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terça-feira, 21 de maio de 2013

"Os partidos não representam a população, querem apenas poder", afirma Joaquim Barbosa





Em sua palestra no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), na qual é professor, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou, em sua crítica ao Congresso Nacional, que os partidos no Brasil são de "mentirinha", responsabilizando as legendas pela "ineficiência e capacidade de deliberar" do Poder Legislativo.


"Nós temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os partidos que nos representam no Congresso, a não ser em casos excepcionais. Eu diria que o grosso dos brasileiros não vê consistência ideológica e programática em nenhum dos partidos. E nem pouco seus partidos e os seus líderes partidários têm interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder", disse o presidente da Corte.



Um dos maiores problemas no Brasil, segundo Barbosa, é que o Legislativo "é inteiramente dominado pelo Poder Executivo. Há um domínio institucional do Executivo sobre o Congresso Nacional. O Congresso não foi criado para a única e exclusivamente deliberar sobre o poder executivo. Cabe a ele a iniciativa da lei. Temos um órgão de representação que não exerce em sua plenitude o poder que a Constituição lhe atribui, que é o poder de legislar".


Solução


Há uma ausência da sensação de representação, e é devido ao sistema eleitoral, afirmou o ministro. Ainda acrescentou uma solução: "Passados dois anos da eleição ninguém sabe mais em quem votou. Isso vem do sistema proporcional. A solução seria a adoção do voto distrital para a Câmara dos deputados [sistema em que cada membro do parlamento é eleito individualmente nos limites geográficos de um distrito pela maioria dos votos]. Teríamos que dividir o país em 513 distritos".

"Hoje temos um Congresso dividido em interesses setorizados. Há uma bancada evangélica, uma do setor agrário, outra dos bancos. Mas as pessoas não sabem isso, porque essa representatividade não é clara", terminou.


Rebatendo a solução do ministro, o senador Rodrigo Rollember (PSB-DF), que também participou da palestra, argumentou que o atual sistema de votos proporcionais faz a população do país ser mais bem representada, e que nos moldes do voto distrital as minorias seriam subrepresentadas.

O senador argumentou mais: "O nosso Congresso Nacional é reflexo da sociedade brasileira, representa o Brasil com suas qualidades e seus defeitos. É o poder mais cobrado de todos."

Entretanto, as críticas ao Congresso continuaram. O presidente do Supremo afirmou, exemplificando, que o projeto de emenda limitando os Poderes do STF "significaria o fim da Constituição de 1988", mas não se referiu diretamente à PEC 33.

Em que medida podem os cidadãos atuar no intuito de construir uma verdadeira democracia? Até que ponto a fragilidade do sistema se deve apenas à estruturação de votos? Qual a influência da alienação da sociedade brasileira para o cenário atual? A problemática é complexa.

Lígia Ferreira é jornalista e estudiosa de mecanismos sociais e midiáticos.

Fonte:http://www.folhapolitica.org/2013/05/os-partidos-nao-representam-populacao.html

Enquanto o país ocupa o penúltimo lugar em ranking de educação, disseminam-se funk e violência em salas de aula



Segundo ranking realizado pela Pearson Internacional (referido em matéria de O GLOBO), o Brasil ocupou, em uma lista de 40 países, a penúltima colocação - a despeito de constituir a sexta economia do Mundo -, estando à frente apenas da Indonésia. Tal ranking utiliza informações de resultados de três testes aplicados a alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental.

Os dados provém do PIAE (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), do TEIMC/TIMSS (Tendências de Estudo Internacional de Matemática e Ciência) e do PEIA/PIRLS (Progresso no Estudo Internacional de Alfabetização). Tais índices abrangem resultados e habilidades matemáticas, científicas e de leitura.



Neste contexto, proliferam-se, nas escolas, demonstrações eróticas - quando não pornográficas - de funk, realizadas por menores de idade, agressões de alunos contra professores, brigas entre gangues e espancamentos realizados entre alunos.



