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quinta-feira, 28 de junho de 2012

OFENSIVA DO CRIME




Tensão aumenta em SP com novos ataques. Após morte de PMs nos últimos dias, bandidos atearam fogo a dois veículos


Uma nova ofensiva de criminosos voltou a desafiar a polícia de São Paulo, que está em alerta em razão de uma série de execuções de PMs e ataques a bases da corporação nas últimas duas semanas na capital paulista. Entre a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem, dois ônibus foram incendiados na maior cidade do país. Desde o dia 13, seis veículo de transporte coletivo foram alvo de ataques em São Paulo.

Às 22h35min de segunda, em Sapopemba, na Zona Leste, um ônibus intermunicipal que saiu do Terminal Rodoviário do Tietê em direção a São Caetano, na Grande São Paulo, parou na Avenida Arquiteto Vilanova Artigas. Segundo o motorista, que estava sozinho, um adolescente de aproximadamente 14 anos, com uma garrafa de refrigerante na mão, deu o sinal de parada. Quando a porta se abriu, surgiram outros três garotos. Um deles disse estar armado e mandou o condutor descer. O veículo foi então incendiado, provavelmente com o líquido que estava na garrafa, segundo o motorista.

Polícia investiga retaliação de organização criminosa

Na Rua Professor João Semeraro, na zona sul da cidade, quatro homens atearam fogo a um ônibus na madrugada de ontem. O motorista contou que esperava o horário marcado para a próxima viagem. Ele e o cobrador foram surpreendidos pelos criminosos, que os mandaram descer. O motorista disse que um bandido usou um maçarico para atear fogo.

A polícia investiga se os casos têm ligação com as mortes de oito PMs de folga ocorridas nos últimos dias. Desde sexta-feira, os cerca de 100 mil PMs do Estado estão em alerta. Tanto os ônibus queimados quanto as mortes de policias são investigados como retaliação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

O grupo criminoso estaria se vingando de uma ação da Rota (unidade de elite da PM paulista) em maio, que matou seis suspeitos na Zona Leste. Existe, ainda, uma suspeita de que a transferência de Roberto Soriano, um dos chefes do PCC, para o presídio de Presidente Bernardes tenha relação com os ataques.

Um foragido de 27 anos, integrante do PCC, foi recapturado pela PM na tarde de segunda, a cerca de 50 metros da base da 1ª Companhia do 15º Batalhão da PM, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo os policiais, ele seria um “olheiro”, auxiliando os comparsas nos planos de ataque a bases policiais.

Justiça nega pedido de Beira-Mar para ter acesso à internet



O Tribunal Regional Federal negou nesta quarta-feira ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, autorização para ter acesso livre à internet por 3h semanais. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Beira-mar argumentou que precisa da internet para "estudar gestão financeira" em curso à distância da Universidade Católica Dom Bosco. Seus advogados alegaram que a educação "contribui à ressocialização".

O Ministério Público Federal foi contra, pela alta periculosidade do preso. Mesmo preso na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande, o MP considera que, pela web, o criminoso poderia comandar criminosos. A Justiça decidiu que a Procuradoria tem razão e ofereceu ao preso a opção de receber da universidade aulas e exercícios gravados.

Secretária quer mudanças na lei para evitar prisões desnecessárias



A secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, Maria Tereza Gomes, afirmou há pouco que muitos casos de encarceramento desnecessários poderiam ser corrigidos com mudanças na legislação. Ela é presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Justiça e participa de reunião da subcomissão da Câmara que analisa a proporcionalidade entre crimes e penas.

Maria Tereza sugeriu alterações nas penas para os crimes de furto simples e qualificado, e de roubo simples e qualificado. "78% da população carcerária do Paraná cometeram crime de tráfico, roubo ou furto", disse.

A Subcomissão Especial sobre Crimes e Penas, vinculada à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), tem como objetivo corrigir distorções existentes na legislação penal. A expectativa é que o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) apresente seu parecer preliminar nesta terça-feira (26)

A reunião ocorre no Plenário 5.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O significado das tatuagens no interior penitenciárias brasileiras

Âncora- significa esperança, proteção,ligado à arte do mar.

Sereia- quando tatuada na perna direita,identifica elementos condenados por crimes de estupro.

Uma cruz, tatuada no meio das costas,identifica um elemento perigoso. Se forpreciso vai até as últimas conseqüênciasnos seus atos.

Imagem de Jesus- Quando usada no peito identifica presosparticipantes de crimes de latrocínio.Quando usada nas costas tem o significadode proteção.

Diabo- Significa matador

Borbolerta- Referência à liberdade, fugitivo, ou ainda,dependendo da região do corpo onde está atatuagem identifica um homossexual

Teia de aranha- significa morte dos cúplices

Nossa Senhora de Aparecida- Desenhada nas costas, próximo do ombro em tamanho pequeno significa elemento praticante de crime de latrocínio.Tatuada no peito em tamanho pequeno significa desejo de proteção

Em tamanho grande, no meio das costas significa que o preso foi violentado durantea prisão e praticou
o crime de estupro

Pomba-,Simboliza sorte, bons ganhos, evita ser visto ou pressentido

Estrela de Salomão-,Quem a tem está livre da bruxaria

Pontos marcador nas mãos-,1 ponto-punguista,5 pontos na mão direita, praticante de roubo, 4 pontos na mão esquerda, praticante defurto,5 pontos, sendo quatro formando um quadrado e um ponto no centro, significa praticante de roubo.5 pontos na mão esquerda, praticante de roubo.

