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domingo, 1 de junho de 2014
Governo alemão aconselha levar o “dinheiro do ladrão” para caso de assalto durante a Copa
Diversos governos colocaram no ar páginas especiais com dicas sobre a Copa do Mundo no Brasil. Dentre as publicações, destacou-se uma polêmica página sobre como os alemães devem agir em diversas situações no País. Entre as dicas, o site recomenda como os estrangeiros devem proceder em caso de assalto. O governo alemão pede que o turista não resista. “Muitas vezes os agressores estão armados e sob influência de drogas e não hesitam em usar a violência por um motivo estúpido. É aconselhável sempre levar uma quantia de dinheiro para a rendição voluntária“, diz a mensagem, pedindo que, posteriormente, o viajante reporte o acontecido à Polícia.
Em junho, as seleções do Uruguai, Costa Rica, México, Alemanha, Gana, Grécia e Costa do Marfim virão a Fortaleza para disputar a primeira fase dos jogos da Copa do Mundo de Futebol e, com elas, muitos estrangeiros desses e de outros países. Alguns governos prepararam páginas online para dar direcionamentos aos cidadãos estrangeiros sobre como agir no Brasil.
Arte: Felipe Belarmino
Insegurança
O governo do México recomenda “medidas extremas de segurança” durante a estadia no País da Copa, como a “cuidadosa seleção de atrações turísticas para visitar” e ida a boates em grupos, evitando ostentação de joias e dinheiro em público e interação com estranhos durante a passagem dos visitantes aqui. A página pede, ainda, que os mexicanos evitem, na medida do possível, utilizar os transportes públicos no País.
Já o governo francês sugere uma prática comum entre os brasileiros, ele pede que os visitantes francófonos tenham “iscas” para os ladrões em caso de assalto durante estadia: “uma segunda carteira com dinheiro e/ou uma segunda bolsa”.
No site do governo alemão, o alerta é de que o turista “fique de olho na sua bagagem e nos seus objetos de valor quando estiver em espaços públicos, recepções de hotel, aeroportos e estações de ônibus”. Seguindo a mesma linha, o site do governo mexicano afirma: “Tome as devidas precauções com seus pertences, especialmente em áreas turísticas e grandes aglomerações”.
Nos estádios, o endereço online da Alemanha sugere que o turista não leve itens caros e não use a câmera fotográfica de forma visível. “Oculte a câmera e o telefone celular discretamente em um bolso ou bolsa”, diz o site.
Já os norte-americanos – que figuram em 2º lugar no ranking da compra dos ingressos da Copa 2014 por país, ficando atrás somente dos brasileiros – são indicados pelo site do governo a tomar cuidado até com os que possam oferecer ajuda. “Se um turista parece perdido ou parece estar tendo problemas para se comunicar, uma aparentemente inocente oferta de ajuda dada por uma pessoa pode realmente ser um esquema criminoso”, diz o site do governo dos Estados Unidos.
Saúde
“No Brasil existem surtos de dengue. Evite áreas onde há condições claramente insalubres”, recomenda o site do governo do México aos que queiram vir para o Brasil. Sobre o mesmo assunto a Alemanha alerta seus cidadãos a, se possível, aplicar repelente no corpo e dormir sob um mosquiteiro. Quanto aos hospitais, diz, ainda, que os padrões são “muito diferentes e o tempo de espera muito longo”.
Relacionamentos
O governo francês alertou, ainda, os turistas a “lidar cuidadosamente com novos amigos” e a prestar atenção nos relacionamentos e as ações no transportes públicos.
Já no site das representações alemãs no Brasil, o governo indica que os visitantes nunca deixem suas bebidas sozinhas ou com estranhos, alertando para o perigo de ingestão acidental de drogas tranquilizantes do tipo “boa noite, Cinderela”, que podem ser colocadas nos copos. O site pede que o viajante evite, também, o trânsito de prostitutas e visitas casuais em seu quarto de hotel pelo perigo de furtos e até crimes maiores.
Sobre o atendimento em serviços comuns a turistas, como em táxis, restaurantes e lojas, autoridades mexicanas falaram sobre a falta de honestidade de quem fornece os serviços: “Os brasileiros costumam conseguir uma gorjeta extra e generosa com a desculpa de não haver troco”.
