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quinta-feira, 4 de abril de 2013
BRECHA PARA A IMPUNIDADE
Uma oportuna manifestação do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, coloca o dedo na moleira de um mecanismo legal que contribui claramente para estimular a impunidade: a prescrição de delitos durante a tramitação das ações. A intenção dos legisladores ao criarem esse mecanismo – definido pelo ministro como uma espada de Dâmocles na cabeça do juiz – foi buscar maior agilidade da Justiça. Na prática, porém, esse instrumento acaba geralmente beneficiando os criminosos, pois muitas vezes seus procuradores fazem uso de todos os recursos para retardar os julgamentos, apostando no prazo de prescrição. Trata-se, portanto, de uma brecha para a impunidade que o país não deveria tolerar.
Obviamente, os cidadãos não têm por que serem punidos pela demora do Estado em julgar processos, principalmente nos casos em que as ações, pela sua complexidade, acabam se arrastando indefinidamente. Da mesma forma, ao fixarem as penas, os magistrados não podem usar como critério a intenção de evitar margem para prescrições. O presidente do CNJ tem razão, porém, ao alegar que a prescrição ao longo da tramitação do processo só pode ser vista como “indicação de um sistema que não quer punir”.
A verdade é que, com exceção de julgamentos rumorosos como o do mensalão, a maioria dos casos envolvendo figuras influentes, com condições de pagar bons advogados, acabam sem punição justamente porque se arrastam no tempo, graças ao uso abusivo de chicanas e de argumentos de todo tipo que levem a infinitas protelações. Diante de tribunais abarrotados de ações e de magistrados sem condições de enfrentá-las no ritmo esperado, os arrastados procedimentos instrutórios e o uso muitas vezes abusivo de recursos acabam contribuindo para reforçar o sentimento de impunidade.
Infelizmente, se os prazos de prescrição fossem simplesmente ampliados, é possível que os tribunais passassem a demorar ainda mais para concluir seus julgamentos. Ainda assim, é preciso maior atenção a protelações que visam claramente à prescrição da pena. E é igualmente imprescindível que o Judiciário se estruture melhor para se mostrar mais ágil, atendendo aos anseios da população pela redução da impunidade.
Fonte:http://mazelasdojudiciario.blogspot.com.br/2013/04/brecha-para-impunidade.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+MazelasDoJudiciario+%28%3Cb%3EMAZELAS+DO+JUDICIARIO%3C/b%3E%29
domingo, 31 de março de 2013
Cientistas americanos combateram a leucemia usando as próprias células da paciente
Cientistas americanos anunciaram na segunda-feira 25 o avanço em um
novo tipo de terapia celular imunológica que fez desaparecer a leucemia
em uma menina usando suas próprias células T reprogramadas para combater
o câncer.
O estudo do caso de Emily “Emma” Whitehead, de 7 anos, gera a esperança de um novo caminho contra um tipo de leucemia forte, conhecida como leucemia linfoide aguda (LLA), que poderia inclusive substituir a necessidade de quimioterapia e transplantes de medula óssea algum dia.
Mas a pesquisa publicada na revista New England Journal of Medicine também descreve a tentativa de reprogramar células T ou linfócitos T – os encarregados de coordenar a resposta imunológica celular no nosso organismo – em outra criança que não sobreviveu, apontando para a necessidade de mais estudos para melhorar a terapia que está sendo testada.
A LLA é a forma mais comum de leucemia em crianças e costuma ter cura. No entanto, nos casos das crianças estudadas, tratava-se de um tipo de alto risco que é resistente a tratamentos convencionais, razão pela qual seus pais decidiram que participassem dos testes clínicos deste novo método.
A técnica consiste em eliminar do sangue dos doentes os linfócitos T, principais células do sistema imunológico, para modificá-las geneticamente com a ajuda de um vírus e dotá-las de um receptor molecular que lhes permite atacar as células cancerígenas.
Sem a reprogramação, os linfócitos T não são capazes de combater a doença, mas os cientistas os transformaram em células CTL019 e voltaram a inseri-las nos pacientes, onde se multiplicaram até somar milhares. No caso de Whitehead, elas permaneceram em seu corpo durante meses.
