUENTA" O programa mais racista da TV Brasile...
- HOMENAGEM AOS PROFESSORES E A TODOS PROFISSIONAIS ...
- Criança deixa de comer parte da merenda escolar pa...
- "Para quê partidos, se é possível o voto avulso, b...
- Procurador da República denuncia Anthony e Rosinha...
- Marta Suplicy libera R$2,8 milhões para financiar ...
- Concurso para agente penitenciário pode ser cancel...
- GENOCÍNIO DO POVO NEGRO
- INCOERÊNCIA SOCIAL !!!! BASTA DISSO
- Ta chegando ingressos limitados !!!!
- Pensem !!!!
- Não queremos o fechamento das APAE'S !!!! VAMOS LU...
- Avalie antes de aceitar panfletos na rua..
- Dez dicas para começar hoje a ser um consumidor co...
- Oito atitudes para tornar sua vida mais sustentáve...
- Nossa realidade na íntegra !!!! Já pensaram a resp...
- 19.06.2013 - PL 4.471 propõe mais rigor na investi...
- Brasileiro inventor de 'luz engarrafada' tem ideia...
- FEIJOADA TRADICIONAL , MAIS DE 25 ANOS DE EVENTOS ...
- O preconceito é ........
- SUPERINTERESSANTE: "ENFIM, A CURA DA AIDS"
- Envolvimento de Eike Batista com o governo do PT p...
- Professor reúne apelidos racistas e cria projeto c...
- Aos verdadeiros pais..
- Collor acusa Joaquim Barbosa de desrespeito e de v...
- Doutor é quem fez Doutorado
- Aprovada no Senado PEC amplia penalidades para juí...
- Afrocentricidade em questão
- Lindas Reflexões Por :Anna Maria Oliveira
- SERES HUMANOS !!!! PENSEM , APENAS PENSEM
- SAWABONA - "EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É...
- Doacão de órgãos vale a pena pensar nisso ..
- César Ciélo entrega mais uma vergonha do governo b...
- Mudança de vida , dietas e caminhas milagres não e...
- MARCHA CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO
- Um antropólogo estava estudando uma tribo na Áfric...
- " A verdade dói a realidade machuca as almas e nos...
- Programação do Primeiro encontro de Filosofia e A...
- O BRASIL E A CRISE DE VALORES!!!!
- ACORDA BRASIL! REDE GLOBO SONEGOU R$ 615 MILHÕES E...
- Maçom Mata?!
- "Estou esperando o momento oportuno para desmascar...
- Dirceu e Jefferson pedem que Joaquim Barbosa seja ...
- PRIMEIRO ENCONTRO DE FILOSOFIA AFICANIDADES
- Sarney já morreu e nota só aguarda posição oficial...
- Vaticano critica oportunismo de Dilma e quer distâ...
- Filhas de ministros do STF disputam altos cargos n...
- Facebook retira do ar página que facilitava adoção...
-
▼
agosto
(49)
Claudio Vitorino em ação..
Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...
Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
Filmes que mudarão sua vida..
- A cor púrpora
- A espera de um milagre
- A procura da felicidade
- A prova de fogo
- Antes de partir
- Desafiando gigantes
- Ensina-me a viver
- Paixão de Cristo
Postagens populares
-
A data foi criada em 1988 pelo Ministério da Saúde com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença, o tratamento e, principalm...
-
Com o título "Uma Jornada para o Inferno", a revista inglesa The Economist diz em reportagem de sua última edição que as prisões n...
-
Em sua palestra no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), na qual é professor, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), J...
-
Ouvi a frase de uma taxista: "Para dizer que o meu filho é bonito, não preciso dizer que o filho do vizinho é feio" . Fiquei bo...
-
1.jul.2014 - O professor de História André Luiz Ribeiro, de 27 anos, foi espancado por moradores do bairro Balneário São José, em São Paulo...
-
Se você não gosta de si mesmo, quem gostará? Se você não se orgulha do que faz, quem se orgulhará? Se você não tem respeito por suas p...
-
A floresta amazônica perdeu 487 quilômetros quadrados de cobertura vegetal em outubro deste ano, o que representa um avanço de desmatamen...
-
Matar os polícia é a nossa meta Fala pra nois qu em é o poder Mente criminosa coração bandido Sou fruto de guerras e rebeliões Comecei...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Um espaço verdadeiramente democrático , não limitamos e restringimos qualquer tipo de expressão , não toleramos racismo preconceito ou qualquer outro tipo de discriminação..Obrigado Claudio Vitorino