Protestos
Tanto o governo norte-americano quanto o australiano – esse último responsável pelo 3º lugar no ranking de venda de ingressos por países – emitiram alertas sobre os protestos e manifestações públicas durante o período da Copa. “Protestos em grande escala têm ocorrido em muitas cidades em todo o Brasil, interrompendo, muitas vezes, o transporte público e privado. Você deve evitar todos os protestos e manifestações, pois eles podem se tornar violentos“, diz a mensagem no site do governo da Austrália.
Fonte: http://blogs.diariodonordeste.com.br/diarionacopa/copa-do-mundo-de-2014/governo-alemao-aconselha-que-estrangeiros-tenham-dinheiro-para-dar-em-caso-de-assalto-durante-a-copa-no-brasil/
10 ótimas razões para protestar contra a Copa do Mundo no Brasil
Enquanto muito se fala em estádios superfaturados e no provável caos da mobilidade urbana, questões bem mais importantes são deixadas de lado. Sem medo de botar o dedo nas feridas reais, o blog levantou 10 motivos para fazer um protesto contra a Copa no Brasil realmente valer a pena. Pense nisso antes de ir pra rua.
1. No show de abertura, periga Claudinha Leitte, que se acha a globalizada, querer cantar em inglês, em francês, italiano ou em todas essas línguas ao mesmo tempo, botando em risco a ótima reputação que a música popular brasileira conquistou ao longo de tanto tempo.
2. O ufanismo de Galvão Bueno chegará a níveis estratosféricos.
3. A concentração de argentinos no Brasil, normalmente restrita a Floripa e Búzios, se dará no País inteiro. Já imaginou encontrar argentino em todo canto? Pior que um surto nacional de dengue.
4. Será insuportável ver a criativa imprensa brasileira fazer, pela milionésima vez, matérias sobre o risco de um novo Maracanazo, com direito a entrevistas psicografadas com o goleiro Barbosa defendendo-se da cruel acusação de vilão de 50.
5. Tudo ficará muito inflacionado durante a Copa. Uma ex-panicat ou uma ex-capa da Sexy que normalmente cobra R$ 5 mil por um city tour completo vai aproveitar a invasão de gringos e pedir o triplo deste valor.
6. Com a realização da Copa no Brasil, uma confusão mental sem precedentes afetará o nosso povo. Protesto por um País melhor ou assisto aos jogos? Protesto ou assisto apenas aos jogos do Brasil? Protesto ou assisto apenas aos jogos do Brasil a partir das oitavas? Grito por mais educação ou por mais um gol do Neymar? Uma mistura de dúvidas e culpa pode levar milhões de brasileiros ao divã num tratamento que duraria até a Copa de 2018.
7. Ninguém merece mascote de nome Fuleco.
8. Numa das maiores ações de marketing de guerrilha já vistas no mundo, a Dolly pode criar uma versão pirata da Coca-Cola Fun Fest. Já pensou? Um evento com centenas de tevês de tubo para o povo acompanhar os jogos do Brasil, muito funk, distribuição de ovinhos de amendoim e Dollynho Guaraná que pisca.
9. Assistir a um jogo num estádio de futebol será de uma chatice padrão Fifa. O brasileiro, dado a uma falta básica de civilidade, terá pequenos prazeres furtados, como o arremesso de copo cheio de mijo na galera e a brincadeira de apontar um sinalizador para a cabeça de torcedores rivais, no caso para a cabeça dos torcedores argentinos.
10. Eles podem odiar, mas existe também o risco de os gringos amarem Claudinha Leitte globalizada poliglota. A loira se tornaria a nova referência do País pós-Bossa Nova e a música popular brasileira estaria lascada para sempre.
Fonte: http://desilusoesperdidas.blogspot.com.br/2014/02/10-otimas-razoes-para-protestar-contra.html
Vale a pena o Brasil sediar a Copa de 2014?
Vale a pena o Brasil sediar a Copa de 2014?
Nosso país receberá os melhores jogadores do mundo para o que promete ser uma Copa do Mundo tão eletrizante quanto polêmica. O evento vai gerar empregos e obras de infraestrutura, mas também custará bilhões aos cofres públicos. Vai ser um golaço... ou bola fora?