“Emily permanece saudável e não tem câncer 11 meses depois de ter recebido linfócitos T geneticamente modificados que permitiram se concentrar em um objetivo concreto presente neste tipo de leucemia”, destacou a Universidade da Pensilvânia em um comunicado.
A segunda criança acompanhada neste estudo de duas pessoas tinha 10 anos e também demonstrou evidências de câncer durante dois meses após o tratamento, mas sofreu posteriormente uma recaída fatal quando o câncer voltou na forma de células de leucemia que não abrigavam os receptores das células específicas que eram o objetivo da terapia.
“O estudo descreve como estas células têm um efeito anticancerígeno poderoso nas crianças”, afirmou o co-autor da pesquisa, Stephan Grupp, do Hospital Infantil da Filadélfia, onde os pacientes participaram dos testes clínicos.
“No entanto, também aprendemos que em alguns pacientes com LLA precisaremos modificar mais o tratamento para nos concentrarmos nas outras moléculas na superfície das células da leucemia”, acrescentou.
Os cientistas da Universidade da Pensilvânia desenvolveram primeiro esta terapia de linfócitos T para ser utilizada em pacientes adultos que sofriam uma forma diferente de leucemia, conhecida como leucemia linfática crônica (LLC).
Em 2011, um pequeno teste com três adultos já tinha demonstrado um primeiro êxito inicial com o método. Dois desses pacientes ainda demonstram uma remissão do câncer mais de dois anos e meio depois.
Fonte:http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2910681022005173817#editor/target=post;postID=5726074695060446594
O estudo do caso de Emily “Emma” Whitehead, de 7 anos, gera a esperança de um novo caminho contra um tipo de leucemia forte, conhecida como leucemia linfoide aguda (LLA), que poderia inclusive substituir a necessidade de quimioterapia e transplantes de medula óssea algum dia.
Mas a pesquisa publicada na revista New England Journal of Medicine também descreve a tentativa de reprogramar células T ou linfócitos T – os encarregados de coordenar a resposta imunológica celular no nosso organismo – em outra criança que não sobreviveu, apontando para a necessidade de mais estudos para melhorar a terapia que está sendo testada.
A LLA é a forma mais comum de leucemia em crianças e costuma ter cura. No entanto, nos casos das crianças estudadas, tratava-se de um tipo de alto risco que é resistente a tratamentos convencionais, razão pela qual seus pais decidiram que participassem dos testes clínicos deste novo método.
A técnica consiste em eliminar do sangue dos doentes os linfócitos T, principais células do sistema imunológico, para modificá-las geneticamente com a ajuda de um vírus e dotá-las de um receptor molecular que lhes permite atacar as células cancerígenas.
Sem a reprogramação, os linfócitos T não são capazes de combater a doença, mas os cientistas os transformaram em células CTL019 e voltaram a inseri-las nos pacientes, onde se multiplicaram até somar milhares. No caso de Whitehead, elas permaneceram em seu corpo durante meses.
“Emily permanece saudável e não tem câncer 11 meses depois de ter recebido linfócitos T geneticamente modificados que permitiram se concentrar em um objetivo concreto presente neste tipo de leucemia”, destacou a Universidade da Pensilvânia em um comunicado.
A segunda criança acompanhada neste estudo de duas pessoas tinha 10 anos e também demonstrou evidências de câncer durante dois meses após o tratamento, mas sofreu posteriormente uma recaída fatal quando o câncer voltou na forma de células de leucemia que não abrigavam os receptores das células específicas que eram o objetivo da terapia.
“O estudo descreve como estas células têm um efeito anticancerígeno poderoso nas crianças”, afirmou o co-autor da pesquisa, Stephan Grupp, do Hospital Infantil da Filadélfia, onde os pacientes participaram dos testes clínicos.
“No entanto, também aprendemos que em alguns pacientes com LLA precisaremos modificar mais o tratamento para nos concentrarmos nas outras moléculas na superfície das células da leucemia”, acrescentou.
Os cientistas da Universidade da Pensilvânia desenvolveram primeiro esta terapia de linfócitos T para ser utilizada em pacientes adultos que sofriam uma forma diferente de leucemia, conhecida como leucemia linfática crônica (LLC).
