O médico Thomson Marques, coordenador regional do MG Tranplantes, confirma o aumento do número de órgãos transplantados.
Se houve aumento no número de transplantes no país é porque também aumentaram o número de doadores. Nesse contexto, Uberlândia tem se destacado, conforme explica o médico Thomson Marques Palma, que é o coordenador da regional do Complexo MG Transplantes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) em Uberlândia. Ele informou que a cidade apresenta índices de doação de múltiplos órgãos maiores que os registrados em Minas Gerais e no país.
Segundo o médico, em 2011, enquanto o índice nacional foi de 9,9 doadores por milhão de população (PMP) – medida preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – e o de Minas Gerais na ordem de 10,5 doadores, Uberlândia alcançou a marca de 14,4 PMP. Mas, para que esse número permaneça estável e até aumente. “é fundamental que a família esteja conscientizada para importância da doação. “No ano passado, em Uberlândia, por exemplo, apenas 5% das famílias de pacientes com morte encefálica – possível doador de múltiplos órgãos – se recusaram autorizar a doação”, disse Thomson Palma.
A boa notícia é que o Ministério da Saúde anunciou que pretende atingir a meta de chegar a 15 doadores de órgãos por milhão de população, em todo o território nacional, até 2015, e, com isso, aumentar a esperança de milhares brasileiros que aguardam na fila à espera e ainda não tiveram a mesma sorte que José Eurípedes Pereira.
Angústia
O comerciante José Eurípedes Pereira considera o dia 30 de julho de 2011, data em recebeu o transplante de um rim em cirurgia realizada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), como o começo de uma nova vida. “Em 2006, entrei na lista de espera do transplante de rim e comecei os tratamentos. Meu organismo se descontrolava e reagia mal por diversas vezes. O apetite, por exemplo, desaparecia e demorava dias para voltar. Hoje tenho tempo livre para mim e posso sair de casa”, disse o comerciário, que se preocupa apenas em tomar a medicação diária contra a rejeição pós-transplante.
Nos últimos cinco anos da vida de José Eurípedes Pereira até o dia em que recebeu um novo rim, ele conheceu da forma mais dolorosa possível as três formas de dar sobrevida a um doente renal crônico. O paciente que padece desse mal, para que tenha uma melhor qualidade de vida, tem como opções três tipos de intervenção: a hemodiálise (filtração do sangue por via venosa), a diálise peritoneal (filtração pelo abdome) e, em último caso, o transplante para implantação de um novo rim que, numa explicação resumida, tem a responsabilidade de filtrar o sangue e eliminar na urina as impurezas e o excesso de líquido do organismo.
A cirurgia de José Pereira foi realizada pelo Sistema Público de Saúde (SUS), que financia 95% dos transplantes feitos no Brasil. O SUS também subsidia os medicamentos para os pacientes que realizarão as cirurgias.
MG Transplantes voa para ajudar pacientes a ter uma nova chance
O MG Transplantes possui seis centrais de notificação, captação e doação de órgãos (CNCDOs). Além de Uberlândia (CNCDO oeste), que atende a 87 municípios, que englobam um total de 2,5 milhões de habitantes, existem as centrais de Montes Claros (nordeste), Governador Valadares (leste), Pouso Alegre (sul), Juiz de Fora (Zona da Mata) e Belo Horizonte (região metropolitana).O médico Thomson Marques destaca que o MG Transplantes faz uso do serviço de transporte aéreo 24 horas, caso seja necessário encaminhar órgãos para diferentes regiões do estado. “Quando surge um órgão de um doador a ser transplantado, o sistema nacional usa a lista única de transplantes para priorizar a região. Se não há receptor compatível, o órgão cai na relação estadual e, assim por diante, para o restante do país”, disse.
Paciente aguarda há quase três anos
O ex-funcionário gráfico Adriel Silva Santiago, de 47 anos, levava uma vida normal até julho de 2009. Foi quando, assim como o comerciante José Eurípedes Pereira, teve que iniciar o tratamento de hemodiálise, entrando numa rotina que o levou, inclusive, a se aposentar precocemente do trabalho.
Nesses quase três anos, Adriel Santiago vive a expectativa do que é estar na lista de pacientes à espera de um transplante de rim. Sua rotina divide-se em fazer a hemodiálise e ficar atento ao telefone na esperança de que o aparelho toque a qualquer hora e alguém do outro lado anuncie o surgimento de um doador. “Minha rotina mudou completamente. Tenho uma filha de 10 anos, mas também preciso me cuidar, fazer a hemodiálise todas as semanas e tomar medicamentos para que não piore meu estado de saúde”, disse.
Nota: Muito importante esse ato de DOAÇÃO, devemos comentar mais , comentar com nossos amigos ser um multiplicador desse ato.
Claudio Vitorino
Fontehttp://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/transplantado-diz-que-nasceu-de-novo-apos-receber-um-rim/
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