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SIM
Estima-se que o governo irá investir mais de 20 bilhões de reais em infraestrutura para receber a Copa de 2014. Somando os recursos diretos ou indiretos da iniciativa privada, o total deve chegar a 183 bilhões de reais. O dinheiro será distribuído em áreas como transportes, segurança e cultura, para que habitantes e turistas convivam em cidades mais confortáveis e funcionais
O Brasil passará a ter 12 estádios modernos, equiparáveis aos melhores do mundo, com mais comodidade e segurança para os torcedores. Na Alemanha, após a Copa de 2006, a frequência média nos estádios subiu para 90% da lotação. E as arenas poderão atrair eventos como shows internacionais a estados como Mato Grosso, geralmente fora desse circuito
Pelo menos 600 mil estrangeiros devem visitar o país, número que pode ser ainda maior considerando as facilidades que nossos vizinhos sul-americanos têm para entrar aqui. Além disso, o fluxo de turismo nacional deve mover mais de 3 milhões de brasileiros. Quanto mais turistas, mais dinheiro entra para os cofres públicos na forma de impostos
A previsão é que mais de 700 mil postos de trabalho sejam gerados, cerca de 330 mil empregos permanentes. Já há programas de capacitação de profissionais para atuar em várias áreas, da construção civil à hotelaria. O aquecimento da economia deverá impactar nosso Produto Interno Bruto (PIB) até 2014. No ano da Copa, o evento deve gerar cerca de 2% das receitas nacionais
NÃO
Temos um histórico de obras superfaturadas. A Vila do Pan-Americano do Rio, por exemplo, foi superfaturada em 1,8 milhão de reais, segundo relatório de 2009. Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), já foi acusado pelo Ministério Público de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. E ele também preside o Comitê Organizador da Copa de 2014
Ocupando a 73ª posição mundial no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e com quase 10% da população analfabeta, o Brasil poderia usar os 20 bilhões de reais a ser investidos na Copa para solucionar demandas mais urgentes, em áreas como educação e saúde pública. Com esse montante, seria possível, por exemplo, construir mais de 400 hospitais-escolas
Ainda há dúvidas sobre a capacidade do país de oferecer segurança aos turistas, aos atletas e à própria população. Os embates entre policiais e traficantes no Rio em novembro tiveram ampla repercussão negativa. Caso o país não seja capaz de garantir tempos de paz nas cidades-sedes, poderá queimar sua imagem no exterior e até perder o direito de realizar a Olimpíada de 2016
O enorme fluxo turístico poderá provocar um caos aéreo. Segundo a Infraero, das obras em 13 aeroportos considerados estratégicos para a Copa, seis não estarão concluídas até lá. Embora a estatal garanta que será possível atender à demanda, um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP, diz que voos atrasados ou cancelados poderão chegar a 43,9% em 2013
FONTES: Celso Unzelte, jornalista, pesquisador e apresentador do programa Loucos por Futebol (ESPN); Roberto Assaf, escritor e colunista do LANCE!; Ministério do Turismo; Ministério do Esporte; Comitê Organizador da Copa de 2014; Infraero; PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2010
Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/vale-pena-brasil-sediar-copa-2014-623510.shtml
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Obesidade está presente em um terço de toda a população mundial
Nos últimos 33 anos, nenhum dos 188 maiores países conseguiu reduzir significativamente a doença entre seus habitantes. O Brasil faz parte das 10 nações que, juntas, abrigam mais da metade dos obesos do planeta
A obesidade já é considerada uma doença crônica, uma epidemia mundial e os ponteiros dessa balança continuam a subir, segundo relatório divulgado na revista científica Lancet. Nas últimas três décadas, o número de pessoas em sobrepeso ou obesas quase triplicou em todo o mundo. Hoje, elas representam um terço de toda a população do globo. Nenhum dos 188 países analisados nesse novo levantamento passou por uma queda significativa na prevalência da obesidade nos últimos 33 anos. O Brasil não é uma exceção nas taxas aterradoras. Famoso pelo culto ao corpo, o país está entre os 10 que abrigam mais de 50% de todos os obesos do planeta.
