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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Ausência de negros nas esferas decisórias leva à falta de políticas públicas específicas
Rio de Janeiro – A baixa representatividade da população negra nas esferas de poder leva ao círculo vicioso da falta de acesso a esses postos e também à dificuldade de evolução na escala social.
Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcelo Paixão, coordenador do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Sociais (Laeser) do Instituto de Economia (IE), quando uma pessoa de pele escura evolui na escala social, mais barreiras ele tem para desfrutar da condição conquistada.
Ele lembra que não se pode deixar de lado o fato de que as práticas sociais existentes, independentemente das condições econômicas, não favorecem a mobilidade social ascendente da população negra. “Porque no Brasil houve uma espécie de consenso de que as melhores posições deveriam ser ocupadas por um determinado grupo de cor e um determinado grupo de sexo. E que as outras funções sociais de menor destaque, as mais precárias, essas sim, poderiam ser exercidas por pessoas negras.
Na opinião do professor, não pode ser acaso que entre cantores e jogadores de futebol se encontrem tantos negros de destaque e em funções como na Confederação Nacional da Indústria e no Congresso Nacional não haja quase nenhum. “A abolição se deu há mais de 100 anos, já teria dado tempo de uma mudança ter se processado no país, se não existissem essas outras barreiras”.
A assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Eliana Graça, lembra que essa dificuldade de acesso dos negros à estrutura de poder leva à falta de discussão da pauta política racial.
“Os direitos e os interesses da população negra não conseguem chegar na estrutura de poder. A crença nossa é que você tendo essas pessoas ocupando espaços de poder, elas têm condições de [atender] as necessidades dessa população. Não tem um olhar com esse corte específico, quer dizer, a pauta política, de uma maneira geral, não atende a população negra, porque você não tem pessoas que defendam essa pauta”.
A deputada federal Benedita da Silva vai além. Para ela, a exclusão prejudica o desenvolvimento de todo o país.
“Como você perde um segmento que tem uma cultura forte, expressiva no campo da economia, da política, da ciência, da tecnologia. Os negros que vieram [para o país durante a escravidão] não eram analfabetos, como tentam passar historicamente. Tinham conhecimento [e havia entre eles alguns que eram] até reis e rainhas nos seus países respectivos, com sua língua, suas tradições”.
Para Benedita, a representação racial na política tem melhorado, mas ainda esta muito longe do que seria ideal. Ela acredita que o negro está brigando mais para conquistar mais espaço, mas ainda está muito aquém dessa representação.
“Você ainda pode dizer: fulano está ali, sicrano está lá. É uma conquista, não deixa de ser, mas você ainda pode [contar essas pessoas] nos dedos das mãos. O que nós buscamos é que daqui a um pouco mais seja uma coisa tão natural que não dê para [contar].”
Para a secretária de políticas de ações afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Ângela Nascimento, a dificuldade começa com a falta de acesso a diversos mecanismos que facilitam a entrada no poder político, como o ensino superior.
“Na vida da população negra o acesso ao ensino superior foi mais difícil. Essa realidade começa a ser mudada com a política de cotas. O acesso a determinadas oportunidades de cargos públicos também foi mais difícil, tem sido ainda mais difícil para a população negra”.
Ângela diz que a expectativa com a lei de cotas, que passa a ser agora para todas as universidades e institutos federais, aumente mais a participação da juventude que está acessando a universidade a outros cargos, “inclusive ao poder político”.
Segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de pretos que frequentavam o ensino superior subiu de 2,3% no ano 2000 para 8,4% em 2010. Entre os pardos, o número passou de 2,2% para 6,7%.
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-19/ausencia-de-negros-nas-esferas-decisorias-leva-falta-de-politicas-publicas-especificas
Vestido de Capitão Nascimento, folião é preso com armas de verdade no Rio
Um homem fantasiado de Capitão Nascimento foi preso, com duas armas de verdade no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Segundo policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), Alexandre da Silva Braga estava com um revólver calibre 38 e uma pistola 9mm, sem registro, na comunidade César Maia, perto da Estrada dos Bandeirantes.
