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domingo, 25 de novembro de 2012

Superando Limites



Todo ser humano é uma expressão do Poder de Deus em miniatura. Você não deixa de ser uma representação do ilimitado, apesar de estar limitado pelas condições concernentes ao meio físico a que está condicionado. É limitado enquanto ser pensante, mas pode superar quaisquer limites através da ligação transcendental à Fonte Universal.

Para superar seus limites, você deve ser capaz de transcender o plano físico, percebendo a matéria como uma parte e não como o Todo.

Como se faz isso?

Reconhecendo que tudo que é material tem a sua origem não material.

Tudo que é visível se origina do invisível, que é permanente e eterno. E, nisso não existe nada de mágico ou sobrenatural. Todos nós possuímos um poder mental natural através do qual temos a capacidade de influenciar e sermos influenciados. Essa capacidade inata pode ser utilizada para influenciar positivamente pessoas, equipes, organizações, nações. Esse poder está dentro de você e, tudo o que conquistou, ou, vier a conquistar, será por execução desse poder sem limites dentro de você, quer você o conheça ou não.

A superação é um processo de constante aprendizado e se expressa pela criatividade, pela capacidade de adaptação ao novo que surge a cada momento; principalmente, pelos “insigths” intuitivos que afloram da parte mais elevada dentro de nós.

Para superar os obstáculos e problemas que surgem a cada dia, torna-se necessário estabelecer uma conexão, não apenas com o que está aqui, mas com os sentimentos e as emoções mais profundas que afloram do subconsciente. Temos que estabelecer relacionamentos com aquilo que poderíamos chamar de nossa alma. Algo mais profundo dentro de nós que supera a capacidade dos cinco sentidos físicos e é capaz de compreender melhor significados, contextos e relacionamentos, através de mecanismos cognitivos e perceptivos. Essa supraconciência é na realidade, a base do nosso ser e é ela quem interpreta e determina todos os domínios da nossa existência.

Lembre-se de que sempre limitamos o ilimitado. Portanto; através da conexão dessa Fonte de Poder sem Limites, seremos capazes de ampliar a nossa consciência para um campo de magnífica amplitude e ilimitadas possibilidades.

Abra a sua mente. Aceite a sua condição natural de ser em constante estado de evolução, crescimento e expansão. Veja os limites atuais como sequelas das crenças limitadoras criadas, em sua mente, por sua própria vontade ou de forma inconsciente.

O ponto crucial para a mudança de paradigma visando à superação de suas dificuldades, consiste em se livrar dos padrões atuais. Mais saiba que uma crença não pode ser eliminada simplesmente, de forma instantânea. É necessário substituí-la por outra, mais ampla e mais verdadeira, em consonância com as Leis Universais. O simples fato de pensar em eliminar algo, acaba por alimentar esse algo em você. Não resista ao mal, mas persista no bem. Esse é o caminho.

Pense! O Universo está em constante expansão, crescimento e em atividade dinâmica e constante. E, por que deveria ser diferente com você?

Você é um ser magnífico, vivendo em um universo magnífico. Aceite a sua condição de colaborador na Grande Obra da Criação e passe a vivenciar de forma objetiva a expansão cósmica em sua vida.
Não importa a sua situação atual. Agora você tem diante de si a perspectiva da vitória e da superação. Acredite: tudo o que um homem fez, outro pode fazer. Prosperidade, vitória, felicidade; nada disso ocorre por acaso. Se assim fosse Deus (O Universo) seria injusto, cruel e seletivo.

Diversas condições internas e externas ao seu ser contribuíram para aquilo que você é agora. No entanto, qualquer que seja o seu estado atual, pode ser melhorado através de sua ação consciente e eficaz. Mude as suas crenças de "não tenho", "não posso", "não consigo" para "eu tenho", "eu posso", "eu consigo". Mesmo que isso pareça uma utopia diante de sua situação atual, PERSISTA.

O Universo responde sempre à vibração que você emite. Enquanto sua vibração estiver atrelada à sua situação atual, isso se manterá. Por outro lado; ao mudar o foco de suas crenças para algo que você, realmente, quer; aquilo que você não quer, perde força, esmaece e morre. O segredo é eliminar os "nãos" de todas as suas crenças e hábitos. Ao invés de pensar em não querer ficar doente, conscientize-se de que o seu estado natural é saúde e bem-estar, admitindo isso como a essência original do seu ser. E é assim. Pense bem! Apesar de haverem milhões de pessoas doentes no mundo, ninguém quer ficar doente. Isso é óbvio e natural porque estar doente não é um estado natural do ser. Da mesma forma; há milhões de miseráveis e famintos na terra, mas não podemos aceitar que isso esteja em alinhamento ao processo cósmico, que sempre tende à evolução, ao crescimento e à abundância. Algo está errado, mas isso não é com Deus e sim com o homem. Elimine o egoísmo do planeta e a fome morre junto.

Bem! Não temos o poder para mudar o mundo porque não somos capazes de adentrar nas consciências dos demais e expandi-las. Mas não se preocupe com isso: Deus pode fazer isso. Só não faz porque respeita a liberdade de cada um e, também, porque trilha caminhos infinitamente mais altos que os nossos. Portanto, esqueça a idéia de mudar o mundo. Mude a si mesmo e isso será suficiente. Essa é a sua parte. Mude a sua vibração e o mundo à sua volta se estremecerá. De certa forma, essa é a única maneira de mudar o mundo. Porque, ao evoluir, tudo à sua volta se transforma para acompanhar a sua evolução.

Você não precisa estar em estado de graça para mudar a sua vibração. Precisa apenas ser persistente, afirmando diariamente uma realidade ideal que deseja para a sua vida. Isso pode ser feito, simplesmente, ao manifestar gratidão por tudo àquilo que você já tem. Ao invés de pensar: eu não tenho o carro tal, seja grato por estar vivendo em uma época em que a facilidade de locomoção o leva a qualquer lugar. Você pode não ter um carro documentado em seu nome, mas tem uma série de meios de transporte que, nem o mais rico dos homens que viveram há cinco séculos atrás, nem sonhava em possuir. É uma simples questão de mudança de visão.

Olhe à sua volta e seja grato por tudo o que você já tem ao seu dispor. O Universo sentirá suas emanações de gratidão e passará a criar situações pelas quais você se torne cada vez mais grato. Assim funciona o mecanismo cósmico: do que você tem dentro de si, mais te será dado, do que não tem, até o que vier a possuir lhe será tirado.

Ao vislumbrar um mundo ideal através da crença na inexorabilidade das Leis Universais, você passará da condição de vítima das circunstâncias a colaborador no processo de expansão do Universo, co-criando em sintonia com o propósito do grande Cosmos.

Você nunca será como Deus porque está condicionado a determinadas regras cósmicas. Assim como você não pode estar fisicamente em vários lugares ao mesmo tempo, também não consegue criar deliberadamente em todos os campos de sua vida, de forma simultânea. Assim; ao se concentrar em objetivos de abundância e prosperidade com afinco e determinação, você conseguirá atingir seus intentos. No entanto; mais adiante, perceberá que negligenciou outras áreas importantes de sua vida como, por exemplo, a afetiva.

Então...

O seu tesouro estará sempre onde estiver o seu coração. Mas saiba que nem tudo o que reluz é ouro. As maiores riquezas da vida não se compram com dinheiro. Alegria, amor felicidade, paz interior, sabedoria... são os maiores tesouros que você pode possuir. Se você tiver habilidade mental suficiente para acrescentar o ouro material a tudo isso, será ótimo. Se não; prefira esses tesouros espirituais que nem a traça, nem a ferrugem serão capazes de corroer.

Supere seus limites e alcance o sucesso em todas as áreas de sua vida através do Método Prosperar da Casa do Aprendiz. Clique no link abaixo para conhecê-lo:



Fonte:http://www.acasadoaprendiz.com.br/superando_limites.html

"Belo Monte. Um depoimento. Entrevista especial com Ignez Wenzel”




Ao descrever os bastidores da construção da hidrelétrica no rio Xingu, a religiosa lamenta ao reconhecer que “não existe lei, não existe Constituição. O político nos domina e não temos ação contra ele”. Confira a entrevista.

Saída de Porto Alegre há 35 anos, a irmã Ignez Wenzel deixou as atividades que desenvolvia no Colégio São João para abraçar a causa dos colonos que migraram para o Pará em função da construção da Rodovia Transamazônica (BR-230). Hoje vive emAltamira-PA, e está engajada com o Movimento Xingu Vivo para Sempre na luta contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

Em visita ao Rio Grande do Sul, irmã Ignez recebeu a IHU On-Line, onde concedeu a entrevista a seguir. Ela percebe que “no Sul nem sempre chegam as notícias verdadeiras acerca do que acontece no Pará, porque elas ficam ‘blindadas’ em Belém. Até em Altamira as notícias não são publicadas em todos os meios de comunicação, porque alguns veículos estão conchavados com a empresa Norte Energia. Temos mais respaldo da mídia internacional”.