Em 2011, um pequeno teste com três adultos já tinha demonstrado um primeiro êxito inicial com o método. Dois desses pacientes ainda demonstram uma remissão do câncer mais de dois anos e meio depois.
Fonte:http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2910681022005173817#editor/target=post;postID=5726074695060446594
Fracasso escolar é mais recorrente entre alunos negros
A porcentagem de alunos negros com mais de dois anos de atraso escolar chega a 14% no Brasil. Entre alunos brancos, a taxa cai pela metade: 7%. Além disso, apenas metade dos estudantes negros, ao atingir o 6º ano do Ensino Fundamental, tem a idade correta para o ano em que estuda. Os números estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011.
Dados como esses mostram que o fracasso escolar – entendido como baixo rendimento, repetência, abandono e evasão – atinge de formas diferentes estudantes que fazem parte de grupos distintos, quando observados aspectos étnico-raciais. Esse é o tema do artigo “Fracasso escolar e desigualdade no Ensino Fundamental”, da pesquisadora Paula Louzano, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). O texto está publicado no relatório De Olho nas Metas 2012, quinta edição de monitoramento das 5 Metas do Todos Pela Educação (leia mais aqui).
A pesquisadora usa também, no artigo, dados dos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, respondidos pelos próprios estudantes. Os números mostram que, entre as crianças autodeclaradas pretas, 43% já tiveram algum tipo de fracasso escolar – entre as que se dizem brancas, essa taxa é de 27%. Ou seja: os alunos pretos abandonam e reprovam com mais frequência do que brancos e pardos, independentemente do lugar do País e da escolaridade dos pais.
“A contribuição do estudo é apresentar a raça/cor como uma variável válida, uma vez que muitos acreditam que as diferenças nos dados estão ligadas apenas a discrepâncias no nível socioeconômico. Os números provam que a raça/cor tem, de fato, impacto no desempenho acadêmico”, explica Paula. “Além disso, é interessante mostrar que a variável não deve ser considerada somente no Ensino Superior”, afirma Paula.
No ano passado, o Brasil ganhou a chamada Lei de Cotas, que reserva 50% das vagas das universidades federais para estudantes que cursaram o Ensino Médio na rede pública. Metade dessas vagas considera apenas critérios raciais e a outra metade analisa ainda a renda familiar do candidato. A raça é autodeclaratória.
“Antes, a discriminação acontecia porque a proporção de negros fora da escola era maior. Ou seja, o problema era o acesso. O País conseguiu incluir com a universalização do Ensino Fundamental, mas acabamos criando novas formas de exclusão, que são o fracasso escolar e o baixo aprendizado, especialmente entre os meninos negros”, explica a pesquisadora.
Segundo Paula, não é possível ter respostas objetivas para as explicar as diferenças, uma vez que os estudos qualitativos existentes sobre o tema não podem ser generalizados. “Ainda precisamos diagnosticar o que ocorre. Algo se dá durante a experiência escolar desse aluno, seja dentro ou fora da escola, que contribui para esses resultados”, explica Paula. “É preciso estudar as relações sociais dentro da sala de aula e da escola, além de pesquisarmos as expectativas que os professores têm sobre seus alunos e como se dá a autoestima dos estudantes negros dentro do ambiente escolar.”
Em 2009, um estudo dos pesquisadores Ricardo Madeira, Marcos Rangel e Fernando Botelho, do departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP), comparou as notas que os professores davam aos seus alunos com as notas obtidas pelos estudantes no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), a avaliação anual do governo paulista.
Os dados mostraram que alunos negros e brancos com os mesmos resultados no Saresp tinham notas diferentes dadas por seus docentes em sala de aula – as notas das crianças brancas eram maiores. Entre meninos e meninas, eram elas que apresentavam os melhores desempenhos, de acordo com os professores.
Localização
O artigo de Paula Louzano também mostra as diferenças entre as regiões do Brasil. Os dados analisados revelam que meninos pretos residentes no Norte e Nordeste, de pais sem o Ensino Fundamental completo, têm 65% de probabilidade de chegar ao 5º ano tendo repetido um ano ou abandonado a escola no mínimo uma vez. De acordo com a análise, esse é o grupo mais propenso ao fracasso escolar.