De acordo a polícia, o suspeito foi localizado após uma denúncia anônima. Ele dizia ser Major do Bope e usava uma carteira falsa da Polícia Militar.
Alexandre ainda não foi ouvido oficialmente já que, na delegacia, o suspeito passou mal e precisou ser encaminhado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
Além das armas, o folião estava com roupa que parecia com a farda usada pelo Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope). A posse dos revólveres e a origem do uniforme estão sendo investigados pela 16º DP (Barra da Tijuca), onde o caso foi registrado. Ainda não se sabe quando Alexandre prestará depoimento sobre o caso.
Fonte:http://www.blogdoesteves.com/2013/02/vestido-de-capitao-nascimento-foliao-e.html
CARNAVAL = FESTA POPULAR OU APARTHEID E ALIENAÇÃO SOCIAL?
O conhecimento nos traz criticidade, e cada vez se torna mais difícil “engolir” certas coisas que ouvimos ou presenciamos. Nem em pleno carnaval deixo de observar as contradições humanas. Fico indignada com os milhões de reais gastos em todo País, induzindo e estimulando o consumismo de bebida alcóolica, à exacerbação sexuall, ao mercantilismo corporal. Se investissem tudo é foi gasto no carnaval no Brasil em Educação quantos poderiam aprender a ler, a escrever, a se tornar sujeito críticos?
E o quanto se gasta com a distribuição de preservativos, pílulas do Dia Seguinte, e testes de Aids? Lamentável! Temos que dissociar a ideia que Carnaval com sexo, álcool, drogas, promiscuidade. A verdadeira alegria é consciente!
Imagem quantos milhões o governo gasta no carnaval? E que nesta época são disponibilizadas equipes distribuindo preservativos e testes de HIV, policiamento, enfermeiros, ambulâncias, para atender os casos de embriaguez, violência e acidentes causados por alcoolismo e drogas.
Enquanto isso, milhares de crianças morrem por desnutrição, vivem em condições desumanas, sem educação, sem dignidade. Importante lembrar a crítica feita ao nosso Ministro da Cultura Gilberto Gil, por Temos que lutar especialmente contra o claro apartheid social, que vivenciamos cotidianamente, em todos os locais, como o que assistimos em pleno carnaval: os camarotes vips, os trios elétricos, sempre destinados a elite, e o povo sempre separado por cordas, se tornando uma massa, sempre inferiorizada.
A elite sempre acima do povo, se esquecendo que este povo é quem paga o salário deles, é quem paga a maior parte da festa, pois milhões e milhões do cofre público são investidos ali. E estes merecem ter o mesmo espaço e respeito. Fiquei pensando que um milésimo desse dinheiro que o governo gasta no carnaval fosse destinado a um projeto educativo como que o que utopicamente visualizo. Desde tempos imemoriais, é possível constatar a distância entre a classe dominante e o povo. Parece contraditório falar de igualdade na sociedade da omissão, do descaso, das políticas assistencialistas, do mascaramento, do aparteid social visível.
Conviver no meio político me fez ver de perto e sentir na pele, que erros humanos, politicamente são desumanos, são mascarados, preparados minuciosamente, estrategicamente planejados, ideologicamente traçados, para contemplar o poder. O que dói mais, é assistir tudo isso e ter muitas vezes, as mãos atadas, ter que engolir, mesmo sabendo que não será possível digerir, tanta indiferença, tanta injustiça, tanta podridão.
A classe política é lamentavelmente, em sua grande maioria, a classe da troca constante de favores, de cargos, de interesses pessoais, de privilégios à elite e aos seus, dos falsos méritos. A sociedade dos apadrinhamentos, onde leva vantagem aquele que tem ou contatos políticos, ou troca favores eleitorais.