Ao relatar o conturbado cenário que envolve o Consórcio Norte Energia, grupo formado por diversas empresas envolvidas na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, irmã Ignez, visivelmente emocionada e sensibilizada com a situação, afirma que a Norte Energia prometeu casas para todos que seriam atingidos pela obra, mas agora avisaram que os atingidos não receberão novas casas, mas sim pré-moldadas. “Isso é horrível por causa do clima; dentro das casas fará 40º”.

E continua: “eles também prometeram construir escolas, hospitais, infraestrutura para a cidade, investimento em saneamento básico, etc. Se vocês forem à cidade, não verão nenhum investimento. Além disso, a energia da região é destinada à obra de Belo Monte, e a cidade muitas vezes fica no escuro. Não costumava faltar energia na cidade, mas há alguns meses falta energia toda semana. O que nós tínhamos acabamos perdendo, até o espaço na rua. Tem até engarrafamento em uma cidade que é tão pequena. Nós éramos 90 mil e agora são 140 mil pessoas. Tem muito roubo, muita morte por acidente de moto, tudo acompanhado pelo desespero, pelo nervosismo, pois muitos crimes acontecem”.

Irmã Ignez também confirma casos de extração de minérios na Volta Grande do Xingu, onde cerca de 200 garimpeiros extraem ouro manualmente. “Está comprovado que lá tem uma jazida de 50 mil toneladas de ouro, além de diamantes e outros minérios preciosos. (…) Trabalhadores falaram para mim que eles já viram nas explosões pedaços de ouro, mas ninguém sabe para onde vão e eles não podem tocar, nem falar sobre o assunto”, relata.

Há quase quarenta anos atuando na região junto às comunidades populares e indígenas, lamenta a atual situação e comportamento dos indígenas diante da construção da hidrelétrica. “Eles estão ‘amarrados’. Dizem que, se não ‘entrarem no jogo’, passarão fome. Eles sabem que estão sendo objeto de jogo, mas não veem possibilidades de mudar a situação. Eles sabem que se contam conosco ficam debilitados, porque a Justiça está de olho no nosso trabalho. Mas isso prejudica nossa atuação, e por isso tivemos de recuar um pouco fisicamente, mas intensificamos o apoio e a logística a eles”.
Ignez Wenzel é graduada em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. É religiosa consagrada da Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã. Confira a entrevista.

IHU On-Line – Qual a atual situação da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte?

Ignez Wenzel – A Norte Energia está com toda a pompa, avançando na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Atualmente estão construindo as ensecadeiras [1], porque o rio Xingu é muito largo e é composto por muitas ilhas. Então, estão ligando uma ilha a outra.

Estamos constantemente organizando manifestações contra a obra. No Xingu+23, na ocasião da Rio+20, abriram uma ensecadeira durante a madrugada e, com corpos humanos, escreveram “Pare Belo Monte”. Esta cena foi fotografada e a imagem foi divulgada no mundo todo e isso foi bastante importante para nossa luta.

Os indígenas mundurucus do Alto Tapajós foram para o Xingu porque queriam ver o que estava acontecendo em Belo Monte. Eles dizem que não aceitarão a construção de hidrelétricas no rio Tapajós, o qual cerca a região onde vivem.

IHU On-Line – Os mundurucus estão mais articulados?

Ignez Wenzel – Eles são mais articulados porque são uma única tribo, enquanto que na região do Xingu tem oito tribos indígenas diferentes, e sempre há uma rivalidade entre eles. Os indígenas “derrubaram” um escritório e nós fomos culpabilizados. Onze pessoas do nosso grupo receberam um aviso de prisão; fomos enquadrados em cinco crimes, e o processo continua em andamento.

IHU On-Line – As manifestações de protesto ainda ocorrem com frequência?

Ignez Wenzel – Ocorrem, mas depois dessa situação, em que recebemos um mandado de prisão, os indígenas disseram que não queriam mais a nossa interferência, e sim queriam a nossa ajuda para fazer ações. Mas as últimas iniciativas estão sendo feitas pelos pescadores. Eles acamparam nas ensecadeiras durante um mês, impedindo o trabalho da Norte Energia. Nós não temos infraestrutura econômica; somos voluntários e ajudamos através do apoio que recebemos de outras instituições. Fornecemos alimentação, lonas, água, porque a água do rio já está contaminada.

Semana passada teve outra ação dos trabalhadores, porque desde o início da construção da obra eles estão lutando para ter o direito de visitarem as suas famílias de três em três meses. Hoje eles visitam suas famílias de seis em seis meses. Como eles não conseguiam negociar, se revoltaram e queimaram um caminhão. Cinco deles foram presos, e outra turma foi expulsa do canteiro de obras.

O que existe lá é um trabalho desumano. Pela manhã eles ganham um copinho de café com leite e um pão. Aí eles trabalham até o meio dia. Como são 14 mil funcionários, a comida é preparada com antecedência, mas às vezes chega estragada e azeda por causa do calor. Muitos trabalhadores ficam doentes e descontentes com essa situação.

IHU On-Line – Quantos canteiros de obra existem na região?

Ignez Wenzel – São três ou quatro canteiros de obras. Um é responsável pelas ensacadeiras, outro está preparando o canal, outros estão envolvidos com a infraestrutura. Eles jogam dinamites de seis em seis horas nos canteiros de obras. Então, as pessoas que moram na redondeza sofrem impactos à meia-noite, às 6h da manhã…

Os peixes estão morrendo e os pescadores não são considerados impactados. Mas a empresa oferece melhorias e as pessoas carentes, diante de qualquer benefício, cedem, porque esperam sempre novas possibilidades, as quais não chegam.

Os indígenas usam outra tática. Eles querem melhoramento, e depois que acaba o beneficio recebido, promovem uma nova ação para conseguirem outros benefícios. E ficam nesse impasse. Eu já disse que eles têm a força que nós brancos não temos, que eles têm a possibilidade de mudar algo, porque o mundo inteiro está de olho neles, que devem tomar uma decisão final. Eles respondem que não, e que quando a situação piorar promoverão outra ação. Eles “caíram” nessa de ganhar 30 mil reais por aldeia e cesta básica. Quando eles perceberam que ganhavam dinheiro por aldeias, passaram a multiplicá-las para cada uma ganhar 30 mil reais. Então, muitas comunidades indígenas se dividiram, se esfacelaram e se enfraqueceram.

IHU On-Line – Que povos são esses?

Ignez Wenzel – Os arara, os juruna, principalmente as comunidades que vivem na Volta Grande do Xingu. Dizem que os caiapó também já receberam benefícios, mas não tenho certeza. Sei que já venderam a madeira que tinham anos atrás. Os índios mais jovens gostam de receber dinheiro e entraram no jogo da sociedade não indígena. Eles deixaram de caçar, de pescar, e isso contamina a mística deles, de luta pela sobrevivência através do esforço.

IHU On-Line – Mas algumas lideranças ainda estão preocupadas com a situação das comunidades?

Ignez Wenzel – Sim, mas são poucas. Eles também fazem o jogo. Ora você pode contar com um deles, ora não pode. Há uma fragilidade muito grande em torno dessa questão. Mas nós, do grupo Xingu Vivo, nos sentimos fortificados. Vários jornalistas estrangeiros nos procuram para saber qual é a situação de Belo Monte.

Percebo que aqui no Sul nem sempre chegam as notícias verdadeiras acerca do que acontece no Pará, porque elas ficam “blindadas” em Belém. Até em Altamira as notícias não são publicadas em todos os meios de comunicação, porque alguns veículos estão conchavados com a Norte Energia. Temos mais respaldo da mídia internacional.

IHU On-Line – Religiosos, antropólogos e pesquisadores estão mais preocupados e engajados com a questão indígena do que os índios?

Ignez Wenzel – Não dá para responder sim ou não, porque em 2008 realizamos um grande encontro a pedido dos indígenas e dos caciques. Eles queriam uma manifestação para acabar de vez com Belo Monte.

IHU On-Line – O que acontece então?

Ignez Wenzel – Eles estão “amarrados”. Dizem que, se não “entrarem no jogo”, passarão fome. Eles sabem que estão sendo objeto de jogo, mas não veem possibilidades de mudar a situação. Eles sabem que se contam conosco ficam debilitados, porque a Justiça está de olho no nosso trabalho. Mas isso prejudica nossa atuação, e por isso tivemos de recuar um pouco fisicamente, mas intensificamos o apoio e a logística a eles.

IHU On-Line – Como está a atuação da Força Nacional de Segurança Pública nos canteiros de obra de Belo Monte?

Ignez Wenzel – A Força Nacional de Segurança Pública está lá, sim, e uma turma de policiais mora próximo de minha residência. Eles estão na região há muito tempo, mas agora a ação foi intensificada porque, diante de qualquer situação de imprevisto, a Norte Energia recorre à Força Nacional de Segurança Pública. Este ano, quando fizemos uma manifestação junto do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, na frente de um escritório estava cheio de policiais armados. A posição do Movimento Xingu Vivo não é de depredar ou invadir, embora tenhamos sido acusados de depredar o patrimônio público.