Em contrapartida, no outro extremo, meninas brancas da região Sudeste que têm pais com Ensino Médio completo, apresentam a mais baixa probabilidade de fracasso escolar avaliada: 10%.
Os dados ainda revelam que ser negro aumenta a probabilidade de fracasso escolar da criança entre 7 e 19 pontos percentuais, considerando apenas as crianças com pais que completaram a Educação Básica.
Para Paula, o problema deve ser atacado como um todo, criando ações que evitem a repetência, a evasão e o baixo desempenho independentemente da raça/cor, região onde vive e escolaridade da família. “Temos de pensar em políticas para cobater o fracasso escolar para todos porque, se a média melhora, também melhora para as crianças negras, uma vez que o nível de ensino no Brasil é muito baixo para todo mundo”, reflete.
Políticas
A falta de valorização da cultura negra dentro da escola e na sociedade brasileira de forma geral, segundo Paula, pode ser uma possibilidade para explicar a maior incidência das situações de fracasso escolar entre os alunos negros. Desde 2003, está em vigor no Brasil a Lei 10.639, que inclui no currículo oficial das redes de ensino a obrigatoriedade de temáticas referentes à história e cultura afro-brasileira. “Nós não valorizamos a diversidade no Brasil. Precisamos trabalhar a tolerância”, afirma.
A professora Ione Jovino, pesquisadora do Núcleo de Relações Étnico-Raciais, de Gênero e de Sexualidade (NUREGS) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), concorda e destaca a necessidade de reforçar políticas educacionais já existentes, como aumentar a produção de material didático com a valorização desses conteúdos e reforçar a formação continuada dos professores. "O MEC (Ministério da Educação), por meio da Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), tinha muitos editais de proposição de obras didáticas, cursos de formação e fóruns de discussão. De dois anos para cá, essas ações diminuíram. É preciso retomá-las”, opina. “Professores e funcionários não podem ver como natural situações de preconceito ou achar normal que um aluno negro vá pior na escola do que um branco.” Para Ione, existe algo intrínseco à escola que impacta na questão racial. “As pesquisas apontam que, mesmo quando igualamos as variáveis de brancos e negros, os negros sempre aparecem em piores condições. Existe algo além do socioeconômico”, explica. “Negros são massivamente reprovados e realmente abandonam mais a escola.Enquanto não combatermos esse preconceito social e histórico, as coisas não vão mudar. É preciso fazer as pessoas entenderam que existe a necessidade de todos serem tratados igualmente, da mesma forma. Por essa razão, denunciar casos de racismo e promover cada vez mais pesquisas que tragam o tema à tona são ações importantes.”
Fonte:http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/noticias/26095/fracasso-escolar-e-mais-recorrente-entre-alunos-negros/
Família faz campanha no Facebook contra preconceito
Priscilla Celeste administra comunidade no Facebook feita em protesto após filho ter sofrido discriminação racial em concessionária da Barra. Foto de 23/01/2013 Domingos Peixoto / O Globo
RIO - “Essa loja não gosta de crianças, mãe?” A pergunta, feita por um menino negro de apenas 7 anos, comoveu os pais, Priscilla Celeste e Ronald Munk, que, atônitos, assistiram a um vendedor expulsar seu filho de dentro de uma concessionária BMW, na Barra. O vendedor “desavisado” não sabia que a criança era o filho do casal de cor branca, que entrara ali para comprar um carro maior para a família. Numa reação ao que consideraram um ato de racismo, os pais lançaram a campanha no Facebook “Preconceito racial não é mal entendido”, que em poucos dias conseguiu apoio de mais de dez mil internautas. Eles querem que a concessionária faça uma retratação pública e que se comprometa a criar procedimentos que possam evitar os “impulsos” de funcionários que ainda tenham o preconceito racial enraizado em suas reações.
O caso ocorreu no dia 12 passado, na concessionária Autokraft, na Barra, Zona Oeste do Rio. Pais de cinco filhos, eles foram à loja acompanhados do caçula, de 7 anos, que é adotado, em busca de um automóvel novo para família.
— Nós éramos clientes dessa loja, mas o vendedor que conhecemos não estava. Então veio esse gerente de vendas. Enquanto olhávamos um carro, nosso filho se sentou em uma poltrona e ficou vendo TV. Quando ele voltou para o lado do pai, o homem que nos atendia virou para a criança e disse: “você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja”.