Punhal- significa elemento corajoso

Coração - homossexual

Registros nas mãos-Datas que não querem esquecerEx: data da morte dos companheiros de cela.

Uma pistola tatuada na perna- traduz o elemento praticante deassalto com morte.

Caveira com punhal atravessado-Identifica um matador de policiais.Tatuada no corpo, acredita-se, serve para livrar de prisões e traições; traz vitórias.

Mulheres-Tatuagens comuns na maioria das vezes representa as amantes e esposas, em alguns dos casos representam mães e até filhas.

O Saci- com um cachimbo na boca é usado por traficantes dedrogas. Geralmente feito no braço; Porém tem se tornado raro nos dias de hoje.

Letras- qualquer que seja, grande, tatuadas nos braços, significarecordação do nome de alguma pessoa (mulheres, família);Nomes por extenso, versos ou dizeres significam grande amizade.



A cruz- com as duas velas acesas na base, identifica o elemento de alta periculosidade.Geralmente tatuada em tamanho grande no meio das costas.Tatuadas sempre em tamanho pequeno (10 cm), dizem servir para "livrar do diabo e do mau olhado", forma de estar protegido, pedido constante de proteção (corpo fechado).Descubras os principais significados das tatuagens nas penitenciárias brasileiras, abaixo fiz um lista de 20 significados de tatuagens no interior dos presídios, e o que os presos querem expressar por meio delas, se você ainda não sabe vale a pena dar uma conferida, e saber o que significa o Saci com um cachimbo na boca, ou um punhal desenhado no corpo, ou uma Sereia, entre outras, confira e descubra estas outras curiosidades a respeito do assunto.

Fonte:http://www.agentepenitenciariomg.com/2011/01/o-significado-das-tatuagens-no-interior.html


Ex-agente penitenciário revela: servidores, a exemplo dos presos, também são vítimas de todo o tipo de violações



Fotos: Nerter Samora
Logo que ingressou na Sejus, Elizia Aparecida Nunes (foto) Gava foi lotada no Centro de Detenção Provisória de Viana (CDP-V). “No primeiro dia, as outras agentes foram logo me alertando que a fama do diretor era de ‘comedor’, me desculpe a expressão. Elas me contaram que ele assediava as agentes, conseguia o que queria – você me entende? - e depois as transferia para outra unidade”.

Gava, como era chamada profissionalmente, foi aprovada no concurso de 2007 da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Quase um ano depois, em outubro de 2008, foi finalmente convocada para assumir o cargo de agente penitenciário. Viúva e mãe de quatro filhos recebeu a notícia da convocação com esperança e alegria. Era a nova chance que ela teria, aos 36 anos, de retomar sua vida depois da morte trágica do marido, que se suicidara havia cerca de um ano. Com um salário de R$ 2 mil, suficiente para prover as demandas da família, o emprego público também lhe garantiria a conclusão do curso de direito. Abria-se um novo ciclo em sua vida.

O trabalho estressante (de acordo com a Organização Mundial de Saúde, agente penitenciário é segunda profissão mais estressante do mundo) não assustava a nova agente, que já havia exercido a mesma função na Penitenciária Regional de Linhares (PRL), por cerca de oito meses, como temporária (DT - Designação Temporária). Como efetiva Elizia sabia que as condições de trabalho seriam bem melhores. Com as esperanças renovadas, a agente, naquele momento, não imaginava que o futuro lhe reservava tantos infortúnios.

Assédio

Não demorou muito para o diretor do CDP de Viana, Flávio da Silva Peres, começar a arrastar as asas para a nova agente. “Ele sempre tentava arrumar um jeito de ficar sozinho comigo, me elogiava constantemente e me oferecia regalias profissionais, como faltar aos plantões ou sair mais cedo. Mordomias que eu nunca aceitei. Ele dizia que se eu quisesse, não precisava trabalhar. Bastava aceitar sair com ele para que as minhas faltas fossem abonadas”. Ela afirma que sempre se esquivava das investidas de Flávio e evitava ao máximo ficar a sós com ele - estratégia que também era usada pelas outras agentes que queriam se livrar do “diretor-sedutor”.

No dia primeiro de dezembro de 2008, uma segunda-feira, Elizia trocou de plantão com uma colega - o que costuma ser uma prática comum entre as agentes. Ficou então designada para fazer a escolta de um preso no Hospital São Francisco de Assis, em Cariacica.

“Nesse dia estava chovendo bastante, como moro em Linhares e havia trânsito na BR101, acabei me atrasando. Chegando ao hospital, soube que outra agente havia sido deslocada para me substituir, por causa da minha demora. Ligamos então para o Flávio para que ele decidisse quem faria a escolta. Ele mandou que eu o aguardasse no hospital e que a Valquíria, a outra agente, fizesse a escolta do preso. Aleguei que não poderia voltar para o CDP, porque estava com roupa inadequada. Disse que estava à paisana, de calça jeans, sapato de salto e camiseta. Mas ele insistiu, e me garantiu que nada aconteceria comigo porque era ele quem mandava”.