Muitas das pessoas que nos apoiavam trabalham hoje para o governo. O MAB, por exemplo, é sustentado pelo governo. É um movimento dos atingidos e não um movimento dos pré-atingidos. Então, eles não querem que a barragem deixe de existir, porque terão benefícios depois. O MAB é isto: Movimento dos Atingidos por Barragens; se não tem barragem, o movimento não pode continuar. Portanto, o movimento não se enfrenta com o governo.

IHU On-Line – Mas eles terão embates posteriores com o governo.

Ignez Wenzel – Não sei o que vai acontecer, mas o que adianta fazer algo depois? Quando estiver no sarcófago, podem cantar as cantigas que quiserem. A pior notícia é de que a Norte Energia prometeu casas para todos que seriam atingidos, e agora avisaram que os atingidos não receberão novas casas, mas sim pré-moldadas. Isso é horrível por causa do clima; dentro das casas fará 40º.

Eles também prometeram construir escolas, hospitais, infraestrutura para a cidade, investimento em saneamento básico etc. Se vocês forem à cidade, não verão nenhum investimento. Além disso, a energia da região é destinada à obra de Belo Monte, e a cidade muitas vezes fica no escuro. Não costumava faltar energia na cidade, mas há alguns meses falta energia toda semana.

O que nós tínhamos acabamos perdendo, até o espaço na rua. Tem até engarrafamento em uma cidade que é tão pequena. Nós éramos 90 mil e agora são 140 mil pessoas. Tem muito roubo, muita morte por acidente de moto, tudo acompanhado pelo desespero, pelo nervosismo, pois muitos crimes acontecem. O que não falta são prostíbulos. Na Vila Belo Monte, que fica na balsa, há cerca de 23 prostíbulos. Então, tiram-se as conclusões de quantas mulheres, jovens, meninas e crianças têm lá. Aumentou muito o número de estupros, de violência sexual na cidade e de crianças que são molestadas, tanto meninas quanto meninos.

IHU On-Line – E o que pode ser dito sobre a exploração do ouro na volta do Xingu? Dizem que há uma relação entre a construção de Belo Monte e extração de minérios.

Ignez Wenzel – Mais ou menos na direção da margem direita da Volta Grande tem uma considerável jazida de ouro. Quando a irmã Dorothy Stang estava viva, ela esteve no Canadá, onde pediram que ela participasse de uma reunião sobre assuntos da América Latina. Lá foi falado sobre uma grande jazida de minério na Volta Grande. Ela não aguentou e se manifestou, o que os deixaram nervosos, encerrando o assunto. Quem está lá hoje é uma empresa canadense. Há cerca de 200 garimpeiros que extraem ouro manualmente, obtendo 1.000, 2.000, às vezes 3.000 mil mensais para sustentar a família, cada um deles. E está comprovado que lá tem uma jazida de 50 mil toneladas de ouro, além de diamantes e outros minérios preciosos. A Vale também já está lá. Isso tem uma explicação, porque o rio não vai produzir muita energia. Dizem que é um compromisso do Brasil secar esse pedaço de rio para favorecer a exploração do minério. Trabalhadores falaram para mim que eles já viram nas explosões pedaços de ouro, mas ninguém sabe para onde vão e eles não podem tocar, nem falar sobre o assunto.

IHU On-Line – Essa empresa canadense é a Belo Sun?

Ignez Wenzel – Sim, a Belo Sun.

IHU On-Line – Além dela e da Vale, outras empresas atuam na região?

Ignez Wenzel – Que eu saiba não. Ofereceram para os garimpeiros uma indenização de 1,5 milhão de reais para eles se retirarem. Mas eles não abriram mão, porque sabem que têm ouro não só para um dia, mas para o resto da vida. Então, a nossa luta e a nossa preocupação é ver como é que vamos conseguir que eles tenham o direito ao benefício depois, ou seja, uma porcentagem sobre a extração. Porque no Alto Xingu, na região de Ourilândia, eles conseguiram benefícios junto aos direitos humanos. Foi exigido que o povo todo saísse, porque estavam assentados em cima de uma mina de ouro. Então, com a ajuda de advogados conseguiram que o povo tivesse acesso aos benefícios dos recursos extraídos. Será mais uma luta nossa, mas precisaremos de auxílio, porque nós não temos competência legal para isso.

IHU On-Line – A extração é ilegal?

Ignez Wenzel – Certamente o Brasil já concedeu a licença. Há muitos anos um rapaz da Comissão Pastoral da Terra– CPT nos apresentou um mapa mostrando que os Estados Unidos têm sobre o Brasil. Eles sabem de todos os minérios existentes no país, assim como ou outros países como o Peru. Eles também estão lá para extrair. Afinal, eles “são donos” porque descobriram. Nós não podemos entrar onde eles estão trabalhando. A terra é nossa, mas nós não podemos entrar. Tem um aviso de longe informando que ninguém pode se aproximar.

IHU On-Line – O Ministério Público acompanha o caso?

Ignez Wenzel – Eles trabalham muito conosco. Em relação a Belo Monte, temos quinze ações no Supremo Tribunal Federal que deveriam ser julgadas. Todas elas provam a ilegalidade do projeto. Essas ações não foram julgadas ainda porque o Judiciário, o alto escalão, também é do governo. Inclusive, muitas vezes falamos que estamos em uma ditadura democrática, porque não existe lei, não existe Constituição. O político nos domina e não temos ação contra ele. Os prefeitos são comprados com migalhas, os governadores também, porque todo mundo quer um pedacinho.

IHU On-Line – Quem é o prefeito eleito em Altamira?

Ignez Wenzel – Foi péssimo o resultado. Um velho cacique do tempo da ditadura voltou a reinar. Domingos Juvenil é do PMDB, mas o partido aqui (no sul) é diferente de lá. Basta dizer que em um município ganhou um do DEM coligado com um petista, o que seria impossível, mas lá é tudo diferente. Lá o que temos são conchavos. O nosso município não é governado pela prefeita (Odileida Maria Sousa Sampaio), mas pela Norte Energia. Ela não tem poder nenhum. Só se faz lá o que a Norte Energia aceitar.

IHU On-Line – Qual o discurso dele em relação à atuação da Norte Energia na cidade?

Ignez Wenzel – Diz ele que a partir do dia 1º de janeiro quem vai governar a cidade é ele, e não a Norte Energia. Isso é discurso aberto. Agora, vamos ver depois, com o discurso fechado, como vai ser. Até lá tem muitos dias.

IHU On-Line – A senhora tem expectativa de mudança?

Ignez Wenzel – Com esse homem, que era da ditadura, não. Por causa dessas empresas que estão lá, pode entrar quem quiser que ficará manchado, porque a estrutura das empresas energéticas são muito pesadas em cima do povo e dos governos. Os vereadores são comprados, todos eles. Foi eleito um vereador que é um menino de luta. Ele é do PT (aí já é da Dilma Rousseff). Ele era contra Belo Monte, mas não sei se vai continuar sendo agora. Tudo muda muito.

IHU On-Line – Como a senhora vê a atuação da Igreja local?

Ignez Wenzel – Desde o início do ano para cá não mudou muita coisa. Em si, o povo tem medo. Não é que o povo seja a favor da barragem. Eles dizem: “Que bom que a senhora vai lá! Continua lá! Eu também sou contra, mas tenho medo de falar. Não posso ir até o acampamento”. É assim a população. Mas nós, irmãs, continuamos firmes. No dia, por exemplo, em que eu tive que depor, vieram irmãs nossas lá de Anapu, para me dar apoio e para os demais. Então, mantemos a unidade. Mas o restante das pessoas não consegue. Mesmo assim, nós continuamos na luta e nos manifestamos. No dia 7 de setembro, a prefeitura fez uma grande passeata com fogos. Do outro lado estávamos nós, com faixas e cartazes. Éramos um grupinho pequeno, mas todo mundo olhou para nós e não para eles. Então, são gestos que nós fazemos.

Mas não é em tudo que podemos ajudar. Lembro agora de um caso triste: um senhor que comprou 200 hectares de terra através do cartório de Vitória, e nessa terra ele plantou cacau. Ele tem quatro filhos, sendo que três são menores de idade. Aí disseram para ele que ali passaria o canal e a família teria que sair, o que o fez responder: “Daqui eu não saio, isso aqui é meu, tenho que cuidar dos meus filhos!”. Ele já é um senhor de idade, tem 60 anos. Pois foram lá e derrubaram a casa dele. Aí, a mulher pegou os filhos e foi para a cidade. Ele pegou uma lona, colocou por cima de um pé de cacau e ficou morando lá embaixo, afinal já tinham 13 mil pés produzidos e mais sete mil em crescimento. A polícia ficou ameaçando que ele tinha que sair de lá. Um belo dia, ele viu que estavam chegando dez tratores derrubando no chão todo o cacau dele, inclusive os 13 mil em produção. Ele se desesperou e fugiu. Agora nós estamos lutando para que ele seja indenizado. Mas a Norte Energia diz que ele abandonou o lote. Dá vontade de chorar! Hoje, essa família está morando de favor, pois ele não consegue emprego, porque só sabe trabalhar na roça. Eu não aguento (a irmã chora).