Ao mesmo tempo, noticiam-se, diariamente, fechamentos de escolas, redução em valores de investimentos na educação pública, acréscimo de violência no interior das escolas e no entorno, além de índices preocupantes no que toca aos resultados em aprendizagem. Infelizmente, as "novidades" acabam se restringindo ao lado negativo, não havendo melhorias, ainda que mínimas, no estado da educação pública. Infelizmente, poucos ainda podem entender esta situação, pois os índices de analfabetismo funcional, infelizmente, crescem e atingem níveis absurdos. Até quando perdurará esta situação?



Caio Barbosa é sociólogo.







Fonte:http://www.folhapolitica.org/2013/05/enquanto-o-pais-ocupa-o-penultimo-lugar.html

sexta-feira, 17 de maio de 2013

QUE PAÍS É ESTE?



É a pergunta mais ouvida no momento atual. Ela vem de todos os lugares e das mais diversas fontes. A mídia em seu papel, trazendo manchetes sobre a situação constrangedora que vive o Brasil. São bolsões de corrupção em vários recantos. Pessoas que se locupletam através do suborno, da propina, do mau uso das verbas públicas, em proveito próprio. É a insegurança que nos rodeia. É um serial killer de motoristas de táxi. São os assassinatos com requintes de crueldade. Notória é a falta de assistência à saúde, com pessoas morrendo em filas do SUS. Professores que apanham de alunos. É o desrespeito no trânsito ocasionando mortes de inocentes. São os desmatamentos com a consequente destruição da natureza.

Parece haver um componente sadomasoquista nos comentários sobre o momento que vivenciamos. Será que pertencemos a uma nação tão doente, que impede que se encontre uma solução eficaz para melhorá-la? E a grande maioria de pessoas de bem, que procuram viver dentro de valores éticos e morais inatacáveis? Por que a minoria vilã da sociedade é tão comentada com um especial sabor?


Se nos deixarmos envolver pela onda de pessimismo corrente, em nada estaremos contribuindo. Não podemos esquecer as inúmeras ONGs envolvidas em salvar a natureza. Organizações de proteção aos animais. Voluntários que dedicam seu tempo para levar um pouco de satisfação às crianças cancerosas. A Fundação Thiago Gonzaga fazendo um trabalho hercúleo nas campanhas a favor da preservação da vida, evitando os acidentes de trânsito. Na Santa Casa, cadeirantes percorrem os quartos dos pacientes estimulando a doação de sangue junto aos familiares. A televisão nos mostra pessoas de bem que tiram os meninos da rua, levando-os para atividades como bandas, empresas, esportes; conseguindo valorizar quem já não acreditava mais na vida. Inúmeros são os grupos de assistência aos drogados que atuam na tentativa de livrá-los do vício. Programas para a terceira idade que buscam melhorar o envelhecer, que é uma fase da vida que pode ser muito bem vivida, sem deteriorar. A maioria dos políticos e magistrados sérios e éticos, que procuram colocar ordem na casa, em nome de uma maior transparência. Poderíamos preen- cher várias páginas falando a respeito de outras associações que lutam em nosso país para ajudar os necessitados, não dando esmolas, mas através de estímulo e valorização do ser humano.


Quem sabe, deixamos aos órgãos competentes a solução e a punição necessárias nos problemas éticos e criminais, nos voltando para o que de bom existe em nossa sociedade. Se olharmos por um prisma real, mas mais otimista, talvez possamos vislumbrar um presente e um futuro confortáveis e benéficos para todos.


Contamos com a parte sadia, que é a grande maioria dos brasileiros, para resolver a minoria doente. Pensando e agindo dentro de uma nova perspectiva, poderemos ter uma resposta bem diferente quando nos perguntarem: que país é este?


Este é o nosso país, formado por uma sociedade de pessoas de bem, que amam a sua terra e têm orgulho de serem brasileiros.