Tensa no caminho para o CDP de Viana, Elizia tentava falar sobre assuntos profissionais, mas Flávio desconversava e repetia que ela estava “muito gostosa”. Perto de Viana, Flávio parou rapidamente num restaurante para encomendar refeições para os agentes. “Quando ele saiu do carro aproveitei para ligar o gravador do meu celular. Queria ter uma prova material do assédio. Senão seria a minha palavra contra a dele. Em quem você acha que eles acreditariam?”.

Após deixar o restaurante, Flávio seguiu para um lugar bastante ermo nas cercanias de Viana. Parou o carro (da Sejus) e começou a se declarar para a agente. Disse que iria agarrá-la, que ela estava muito gostosa etc. “Nesse instante ele me agarrou e eu passei a resistir ao ataque. Ele tentou tirar a minha calça na marra. Como uso uma cinta modeladora por debaixo da roupa, como essa [levantou a discretamente a blusa durante a entrevista para exibir a cinta abdominal], ele acabou desistindo. Foi então que ele abaixou as calças e começou a se masturbar na minha frente. Voltamos para o CDP em silêncio. Depois disso, ele não falou mais comigo”.

Dias depois do episódio, a agente procurou a Corregedoria para relatar o que havia acontecido. O coronel Rogério Rodrigues Dias, corregedor e presidente da Comissão de Concursos da Sejus, incentivou a servidora a denunciar o diretor. “Comentava-se pelos corredores que o coronel Rogério não gostava do Flávio, e só estava esperando uma oportunidade para exonerá-lo. Acho que ele sabia das histórias de assédio, mas também não tinha como provar”, desconfia.

Além de fazer a denúncia na Corregedoria da Sejus, Elizia também foi orientada pelo coronel a procurar a Delegacia da Mulher para lavrar um boletim de ocorrência de assédio sexual contra o diretor. “Assim ele vai responder a um PAD [Processo Administrativo Disciplinar] na Sejus e também criminalmente”, alertou o corregedor.

A repercussão do caso tornou insustentável a permanência do diretor no cargo. O PAD aberto pela Corregedoria da Sejus decidiu pela exoneração do servidor. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 16/01/2009 – 45 dias após o ocorrido. “PORTARIA Nº 026-S, de 15 janeiro de 2008. O SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso das atribuições que lhe conferem o Art. 65, da Lei Complementar nº 46/94 e o Decreto 1709-S de 20 de dezembro de 2005, publicado em 21 de dezembro de 2005, resolve: EXONERAR, de acordo com o Art. 61, § aº, letra “a”, da Lei Complementar nº 46/94, FLÁVIO DA SILVA PERES, do cargo, em comissão de Diretor de Unidade, Ref. QCE-04, da Secretaria de Estado da Justiça. ÂNGELO RONCALLI DE RAMOS BARROS”.

Perseguição

Com o afastamento do agressor, Elizia pensou que ficaria em paz novamente e poderia, agora, retomar seu projeto de vida. Entretanto, a agente notou que, depois da denúncia, uma “grande conspiração” se formou dentro da Sejus para tornar a sua vida um verdadeiro inferno. “Passei a ser perseguida mais do que nunca”.

O direito de denunciar uma situação clara de assédio sexual foi mal recebido por alguns diretores e agentes penitenciários. “Muitos colegas passaram a me virar a cara, como se eu fosse a vilã da história. Os diretores de unidades também queriam ficar bem longe de mim. Para eles, a agente Gava era sinônimo de encrenca”.

Sem clima para trabalhar, Elizia procurou o coronel Rogério para pedir transferência do CDP de Viana. Diante da situação, o corregedor autorizou a transferência da agente para a Diretoria de Segurança Penitenciária (DSP), também no Complexo de Viana. Geralmente, os agentes lotados na DSP são designados para operações de escolta.

Quando tudo parecia estar mais calmo, Elizia recebeu a informação de que Flávio havia sido contratado novamente para exercer um cargo (comissionado) de coordenação na Unidade de Integração Socioeducativa (Unis), conforme publicado no DOE, do dia 22/05/2009: “INSTRUÇÃO DE SERVIÇO N.º 0212-P DE 22 DE MAIO 2009. A DIRETORA PRESIDENTE DO INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIO-EDUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO - IASES, no uso de suas atribuições que lhe confere o Art. 10, inciso VII, do Decreto nº. 1.583-R, de 18/11/2005 e Decreto n.º 500-S, de 21/05/2009, publicado do DIOES em 22/05/2009. R E S O L V E NOMEAR nos termos do Art. 12, Inciso II, da Lei Complementar n.º 46/94, Flávio da Silva Peres para exercer o cargo de Encarregado de Segurança, referência IASES-8 do Instituto de Atendimento Sócio- Educativo do Espírito Santo – IASES. Vitória (ES), 22 de maio de 2009. Danielle Merisio Fernandes Alexandre Diretora Presidente – Respondendo”.

“Logo depois da volta de Flávio, recebi um aviso de transferência. Eles queriam me mandar para o CDP de Cariacica. Recusei, não queria trabalhar ao lado do meu agressor, que agora estava na Unis, também em Cariacica. Do ponto de ônibus até o CDP teria que andar três quilômetros. Não queria correr esse risco”.