IHU On-Line – E pretende continuar morando lá?

Ignez Wenzel – Sim, porque, se a gente sai, quem vai ajudar esse povo? É preciso ir para lá. Enquanto eu aguentar, fico lá. Enquanto a Congregação me deixar, eu fico. Dom Erwin (Kräutler, bispo de Altamira) está decepcionado. Ele achava que ia conseguir.

Os poderes econômicos e políticos são pesados demais. Só eles têm razão. Entrei em contato com uma menina que conheço há muito tempo, que trabalhava no Conselho Indigenista Missionário – CIMI. Ela foi convidada para trabalhar com os índios visando deixá-los do lado da Norte Energia. Ela ia ganhar 8.000 reais mensais. Ela disse: “O quê? Toda a minha vida trabalhando para defender os índios e agora vocês querem que eu faça o contrário?”. Ela tem uma sobrinha que é assistente social lá dentro (Norte Energia) e quis saber quantas mortes acontecem, porque a gente não fica sabendo de mortes. Na média, eles dizem que se morrer até 10 mil pessoas é normal. Só que não aparece nenhum cadáver. O que eles estão fazendo com os cadáveres? Quem é que está morrendo lá? A gente fala com os funcionários, com os trabalhadores, e ninguém sabe de nada. Para mim, eles não podem falar, porque ninguém nunca viu nada.

IHU On-Line – Mas foi constatada a morte de alguém por causa da construção da usina hidrelétrica?

Ignez Wenzel – Eles dizem que morrer tanta gente assim (10 mil pessoas) é normal. Então, deve estar morrendo gente. Só se ficou sabendo do caso de um senhor – e isso foi publicado aos quatro ventos – que morreu embaixo de um pau, que caiu para uma direção não esperada. Agora, aquelas pessoas que estão lá, que estão colocando dinamite, quantas será que já foram para o ar?

IHU On-Line – Vocês não têm acesso às informações?

Ignez Wenzel – Não. É segredo absoluto. Por isso que ninguém entra lá. E se você entra para trabalhar, a primeira coisa que tem que fazer é colocar esparadrapo na boca e vendas nos olhos, porque não pode ver, nem ouvir nada. Por isso que eu digo que é uma ditadura democrática.

IHU On-Line – Dom Erwin pretende continuar em Altamira?

Ignez Wenzel – Por lei, ficará até 2014. Depois, terá que pedir dispensa, porque é a norma da Igreja: aos 75 anos ele tem que se retirar do bispado. Talvez ele tenha que ficar mais tempo, talvez não. Ele também está cansado. E a gente nota que ele também não está muito bem de saúde. Imagine o estresse que esse homem viveu todos esses anos? E sendo sempre escoltado por policiais. Isso não é vida. Quando ele sai da cidade, vai para outro estado, não tem polícia nas costas. Então, acho que é por isso que ele aceita tanto trabalho fora. Ele se desliga um pouco. Mas é uma luta muito grande.

IHU On-Line – As novas irmãs têm interesse em ir para o Pará e ajudar no desenvolvimento desse trabalho?

Ignez Wenzel – Elas até têm esse interesse. Mas nós estamos em uma época muito difícil, temos muitas irmãs idosas e poucas na ação. Então, quem está em ação também tem que cumprir as necessidades urgentes daqui. Há esse problema também. E a juventude, por enquanto, está com outras dinâmicas. Infelizmente, a sociedade chegou a este ponto. Mas vai ter que surgir algo novo. O que vai ser ainda não sabemos.



Fonte:http://racismoambiental.net.br/2012/11/belo-monte-um-depoimento-entrevista-especial-com-ignez-wenzel-2/#more-77818

25 formas de ajudar outra pessoa.



Se queres que os outros sejam felizes, pratica a compaixão. Se queres ser feliz, pratica a compaixão." - Dalai Lama

A tendência na nossa sociedade tem sido para as pessoas estarem separadas umas das outras, estarem separadas da humanidade, e estarem a cada passo a tornarem-se cada vez menos humanos.

Os carros tiraram-nos das ruas onde costumava-mos cumprimentar as pessoas, parar para conversar. Pequenas divisões retiraram um pouco de humanidade no trabalho, assim como de certa forma também o fizeram as empresas e os computadores. A televisão prendeu-nos nas nossas salas de estar, em vez de sairmos com outras pessoas. Até as salas de cinema, onde muita gente se junta, retira-nos a possibilidade de conversar porque estamos a olhar para um ecrã gigante.

Enquanto não me estou a queixar contra algumas destas invenções (excepto talvez da sala minúscula no trabalho), o que devemos ter em conta é a tendência para o individualismo, para estarmos focados em nós mesmos e excluirmos outras pessoas. A tendência para estarmos a contribuir para o egoísmo em vez de darmos, de estarmos só a ajudar a nós próprios em vez de ajudarmos outras pessoas.

Não estou a dizer que somos todos assim, mas podemos ser, se não formos cuidadosos.

Por isso lute contra o egoísmo e a ganância, ajude alguém hoje. Não na próxima semana, mas hoje.

Ajudar outra pessoas, apesar de poder trazer alguns inconvenientes, tem humildes vantagens:

1. Fará sentir-se melhor.
2. Ligue-se a outra pessoa, pelo menos durante um momento, ou até para toda a vida.
3. Melhore a vida de outra pessoa, pelo menos um bocadinho.
4. Faça do mundo um lugar melhor, um pequeno passo de cada vez.
5. Se a bondade for transmitida, pode multiplicar-se, e multiplicar-se.

Por isso guarde alguns minutos de hoje e faça alguma coisa boa por outra pessoa. Pode ser um gesto pequeno, ou o início de algo grande. Peça aos outros para fazerem o mesmo. Coloque um sorriso na cara de alguém.

Não sabe como começar? Aqui fica um lista extremamente incompleta, apenas para o deixar a pensar - tenho a certeza que se pensar no assunto que se lembrará de milhares de outras ideias.

1. Sorria e seja amigável. Às vezes algo pequeno como isto pode colocar um sorriso ou um sentimento caloroso no coração de alguém e fará desse dia um dia melhor. Talvez essa pessoa faça o mesmo pelos outros.

2. Contacte uma organização acerca de voluntariado. Não precisa de ir para uma cantina hoje. Arranje o número, faça a chamada e marque um compromisso para fazer voluntariado na próxima semana. Pode ser qualquer organização que queira. Voluntariado é uma das coisas mais fantásticas que pode fazer.

3. Doe algo que já não use. Ou uma caixa cheia de coisas. Deixe-as numa instituição de caridade - outras pessoas podem-lhes dar bom uso.

4. Faça um donativo. Existem várias formas de poder fazer donativos online a instituições ou na sua comunidade local. Em vez de comprar para si um novo gadget ou um vestido, gaste esse dinheiro de uma forma mais positiva.

5. "Redireccione" prendas. Em vez de ter pessoas a dar-lhe prendas de aniversário ou Natal, peça-lhes para doarem as prendas ou dinheiro a uma instituição.

6. Pare para ajudar. Da próxima vez que vir alguém apeado com um pneu furado, ou a precisar de qualquer tipo de ajuda, pare e pergunte de que forma pode ajudar. Por vezes o que precisam é apenas de um empurrão, ou usar o seu telemóvel.

7. Ensine. Use algum tempo para ensinar alguma coisa que domine. Poderá ser a ensinar a sua avó a usar o email, ensinar o seu filho a andar de bicicleta, ensinar o seu colega de trabalho nalguma coisa que domine no computador, ensinar o seu companheiro ou companheira a limpar a casa de banho nojenta. OK, esta última não conta.

8. Conforte alguém em luto. Dê abraços, uma mão amiga, uma palavra carinhosa, esteja disponível para ouvir, será um longo caminho quando alguém perdeu uma pessoa que amava ou sofreu alguma perda ou tragédia semelhante.

9. Ajude a tomar uma atitude. Se alguém em luto parece perdido e não sabe o que fazer, ajude a tomar uma atitude. Poderá ser a tratar do funeral, a marcar uma consulta no médico, a fazer algumas chamadas. Não faça tudo sozinho - deixe-os fazer algo também, porque ajuda no processo de recuperação.

10. Compre comida para algum sem-abrigo. Dinheiro é sempre uma má ideia se for para ser usado em drogas, mas comprar uma sandwich e batatas fritas ou algo do género é um bom gesto. Seja respeitoso e amigável.

11. Ouça. Quase sempre quando alguém está triste, deprimido, zangado, ou frustrado apenas precisa de alguém que ouça. Disponibilidade e falar sobre algo é uma grande ajuda.

12. Ajude alguém no limite. Se alguém demonstra tendências suicidas, auxilie-o a arranjar ajuda. Se ela não o fizer, ligue você mesmo para uma linha de apoio ou um médico a pedir aconselhamento.

13. Ajude alguém a tornar-se activo. Alguma pessoa próxima que queira tornar-se mais saudável talvez precise de uma ajuda - ofereça-se para uma caminhada ou corrida, para irem para um ginásio juntos. Assim que essa pessoa começar, poderá ter efeitos importantes.