*PSIQUIATRA





COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Será que entendi bem?!? Está realmente sugerindo que "deixamos aos órgãos competentes a solução e a punição necessárias nos problemas éticos e criminais, nos voltando para o que de bom existe em nossa sociedade."? Será que devemos esquecer que são as perguntas que movem o mundo, que são os contestadores que alavancam as soluções, que são os de coragem e persistência que atacam as injustiças e que são os rebeldes que mudam uma nação perdida?


Para "olharmos por um prisma real" é necessário conhecer a si mesmo, o ambiente onde estamos inseridos, as ameaças e oportunidades que estamos sujeito e que políticas estão regendo favorecendo e dificultando a nossa qualidade de vida, da nossa família, da nossa comunidade, do nosso município, do nosso Estado e da nossa amada pátria. Depois de tudo isto poderemos sim "vislumbrar um presente e um futuro confortáveis e benéficos para todos" se atacarmos o negativo e aumentar o que é positivo e saudável para todos. O otimismo deve estar sempre presente já que é o estímulo de luta pró-ativa rumo às solução de interesse público para o bem-estar de todos, sem capitular para o desânimo, estresse, alienação ou imobilização.



Fonte:http://ordemeliberdadebrasil.blogspot.com.br/2013/05/que-pais-e-este.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+OrdemELiberdadeBrasil+%28%3Cb%3EORDEM+E+LIBERDADE+BRASIL%3C/b%3E%29 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Felicidade. Por que sediar uma Copa do Mundo é bom pra você?



Nos anos 1920 surgiu na pobre região negra de Transkei, na África do Sul, a crença de que norte-americanos negros chegariam em aviões para destruir os brancos e salvar os escolhidos. Isso deveria acontecer em 1927.

Hoje na África do Sul você encontra uma crença semelhante: que em 2010 os mais ricos do mundo estão chegando em aviões para salvar todo país. No dia de maio de 2004 no qual a África do Sul ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo, moradores de Soweto festejaram gritando: "O dinheiro está chegando!".

Metade das pessoas que você encontra em Joanesburgo criou um esquema para 2010: comprar apartamentos para alugá-los durante o torneio, vender salsicha e pudim de milho na frente dos estádios, recrutar camponesas para tecer bandeiras de contas nas cores de todas as seleções participantes. Grande parte das conversas na África do Sul é sobre esquemas assim, e nas colunas dos jornais, quando uma celebridade diz o que está fazendo no momento, geralmente acrescenta: "O mais importante é estar pronto para 2010". O ano se tornou um número mágico, como o Ano da Besta ou 1927.

Os sul-africanos soam como se estivessem em uma viagem espacial coletiva organizada pelo governo e marcada para terminar com um solavanco em 12 de Julho de 2010, o dia seguinte à final. Contudo, eles estão apenas expressando de modo radical uma crença convencional: de que sediar um grande evento esportivo pode enriquecer o lugar. Sempre que um país se candidata a hospedar uma edição da Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos, seus políticos profetizam "bonança econômica". Eles evocam hordas de visitantes consumistas, a publicidade gratuita das cidades anfitriãs para os telespectadores do mundo, os benefícios a longo prazo de todas as estradas e todos os estádios que serão construídos. Não espanta que quase todos os países desejem receber esses eventos. A disputa para sediar a copa do mundo de 2018 é a mais acirrada de todos os tempos.

Na verdade, sediar torneios esportivos de modo algum deixa o país rico. O motivo pelo qual os países são tão ansiosos para sediar é completamente diferente: sediar deixa sua população feliz. Mas, estranhamente, os candidatos a anfitriões não parecem compreender seus próprios motivos.

A Copa do Mundo brasileira: para quem ela é boa?

Isso levanta a questão óbvia: o Brasil deveria sediar a Copa do Mundo de 2014? Os brasileiros não deveriam ser tão cegos quanto os sul-africanos foram. Eles precisam saber exatamente o que o torneio fará pelo seu país e o que não fará.