Palestras impróprias

O processo de assédio sexual tramitava no Juizado Especial Criminal de Viana. No dia 14 de julho de 2009, a juíza julgou o ex-diretor do CDP de Viana culpado. Como pena alternativa à prisão, a juíza determinou, ironicamente, que o réu fizesse dez palestras em escolas públicas sobre o tema, pasmem, “assédio sexual” e “sistema penitenciário”. Ficam as perguntas para a juíza: Qual foi o caráter educativo da esdrúxula punição? O que um homem condenado por assédio sexual pode ensinar a adolescentes em processo de formação? Será que os pais desses alunos sabiam que seus filhos estavam sendo ouvintes de palestras tão funestas?

Na ocasião em que saiu a sentença, o jornal “Notícia Agora” fez uma entrevista com a agente, na qual ela descrevia o episódio do assédio. Segundo Elizia, a reportagem revelava que o ex-diretor, embora condenado pela Justiça, continuava exercendo cargo de confiança, agora na Unis, que também é administrada pela Sejus.

A ser questionada, a direção do Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases), por meio de nota, disse à época que desconhecia, no ato da contratação do ex-diretor do CDP de Viana, qualquer informação desfavorável à sua conduta que o impedisse de exercer suas funções na Unis. Traduzindo a desculpa esfarrapada da Sejus, a direção do Iases queria convencer a opinião pública que simplesmente ignorava o fato de o ex-diretor ter sido exonerado por assédio sexual na mesma Secretaria, como se um fato de tamanha repercussão não fosse de conhecimento dos gestores da Sejus.

Pressionada, sem ter como manter o servidor no cargo, a diretora do Iases, Silvana Galina, “mudaria de ideia” sobre a conduta ilibada do servidor, defendida até então, e consumaria a exoneração do então encarregado de segurança da Unis no DOE do dia 31/07/2009.

Depois que Flávio foi exonerado da Unis e condenado pela Justiça a vida de Elizia ficou ainda mais conturbada. “Assim que ele saiu da Unis, carros suspeitos passaram a rondar a minha casa. Pessoas estranhas andavam me procurando em Linhares. Comecei a ficar bastante assustada. Achava que algo poderia acontecer comigo a qualquer momento. Pensava somente nos meus filhos [o mais novo com sete anos e o mais velho 21 anos] e na minha mãe”.

O temor da agente não era fruto da sua imaginação. No dia 12 de julho de 2009, dois dias antes da audiência que condenaria Flávio da Silva Peres, três CDs com as gravações feitas por Elizia, que provavam o crime de assédio sexual, foram furtados do armário funcional da agente, na DSP, em Viana. “No dia seguinte (13/07/2009) fui até o DPJ de Cariacica para lavrar um boletim de ocorrência (7837374) do furto. Quem pegou os CDs sabia que ali estavam as provas importantes contra o Flávio. Havia muita gente que queria protegê-lo”. O próprio coronel Rogério disse a Elizia que ficou surpreso quando soube que Flávio havia sido recontratado para trabalhar na Unis. “Não consegui tirar o Flávio. Quem está por trás dele é mais forte do que eu”, admitiria, na ocasião, o corregedor à agente.

As perseguições não pararam por ai. Dois dias após Elizia lavrar o BO do furto dos CDs, a mesma Corregedoria da Sejus que havia incentivado a servidora a denunciar o ex-diretor, instaurava uma sindicância sumária para apurar “possíveis procedimentos irregulares da agente”. Segundo a Corregedoria, a recusa em se apresentar nos locais determinados era considerada falta grave. A partir daí, a perseguição “subjetiva” começava a se materializar em represália.

“Suco envenenado”

Depois de ter o emprego ameaçado com a abertura da sindicância, a agente Gava passou a seguir à risca as determinações de transferências da Sejus. “Não queria dar motivo. Fui transferida para o CDP de Cariacica, em seguida para o de Vila Velha e finalmente para a Penitenciária Regional de Linhares (PRL), local que eles sabiam que eu não queria trabalhar. Preferia trabalhar, sempre que possível, longe de casa para preservar a minha identidade e proteger a minha família”.

Mas não havia escolha para Elizia, a agente no final de agosto de 2009 é designada para trabalhar na PRL. A servidora chegou a solicitar ao diretor da PRL, Edmilson Rosindo Neto, transferência para o turno do dia. “Como eu disse, estava com medo de sofrer um atentado. Nessa época fazia faculdade à noite, e do presídio até o ponto de ônibus era uma boa caminhada”. O memorando (34/2009) solicitando a transferência foi indeferido pelo diretor, que alegou déficit no quadro de agentes femininos no horário noturno.

Uma missa em memória dos dois anos da morte do ex-marido aconteceria no sábado (29/08/2009). “A data era muito importante para meus filhos e queria estar presente. Por isso trabalhei três dias seguidos (quarta, quinta e sexta) para folgar no sábado”. Na sexta (28/08/2009), Gava estava escalada para fazer uma escolta de preso para Vitória. No entanto, no dia anterior, a escolta ainda estava suspensa por falta de viatura. “Quando cheguei ao plantão na sexta, soube que uma equipe já havia saído para Vitória. Então fiz meu plantão normalmente na PRL”.