14. Elabore uma tarefa. Algo grande ou pequeno, como limpar ou lavar um carro, lavar a loiça ou cortar a relva.

15. Faça uma massagem. Apenas quando apropriado claro. Mas uma massagem poderá ir longe no que diz respeito a fazer alguém sentir-se melhor.

16. Envie um email simpático. Apenas uma pequena nota a dizer o quanto aprecia alguém, ou o quanto está orgulhoso, ou apenas a agradecer por algo que lhe fizeram.

17. Demonstre apreciação publicamente. Elogiar alguém num blog, em frente aos colegas de trabalho, em frente da família, ou noutra situação pública, é uma excelente forma de fazer os outros sentirem-se melhores.

18. Doe comida. Liberte a sua dispensa de coisas acumuladas ou compre um par de sacos de mercearia e doe esses sacos a algum sem abrigo.

19. Esteja por perto. Quando alguém que você conhece precisar, por vezes é bom estar próximo. Sente-se com essa pessoa. Converse. Ajude se conseguir.

20. Seja paciente. Por vezes as pessoas podem ter dificuldade a perceberem alguma coisa ou a aprenderem a fazer algo. Aprenda a ser paciente.

21. Seja tutor de uma criança. Isto talvez seja difícil nos dias que correm, mas talvez os pais possam contratar um tutor para o seu filho em dificuldades. Contacte uma escola e ofereça-se como voluntário para tutor.

22. Crie um pacote de ajuda. Sopa, material de leitura, chá, chocolate... qualquer coisa que ache que a outra pessoa possa precisar ou goste. Bom para alguém que esteja doente ou por exemplo a precisar que a vá visitar.

23. Empreste a sua voz. Muitas vezes os mais fracos, sem abrigos, negligenciados no nosso mundo, precisam de alguém que fale por eles. Não precisa de encarnar essa luta, mas juntar-se a outros numa petição, falar numa reunião, escrever cartas ou noutras circunstâncias que precisem de ser ouvidas.

24. Ofereça-se para babysitter. Por vezes os pais precisam de uma pausa. Se um amigo ou outra pessoa querida não tem essa oportunidade muitas vezes, ligue-lhe e ofereça-se para babysitter. Marque um encontro. Poderá fazer uma grande diferença.

25. Amor. Simplesmente arranjar formas de expressar o seu amor por outras pessoas, seja o seu parceiro, filho, outro familiar, amigo, colega de trabalho ou um completo estranho.... apenas expresse o seu amor. Um abraço, uma palavra amiga, despenda algum tempo, demonstre alguma bondade, seja amigo... tudo interessa mais do que pensa.

"Ate onde esta pequena vela consegue lançar os seus raios
assim brilha uma boa acção neste mundo tenebroso".
William Shakespeare




Fonte:http://perdagestacional.forumeiros.com/t944-25-formas-de-ajudar-outra-pessoa#5205

Publicada lei que dá prazo para tratamento do câncer

Norma entra em vigor em 180 dias e estabelece que terapias deverão ser iniciadas no prazo de até 60 dias após o diagnóstico da doença. Medidas coordenadas pelo Ministério da Saúde já estão sendo implementadas para a ampliação do acesso e da qualidade da assistência oncológica no SUS
A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que fixa o prazo de até 60 dias para o início do tratamento de câncer maligno pelo Sistema Único de Saúde, contado a partir do diagnóstico da doença. De acordo com a Lei 12.732, publicada sem vetos no Diário Oficial da União desta sexta (23), o primeiro tratamento no SUS será considerado efetiva mediante a realização de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, conforme a necessidade do paciente, atestada na prescrição do médico.
A lei entra vigor em 180 dias, período em que os estados deverão elaborar planos regionais para o aprimoramento da assistência oncológica à população. Contudo, desde o ano passado, o Sistema Único de Saúde já vem implementando medidas coordenadas pelo Ministério da Saúde, voltadas à ampliação do acesso e da qualidade do atendimento a pacientes com câncer. “As ações têm o objetivo de incentivar os estados e municípios a modernizarem e integrarem a rede de atendimento para que a assistência ao paciente oncológico comece no menor prazo possível, o que é fundamental para o sucesso do tratamento da doença”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Até o final deste ano, o investimento financeiro do Ministério da Saúde em procedimentos hospitalares, tratamentos e cirurgias na área oncológica deve chegar a R$ 2,4 bilhões – R$ 200 milhões a mais do que foi investido que 2011. Em relação a 2003, os recursos aplicados neste setor mais que dobraram (143% de reajuste).
Só para o atendimento a pacientes com câncer citopatológico e de mama, por exemplo, o SUS conta atualmente com cerca de 300 serviços de saúde. Outros nove hospitais especializados neste segmento estão em processo de estruturação nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. E mais sete estabelecimentos de saúde deverão ser habilitados nos estados de Alagoas, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de mais uma unidade em São Paulo e na Bahia.
Em relação a mamografias realizadas no SUS, só no primeiro semestre deste ano foram contabilizados 2,1 milhões deste tipo de exame de rastreamento. Este quantitativo é 16% maior que o número de mamografias em 2011, ano em que também foram feitas, pelo Sistema Único de Saúde, 94 mil cirurgias oncológicas (40% a mais que em 2003) e 2,4 milhões de quimioterapias (100% a mais que em 2003).
A REDE– Atualmente, os pacientes atendidos pelo SUS contam com 32 serviços de radioterapia, quantidade que chegará a 80 unidades (até 2015). Para isso, o Ministério da Saúde reservou R$ 505 milhões para a ampliação da rede de assistência neste segmento. Os recursos também serão utilizados na aquisição de acelerados lineares, equipamentos usados em radioterapia.
A Lei 12.732 estabelece, ainda, que as terapias oncológicas deverão ser atualizadas, sempre que necessário, com o objetivo de se adequar a assistência no SUS ao conhecimento científico e à disponibilidade de novos tratamentos. Nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde autorizou a incorporação de quatro medicamentos (Nilotinibe, Mesilato de imatinibe, Rituximabe e Trastuzumabe) e três procedimentos oncológicos (Ablação por radiofrequência, Injeção percutânea de etanol e Quimio-embolização) na rede pública de saúde.
A POLÍTICA – Em 2005, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Oncológica, para reforçar ações de controle ao câncer. Desde 2003, também realiza campanhas e ações de conscientização e prevenção dentro do Programa Nacional de Controle do Tabagismo e do Programa Nacional de controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama. E, ano passado, a presidenta Dilma Rousseff lançou o Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, estratégia para expandir a assistência oncológica em todo o país.
No Brasil, o câncer representa a segunda causa de mortes. Até o final deste ano, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que serão registrados cerca de 523 mil casos novos da doença. Os tipos de câncer com maior incidência no país são o de pele, próstata, mama e pulmão.



Fonte:http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/8273/162/publicada-lei-que-da-prazo-para-tratamento-do-cancer.html

E Tudo fez formoso no seu devido Tempo

“Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”. Eclesiastes 3:11.


Quando olhamos para a criação de Deus, podemos ver a precisão do seu caráter e da sua personalidade. Tudo que Deus fez, é muito belo e formoso. O que mais me impressiona na criação de Deus é o corpo humano. A precisão e o funcionamento dos nossos órgãos é algo simplesmente maravilhoso, e é por causa dessa harmonia que nós temos vida. Olhando para natureza e para o funcionamento da maquina humana, nós vemos que tudo ocorre ao seu devido tempo. Deus revelou muito do Seu poder através destes elementos naturais. Através da criação formosa de Deus nós podemos conhecê-lo melhor. Veja como a Bíblia na linguagem de hoje fala do nosso verso: “Deus marcou o tempo certo para cada coisa. Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que ele faz”.

Uma das coisas que mais me impressiona, é que por 19 séculos o homem viveu em condições bastante limitadas, mas em apenas um século a ciência se multiplicou cumprindo a profecia que Deus revelara a Daniel, “Tu, porém, Daniel, encerra as palavras, e sela o livro, até o tempo do fim; muitos correrão duma para outra parte, e a ciência se multiplicará”. O saber se desenvolveu no tempo do fim, não só sobre livro de Daniel, mas também no campo da ciência. O século XX ficou conhecido como o “século da luzes”, pelo tanto de descobertas que foram feitas.

É maravilhoso poder ver o calendário profético de Deus se cumprindo pontualmente. O anseio de retorno à eternidade deveria ser uma realidade no coração de cada cristão. É verdade que não podemos saber todas as coisas da história do conflito dos séculos, mas Deus revelou o necessário, para fazer crescer esse desejo de voltar à eternidade. Embora este planeta tenha sido danificado pelo pecado, facilmente nós podemos encontrar a formosura do dedo Deus na Sua criação. Às vezes fico pensando como era a terra quando saiu das mãos do criador. Os traços do Eterno estavam em cada flor, em cada matiz, fazendo com que o autor do Gênesis escrevesse: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. Gênesis 1:31. É maravilhoso sabermos, que o pecado não pode apagar a formosura daquilo que Deus criou.