Antes de tudo, os brasileiros deveriam ter em mente que, independentemente do que o governo diz, a Copa do Mundo não os tornará mais ricos como um todo (embora a Copa possa ser uma bela oportunidade para quem por acaso é dono de uma empresa construtora de estádios). Nós previmos com confiança que o contribuinte brasileiro gastará mais com a Copa do Mundo do que dizem as estimativas iniciais. Por exemplo: a conta prevista de 1,1 bilhão de dólares para reformar os estádios certamente aumentará nos próximos anos, como aconteceu na África do Sul. E os estádios são apenas uma parcela dos custos da infraestrutura necessária para sediar o evento. Em 2009, as cidades-sede anunciaram um orçamento conjunto de 42 bilhões de dólares em reformas. Apenas a ligação por trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro foi estimada em 11 bilhões de dólares. Outros 3 bilhões são destinados a modernizar os aeroportos em ruínas do país.

Mas, em julho de 2014, quando o último dos torcedores tiver partido, o faturamento for contabilizado e os custos extras adicionados, ficará claro que ninguém ganhou muito mais do que teria ganhado na temporada turística habitual. O torneio também não fará muita coisa pela imagem do Brasil e pelo investimento externo do país. Na verdade, se alguns turistas forem assaltados no Rio, a Copa do Mundo afetará negativamente a "marca" do Brasil no exterior.

Pode-se argumentar que o Brasil, assim como a África do Sul, tem coisas melhores nas quais gastar dinheiro do que em uma Copa do Mundo. Os dois países são muito parecidos. Ambos estão entre os países do planeta com maior desigualdade econômica. Isso significa que ambos têm um setor da economia de primeiro mundo com dinheiro e capacidade suficientes para sediar uma Copa do Mundo - mas também um setor de terceiro mundo que necessita desesperadamente dos frutos de todo esse dinheiro e capacidade. Como os sul-africanos, os brasileiros devem perguntar quantas casas com água encanada poderiam ser construídas pelo custo desses estádios.

Só se pode esperar que o mundo do futebol tenha aprendido com a vergonha da Copa do Mundo da África do Sul; com o modo como a Fifa obrigou um país em desenvolvimento a construir desnecessários estádios de "primeira categoria" elegantes o bastante para os patrocinadores e Sepp Blatter, enquanto a poucos quilômetros pessoas viviam em barracos de ferro. Em novembro de 2009, um alto funcionário do futebol europeu conversou conosco sobre pressionar a Fifa a permitir que o Brasil sediasse uma Copa do Mundo mais barata. Esse homem disse que isso poderia ser feito se algumas das associações de futebol mais poderosas- Alemanha, França, Estados Unidos, Inglaterra, entre outras- argumentassem que o Brasil não precisa construir os estádios mais caros do planeta, apenas alguns sólidos que não se tornassem elefantes brancos depois que o circo global partisse.

Se o Brasil tiver bom senso, combinará os preparativos para a Copa do Mundo com os jogos Olímpicos do Rio de 2016. Grande parte da infraestrutura para o primeiro torneio poderia ser reutilizada no segundo. A África do Sul está construindo estádios para uma única festa. O Brasil pelo menos os estaria construindo para duas.

Dito isso, há motivos para esperar que a Copa do Mundo brasileira deixe um legado maior que a sul-africana. A principal razão é que o Brasil tem uma necessidade maior do que a África do Sul em relação à infraestrutura de futebol moderna e aperfeiçoada que a Copa do Mundo deixará para trás. O Brasil tem quase quatro vezes a população da África do Sul: são cerca de 200 milhões contra quase 50 milhões. Tem um público de futebol muito maior: nenhum clube na África do Sul tem público médio de 20 mil pessoas, enquanto vários no Brasil têm.

E o Brasil precisa de novos estádios mais do que a África do Sul. Antes de os países serem escolhidos como sedes, o futebol sul-africano já usava vários estádios de rúgbi de nível internacional, assim como a ótima Soccer City de Joanesburgo. O Brasil, por outro lado, não tinha um único estádio de nível de Copa do Mundo quando se tornou sede do torneio. Seus torcedores estavam frequentando- ou não- estádios deteriorados de uma época mais pobre.