Durante o plantão, a agente pediu permissão para se ausentar por uns instantes. Ela precisa ir até a faculdade resolver uma pendência. “Eles insistiram que eu fosse com a viatura da Sejus, mas recusei. Telefonei para o meu namorado e ele me levou na faculdade”. Antes de sair, Elizia preparou um suco Clight (em pó) sabor pêssego e colocou na geladeira dentro de um cantil com seu nome. O suco, que costumava tomar diariamente, fazia parte da sua dieta para perder uns quilinhos.

“Retornei da faculdade e em seguida fui almoçar. Como estava apenas há três dias na PRL, um colega do administrativo, o Bruno, combinou de almoçar comigo no refeitório. Sentamos para almoçar. Ofereci o suco ao Bruno e a duas serventes de limpeza. A Ruth recusou. Então tomamos o suco eu, Bruno e Rosa. Cada um deles tomou um copo desses de plástico e eu tomei um pouco mais”, recorda Elizia.

Cerca de 40 minutos após tomar o suco, por volta de 12h40, os três servidores começaram a passar mal. “Comecei a sentir tontura e mal-estar”, afirma Elizia.

Os três foram levados à enfermaria da penitenciária e em seguida para o hospital. Elizia chegou a desmaiar ainda nas dependências da PRL. No Hospital Geral de Linhares os servidores foram medicados com soro e submetidos a exames de sangue e de urina para averiguar se os três tinham ingerido alguma substância tóxica. Após entrevista, o médico desconfiou do suco, único alimento em comum consumido pelo grupo.

“Estava meio grogue e confusa. Mas percebi claramente que o cabo da Polícia Militar, Evandro Taketi Silva, insistia para tirar o meu cinto tático”, recorda Elizia.

O cabo Evandro, que costumava tirar plantão no PRL, havia discutido com a agente Gava algum tempo atrás. “Quando trabalhava na PRL como DT, esse mesmo policial disse que iria revistar os agentes. Questionei a revista e começamos a discutir, mas ficou por isso, pelo menos da minha parte”.

O próprio PM Evandro, após o médico examinar a agente, retirou o cinto tático de Elizia. Depois disso, se ausentou da sala por cerca de 10 minutos, colocando o cinto ao lado da agente novamente. “Não estava alucinando, percebi quando ele tirou o cinto e o levou. Depois de uns 10 minutos ele me devolveu o cinto. Foi o único momento em que o cinto saiu de perto de mim”. O agente Washington, que também estava no hospital, confirmou na delegacia, em depoimento, que o policial, de fato, retirou o cinto tático da agente e se ausentou da sala, retornando com o cinto algum tempo depois.

“De repente, entraram na sala dizendo que eu iria para o DPJ de Linhares. Na hora, inocentemente, pensei que estava indo como vítima, mas em seguida eles me algemaram com violência, tiraram o soro da minha veia e me levaram para o DPJ. Não estava entendendo absolutamente nada, disseram que eu estava sendo presa”.

Na Delegacia de Crimes Contra a Vida de Linhares, o delegado Fabrício Lucindo Lima lavrou um boletim de ocorrência de tentativa de homicídio. De acordo com o delegado, foi encontrado cerca de 15 gramas de um pó branco no cinto tático da agente. O delegado declarou à época, ao jornal “A Gazeta”, que as escalas de trabalho eram o principal motivo apontado para as rixas entre o diretor do PRL e a agente. Ainda, segundo o delegado, essa seria a causa da tentativa de envenenamento.

O delegado Fabrício afirma também que “a maioria das pessoas disse que o suco foi preparado pela agente”. Embora ninguém tenha visto a agente colocando qualquer substância no suco. No momento da prisão, o delegado ainda não sabia qual substância teria feito mal aos servidores, nem tampouco qual era a composição do pó branco “encontrado” no cinto tático da agente.

Prisão arbitrária

Para o advogado do Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Espírito Santo (Sindaspes), Paulo César Gomes, a prisão da agente foi totalmente arbitrária. “A agente não poderia ter sido autuada porque não havia flagrante. Não havia prova alguma contra a agente. A servidora não teve direito ao princípio da ampla defesa”, sustenta o advogado.

Elizia recorda que o delgado não queria autorizá-la nem a fazer uma ligação. “Depois de insistir muito liguei para o meu namorado e pedi que ele arrumasse um advogado”. Nesse meio tempo, o coronel Rogério já havia chegado no DPJ de Linhares para acompanhar a prisão da agente. “O coronel Rogério tirava fotos de mim e ria. Soltava grandes gargalhadas. Os outros agentes riam junto e debochavam da minha cara. As agentes Érica e Neuza chegaram a me agredir. O chefe da Segurança da PRL também me pôs debaixo de chutes para dentro do cofre [parte traseira da viatura da Sejus utilizada para transportar presos, também chamada de gaiola]. Me jogaram na viatura algemada. Fui batendo na gaiola de Linhares até Viana, como um frango que vai para o abate”.

Quando chegou no Complexo de Viana, por volta da meia-noite da sexta-feira (28/08/2009), a diretora do Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim (CPF-CI), Leida Maria Ayres, já aguardava a chegada da agente para escoltá-la até Cachoeiro.

