A família da uberlandense Jaciene Ianca dos Santos Farias, de 16 anos, assassinada no último sábado (15), espera que a justiça seja feita e que o responsável pela morte da garota pague pelo crime que cometeu. A jovem foi encontrada estrangulada e esfaqueada na casa da madrasta, em São Vicente, no litoral de São Paulo.
No velório, que aconteceu nesta terça-feira (18) na funerária Paz Universal, parentes da vítima estavam inconformados e abalados com a morte da garota. A mãe da jovem, Elicimar Pereira da Silva Farias, falou pouco e apenas disse à reportagem do CORREIO de Uberlândia que perdoa quem matou sua filha, mas não abre mão de justiça. “Eu não sei o que dizer. Perdi uma filha e de uma forma que eu nunca imaginei perder.”
Uma das tias de Jaciene Farias disse que a família está revoltada com o que fizeram com a sobrinha. “A vida de uma menina linda, inteligente e boa foi tirada com tamanha crueldade. É difícil de aceitar isso”, afirmou Maria Elizabeth da Silva Farias.
Ainda segundo a tia da adolescente, a avó materna de Jaciene Farias está em estado de choque e ainda não acredita no que aconteceu. “Todos estamos arrasados. Minha mãe criava Jaciene e tinha a guarda dela. Ela frequentava a minha casa e eu a tinha como uma filha”, disse.
"A vida de uma menina linda, inteligente e boa foi tirada com tamanha crueldade", disse a tia da garota
Primos da adolescente também conversaram com a reportagem e disseram estar indignados com a crueldade e esperam que a responsável pelo crime passe muitos anos na cadeia.
A tia-avó da garota, Ana Pereira Miranda, veio de Anápolis (GO) para ver Jaciene Farias pela última vez. De acordo com ela, a notícia da morte da adolescente chegou por telefone, mas foi preciso vir até Uberlândia para acreditar no ocorrido. “Jaciene foi induzida a ir para São Vicente. Foram promessas de uma vida melhor para tudo terminar assim. A morte dela precisa ser investigada e o culpado castigado”.
Na página da adolescente Jaciene Farias em uma rede social, colegas e amigos prestaram homenagens a garota. Em um dos depoimentos, um dos amigos da vítima disse: “Que Deus, te abençoe onde você esteja. Obrigado por fazer parte da Minha vida. Você vai deixar saudades, muitas saudades. Só tenho a gradecer por tudo, por momentos bons que passamos juntos, você vai ficar, na memoria de todos nos…! Mega triste! Só tenho a agradecer você por tudo. Obrigado Jaciene Ianca Luto Eternamente. Que Deus, esteja com você! Obrigado. Vai com Deus. # Luto” (sic).
O corpo da adolescente deixará a funerária Paz Universal às 15h45 de hoje e será levado em seguida para o cemitério Campo do Bom Pastor, onde acontecerá o sepultamento.
Entenda o caso
Adolescente foi encontrada com várias perfurações de faca pelo corpo e com um fio amarrado ao pescoço
A adolescente Jaciene Ianca dos Santos Farias, de 16 anos, foi morta na manhã de sábado (15) após ter sido esfaqueada e estrangulada na casa em que vivia com a madrasta e os irmãos, um de 1 e outro de 3 anos, na rua Alice Machado, na cidade de São Vicente (SP). De acordo com parentes da vítima, a garota teria ido para o litoral paulista em maio deste ano quando a madrasta dela a convidou para o aniversário do irmão mais novo. Desde então, a garota ficou na cidade a fim de ter uma vida melhor e estreitar a relação com o pai, este que está preso por receptação.
O delegado Juvenal Marques Ferreira Filho, responsável pelo caso, disse à imprensa local que a adolescente foi encontrada amarrada com um fio de telefone. Pelo corpo da garota foram identificadas diversas facadas. Ela ainda estava com um fio de ferro enrolado no pescoço.
A madrasta da vítima, de 30 anos, é a principal suspeita do crime. A mulher foi encaminhada para a cadeia feminina anexa ao 2º Distrito Policial de Santos.
Em depoimento à polícia, a madrasta de Jaciene Farias disse ter sido acordada por volta das 7h por um homem, que a amarrou e a vendou. Após isso, o suposto autor teria ido ao quarto da adolescente e cometido o crime. Dois irmãos da vítima que estavam na residência nada sofreram.
Foram achadas no local do crime, roupas com sangue no armário da suspeita e uma faca na pia. A reportagem de ontem, publicada pelo jornal paulista “A Tribuna”, traz o homicídio como possível crime passional. Segundo a reportagem, a cena do crime indica excesso de violência, uma possível vingança ou um estado emocional muito alterado.
O delegado titular da cidade de São Vicente, Pedro dos Anjos, disse ao jornal paulista que a polícia aguarda os laudos da perícia para das sequência as investigações. Há suspeitas que existam mais pessoas envolvidas no crime. O inquérito tem 30 dias para ser finalizado.
Garota tinha diário onde citava a madrasta
Jaciene Ianca morreu no último sábado em São Vicente
De acordo com a tia de Jaciene Farias, Maria Elizabeth da Silva Farias, a garota tinha um diário onde escrevia sobre situações vividas. Depois que a adolescente foi morta, a família da vítima encontrou o caderno de anotações. Em algumas páginas, a garota citava a madrasta e comentava sobre discussões que teria tido com ela.
Ainda segundo a tia, a garota chegou a escrever que a madrasta não gostava dela e que achava que a mulher tinha vontade de matá-la ou xingá-la.
Em outro texto, Jaciene Farias teria afirmado que a madrasta queria o pai da adolescente só para ela, sem dividir nem com a filha. Sobre o pai, a adolescente só escrevia coisas positivas e várias declarações como: “Pai, eu te amo! “.
A relação entre pai e filha, de acordo com a tia da garota, era boa. “Ele parecia gostar muito dela e ela dele. No diário, ela chegou a dizer que se morresse queria que o caderno de anotações fosse entregue para o pai como lembrança”. O diário foi escrito foi escrito de Jaciene Farias ir morar no litoral de São Paulo.
Casa da madrasta amanheceu pichada
Casa onde jovem foi morta amanheceu pichada
De acordo com apuração feita pelo jornal paulista “A Tribuna”, a casa onde a adolescente Jaciene Farias foi morta amanheceu pichada, nesta terça-feira (18), com o dizer: “Assassina. Justiça”.
Um dos moradores da rua Alice Machado, disse a reportagem que a comunidade está indignada com o crime.
A mãe da suspeita procurou o jornal paulista e afirmou que não havia problemas de relacionamento entre a filha dela e a adolescente morta. “Minha filha é inocente. Tenho certeza que nada fez. Ela não tem coragem de matar uma mosca”.