Um Brasil mais rico pode ter estádios vários. Durante o período de crescimento nos anos 2000, o Brasil se tornou mais um país de classe média. Hoje tem mais habitantes capazes de pagar para assistir a jogos de futebol com conforto. Depois que estádios melhores forem construídos- pelo contribuinte- é provável que mais brasileiros queiram acompanhar os campeonatos.

Os estádios deixarão de ser território principalmente de homens jovens acostumados a condições ruins. Depois de 2014, será possível ver basicamente o mesmo processo que aconteceu na Inglaterra após melhoria de seus estádios no começo dos anos 1990: a chegada de um público de futebol mais feminino, mais classe média, e acima de tudo maior. É verdade que a Inglaterra dos anos 1990 era um país muito mais rico do que o Brasil é hoje. Mas o Brasil é hoje mais rico do que seus estádios de futebol arruinados.

Se nossa previsão se concretizar e o público brasileiro do futebol for maior nos anos depois da Copa do Mundo, isso não tornará o Brasil como um todo mais rico, e, sim, representará uma transparência financeira dos contribuintes para os clubes de futebol e os torcedores. É possível que a sociedade brasileira deseje essa transferência, mas precisamos ter consciência de que é exatamente isso: uma transferência de riqueza do Brasil como um todo para um grupo de interesse no país.

No final das contas, a melhor razão para sediar uma Copa do Mundo é porque realizar um evento como esse é divertido. Se o presidente Lula quisesse ser honesto quanto a isso, ele diria: "Vai custar dinheiro, sobrará menos para escolas, hospitais e assim por diante, mas todos adoramos futebol e será um mês divertido, portanto vale a pena". Então os brasileiros poderiam ter um debate esclarecido sobre os verdadeiros prós e contras de sediar a Copa. Mas os brasileiros estão sendo bombardeados com falsidades econômicas. É bastante razoável querer sediar a maior festa do mundo (e ninguém está mais bem preparado para isso do que os brasileiros). O erro é achar que isso fará do Brasil um país mais rico.

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Este texto corresponde a um dos trechos do capítulo "Felicidade. Por que sediar uma Copa do Mundo é bom para você?", do livro Soccernomics (2010), de autoria de Simon Kuper e Stefan Szymanski. Esta reprodução foi autorizada pela Editora Tinta Negra, que detém os direitos comerciais da obra no Brasil.



Fonte:http://www.coletiva.org/english/index.php?option=com_k2&view=item&id=111:felicidade-por-que-sediar-uma-copa-do-mundo-%C3%A9-bom-pra-voc%C3%AA?&tmpl=component&print=1

Cada povo tem o governo que merece, disse um francês no século XIX



Ferrenho defensor do regime monárquico e crítico fervoroso da Revolução Francesa, o filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821) escreveu seu nome na história ao lançar a expressão “cada povo tem o governo que merece”. Datada de 1811, a frase registrada em carta, publicada 40 anos mais tarde, faz referência a ignorância popular, na visão do autor a responsável pela escolha dos maus representantes. Contrário a participação do povo nos processos políticos, Maistre acreditava que os desmandos de um governo cabiam como uma punição àqueles que tinham direito ao voto, mas não sabiam usá-lo. Passaram-se exatos duzentos anos e a expressão do francês permanece atemporal por estas bandas.


No Brasil de democracia imatura e educação capenga, o voto ainda é definido pelo poder econômico e promessas bajuladoras totalmente descabidas feitas por candidatos visivelmente desinformados nas questões econômicas e sociais dos locais que pretendem governar. Por aqui se define voto também pela simpatia, crença, a boa oratória e o assistencialismo. Raros os que votam pela análise do passado, das relações interpessoais e do plano de governo fundamentado. O País que causou admiração no vocalista do U2 pela criação da Lei da Ficha Limpa, não tem punição para o político que, acometido do esquecimento conveniente, deixa de cumprir promessas e compromissos firmados com o eleitor.