De acordo com o advogado do Sindaspes, houve uma sucessão de erros na prisão da agente. “Depois da prisão arbitrária, conduziram a agente como uma presa de alta periculosidade algemada na viatura. Pior, levaram a agente para uma unidade prisional comum. Ela deveria ter sido encaminhada para uma unidade que garantisse a sua integridade física. As presas logo souberam que ela era uma agente penitenciária. Havia um movimento dentro do presídio de ameaça à agente que causou um sério dano psicológico à servidora. Esse foi o primeiro caso de prisão de um agente dentro de um estabelecimento penal”, ressalta o advogado.

“Depois de ir batendo na gaiola de Viana a Cachoeiro, cheguei na penitenciária cheia de hematomas e com muito dor”. O exame de lesões corporais, (63.457/2009) feito em Cachoeiro de Itapemirim dois dias depois das agressões no DPJ e no sacode da viatura, confirmaram as lesões na agente.

Assim que chegou no CPF de Cachoeiro, as presas começaram a ameaçá-la. “Não sabia se sairia viva dali. Foi um pânico muito grande ficar no meio de um monte de presas me ameaçando o tempo todo. Não conseguia dormir nem comer”. Elizia evitava comer porque suspeitava que a comida pudesse estar envenenada. “Desconfiei. Minha marmita sempre vinha separada. Durante os 27 dias que permaneci detida, comi apenas a sobremesa, que vinha embalada industrialmente. Emagreci mais de 10 quilos. Também não conseguia dormir com medo de morrer. Apenas cochilava. Foram 27 dias infernais que não quero mais passar na minha vida”.

À época da prisão de Elizia os agentes penitenciários estavam ligadas ao Sindipúblicos, agora estão no Sindaspes. “O advogado do Sindipúblicos demorou muito para me tirar da prisão. Eu mesma, como estudante de direito, preparei à mão o meu habeas corpus e entreguei para o advogado. Ele digitou e mudou pouca coisa”.

Vinte sete dias depois (27/09/2009), Elizia conquistava a liberdade novamente. A Sejus, a partir da prisão da agente, a afastou por cinco meses, mantendo a remuneração. Em janeiro de 2010, renovou a licença por mais 30 dias. Por determinação da Justiça, a agente foi afastada no dia 26/01/2010, com direito a remuneração, por tempo indeterminado.

Porém, no dia 30 de março deste ano, a Sejus, descumprindo a determinação judicial, demitiu a agente. A decisão impede Elizia de exercer qualquer cargo público por cinco anos. A Sejus enquadra a servidora em uma série de artigos, dentre eles o de "não ser leal às instituições constitucionais e administrativas a que servir" e o de "manter conduta compatível com a moralidade pública”.

“A Secretaria de Justiça está entregue a um monte de militares aposentados que não entendem nada de gestão pública, caso contrário não cometeriam erros tão grosseiros, típicos de quem não conhece a gestão pública. Esses coroneis estão militarizando a Sejus. Eles tratam os agentes como soldados e os presos como inimigos de guerra. Tanto o preso como o agente devem de ser tratado com respeito e dignidade. Se o Estado corrigisse esses desvios, acredito que boa parte dos problemas do sistema prisional capixaba diminuiria sensivelmente”, avalia Paulo César Gomes.

O advogado ainda adverte que há muita coisa errada dentro da Secretaria de Justiça hoje. Temos funcionários em desvio de função, agente sem treinamento usando armamento sem permissão para escoltar preso dentro de hospitais entre outras irregularidades. “Deveria ser aberto urgentemente um inquérito administrativo para apurar todas essas irregularidades. O pior é que isso tudo acontece com a leniência dos gestores e do próprio secretário”, aponta o advogado.

Ana Maria Nogueira Lopes, também advogada do Sindaspes, explica que o inquérito aberto contra a agente pelo DPJ de Linhares chegou no Ministério Público Estadual (MPE) somente no último dia 15. “Vamos aguardar para ver se o MPE vai oferecer denúncia à Justiça. Talvez, pela falta de provas, o MPE nem leve esse inquérito adiante. Posso garantir que na Justiça ainda não há denúncia alguma contra a agente”, afirmou.

A advogada adianta que primeiro passo será reaver o cargo de Elizia. Em seguida, será analisada pelos advogados as indenizações cabíveis pelas agressões, prisão arbitrária e outras irregularidades cometidas pelo Estado contra a servidora.

Há cerca de um mês, Elizia também perdeu a mãe, com quem morava há anos. “A morte da minha mãe foi mais um baque para mim e para os meus filhos, que eram muito ligados à avó”. Com o futuro entregue nas mãos da Justiça, Elizia só quer agora retomar o emprego e tentar começar do zero novamente. “Não sei de onde estou tirando forças, mas espero me manter forte para continuar lutando por justiça. Só quero trabalhar em paz e dar uma vida digna para os meus filhos”.

Algumas "coincidências”

Enquanto Elizia luta dignamente pelos seus direitos que foram violados, a fila continua andando normalmente no lado mais perverso das “masmorras de Hartung”.

O ex-diretor Flávio da Silva Peres também continua “lutando” com todos os seus recursos para voltar para a Sejus. No dia 18/02/2010, o Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo - IASES – convocou o candidato para entrevista. “Divulgação do resultado parcial dos candidatos classificados para entrevista no processo seletivo previsto no Edital nº 001/2010, para o cargo de Técnico em Nível Médio – Agente Sócioeducativo (18/02/2010)”.