Em números totais, de 1980 a 2013, obesos e pessoas em sobrepeso pularam de 857 milhões para 2,1 bilhões, respectivamente. O maior ganho em sobrepeso e obesidade ocorreu globalmente entre 1992 e 2002, principalmente entre as pessoas com 20 a 40 anos. Essas taxas variam muito entre os países e regiões, sendo que mais da metade dos 671 milhões de obesos atualmente vive em 10 países (veja infográfico). Nos países de alta renda, os maiores aumentos na prevalência do problema entre adultos estão nos Estados Unidos, na Austrália e no Reino Unido. No primeiro, cerca de um terço da população adulta é obesa, no segundo, 28% dos homens e 30% das mulheres. Entre os britânicos, a proporção de obesos cai, mas ainda é assustadoramente prevalente em um quarto da população adulta.
De uma forma geral, as taxas de sobrepeso e obesidade de adultos têm aumentado tanto para homens (de 29% para 37%) quanto para as mulheres (de 30% para 38%). A diferença entre os gêneros, porém, chama a atenção nos países desenvolvidos, que abrigam 62% dos obesos e os homens apresentam maiores taxas do problema. Nas nações em desenvolvimento, o fenômeno inverso é observado.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/capa_ciencia_saude/
Impostos e maus serviços públicos. Quem são os culpados?
Sei que o título soa inquisitório, porém parece adequado diante da guerra aberta em relação ao tema. Ainda sob o reflexo das jornadas de julho do ano passado e à espera dos protestos que provavelmente devem ressurgir neste ano de Copa do Mundo, precisamos voltar ao tema para fazer frente ao discurso predominante de que a carga tributária é abusiva e o poder público é o único culpado por todas as mazelas.
Não, não vamos absolver o poder público. Sua responsabilidade nesse estado de coisas, no mínimo, é não reunir força necessária para combater o imenso poder encastelado em suas estruturas a serviço de grandes grupos empresariais e do setor financeiro e especulativo. A disputa por esses espaços é um dos principais desafios de nossa democracia e uma das mais difíceis tarefas dos movimentos de origem popular, entre eles a CUT.
Mas é óbvio que apontar o dedo unicamente na direção da classe política é má-fé, especialmente quando por parte dos meios de comunicação, conhecedores dos meandros do poder, e tentativa de manipulação do justo descontentamento popular. Um desserviço ao debate político.
Portanto, vamos nos concentrar aqui em algumas diabruras praticadas pelo poder econômico, o mesmo que faz campanhas publicitárias para dizer que são amigos das pessoas de bem.
A começar pela montanha de dinheiro dos impostos que os bancos sugam todos os dias para receber os juros da dívida pública. Só no ano passado 14% do PIB, segundo cálculos do tributarista Amir Khair, foram usados para rolar os juros da dívida que os governos das três esferas têm com os bancos. Isso representa a bagatela de 257 bilhões de reais, saídos do bolso dos trabalhadores direto para o caixa dos banqueiros.
Dívidas na maioria das vezes contraídas há muito mais tempo do que têm de vida os jovens que hoje clamam por melhores serviços de transporte, educação e saúde. Dívidas que já tiveram seu valor original pago múltiplas vezes, como qualquer auditoria provaria – e já provou no passado.
O poder econômico – destaque para as empreiteiras – agem em outras tantas frentes, como nas obras de grande porte que via de regra estouram o tempo de conclusão e o orçamento. No poder Legislativo, a representação de empresas e bancos é muito mais forte que qualquer outra, gerindo projetos destinados a servir uma minoria ou interferindo em outros para preservar essas mesmas minorias, como no caso recente dos planos de saúde.
Como os meios de comunicação atuam fortemente para disseminar um senso comum de que a culpa é toda do governo, perde-se a oportunidade de fomentar o protesto e a pressão contra o poder econômico que tantas vezes age contra os interesses nacionais, seja por suas ligações com multinacionais, seja por sua visão de curtíssimo prazo, mais atenta ao iate ou ao carro importado que os executivos querem comprar pra si do que num projeto de desenvolvimento digno do nome.
E essa confusão entre as responsabilidades do poder público e do grande capital nas mazelas brasileiras cola no imaginário. Evidência recente disso foi trazida por pesquisa feita pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Ao entrevistar 409 jovens entre 15 e 29 anos na capital paulista, a escola revelou que 75% acreditam ser a cidade um bom lugar para se consumir, fazer compras, gastar dinheiro. Já os serviços públicos foram reprovados pela maioria.