Sai vitorioso das urnas, o candidato que fala o que o povo quer e não o que precisa ouvir. Na eleição para Governo, os servidores públicos de Rondônia tiveram reavivada a esperança de salários reajustados com base nas perdas acumuladas ao longo de governos passados. Educadores, agentes penitenciários, policiais militares e as demais categorias foram às urnas na certeza de estar depositando lá o acréscimo de pelo menos 25% nos holerites, já em 2011. E o fizeram apoiados por sindicatos bem informados das questões financeiras da máquina estatal. Ora, como duvidar do então candidato Confúcio Moura (PMDB), avalizado pelos representantes das categorias nos palanques, reuniões e debates de televisão? Não era possível lançar mão de tão doce promessa que, para melhorar, vinha acompanhada da oportunidade de trocar um governo autoritário, perseguidor e truculento por um aberto ao diálogo e conhecedor das necessidades de quem trabalha pelo desenvolvimento. Reside muitas vezes no desconhecimento da situação econômica do Estado, o perigo de um estelionato eleitoral que, se tipificado em lei, seria tão somente culposo. Ou seja, Confúcio poderia estar investido de boa vontade para dar o reajuste prometido, mas ao colocar a coroa e o cetro deparou-se com a triste realidade de que querer nem sempre é poder.


O Narciso do CQC



Um dos apresentadores do programa humorístico CQC, levado ao ar pela TV Band, sentiu-se altamente incomodado com a aparência física dos rondonienses e dedicou minutos de sua comédia stand up, gravada em DVD, a comentários altamente pejorativos aos nascidos aqui. Rafael Bastos, que tem como alcunha o diminutivo do próprio nome, disse que “se Deus é brasileiro ele sacaneou Rondônia”. Sob risos da platéia, Rafinha caprichou nos insultos:

- O pessoal lá é muito estranho.
- O diabo fala português? – Ah, já sei em que estado ele nasceu. Deixou muitos filhos por lá, viu?
Um humor apelativo, arraigado de preconceito, constrange e provoca até certa náusea, mas patético mesmo nesse episódio é perceber que Rafinha se acha bonito. Ô dó criança!

Interferência descabida



Eis que do nada, deputados estaduais iniciaram uma onda insana de interferência nas indicações de Confúcio Moura para o primeiro escalão do Governo. Até o deputado estadual Jean de Oliveira (PSDB) usou a tribuna para repudiar a indicação de Williames Pimentel na Secretaria de Estado da Saúde. Pasma a rapidez com que o parlamentar mudou de opinião, já que quando vereador de Porto Velho jamais levantou a voz contra a administração municipal da qual Pimentel participa há anos. Outros deputados fizeram discursos apaixonados com menções à moralidade e a Lei da Ficha Limpa. Lembrei de pelo menos dois ditados populares que falam de hábitos dos macacos.


David Erse, o estudioso



Empolgado e envaidecido durante a solenidade que o empossou deputado estadual, David Chiquilito Erse fez discurso longo, cansativo e presunçoso. Criticou veículos de comunicação que analisavam a possível interrupção de sua carreira na Assembléia Legislativa com a recontagem de votos pós-decisão da não aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010. “Seguirei deputado. Falo isso porque tenho certeza. Eu estudei”- disse o jovem político. Agora, sem mandato, David terá tempo para estudar um pouquinho mais.



Fonte:http://www.rondoniagora.com/noticias/cada-povo-tem-o-governo-que-merece-disse-um-frances-no-seculo-xix-2011-04-12.htm 

I. Somente o necessário


 


Num mundo de tanto, a paz não estaria no menos, no possível e no hoje? Estar em sintonia com o alcançado, o tangível?