Lépido e atacando por todos os lados, Flávio também se inscreveu para o concurso de agente de escolta, regime DT, da Sejus: “SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA- SEJUS - HABILITAÇÃO E CONVOCAÇÃO PARA A ENTREVISTA - PROCESSO SELETIVO, DESIGNAÇÃO TEMPORÁRIA, AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA – REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA”. Na lista publicada no DOE, o nome do candidato já aparece selecionado para entrevista.

A servente de limpeza da Penitenciária Regional de Linhares (PRL), Rute Alves Moreira Metzker, que se recusou a beber o suco “envenenado” e depôs no inquérito contra a agente Gava, curiosamente foi promovida, menos de dois meses depois do incidente, a orientador técnico da PRL.

O delegado Fabrício Lucindo Lima também continua exercendo normalmente suas funções no DPJ de Linhares. O delegado que é responsável pelo inquérito, após passar como um rolo compressor sobre os direitos constitucionais da agente, continua pondo a cabeça no travesseiro e dormindo normalmente. O titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Linhares primeiro cometeu a lambança de dar declarações levianas e impróprias sobre a prisão da agente à imprensa, sem que tivesse prova alguma contra a servidora. A imprensa por sua vez, no caso “A Gazeta”, “O Globo” (que reproduziu a reportagem da Gazeta) e ES News, após ouvir o delegado Fabrício, “condenou” a agente. Observem as manchetes do dia 30/08/2009: “Agente tenta matar diretor de presídio com suco envenenado no Espírito Santo (A Gazeta)”; “Agente tenta matar diretor de presídio em Linhares (ES News)”; “Agente tenta matar diretor de presídio com suco envenenado no Espírito Santo (O Globo)”. Todas as três matérias foram construídas a partir de declarações precipitadas do delegado.

O laudo do Departamento Médico Legal (DML) que analisou o sangue e a urina dos três servidores (Elizia, Bruno e Rosa), concluído somente no dia 09/09/2009, não acusou a presença de nenhuma substância nos exames. Desesperado, sem provas para justificar a prisão da servidora, o delegado encaminhou à Terceira Vara Criminal de Linhares o laudo toxicológico (2483/2009) que atesta que a substância (pó branco) “encontrada” com a agente é clonazepam, comercialmente conhecido como Rivotril. O medicamento, comumente utilizado como ansiolítico, causou apenas sonolência nos servidores, tanto que às 17 horas, menos de quatro horas depois do mal-estar, todos já haviam recebido alta hospitalar.

A Corregedoria da Sejus entra em ação e questiona o DML: “...em virtude dos resultados negativos para benzodiazepínicos nos laudos referenciados, pode-se descartar, definitivamente, a hipótese desses indivíduos terem ingerido tais substâncias...”

O DML então, diante da demanda da Corregedoria, faz um exame complementar. Alega que, por falta de equipamento, necessitou enviar as amostras, sob a escolta de uma perita, para serem analisadas na Universidade de São Paulo (USP), que possui o equipamento de cromatografia líquida com espectrometria de massa in tandem. A análise atestou (não há documentação da USP) que os três servidores haviam ingerido clonazepam (Rivotril).

Ainda, de acordo com as declarações dadas à imprensa, o delegado Fabrício não explica porque a agente também tomou o suco, uma vez que ela própria seria autora da "poção venenosa". Inclusive o delegado omite à imprensa que a agente também havia ingerido o suco. Assim como é omitido pela imprensa e pelo delegado todo o histórico de assédio e perseguição do qual a agente foi vítima.

Outra declaração leviana do delegado Fabrício se refere ao depoimento do diretor do presídio Edmilson Rosindo Neto, suposta vítima da agente. Segundo o delegado, “as escalas de trabalho são o principal motivo apontado para as rixas e seria a causa da tentativa de envenenamento”, disse à época o delegado ao jornal “A Gazeta”. O delegado também se "esqueceu" de dizer à reportagem que a agente estava há apenas três dias na PRL.

A tese de tentativa de homicídio contra o diretor do presídio, defendida pelo delegado Fabrício, fica ainda mais descaracterizada frente às afirmações do diretor Rosindo. Ele diz que a agente lhe ofereceu o suco, mas ele recusou. “Ele contou que não quis beber para manter distância da agente” afirmou o delegado também “A Gazeta”.

Elizia garante que naquela fatídica sexta-feira sequer viu o diretor Edmilson. “A informação que eu tinha era de que ele havia viajado na quinta-feira. Se ele não estava na unidade, como eu poderia lhe oferecer o tal suco? O delegado não explicou porque eu envenenaria o suco para em seguida tomá-lo. Isso quer dizer que eu estava tentando me suicidar? Isso não faz o menor sentido”.




Nota do Sindipúblicos*

No que tange à informação veiculada na reportagem acima publicada, de que ocorreu demora no atendimento à servidora Elizia Aparecida Nunes, o Sindipúblicos tem a informar o seguinte:

Logo que a direção do Sindipúblicos tomou ciência de que a servidora havia sido presa por suposto envenenamento de colegas de trabalho, na data de 28/08/2009, no mesmo dia um advogado do sindicato foi designado para prestar a devida assistência jurídica, ficando à disposição para se dirigir até a cidade de Linhares no dia seguinte.