Competência? Quem dera todos os cargos políticos fossem contemplados por esse mérito. Muitas vezes, assistimos estarrecidos o fascínio humano pelo poder e as mórbidas "necessidades" dele decorrentes. Por hora, meu alento está naqueles que como eu ainda ousam o sonho, a militância, a luta, que conseguem emergir esperanças e forças em meio a toda essa corrupção infindável.
Isso me faz crer que precisamos mais do que nunca mesmo ocupar nosso espaço, lutar pelas causas que acreditamos, “doa a quem doer”, e temos sim, que nos envolver politicamente, pleitear cargos políticos, mostrar que não somos só mais um qualquer na multidão. É hora de olhar a fundo, mostrar que não somos mais “bobos da corte”, que o reinado deles está no fim, que eles não são os soberanos, que a sociedade feudal e o absolutismo acabou há muito tempo. Não podemos mais é nos omitirmos, “porque quando os justos se omitem, os corruptos comandam”.
É claro, que o povo precisa de lazer, de diversão, de alegria, mas vejamos que falsa essa alegria carnavalesca. Acaba o carnaval e a realidade rompe com toda esta ilusória festa, bruscamente. E pergunto o que mudou socialmente? Nada!!! Nos deram um anestésico momentâneo, que nos fez esquecer a dor por alguns dias, mas depois, quando nos damos conta, a ferida social, se tornou ainda maior.
Profa. Dra Cláudia Bonfim
Artigo publicado no Jornal Correio Popular de Cornélio Procópio-Paraná na edição de fevereiro de 2006. (Estamos em 2011 e pouca coisa mudou)
Fonte:http://educacaoesexualidadeprofclaudiabonfim.blogspot.com.br/2011/02/carnaval-e-sexualidade-uma-reflexao.html
R$ 400 milhões da Petrobras para viabilizar estádio do Corinthians.
R$ 400 milhões da Petrobras para viabilizar estádio do Corinthians.
A Petrobras pode vir a adquirir o direito de usar seu nome no Itaquerão, estádio em construção do Corinthians, pagando R$ 400 milhões para tal, noticiou o jornal O Estado de S. Paulo
A companhia tem longa tradição em patrocinar o futebol, já que é principalmente associada ao Flamengo na década de 90 e começo dos anos 2000 - além de ser a detentora do naming rights para o Campeonato Brasileiro. Contudo, é possível que a Petrobras esteja interessada em viabilizar a obra, que é peça-chave para a Copa do Mundo em São Paulo.
A empresa pode ter sido escalada pelo governo federal para salvar o estádio, que supostamente estaria sem financiamento.
No projeto inicial, o estádio teria custo de R$ 820 milhões, sendo que R$ 420 milhões seriam de títulos imobiliários emitidos pela prefeitura e o restante através de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Banco do Brasil.
Sem dinheiro para realizar o resto da obra, a Odebrecht ameaça interromper as obras se não receber a quantia - enquanto há rumores de que o estádio não esteja pronto para a Copa de 2014.
De acordo com um ex-dirigente de um time de futebol que não quis se identificar o BB e o BNDES estariam atrasando esse financiamento por considerar que o investimento é impagável, o que justificaria a necessidade dos R$ 400 milhões disponibilizados pela Petrobras.
O Itaquerão é considerado projeto fundamental para a Copa do Mundo de 2014, já que além de ser o estádio representante da cidade mais populosa do País e pertencente da maior rede hoteleira, ele deverá dar abertura ao campeonato, sediando o primeiro jogo da seleção brasileira.
No momento, a Odebretch informa que faltam apenas 37% do estádio a serem concluídos, a pouco mais de um ano para o início da competição.
O estádio é uma obra visada para a Copa e para o desenvolvimento da Zona Leste paulistana, embora tenha sofrido acusações de que o projeto só foi escolhido por conta do ex-presidente Lula, torcedor do Corinthians. As alternativas eram o novo estádio do Palmeiras e o Morumbi, estádio do São Paulo
Caso a obra pare e fique atrasada, a Fifa - entidade máxima do futebol - poderia cortar São Paulo da lista de cidades-sedes.