Fonte:http://anabeatrizlucena.blogspot.com.br/2011/05/e-tudo-fez-formoso-no-seu-devido-tempo.html

Defesa das ações afirmativas e das cotas raciais para a população negra, povos indígenas e alunos egressos das escolas pública



Exmo Senhor Ministro Enrique Ricardo Lewandowski

A nossa luta pelas ações afirmativas e por cotas raciais no Brasil tem uma perspectiva de futuro. O racismo não escolhe tempo, nem espaço, nem lugar, afirma a militante negra Angela Gomes. O racismo é mais que uma ideologia, é uma instituição em si, constituída na História. O racismo se realimenta, cotidianamente, pois, reforça-se no apoio incondicional das elites econômicas, movidas que são pelos seus privilégios e pelo legado do eurocentrismo à ciência e ao mercado. As doutrinas eurocêntricas formaram parte significativa dos intelectuais brasileiros e influenciaram as instituições do Estado e as instituições privadas, entre essas, as instituições educacionais, de modo que o processo de exclusão racial na sociedade brasileira funcione sem conflitos e na base de pseudos consensos.

Entretanto, sabemos que explicitar o racismo e, por ventura, os conflitos étnicos e raciais, é necessário e fundamental para evidenciar a desigualdade entre campos de poder e romper com a cristalização e a naturalização das desigualdades raciais. Ao fazer isso, o Movimento Negro Brasileiro revela, põe a nu, o quadro de violência física, material e simbólica a que a população negra, está submetida. Por essa razão, essa audiência pública sobre a constitucionalidade das políticas de ações afirmativas para grupos sociais historicamente excluídos é importantíssima pelos seus resultados no futuro, pelos impactos que poderá produzir no processo histórico da luta pela redução da violência que é o racismo e na promoção do desenvolvimento humano, porque o que estamos falando aqui é da humanidade, da humanidade negro-africana que o racismo busca a todo o momento negar.

Senhor Ministro, as ações promovidas na Justiça brasileira com o objetivo de derrubar o sistema de cotas partem das mesmas alegações. Argumenta-se que o sistema de cotas fere o princípio da isonomia, que as universidades não teriam autonomia para legislar sobre a matéria, que o conceito de raças está superado com o avanço das ciências biológicas e da genética, que os problemas da realidade social brasileira restringe-se à dicotomia ricos e pobres, enfim, uma repetição enfadonha da cantilena gilbertofreyriana e dos seus seguidores, inconformados com a emancipação e autonomia dos históricos sujeitos sociais subalternos.

Todavia, toda decisão jurídica é um palco de lutas e de conflitos políticos duros e polêmicos. Assim, entendemos que a discussão sobre as políticas de ações afirmativas e as cotas raciais precisam ser pensadas a partir do que representa o racismo na sociedade brasileira. Esse é o centro do nosso debate.

Modelo racista sui generis
Marcada pela hierarquização racial, a nossa sociedade moldou-se como um modelo racista sui generis. Aqui, não se precisa de um instrumento legal para excluir objetivamente a população negra das possibilidades efetivas de emancipação econômica, política, acadêmica e social. A partir do discurso da sociedade harmônica e pacífica articularam-se fórmulas objetivas e eficazes que geram barreiras para a ascensão social negra, de forma que, cotidianamente, negras e negros são postos à prova tendo que demonstrar genialidade para aquilo que, em verdade, bastaria algum esforço. É o racismo institucionalizado pela imprensa, pelo Judiciário, pelo senso comum, pela escola e sobretudo, pela Academia.

A legitimação simbólica e política se dá pela reprodução de que somos todos iguais, que vivemos numa sociedade multicultural e de que o cruzamento racial se deu a partir de bases integradoras. Na realidade, porém, vivemos num país de tamanha iniquidade racial ao ponto de se passar a responsabilizar os (as) negros (as) pela sua própria exclusão, alegando que, se todos são iguais, com as mesmas oportunidades, os que não "progridem" é porque são preguiçosos e incompetentes.

Ora, a afirmação de que com a aplicação de medidas como as ações afirmativas e as cotas raciais, negros e negras estariam sendo beneficiados por um sistema inconstitucional e discriminatório, reforça a ideia em que as vítimas são postas como algozes que, com a política de cotas raciais, estariam injustamente "tomando" as vagas dos jovens brancos. Esta é uma operação social que faz uma inversão e justifica o racismo de Estado, é a vitória da (falsa) neutralidade estatal.

Outra alegação é a de que não haveria nos Conselhos das Universidades Públicas a prerrogativa para implementar a política de cotas. Este argumento reforça a tentativa de controle externo nas Instituições de Ensino Superior que fere, frontalmente, o princípio ético, acadêmico, político e constitucional da autonomia universitária, sobretudo, neste momento em que a fúria neoliberal avança sobre as Universidades Públicas, impondo-lhes formas de regulamentação e controle.

É inequívoca a prerrogativa dos Conselhos das Universidades Públicas para estabelecer, segundo as suas próprias interpretações e em consonância com os valores constitucionais, seus próprios sistemas e critérios político acadêmicos para seleção de estudantes. Há, apenas, o exercício legítimo da prerrogativa constitucional exercido pela comunidade universitária das universidades públicas brasileiras, que nos últimos anos vem adotando políticas de reserva de vagas.

Outro argumento é o da impertinência do critério raça/cor na definição de políticas públicas. Que o fator de discriminação relativo à cor ou à tonalidade da pele apenas resultará em casuísmos e arbitrariedades e que a ciência contemporânea aponta de forma unânime que o ser humano não é dividido em raças, não havendo critério preciso para identificar alguém como negro ou branco.

Tal alegação é recorrente na discussão da política de cotas, e constitui-se como estrutura do discurso do racismo. São tentativas de negar a realidade afirmando não haver um critério social e político que especifique definitivamente quem são os negros e brancos na sociedade brasileira.

Uma rápida análise dos números e dos indicadores sociais bastará para que percebamos, objetivamente, que se construiu um conceito político e social da raça que existe e funciona na definição de lugares e barreiras sociais. Sabemos que a raça em sua concepção biológica do século XIX já foi superada nos debates acadêmicos em todo o mundo. Entretanto, sabemos também que, no Brasil, a categoria racial subsiste enquanto construção política e social e que sujeitos com determinadas características físicas, fenotípicas, morfológicas estão sujeitos à determinados benefícios ou impeditivos reais na construção de sua própria trajetória de vida e de cidadania.

Ao defender que a raça é uma categoria ultrapassada a sua consideração para efeito da construção da política de ações afirmativas incorrem na maior iniquidade da democracia brasileira: a presunção de que todos somos iguais para eximir o Estado de suas responsabilidades. A lógica neoliberal dessa argumentação conduz-nos à controvertidas confusões, como se as cotas fossem privilégios antirrepublicanos e não uma política séria e eficaz que contribui para a promoção da igualdade.

Temos a convicção de que a República é incompatível com a existência de privilégios de qualquer espécie, porém, pensar as cotas como um privilégio, e não como um direito, é desconhecer o sentido, já amplamente consagrado, da definição constitucional da igualdade em que o Estado não tem papel meramente proibitivo, mas o de indutor de políticas que avancem no sentido da promoção, não meramente formal, da igualdade.

Os opositores das cotas raciais manifestam seu incomodo com essas medidas. Eles não apresentam suas verdadeiras razões, ocultam seu preconceito. Muitos silenciam, tantos outros inventam os mais enviesados argumentos para detratá-las, porém sabemos que o pano de fundo é a existência do racismo revestido de novas roupagens. Sim, o racismo muda.

Os opositores das ações afirmativas e das cotas raciais afirmam que não somos 90 milhões de negros e negras e de que é difícil identificar no mestiço o que é um negro. Agora, não nos furtemos em admitir que o mais claro pode "pegar mais identidades no armário" do que o mais preto. Portanto, negro, mestiço e pardos, são identidades funcionais que se coadunam para a disputa política contra um time poderoso que quer um mundo sem "identidade" e sem "diversidade".

Um dos maiores problemas da nossa sociedade é o racismo, que, desde o fim do século passado, é construído com base em essencializações socioculturais e históricas, e não mais necessariamente com base na variante biológica ou na raça. Não se luta contra o racismo apenas com retórica e leis repressivas, não somente com políticas universalistas, mas também, e, sobretudo, com políticas focadas ou específicas em benefício das vítimas do racismo numa sociedade onde este é ainda vivo. É neste sentido que defendemos as políticas de ação afirmativa e de cotas raciais para o acesso ao ensino superior e universitário. No pensamento dos opositores das ações afirmativas, todos os que fazem parte desse bloco querem racial izar o Brasil.