Segundo Priscilla, depois de ser chamado a atenção por Ronald, o vendedor ainda insistiu:
— Ele disse: “porque eles pedem dinheiro, incomodam os clientes. Tem que tirar esses meninos da loja.” Quando meu marido disse a ele que o menino negro era nosso filho, ele ficou completamente sem ação, gaguejando desculpas atrás de nós enquanto saíamos indignados da concessionária.
O casal ainda esperou que a empresa entrasse em contato com a família para se retratar, o que não ocorreu. Revoltados, enviaram uma reclamação ao Grupo BMW, no dia 16 passado, por e-mail. No mesmo dia, o grupo respondeu, lamentando o ocorrido e informando que solicitara esclarecimentos à concessionária Autokraft através de uma notificação entregue na mesma data.
Priscilla contou que a resposta da Autokrft veio sete dias depois do incidente. Em um novo e-mail, com o assunto “desculpas”, a empresa se diz ciente do ocorrido e afirma que o gerente da loja “entendeu que o casal não estava acompanhado por qualquer pessoa, incluindo a criança. E já que ela estava absolutamente desacompanhada na loja, o funcionário teria alertado o garoto de que ele não poderia ali permanecer e que tudo não passou de um mal-entendido”. A mensagem é finalizada com a seguinte frase: “Tenho imenso prazer em tê-lo sempre como cliente amigo”.
— Nossa ideia não é processar a empresa. Queremos, sim, uma retratação pública. Não foi um mal-entendido. Se fosse uma criança branca não teria sido confundida. Aliás, se eles tivessem olhado direito para meu filho, veria que não se tratava de uma criança de rua. Mas eles não olharam meu filho. Só viram a cor dele. E mesmo se fosse uma criança desacompanhada, o certo seria perguntar pelos responsáveis e não expulsar da loja — concluiu Priscilla, que é professora.
Em nota, a concessionária Autokraft volta a afirmar que de fato ocorreu um mal entendido. Eles afirmam que a empresa não compactua com nenhum tipo de comportamento discriminatório. Como exemplo, a nota cita o cargo de chefia da área de Recursos Humanos (responsável pela avaliação e contratação de pessoal), que seria ocupado por "uma mulher negra que trabalha conosco há 25 anos".
"Em todas as demais áreas da empresa, incluindo a de vendas, existem pessoas de todos os tons de cores de pele. Nenhum tipo de preconceito é tolerado e, portanto, o racismo definitivamente não existe numa empresa que, em toda a sua história (mais de 40 anos), sempre conviveu com a diversidade", diz trecho da nota.
Leia a íntegra da nota:
"Para esclarecimento de todos, sobre o fato divulgado na imprensa a respeito de um suposto ato de racismo, referente a uma criança negra, que estava aparentemente desacompanhada no salão de vendas de nossa concessionária, informamos que o ocorrido foi o seguinte:
"A criança foi abordada pelo gerente de vendas, que lhe disse que não poderia ficar sozinha no salão.
"Após essa abordagem, a criança se encaminhou para os seus pais, brancos, que se dirigiram ao gerente pedindo esclarecimentos e o mesmo, ao se explicar dando o exemplo de que, por vezes, crianças desacompanhadas entram na loja para vender coisas, foi mal entendido pelos pais, que acharam que o gerente estava querendo dizer que a criança, por ser negra, teria sido confundida com uma criança de rua ou vendedora de balas.
"O gerente de vendas, que absolutamente não é racista, está extremamente abalado com a repercussão do que, em momento algum, foi uma atitude racista ou discriminatória.
"Ficamos ainda mais tristes ao ver que, de alguma maneira, querem dar a entender que a empresa compactua com algum tipo de comportamento discriminatório.
"Nossa empresa tem em cargo de chefia do RH, área responsável pela avaliação e contratação de pessoal, por exemplo, uma mulher negra que trabalha conosco há 25 anos.
"Em todas as demais áreas da empresa, incluindo a de vendas, existem pessoas de todos os tons de cores de pele. Nenhum tipo de preconceito é tolerado e, portanto, o racismo definitivamente não existe numa empresa que, em toda a sua história (mais de 40 anos), sempre conviveu com a diversidade.