Fonte:http://quepaiseessee.blogspot.com.br/
sábado, 9 de fevereiro de 2013
Apego a bens materiais sinaliza autoestima em baixa
Ter uma vida confortável e sem preocupações financeiras é um desejo quase universal. No entanto, a vontade exacerbada em ter roupas de grife, equipamentos eletrônicos de última geração, produtos e serviços caros e luxuosos não segue a mesma lógica e podem sinalizar um problema: autoestima em baixa. O mal da sociedade moderna, em que o status é valorizado pelo consumo e exclusividade, atinge principalmente crianças e adolescentes, segundo estudo feito nos Estados Unidos.
De acordo com os estudiosos, a autoestima é um fator essencial no apego aos bens materiais. Crianças e jovens com baixa autoestima valorizam suas posses muito mais que as crianças confiantes. "Possuir coisas é um amuleto no reforço da autoestima. Os bens materiais ajudam a neutralizar a ansiedade e as inseguranças que sofremos em diferentes graus no dia a dia. Quanto mais temos, desencadeamos nas pessoas sentimentos que misturam admiração e inveja. E este é o componente principal do narcisismo", explica o psicólogo e psicanalista Claudio Vital.
Apego a bens materiais sinaliza autoestima em baixa Valores invertidos
O estudo aponta que o apego a bens materiais, como ursinhos de pelúcia, dinheiro e artigos esportivos, é mais valorizado que estar com os amigos, ter sucesso nos esportes ou ajudar o próximo, entre as faixas de 8 a 9 anos e 12 e 13 anos, mas cai a apartir dos 14 anos, quando os motivos para a diminuição da autoestima estão mais relacionados ao período de transformações do corpo e valorização social entre amigos. "Um indivíduo que consegue ter sucesso passa a ser visto como alguém com capacidade superior e por isso ganha o respeito do grupo. Assim, os bens se tornaram a base para a aprovação e para a autoestima", analisa Claudio Vital.
De acordo com o profissional, este comportamento explica o motivo para que tantas pessoas busquem desesperadamente mostrar sinais de riqueza aos outros, ainda que não possuam recursos. Segundo o médico, o comportamento demonstra pouco desenvolvimento pessoal e imaturidade.
Especialistas são unânimes em eleger o consumismo como um dos grandes vilões da vida moderna. Além de instabilidade financeira, o mal pode interferir na saúde psíquica das pessoas, levando os indivíduos a um quadro depressivo. De acordo com Claudio Vital, os cuidados para evitar o dano devem começar ainda na infância. Ensinar as crianças que não podem ter tudo evita que elas venham a se tornar adultos narcisistas.
Segundo o psicanalista, é comum ceder aos caprichos dos filhos e confundir a atitude com amor. No entanto, ele alerta que as crianças, na verdade, pedem atenção e reconhecimento dos pais, ou seja, algo que pode ser dado de forma natural e que não gera gastos. Orientar e demonstrar carinho ajuda a desenvolver a autoconfiança e consequentemente aumenta a autoestima, segundo o profissional. A manutenção do narcisismo das crianças vai refletir na vida adulta. "Educar é a melhor jeito de não formar um adulto arrogante, com ego inflado", finaliza Claudio.
Fonte: http://minhavida.uol.com.br/bem-estar/materias/12847-apego-a-bens-materiais-sinaliza-autoestima-em-baixa
O que é Ansiedade?
O termo "ansiedade" tem várias definições nos dicionários não técnicos: aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, entre outros.
Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender ansiedade como um fenômeno que ora nos beneficia, ora nos prejudica, dependendo das circunstâncias ou intensidade, e que tornar-se patológico, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal).
A ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações.
Causas
Os transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida.
A pessoa pode se sentir ansiosa a maior parte do tempo sem nenhuma razão aparente ou pode ter ansiedade apenas às vezes, mas tão intensamente que se sentirá imobilizada. A sensação de ansiedade pode ser tão desconfortável que, para evitá-la, as pessoas deixam de fazer coisas simples (como usar o elevador) por causa do desconforto que sentem.