Defendemos as cotas em busca da igualdade entre todos os brasileiros, brancos, índios e negros, como medidas corretivas às perdas acumuladas durante gerações e como políticas de inclusão numa sociedade onde as práticas racistas cotidianas presentes no sistema educativo e nas instituições aprofundam cada vez mais a fratura social. Cerca de 80 universidades públicas estaduais e federais que aderiram à política de cotas sem esperar a Lei entenderam a importância e a urgência dessa política. Acontece que essas universidades não são dirigidas por negros, mas por brancos que entendem que não se trata do problema do negro, mas sim do problema da sociedade, do seu problema como cidadão brasileiro. Tudo não passa de maquinações dos que gostariam de manter o status quo e que inventam argumentos que horrorizam a sociedade. Quem está ganhando com as cotas? Apenas os alunos negros ou a sociedade como um todo? Quem ingressou através das cotas? Apenas os alunos negros e indígenas ou entraram também estudantes brancos da escola pública?

Para o mestre Kabengele Munanga, este debate se resume a duas abordagens dualistas. A primeira compreende todos aqueles que se inscrevem na ótica essencialista, segundo a qual a humanidade é uma natureza ou uma essência e como tal possui uma identidade genérica que faz de todo ser humano um animal racional diferente dos demais animais. Eles afirmam que existe uma natureza comum a todos os seres humanos em virtude da qual todos têm os mesmos direitos, independentemente de suas diferenças de idade, sexo, raça, etnias, cultura, religião, etc. Trata-se de uma defesa clara do universalismo ou do humanismo abstrato, concebido como democrático. Considerando a categoria raça como uma ficção, eles advogam o abandono deste conceito e sua substituição pelos conceitos mais cômodos, como o de etnia. De fato, eles se opõem ao reconhecimento público das diferenças entre brancos e não brancos. Aqui temos um antirracismo de igualdade que defende os argumentos opostos ao antirracismo de diferença. As melhores políticas públicas, capazes de resolver as mazelas e as desigualdades da sociedade, deveriam ser somente universalistas. Qualquer proposta de ação afirmativa vinda do Estado que introduza as diferenças para lutar contra as desigualdades, é considerada, nessa abordagem, como um reconhecimento oficial das raças e, consequentemente, como uma racialização do Brasil, cuja característica dominante é a mestiçagem. Ou, em outras palavras, as políticas de reconhecimento das diferenças poderão incentivar os conflitos raciais que, segundo dizem, nunca existiram. Assim sendo, a política de cotas é uma ameaça à mistura racial, ao ideal da paz consolidada pelo mito de democracia racial, etc. Perguntamos se alguém pode se tornar racista pelo simples fato de assumir sua branquitude, amarelitude ou negritude?

A segunda abordagem reúne todos aqueles que se inscrevem na postura nominalista ou construcionista, ou seja, os que se contrapõem ao humanismo abstrato e ao universalismo, rejeitando uma única visão do mundo em que não se integram as diferenças. Eles entendem o racismo como produção do imaginário destinado a funcionar como uma realidade a partir de uma dupla visão do outro diferente, isto é, do seu corpo mistificado e de sua cultura também mistificada. O outro existe primeiramente por seu corpo antes de se tornar uma realidade social.

Neste sentido, se a raça não existe biologicamente, histórica e socialmente ela é dada, pois no passado e no presente ela produz e produziu vítimas. Apesar do racismo não ter mais fundamento científico, tal como no século XIX, e não se amparar hoje em nenhuma legitimidade racional, essa realidade social da raça que continua a passar pelos corpos das pessoas não pode ser ignorada.

Poderão as duas abordagens se cruzar em algum ponto em vez de se manter indefinidamente paralelas? Essa posição maniqueísta reflete a própria estrutura opressora do racismo, na medida em que os cidadãos se sentem forçados a escolher a todo momento entre a negação e a afirmação da diferença. A melhor abordagem seria aquela que combina a aceitação da identidade humana genérica com a aceitação da identidade da diferença. A cegueira para com a cor é uma estratégia falha para se lidar com a luta antirracista, pois não permite a autodefinição dos oprimidos e institui os valores do grupo dominante e, consequentemente, ignora a realidade da discriminação cotidiana.

Muitos brasileiros ainda não acreditam na existência do racismo. Eles acham que a questão é simplesmente econômica, de classes ou uma questão social. Como se o machismo e a homofobia não fossem uma questão social. Todas as questões que tocam a vida do coletivo são sociais, mas o social não é algo abstrato, tem especificidade, tem endereço, sexo, religião, cor, idade, classe social.

Muitos acham que o caminho para corrigir as desigualdades sociais seria uma política universalista, baseada na melhoria da escola pública, o que tornaria todos os cidadãos brasileiros capazes de competir. Mas isso é um discurso para manter o status quo, porque enquanto se diz isso nada é feito. Não se esqueça que quando as escolas públicas no Brasil eram boas, os negros e pobres não tiveram acesso a ela. Havia outros mecanismos que os excluíam. Então não adianta dizer que basta melhorar o nível das escolas públicas. Mesmo porque isso significaria acabar com a clientela das escolas particulares, que possui um forte lobby e não tem nenhum interesse em ver escolas públicas de boa qualidade.

Casa-grande não descansa
O que o Estado Democrático de Direito, a República, o interesse público podem esperar quando se alinham, em uníssono à maneira de campanha, os conglomerados de comunicação que, no Brasil, são os proprietários privados dos mais influentes veículos da imprensa nacional? Uma única coisa: o abuso do direito constitucional à liberdade de expressão e de opinião. A coação dos demais poderes institucionais. O desrespeito ao princípio de igualdade de oportunidade, cerne da democracia. Eles se consideram os donos da verdade e da opinião pública e pensam que representam o real. Especialistas em relações raciais na sociedade brasileira são ungidos por estes meios de comunicação, e tornam se celebridades.

Assistimos a essa manipulação dos conglomerados midiáticos - donos da TV aberta com suas filiadas em todo o território brasileiro, controladores da TV por assinatura, de emissoras de rádio; jornais, poderosos portais, das maiores revistas noticiosas semanais, e de vários outros tentáculos midiáticos articulados entre si - no afã de desqualificar a justa reivindicação por políticas de ações afirmativas e por cotas raciais para ingresso nas universidades públicas federais, mantidas com recursos públicos, pagas também com o nosso dinheiro através dos impostos que pagamos.

Diz o jornalista Fernando Conceição que esse poderosíssimo Leviatã apresenta-se na atual conjuntura como o sucedâneo do Leviatã hobbesiano. O propósito do monstro é amedrontar a sociedade repetindo insaciável, incontinenti e monocordiamente que o Inferno em breve se instalará no Brasil se os projetos de Lei que tramitam no Congresso Nacional - o Estatuto da Igualdade Racial e a Lei de Cotas - forem aprovados.

Ambos estabelecem, pela primeira vez no país, um sistema de políticas sociais compensatórias, inclusive de acesso às universidades públicas federais, como forma de corrigir as profundas desigualdades repercutidas até hoje pelos mais de 300 anos de escravidão negra e indígena que marcam a história socioeconômica brasileira. A grande mídia simplifica as políticas compensatórias, desqualificando-as, reduzindo a sua importância e a sua real proposição.

"Raça" sempre foi utilizada pelos "senhores da terra", desde o início da colonização nas Américas, como traço distintivo. Aos africanos, trazidos como escravos para todo tipo de trabalho, foi-lhes pregada a definição de "negros" como marca de um tipo de animal racialmente inferior aos demais humanos. Não importaram as suas diferenciações culturais, ou étnicas, tampouco as suas tradições de origem. Todos são (ou eram) da "raça" negra, consequentemente podendo ser escravos pelo estatuto do ordenamento jurídico da Colônia e do Império. O racismo foi uma das ferramentas ideológicas de organização da exploração colonial. A República não solucionou, até o presente, essa equação.

Como diria Nei Lopes, o tempo, ironicamente, se encarrega de clarear muita gente, no entanto, o Movimento Negro antes de sentir-se chocado com a afirmação de um jornalista, segundo a qual "os negros usam os pardos para engordar os números da miséria, mas depois se afastam dos benefícios", pelo contrário, ficamos profundamente indignados. Como sempre, os opositores das ações afirmativas e das cotas raciais voltam ao passado mais obscurantista para justificar seus argumentos supostamente modernos. No embate contra as políticas públicas que buscam a igualdade entre negros e não negros no Brasil, procuram jogar os negros de pele mais clara, os chamados "pardos", contra os mais pigmentados. Exatamente como ensinou Maquiavel; como fizeram os europeus na África, do século 15 ao 20 "dividir para reinar, para dominar". E alguns, tornam-se "capitães do mato do século XXI", felizes em mais uma vez servir a Casa Grande, reproduzindo o sofisticado discurso do racismo contemporâneo.

A necessidade de políticas públicas
O reconhecimento de que a pobreza atinge preferencialmente a parcela negra da população, como decorrência entre outros fatores do racismo estrutural da sociedade brasileira e da omissão do poder público, aponta a necessidade que o Estado incorpore nas políticas públicas direcionadas à população de baixa renda a perspectiva de que há diferenças de tratamento de oportunidades entre estes, em prejuízo para homens e mulheres negras.