Nesta direção e sob a influência de uma grande amiga, venho reaprendendo três conceitos que vêm transformando minhas escolhas. Hoje eu falarei do primeiro:
O Suficiente
Queremos muito, queremos tanto, queremos demais. Não bastaria o suficiente? Não bastaria o que trará alegria, prazer, amor na medida certa?
Eu, mais do que ninguém, entendo de excesso e abundância. De ideias, de dinheiro, de tarefas, de trabalho, de comida. 
E minha experiência reafirma uma coisa: o suficiente é mais do que suficiente... O demasiado traz em si cansaço, esforço e frustração.

Muitas ideias
podem sufocar a clareza da mente. É preciso filtrá-las, registrá-las, canalizar este fluxo caudaloso para um lugar onde não nos afogue. Estou considerando a prática da meditação.  E claro, buscando organizar as melhores ideias e executá-las.

Muito dinheiro
, já diz a sabedoria popular, não é segredo de felicidade.  O perigo de não valorizar o que temos, de nos escravizarmos para manter o bolso cheio... O consumismo, o mau exemplo para os filhos. Não sou contra a prosperidade. Mas por que não buscar o suficiente? O que basta para fazer o que gostamos, presentear quem queremos, cuidar dos  nossos e se precaver para tempos difíceis?

Muitas tarefas
... Há muito o que fazer. Mas quando fazer? E precisa mesmo ser feito?
Eu já falei de minha eterna busca pela produtividade. Dentro dela, reside a possibilidade de escolher o que de fato pertence à lista, o que outros podem fazer e o que é simplesmente dispensável.
Um exemplo prático: vinha colecionando recortes de revistas com ideias para viagens, presentes, roupas, coisas para a casa, serviços.  À medida em que os anos passaram, os recortes foram ficando bagunçados e uma das eternas tarefas era organizá-los. Ao mesmo tempo, percebi que nunca usava meu "arquivo" na véspera de uma viagem, na decoração da casa, etc. Em suma, na última arrumação do escritório livrei-me dos recortes, organizados ou não. Eliminei a tarefa, diminuí o lixo e também a tentação de consumir coisas que não eram exatamente essenciais.

Muito trabalho
... Bom, neste sou especialista.  Por outro lado, ainda ontem ouvi assim: "que maravilha você poder dirigir esta sua energia criativa incrível para seus amigos e família. Antes ia tudo para o trabalho".  Era de fato um destempero. Claro, quero trabalhar e estou na luta para construir minha nova "carreira". Com a ajuda de minha bagagem, meus muitos colaboradores e principalmente, a fé no meu propósito de ajudar visionários a frutificar, sendo felizes.
Mas tenho trabalhado a ansiedade e a pressa, afinal o retorno de uma carreira inventada tem sem seu  próprio tempo. Tempo que compete com todas as outras experiências que hoje  me permito: almoço com os primos em plena quinta-feira, fazer dever de casa com o filho alfabetizando, sair com o marido ás segundas-feiras.

Muita comida
... Dos sete pecados, a Gula é meu ponto fraco. No meu caso, não tanto pelo prazer mas pela compulsão alimentar, a compensação através da comida.  Requer um trabalho de vigilância constante. Não é só registrar o que se come, é manter o equilíbrio para não cair em tentação. É encontrar formas de se mexer que sejam sustentáveis. E alimentar o espírito, para a fome de paz não ser confundida com desejo de comer chocolate... Uma frugalidade dentro e fora do corpo.

Como tudo na jornada do Viver Mais Simples, a busca do suficiente é um caminho. Há dias melhores, há dias em que a tentação do exagero aparece.  Mas abraçar o suficiente é libertador. É apaziguador.

E você, anda indo além do que precisa? Que tal aprender com o urso Baloo?



Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/04/i-somente-o-necessario.html

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

Filmes que mudarão sua vida..

  • A cor púrpora
  • A espera de um milagre
  • A procura da felicidade
  • A prova de fogo
  • Antes de partir
  • Desafiando gigantes
  • Ensina-me a viver
  • Paixão de Cristo

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