"Lamentamos que o entendimento e interpretação dos pais tenha sido no sentido de um ato de racismo, como foi por eles exposto e divulgado.
"Estamos à disposição dos pais, como sempre estivemos, para atendê-los e dialogar, para que nos conheçam melhor e compreendam que o ocorrido não foi um ato de racismo, e acreditem que, de fato, ocorreu um mal-entendido.
"Viva a diversidade!
Autokraft"
Fonte:http://oglobo.globo.com/rio/familia-faz-campanha-no-facebook-contra-preconceito-7379006
Luta contra o racismo não pode ser somente da população negra
Segundo ela a militante Valdecis Nascimento, a ocorrência de atos discriminatórios ainda hoje é um obstáculo ao pleno desenvolvimento da sociedade brasileira
A luta contra o racismo e as desigualdades raciais precisa ser uma bandeira defendida por toda a sociedade e não apenas pela população negra, articulada ou não por meio de movimentos sociais, defendeu nesta quinta-feira (21/3) a coordenadora executiva do Odara - Instituto da Mulher Negra, voltado à valorização feminina, Valdecir Nascimento.
Segundo ela, que participou do evento em comemoração pelos dez anos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a ocorrência de atos discriminatórios ainda hoje é um obstáculo ao pleno desenvolvimento da sociedade brasileira.
“Essa é uma questão que deve envolver toda a sociedade, não apenas os negros. Os brancos não podem se omitir achando que é um problema somente nosso, porque a eliminação do racismo traz benefícios a todos, como a queda da violência, o aumento das oportunidades e a ampliação do nível intelectual da população como um todo”, disse.
Embora diga que ainda há “um longo caminho” para a consolidação da igualdade entre negros e brancos, ela destaca que o Brasil vive um momento de fortalecimento das conquistas nessa área, como a implementação da política de cotas.
Já o presidente da Associação Nacional das Etnias Ciganas no Brasil, Wanderley da Rocha, que também participou do evento, cobrou do governo mais ações que garantam os interesses de seu povo, principalmente em relação à questão fundiária.
“O Brasil tem avançado no combate à discriminação, mas as ações ainda são muito voltadas à população negra. Outros povos, como o cigano, continuam excluídos e estigmatizados. É preciso fortalecer políticas que contemplem esses grupos, especialmente no que diz respeito ao acesso à terra”, defendeu.
Durante a comemoração pelos dez anos da Seppir, a ministra da pasta, Luiza Bairros, disse que o principal desafio da secretaria é fortalecer a implementação de ações afirmativas no país. Ela destacou que a ampliação de políticas públicas para enfrentar o racismo é fundamental para consolidar a democracia no país.
A ministra ressaltou que, apesar da tendência de redução das assimetrias raciais, 68% dos 81 milhões de brasileiros em situação de pobreza identificados pelo Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal são negros.
Fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/03/21/interna_brasil,356133/luta-contra-o-racismo-nao-pode-ser-somente-da-populacao-negra.shtml
sábado, 30 de março de 2013
Novo cadastro vai possibilitar maior veracidade dos dados sobre crianças e adolescentes desaparecidas
Não existem dados oficiais para quantificar o número de crianças e adolescentes que desaparecem todos os anos no Brasil. O novo Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos deve possibilitar dados mais próximos da realidade. “Nós não temos uma base real. Somente estimativas. Com o cadastro, queremos aproximar este número da realidade”, disse à Agência Brasil o coordenador de Direito à Convivência Familiar e Comunitária, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Sérgio Marques.
A plataforma online, lançada em 2012, começou a funcionar em versão definitiva este mês e possibilita que qualquer pessoa possa cadastrar casos de desaparecimento. Para fazer a notificação, são necessários o nome da criança ou adolescente, idade, nome da mãe e endereço do desaparecido, contatos da família e dados sobre onde e quando foi visto pela última vez.
Após o cadastro do desaparecimento, uma equipe de analistas checará as informações antes da publicação definitiva. “Quando é feito um registro no cadastro, ele é validado após a checagem das informações. Em seguida, o sistema dispara uma comunicação sobre o desaparecimento para os conselhos tutelares, Ministério Público, delegacias e outros órgãos”, declarou Marques. Ele também integra a Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos (ReDesap).