Embora há décadas o Movimento Negro denuncie o racismo e proponha políticas para sua superação, somente uma política articulada e contínua será capaz de reduzir a imensa dívida histórica e social que a sociedade brasileira tem para com a população negra, submetida à exclusão social e econômica. Os negros e negras são os mais pobres dentre os pobres, de modo que as políticas de caráter universal que ignorem tais diferenças de base entre os grupos raciais têm servido tão somente para perpetuar e realimentar as atuais desigualdades.

Para tornar eficazes os direitos individuais e coletivos, os direitos políticos e sociais, os direitos culturais e educacionais, o Estado tem que redefinir o seu papel no que se refere à prestação de serviços públicos, de forma a ampliar sua intervenção nos domínios das relações intersubjetivas e privadas, buscando traduzir a igualdade formal em igualdade de oportunidade e tratamento. Entre essas políticas, defendemos a implementação das Ações Afirmativas e as Cotas Raciais, como medida capaz de efetivar com mais equidade o acesso da juventude negra, da juventude pobre e dos povos indígenas, nas instituições federais e estaduais públicas do ensino superior e do ensino de tecnologia.

Segundo Antônio Sérgio Guimarães, a democracia na Europa ou nos Estados Unidos se estabeleceu pela negação das diferenças raciais e étnicas não essenciais à cidadania. Em países regidos por esta ideologia democrática e universalista, como o Brasil, que impede que tais diferenças sejam nomeadas, mas onde subsistem privilégios materiais e culturais associados à raça, à cor ou à classe, o primeiro passo para uma democratização efetiva consiste justamente em nomear os fundamentos destes privilégios: raça, cor, classe. Tal nomeação racialista transforma estigmas em carismas. Para o Movimento Negro Brasileiro, as ações afirmativas e as cotas raciais como medidas necessárias para o ingresso da juventude negra, da juventude pobre e dos povos indígenas no ensino superior público tem um efeito agregador sobre a nacionalidade, muito longe do efeito desagregador, como querem os que temem o racialismo, ou um efeito político revolucionário, como querem os que temem o não-racialismo. É por essa razão que os negros e negras brasileiros encontram seus potenciais aliados no campo das classes, e no plano da luta mais básica pelo respeito aos direitos inalienáveis dos seres humanos, até porque a comunidade negra e indígena apenas quer educação. As ações afirmativas e as cotas raciais são uma importante política de inclusão social em curso no país. Por essa nobre razão esperamos do STF uma manifestação positiva e favorável a este pleito da juventude negra, dos jovens pobres e dos povos indígenas. Aguardamos do STF um posicionamento que contribua na redução das desigualdades raciais na educação. E, concluímos conclamando todos a continuar a luta junto conosco, no espírito do poeta e líder do povo angolano, Agostinho Neto: "Não basta que seja pura e justa a nossa causa, é necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós".

Marcos Antônio Cardoso
CONEN - Coordenação Nacional das Entidades Negras/Brasil
Filósofo e Mestre em História - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - UFMG 



Fonte:http://www.sinprocampinas.org.br/?q=node/9407

Quanto custa a felicidade?










Texto: O dinheiro pode trazer coisas boas e ruins. Como você lida com ele?
Foto: Marcelo Zocchio

Poucas pessoas desenvolvem uma relação saudável com dinheiro. Segundo estudiosos, só uma em cada cinco pessoas sabe lidar bem com a grana. Para alguns, só o dinheiro traz felicidade. Para outros, ele é uma coisa suja, indigna. Outros acham que quem gosta de dinheiro é ganancioso, ao passo que os puros de coração não estão nem aí para ele.

"O dinheiro em si é neutro. Ele pode trazer coisas boas, como a possibilidade de escolha, de liberdade e de independência, mas também gerar coisas ruins, como ganância e aprisionamento", diz a psicoterapeuta Denise Impastari, autora de O Julgamento do Dinheiro. "Tudo vai depender da forma como lidamos com ele", diz Denise.

Para o filósofo americano Jacob Needleman, professor da Universi-dade Estadual de San Francisco, na Califórnia, alguém só se conhece quando compreende o papel que o dinheiro tem na sua vida. Para ajudar nessa tarefa, alguns estudiosos criaram perfis baseados em estilos de se lidar com o dinheiro.

Autoestima

"Dinheiro é uma droga. Ele pode nos dar a sensação de que somos melhores e mais importantes do que realmente somos", diz Needleman, autor do best seller O Dinheiro e o Significado da Vida. Isso acontece porque entregamos ao dinheiro uma parte de nossa autoestima. Com as coisas que podemos comprar com ele nós nos sentimos melhores, mais ajustados socialmente e aceitos por nossos pares.

Segurança

Muita gente poupa compulsivamente, achando que sua segurança depende do número de dígitos da conta bancária. Até certo ponto, essa preocupação é natural. Mas pouca gente faz as contas para ter uma ideia de quanto vai precisar para isso tudo, e vai guardando desesperadamente. Essa busca frenética por segurança, no fundo, esconde uma tremenda falta de autoconfiança.

Identidade

Antes de o mundo se tornar tão individualista, as pessoas se reconheciam pelo que eram, pelo que faziam ou sabiam. Mas, hoje, cada vez mais somos identificados pelo que temos. Essas coisas constroem sua identidade de homem-rico-bem-sucedido. E, no final, boa parte de sua vida acaba sendo gasta na manutenção da aura de sucesso.

Aceitação

Para muitos, o dinheiro também é o caminho mais fácil para obter a aceitação de seus pares. Somente com o dinheiro, imagina-se, é possível conquistar afeto e ser admirado. A origem dessa confusão começa na infância, quando os pais substituem amor pelos presentes. A criança fixa a ideia de que afeto e dinheiro são a mesma coisa. E a sociedade de consumo reforça essa tese.

Dinheiro traz felicidade?

Parece piada, mas muitos economistas já se debruçaram sobre essa pergunta. E algumas pesquisas trouxeram respostas interessantes. O consenso entre os economistas até agora é de que, sim, o dinheiro traz felicidade. Os ricos, aparentemente, são mais felizes que os mais pobres, mas... Existem vários "mas", descobriram os economistas Richard Easterlin, da Universidade de Sou- thern California, nos Estados Unidos, e Andrew Oswald, da Universidade de Warwick, Inglaterra, que pesquisam o assunto separadamente.

Em primeiro lugar, essa relação tem limite. Depois de um nível básico em que as necessidades e alguns luxos estão atendidos, mais dinheiro não traz felicidade extra. Além disso, o efeito de um aumento de renda ou do ganho de uma bolada tem duração limitada.

No final da pesquisa brotou algo tão óbvio quanto surpreendente de se ver em estudos econômicos: a constatação de que a felicidade, afinal, vem dos contatos pessoais, dos relacionamentos, das atividades que se faz, enfim, do fato de viver. Quando o dinheiro é usado para viabilizar isso tudo, ele também traz felicidade.

Qual é o seu perfil?

. Pão-duro- Ele tem medo de um dia ficar sem dinheiro e, por isso, guarda tudo o que ganha. Não vive o presente e deixa tudo para um futuro sem data. Essa atitude está ligada a alguma carência da infância, de afeto ou de alimento. No fundo, o sovina acredita que o dinheiro pode completá-lo, oferecendo o carinho ou o amor que não recebeu quando criança.

. Gastador - Consumista compulsivo, para ele o que importa é o prazer do momento. Em geral, são pessoas com baixa autoestima, que usam o dinheiro para construir a própria identidade e serem aceitas.

. Escravo - Para ele, o dinheiro não é um meio, mas um fim. Ele só quer saber de acumular. A origem desse comportamento pode estar em uma educação severa. Pode estar relacionando o dinheiro à segurança e, ao mesmo tempo, ao poder.

. Desligado - Não sabe bem quanto recebe, nem o valor das coisas. Emocionalmente imaturo e dependente do outro, o desligado tem sempre alguém que organiza sua vida financeira. A origem disso pode ser uma infância protegida, em que a criança recebia o que precisava sem pedir.

. Confuso - Não sabe lidar com as próprias emoções nem com a dinâmica do dinheiro, baseada na troca. Costuma dar o que tem e o que não tem para entes queridos porque confunde afeto com dinheiro. Para esse indivíduo, o dinheiro, além de um instrumento de troca, é o recurso principal para ser aceito socialmente.

. Raivoso- Fica irritado só de ouvir falar no assunto. A maior parte não sabe ganhar dinheiro e geralmente ganha menos do que gostaria. São pessoas que enxergam no dinheiro uma fonte de poder e realização pessoal. Eles acham que, na hora em que colocarem a mão na grana, seus sonhos se realizarão e eles atingirão um estado de plena satisfação.

. Equilibrado- Gente que sabe o que quer e que trabalha para ganhar o necessário para fazer o que deseja. Os equilibrados são confiantes, conhecem os limites de seus desejos e de suas possibilidades e sabem lidar com a frustração. Mas não são passivos. Sabem dosar os gastos com a poupança para emergências. Como lidam bem com o dinheiro, sabem compartilhar com os outros e aproveitar a vida. 







Fonte:http://mdemulher.abril.com.br/bem-estar/reportagem/viver-bem/reportagem_237945.shtml

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

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