Os dados deixam entrever que o prazer do consumo relaxa a imaginação e o espírito crítico do jovem em relação ao poder econômico que atua na cidade, aquele mesmo historicamente responsável pela desastrosa ocupação do solo, pela especulação que empurra os trabalhadores para as periferias, pelos graves problemas de mobilidade urbana, pela ausência de água e esgoto, entre outros problemas.
Os movimentos sociais devem insistir na denúncia do papel do poder econômico usurário e concentrador para que o debate político não caia no simplismo almejado pelos conservadores, sem se esquecer que tal denúncia será um instrumento a mais para pressionar os governos a enfrentar a questão. Se essa faceta das relações de poder permanecer escamoteada, será mais difícil de trazer a população para essa luta.
Luta que pretendemos fazer crescer em volume com nosso Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, já em plena fase de organização por todo o Brasil e que ganhará as ruas em setembro. Precisamos aprovar a reforma política e para tanto é indispensável definir todos os atores envolvidos, com o objetivo de reduzir ao máximo a influência do poder econômico nas decisões que afetam a maioria do povo.
Por fim, uma rápida passagem pela questão tributária, tantas vezes debatida pela CUT. Nossa carga tributária – em torno de 35% do PIB – não sai do espectro encontrado em outros países em desenvolvimento ou desenvolvidos. Por outro lado, países com carga muito abaixo desse percentual enfrentam duros problemas para atender a demanda de suas populações, como é o caso de vizinhos na América Central. Não podemos desejar cenário semelhante. O nosso problema real é que os mais pobres brasileiros é que pagam a maior parte dos impostos, o que deveria ser alterado, com a inversão da pirâmide tributária. Voltaremos a esse tema.
Fonte:http://www.cartacapital.com.br/politica/impostos-e-maus-servicos-publicos-quem-sao-os-culpados-4456.html
Para o crescimento do PIB, Copa do Mundo deve ser jogo de zero a zero
Se nos gramados a expectativa é que a seleção brasileira dê show e conquiste o hexacampeonato, na economia a previsão dos analistas é que a Copa do Mundo de 2014 tenha impacto muito pequeno no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país e serve para medir a evolução da economia.
Alguns setores certamente serão beneficiados com o megaevento e devem faturar e contratar mais em 2014, como os de segurança, turismo e televisores. No entanto, o crescimento do PIB deve perder força em razão das manifestações, dificuldades na mobilidade urbana, dos dias parados e até mesmo da alta de preços esperada para ocorrer durante a Copa do Mundo.
O crescimento do PIB previsto pelo governo federal no orçamento de 2014 está em 2,5%. O Banco Central prevê uma taxa de expansão de 2% para este ano. Já o mercado financeiro estima um crescimento ainda menor: de 1,63%. Em 2013, a economia brasileira avançou 2,3%.
Efeito pequeno em 2014
Para Flavio Serrano, economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, o impacto da Copa do Mundo na atividade econômica será "quase que neutro". "Haverá aumento de um segmento específico. Paralisação de atividades industriais importantes por causa dos jogos. E volatilidade, com produção mais forte em maio, e mais parada em junho e julho. Não se sabe qual é o impacto líquido disso. Aumenta [a atividade dos] serviços um pouco", afirma.
A visão é compartilhada por André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Ele prevê que haverá alta do nível de atividade de alguns setores, mas diz que isso não é "ótima notícia". "Vai ser meio zero a zero [...] Minha tendência é ver como irrelevante. Boa parte das obras da Copa já foram feitas ou têm de ser entregues agora."
Perfeito fez uma análise sobre o impacto da Copa em outros países, mas ela foi inconclusiva. "Tentei pegar todos os países que tiveram Copa do Mundo nos últimos 50 anos e a análise foi inconclusiva. No México, o PIB afundou no ano da Copa mas, no ano anterior, vinha crescendo a 6%. A Espanha veio melhor. O cenário global se alterou significativamente [nos últimos anos, após a crise financeira]", afirma.