A plataforma já registra 161 casos de crianças desaparecidas desde que foi criada. O número, de acordo com Marques, é maior. “Temos 242 casos registrados que estamos subindo no cadastro aos poucos. Alguns dados ainda precisam ser checados”, disse.
Ele esclarece que o cadastro não elimina a necessidade de registrar o boletim de ocorrência (B.O.). “O cadastro é uma ferramenta que pode ser usada para encontrar uma criança, mas o que desencadeia a investigação policial do caso é o boletim de ocorrência,” alertou. A legislação atual diz que a família pode registrar o desaparecimento imediatamente, sem necessidade de aguardar o prazo de 24 horas para fazer o B.O..
Marques informou que ainda serão firmados convênios com os estados para que as delegacias registrem, no cadastro, os casos recebidos. “Os estados devem fazer uma pactuação, por meio das secretarias de Segurança Pública, para fazer com que a polícia esteja efetivamente envolvida com o cadastro. Isso propiciará uma base de dados mais fidedigna,” disse.
De acordo com a página da SDH, estima-se que, aproximadamente, dez mil ocorrências de desaparecimento de crianças e adolescentes sejam registradas anualmente nas delegacias de polícia de todo o país. A maior parte dos casos, de acordo com Marques, é em decorrência de violência intrafamiliar. "Cerca de 80% são resolvidos, mas há aqueles que precisam de um acompanhamento maior," declarou.
O convênio prevê também a instituição de uma equipe técnica local que vai acompanhar a evolução dos casos registrados. “O cadastro vai informar: há seis meses não há qualquer informação sobre a criança. Daí ele dispara um alerta para que se verifique novamente a situação da criança. Se ela foi encontrada, nós daremos baixa no cadastro,” disse.
A partir do segundo semestre deste ano, as denúncias de desaparecimentos também poderão ser feitas pelo Disque Direitos Humanos - Disque 100.
Fonte:http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=7&n=41499
Como é bom ser vida louca
Tenho visto ultimamente inúmeros adolescentes gritarem em alto e bom som a expressão acima, exaltando crime, desrespeito e rebeldia como troféus dos quais alguém pode se orgulhar. A respeito disso, gostaria de fazer algumas observações: Vida louca, meu irmão, é o cara acordar às 6 da manhã, tomar um café sem pão (o único que resta será dividido entre os irmãos menores), ir pra escola a pé (porque o dinheiro da passagem é usado pra comprar a pouca comida que tem em casa), quase não assistir televisão, pois na casa só tem uma, na sala, que sempre é dominada pela vontade da maioria, não ter internet, nem roupa de marca e, ainda assim, ser o melhor aluno da turma e o melhor amigo que alguém pode ter. Vida louca, "brother", é ter todo luxo, conforto e apoio da família e aproveitar cada oportunidade que o dinheiro proporciona de viver bem, de amadurecer e se desenvolver intelectualmente, mais do que uma grande maioria nesse país. Vida louca, meu amigo, é ter que parar de estudar aos 15 e começar a trabalhar aos 16 e, ainda assim, retornar aos estudos à noite, porque tem garra e gana de buscar um futuro melhor. Vida louca é não ter pai, não ter mãe, não ter afeto nem referências e, ainda assim, acreditar que a vida pode ser diferente quando se quer.
Vida louca é o oposto de usar droga por modismo, desrespeitar as pessoas por falta de caráter e ser rebelde, sem nem saber o que significa rebeldia. Vida louca, pra mim, é o cara que aproveita as oportunidades de ser melhor a cada dia, vivendo suas histórias, sendo livre (não confundido liberdade com libertinagem), independente da classe social. Aquele que aprendeu que a melhor rebeldia que se pode ter é ser exatamente o contrário daquilo que o sistema espera de você (comodismo, apatia e conformismo). Correr atrás dos objetivos, batalhar pela realidade, isso pra mim é Vida louca. O resto, no meu humilde ponto de vista, tem um outro nome: Vida Burra!
Tatiana Lackmann
Professora
Fonte:http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=5&n=41418#comentario
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Claudio Vitorino em ação..
Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...
Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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