Sintomas de Ansiedade
Os transtornos da ansiedade têm sintomas muito mais intensos do que aquela ansiedade normal do dia a dia. Eles aparecem como:
Preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar)
Sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer
Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho
Medo extremo de algum objeto ou situação em particular
Medo exagerado de ser humilhado publicamente
Falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade
Pavor depois de uma situação muito difícil.
Tratamento de Ansiedade
Existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade:
Medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica)
Psicoterapia com psicólogo ou médico psiquiatra
Combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia).
A maior parte das pessoas com ansiedade começa a se sentir melhor e retoma as suas atividades depois de algumas semanas de tratamento. Por isso, é importante procurar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce e preciso da ansiedade, o tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos.
Fonte: http://minhavida.uol.com.br/saude/temas/ansiedade
Preconceito é um fenômeno social e não biológico, dizem cientistas
Em um dos discursos políticos mais famosos da história, Martin Luther King disse que sonhava que seus quatro filhos pequenos pudessem um dia viver "em uma nação na qual eles não sejam julgados pela cor da sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter". Era dia 28 de agosto de 1963.
Cinquenta anos mais tarde, o filho negro adotivo de um casal de brancos foi julgado pela cor de sua pele, e não pelo seu caráter, e expulso de uma revendedora da BMW no Rio de Janeiro. Uma semana depois, o jogador brasileiro Daniel Alves, lateral-direito do Barcelona, declarou em sua conta no Twitter ter sido alvo de racismo pela torcida do estádio e disse que esta é uma "guerra perdida" no país.
O racismo persiste dentro e fora do Brasil (97% da população acredita que há racismo no país, segundo a última pesquisa do Datafolha, de 2009) e há muito tempo deixou de ser algo visto como natural e passou a ser combatido. A ciência, intrigada, se pergunta se há razões evolutivas e/ou biológicas que possam explicar esse tipo de comportamento, além dos claros motivos históricos e sociais.
Não há conclusões unânimes, mas a ciência e os especialistas caminham para o entendimento de que o preconceito seja um conceito aprendido. Por definição, o preconceito é uma "opinião formada antes de ter os conhecimentos adequados. Um sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão". Assim, foge da postura típica dos animais, que só passam a rejeitar aquilo que os prejudica a partir da experiência adquirida. O racismo prevê uma superioridade racial independente da experiência pessoal.
Biológico x social
Classificação em raças
O naturalista sueco Carl Linnaeus (1707-1768) distinguiu quatro raças principais em 1767, que iam do Homo sapiens europaeus (branco, sério, forte) ao Homo sapiens afer (negro, impassível, preguiçoso) – note o juízo de valor de caráter lado a lado com a cor da pele.
Depois, o antropólogo alemão Johann Friedrich Blumenbach (1752-1840) concluiu que eram cinco as raças do mundo, da causasóide (branca) até a etiópica (negra), passando pela mongoloide (amarela), pela malaia (marrom) e pela americana (vermelha) – divisão usada pela ciência até o século 20.
Uma série de filósofos e cientistas defenderam a hierarquização entre as raças, alguns como Josiah Clark Nott, um médico poligenista, que publicou com um colega "Indigenous Races of the Earth", um famoso "estudo" feito no século 19 dos povos brancos e negros, que media o tamanho dos crânios para dizer que os negros teriam o cérebro menos desenvolvido. A noção foi totalmente refutada mais tarde.
Além disso, as pesquisas mais recentes sobre genética afirmam que a divisão em raças é totalmente obsoleta e que a genética genética de todos os indivíduos é semelhante o suficiente para que a pequena porcentagem de genes que se distinguem.