De acordo com Mariana Oliveira, da Tendências Consultoria, a expectativa é que a Copa do Mundo traga "algum impacto" na atividade, mesmo que localizada em alguns meses específicos, no varejo e em outros setores. Mas acrescenta que, para o PIB como um todo em 2014, o "impacto deve ser muito baixo".
“A gente esperava um efeito um pouquinho positivo (da Copa no PIB), em razão da finalização de obras, mas nem isso aparece”, diz a economista Alessandra Ribeiro, também da Tendências. “Mas é o conjunto da obra que está ruim. Está muito difícil visualizar hoje algum gatilho que possa melhorar o desempenho da economia ao longo deste semestre”.
Na opinião do economista Roberto Vertamatti, da Anefac, a Copa não trouxe até agora nenhum reflexo positivo para a economia. “Ao contrário, vários segmentos estão achando que o evento vai desestimular o consumo. Mesmo que o Brasil ganhe, acredito que diante das incertezas políticas econômicas, qualquer reflexo no PIB será muito efêmero”.
Obras do novo terminal de Viracopos (Campinas)
(Foto: Aeroportos Brasil Viracopos)
Investimentos para a Copa
Relatório da agência de classificação de risco Moody's avalia que, mesmo nos últimos anos, o impacto da Copa no crescimento da economia brasileira não foi muito grande. O país foi confirmado como sede do evento no fim de 2007.
"O gasto em infraestrutura da Copa do Mundo é uma fração do investimento total do Brasil. Algo como R$ 26 bilhões em [despesas] com estádios de futebol, aeroportos, portos e mobilidade urbana representa um 'upgrade' para provedores de infraestrutura [construção civil], mas a maior parte do impacto já foi sentida e é apenas 0,7% do total de investimentos planejados no Brasil entre 2010 e 2014", avalia a Moody's.
O economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também observa que o impacto da Copa no PIB dos últimos anos é pequeno. "O impacto mais direto são os estádios. Tem todo o resto da infraestrutura, mas que, com ou sem a Copa, o Brasil teria de ter melhorado de qualquer jeito. Os aeroportos, por exemplo, estavam ficando muito aquém da capacidade. As obras de mobilidade urbana ficaram incompletas. Teria de ter feito algumas obras de acesso a aeroportos. O legado da Copa, quando você olha a experiência de outros países, é muito pequeno."
Estudo do banco UBS lembra que um argumento comum é de que a preparação para o Mundial começa vários anos antes e tem o potencial de transformar investimentos (especialmente em infraestrutura) em ganhos permanentes. "Por isso, o público geral tende a ter grandes expectativas com relação a eventos esportivos", diz o documento. Entretanto, acrescenta o estudo, evidências sugerem que Copas do Mundo têm impacto limitado na economia dos países.
"Em estudo conjunto, Ernst&Young Terco e Fundação Getulio Vargas previram que a Copa do Mundo teria um impacto positivo de US$ 142 bilhões entre 2010 e 2014 (0,6% do PIB por ano). Entretanto, havia expectativa que a maior parte deste valor fosse indireto. De fato, somente R$ 22,5 bilhões (0,1% do PIB por ano) era estimado em ser investimento direto com o objetivo de adequar a infraestrutura e organização do evento", afirma o estudo do UBS.
Hotel em Porto Alegre. Copa estimula o turismo
(Foto: Paula Menezes/G1)
Análise por setores
Todos economistas consultados pelo G1 concordaram que o mundial de futebol vai trazer benefício, mesmo que momentâneo, para alguns setores da economia brasileira, mas também pode haver repercussão negativa para outros ramos.
"Enquanto a Copa do Mundo tende a impulsionar as vendas de televisores, não há evidências de que este efeito tenha impacto significativo sobre as vendas em geral. Um dos fatores que explicam esse comportamento é uma possível substituição entre os bens, além do efeito 'ressaca' [forte queda] nas vendas de televisores nos meses seguintes", avalia Mariana Oliveira, da Tendências.
O turismo, por sua vez, deve apresentar bons números neste ano. O Ministério do Turismo estimou que 3,7 milhões de pessoas, entre brasileiras e estrangeiras, estarão em trânsito pelo Brasil durante o período do evento. "Elas devem deixar na economia do turismo um total de R$ 6,7 bilhões ao longo dos jogos", estima o governo.