Há uma linha de estudos na área da neurologia que tenta achar componentes cerebrais ligados ao racismo. Em geral, essas pesquisas mapeiam a atividade de uma estrutura cerebral chamada amígdala, ligada a sensações como medo e ansiedade, quando uma pessoa de uma raça vê uma pessoa de outra raça. A amígdala ativada denotaria a sensação temor em relação a pessoas de outra raça – e isso acontece mesmo em pessoas que se declaram livres de preconceito.
"O estudo não pode ignorar que esses efeitos e reações de brancos e negros a imagens de pessoas brancas e negras estão associados justamente a uma construção social do que é ser negro e ser branco", defende Márcia Lima, professora do departamento de sociologia da USP (Universidade de São Paulo).
Um estudo recém-publicado pela pesquisadora Eva Telzer, da Universidade de Illinois, reforça a posição dos sociólogos. Telzer estudou a reação da amígdala em crianças e adolescentes de 4 a 16 anos. O estudo mostrou que a amígdala não responde à questão racial em crianças: a sensação de medo começa a aparecer ao longo da adolescência, o que pode indicar que o racismo é aprendido ao longo da vida.
Já as pesquisas na área de psicologia experimental, que muitas vezes estudam o comportamento dos animais, poderiam encontrar uma explicação para o racismo de bases evolutivas – apesar de não existir, nos animais, traços de preconceito ou discriminação propriamente dita.
"Nós não identificamos em animais um correlato exato ao preconceito, especialmente porque preconceito é uma construção verbal e social típica das culturas humanas", diz Patrícia Izar, professora doutora do departamento de psicologia experimental da USP. "O que existe, tipicamente entre os primatas, os macacos, é um comportamento de proteger o grupo ao qual eles pertencem, em geral um grupo com alto grau de parentesco, contra outro grupo."
Esta, diz Izar, pode ser considerada uma base evolutiva para o preconceito, uma semente remota. Seguindo a mesma lógica, uma tribo poderia ser hostil à outra tribo vizinha, que não é parte de seu grupo, em uma época em que as diferentes populações do mundo não tinham tanto contato entre si.
Com as navegações e as descobertas de outros povos, o mesmo comportamento teria sido aplicado a eles. Além disso, no desenvolvimento da espécie formam-se grupos sociais que vão além das relações de parentesco comuns entre os animais: são os grupos unidos por raça, religião ou etnia, por exemplo, que também podem ter a tendência a hostilizar os que não fazem parte desse grupo.
Geneticista, Sérgio Pena não concorda com estudos evolutivos. "Ao postular a existência de uma natureza humana evolucionariamente moldada para ser etnocêntrica, paroquial, bairrista e chauvinista, esses discursos geralmente terminam por atribuir ao racismo uma inevitabilidade natural. Isso não é verdade. Pelo contrário, as "raças" e o racismo não têm nenhuma justificativa biológica e não passam de uma invenção muito recente na história da humanidade."
"O problema é descontextualizar esses processos científicos do cenário histórico que os está produzindo. Eu compreendo racismo como um fenômeno social e não um biológico As raças não existem, mas a mentalidade relativa às raças foi reproduzida socialmente", concorda Gevanilda Santos, autora de Racismo no Brasil, entre outros livros sobre o tema.
Sendo uma coisa ou outra, a linha evolutiva pode nos dar uma solução. Izar cita a pesquisadora americana Leda Cosmides, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, que estudou a percepção de raça no Brasil por essa linha evolutiva. Ela concluiu que o racismo é um "efeito colateral" ou subproduto da identificação por grupos, que desaparece quando é necessário pertencer a um grupo que independe da raça.
Digamos que a torcida de um time de futebol componha um grupo, e que não haja nenhum pressuposto racial para pertencer a esse grupo. Nesse caso, os torcedores de um time se unem e esquecem o racismo para brigar contra o grupo oposto, o do outro time. A conclusão é muito alentadora: para combater o racismo, bastaria propiciar aos indivíduos alternativas de alianças sociais em que a cor da pele não importa.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/02/05/ciencia-busca-explicacoes-sociais-e-biologicas-para-explicar-o-preconceito.htm
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Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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