A expectativa para a chegada de estrangeiros no país, segundo o Ministério do Esporte, é de 500 mil pessoas. A esse grupo de turistas com ingressos somam-se, segundo o governo, os acompanhantes e muitas pessoas que vêm para o país da Copa sem bilhetes. A maioria dos estrangeiros esperados são norte-americanos, seguidos pelos argentinos.
Para a construção civil, a percepção de parte dos empresários do setor é de que a Copa do Mundo também será positiva para os negócios. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no início deste ano revela que, para 30% dos entrevistados, o efeito será positivo. Para outros 9%, o efeito deverá ser negativo. A maior parte (52%), porém, respondeu que não haverá impacto.
Comércio deve ter perdas com excesso de feriados
(Foto: GloboNews)
Efeito no comércio
Segundo Mariana Oliveira, da Tendências, a evidência "empírica" (estudos já realizados) sugere não haver "impacto significativo" no comércio geral em países que sediam grandes eventos esportivos. "Em geral, a literatura especializada aponta que a maioria dos estudos acadêmicos realizados após os eventos tem mostrado que seu impacto econômico parece ser limitado. Em particular, as vendas no varejo não apresentam grande impulso devido ao evento", acrescenta.
Segundo o professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Milton Pignatari Filho, estima-se uma perda de aproximadamente 5% do total das vendas diárias em decorrência dos feriados forçados nos dias de jogos. Mesmo com um clima otimista, alguns analistas, de acordo com o economista, apostam que, nos meses de junho e julho, o varejo deverá deixar de arrecadar em torno de R$ 1,5 bilhão.
Criação de empregos
De acordo com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, a previsão é de que sejam criados cerca de 175 mil empregos formais no país durante os meses da Copa do Mundo e que parte destas contratações seja mantida após o mundial. "Agora começaram a sair as publicações de chamadas para diversas áreas. Vamos ter contratações enormes para a área de segurança. A Coca-Cola vai contratar 20 mil no atendimento interno a estádios. Na área de turismo, vamos ter contratados um quantitativo muito grande", declara ele.
A Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que os setores de serviços de hospedagem, de alimentação, de transporte, agências de viagens e serviços culturais e recreativos deverão ampliar em cerca de 48 mil vagas a oferta entre os meses de abril e junho de 2014.
Manifestação contra a Copa em Brasíla
(Foto: Ricardo Moreira/G1)
Impacto negativo
Enquanto o clima de festa toma conta do país durante o mundial, o diretor executivo da Innovia Training e Consulting, Ricardo Barbosa, observa que o torneio será um "pesadelo" para alguns empresários. "A realização da Copa do Mundo está, para muitos, se tornando rapidamente em um pesadelo, com um alto custo que se arrastará por muitos anos, comprometendo as contas públicas e reduzindo a capacidade de investimentos futuros em setores chaves do mercado."
Segundo Barbosa, o "sinal de alerta" também acendeu para as empresas, pois nota-se "um aumento constante de reclamações dos empresários sobre a paralisia da economia durante o período da Copa e também dos excessos de feriados e falta de focos dos trabalhadores". Ele observa que, quando o clima é "desmotivação" por parte dos empresários, é fácil que isso se reflita em outros setores da sociedade, com impactos negativos nas atividades.
Outro fator que deve desacelerar o PIB durante a Copa do Mundo são os protestos que podem acontecer. "Essas manifestações têm impacto no Brasil como um todo. É óbvio que também impactam a atividade na Copa do Mundo", diz o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Pedro Trengrouse.
Ele lembra que, no ano passado, as manifestações causaram "prejuizos bilionários" à economia brasileira por conta de dias de trabalho perdidos e danos ao patrimônio público e privado. Entretanto, avalia que as manifestações tendem a ser mais "esvaziadas" em 2014.
"No ano passado, as manifestações eram pela educação, saúde e transporte público, coisas que todos nós brasileiros precisamos melhorar. Neste ano, focam mais na Copa do Mundo. Mas o Brasil está dividido. Milhares de pessoas querem a Copa, estão animadas com a Copa. As manifestações precisam respeitar essas pessoas", diz Trengrouse. tópicos:
Fonte:http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/05/para-o-crescimento-do-pib-copa-do-mundo-deve-ser-jogo-de-zero-zero.html
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Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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