Ocorre que ainda no sábado à tarde, do dia 29/08/2009, o sindicato foi informado que a família da servidora já havia contratado uma advogada, e, inclusive, já haviam designado dia para se deslocarem até a cidade de Cachoeiro do Itapemirim (onde a servidora ficou presa), não necessitando mais do atendimento jurídico da entidade sindical.

Ocorre que dias se passaram e a advogada contratada sequer deu noticias, não sendo encontrada pelos familiares da servidora.

Sete dias após a prisão, no dia 04/09/2009, é que os familiares da servidora retornaram ao Sindipúblicos alegando que não haviam sido atendidos pela advogada contratada, e que necessitavam do atendimento jurídico do sindicato, momento em que o filho da servidora foi orientado a solicitar a documentação que estava com a outra profissional e trazê-la ao sindicato para que fosse providenciado o pedido de Relaxamento de Prisão com a concessão da Liberdade Provisória.

Com a entrega dos documentos, inclusive, cópias do inquérito policial, o Sindipúblicos solicitou a seu advogado que fosse à cidade de Cachoeiro do Itapemirim para falar com a servidora, sendo acompanhado naquele dia por um diretor e familiares da servidora.

Somente o advogado teve acesso ao interior do presídio e conseguiu conversar com a servidora.

A Diretora do Presídio informou a situação da servidora naquele local, entregando ao advogado um rascunho onde a servidora expôs os fatos ocorridos, os quais serviriam de subsídio para a confecção da defesa, esta providenciada pelo advogado do Sindipúblicos.

Em 15/09/2009, o advogado do Sindipúblicos protocolou, na 1ª Vara Criminal de Linhares, pedido de relaxamento de prisão, despachando no mesmo dia com o juiz titular da Vara Privativa do Júri. No dia seguinte, foi protocolado junto ao Tribunal de Justiça Habeas Corpus.

Por se tratar de suposta substância que, em tese poderia ser veneno, o juiz entendeu necessário o laudo do DML, o qual apontaria qual seria a substância.

Após várias solicitações do Sindipúblicos, finalmente o laudo pericial ficou pronto, não constatando qualquer substância letal, apenas um sonífero, razão pela qual a prisão da servidora foi relaxada.

No dia seguinte, o advogado do Sindipúblicos se dirigiu ao fórum de Linhares onde, de posse do Alvará, no mesmo dia saiu da cidade e seguiu para a cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Só saindo de lá após a liberdade da servidora.

Destaca-se que sempre que solicitada, a servidora foi atendida, dispondo, inclusive, do número particular do celular do advogado do Sindipúblicos.

Cabe ressaltar que em todos os atos processuais, quer nos processos administrativos ou mesmo nos processos judiciais, o Sindipúblicos, na condição de efetivo representante da categoria dos Agentes Penitenciários e Agentes de Escolta, não mediu esforços para prestar assistência jurídica à servidora, disponibilizando advogados que se deslocaram por diversas vezes para os municípios de Cachoeiro do Itapemirim e de Linhares.

O Sindipúblicos tem ainda a informar que atualmente é o único representante legal dos Agentes Penitenciários e Agentes de Escolta. Tendo em vista que nenhum outro sindicato foi devidamente registrado no Ministério do Trabalho e Emprego para se credenciar a representação de filiado à base territorial do Sindipúblicos.

Ante o exposto, serve a presente para demonstrar que não houve demora por parte do Sindipúblos no atendimento da servidora, entendendo que os processos tramitaram normalmente, somente não conseguindo solucionar a questão em tempo inferior por questões alheias à sua vontade, as quais acima foram descritas.

Fonte:
http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=5596 

Nota: Qualquer semelhança é mera coincidência 

O Agente de Segurança Penitenciário: um refém remunerado?






O Agente de Segurança Penitenciário um refém remunerado?


Quem conhece a cadeia de perto, e não de livros ou de gabinetes, sabe que ninguém sai imune desse lugar. Nas prisões, parece ser uma triste verdade, mas o contato diário com a delinqüência encarcerada passa a ser visto como um lugar de sofrimento, que são compartilharam pela experiência de violência e de risco para os Agentes Penitenciários. O Agente de Segurança Penitenciaria é, assim, um refém mal remunerado, sem remissão da pena, uma vez que o preso, ao fim do comprimento da parte da pena, vai embora, ao passo que o Agente Penitenciário, ainda ficará 30 anos para cumprir!


As histórias dos carrascos, carcereiros, guardam de presídio, agentes de segurança penitenciária, independentemente do 'tempo histórico', guardam em comum um aspecto: o fato de sempre terem estado ligadas às situações de torturas, agressão, vigilância e fiscalização e a outros mecanismos disciplinadores utilizados para aplicar o castigo considerado justo, para punir o desvio, promover a adequação e manter uma determinada ordem social.


A denominação Agente de Segurança Penitenciária – ASP – serve aos trabalhadores de segurança e disciplina das unidades penais e hospitalares, independentemente das funções que exercem ou dos postos em que trabalham. Como exigências para admissão ao cargo de ASP, o candidato deve ter 2º Grau completo e submeter-se a concurso publico.


No que se refere à profissão do agente penitenciário não se constata um quadro reconhecido o que significa que de acordo com as novas diretrizes do Ministério do Trabalho, os Estados devem envidar esforços no sentido de se promover políticas preventivas para todos os trabalhadores e inclui nas diretrizes também os servidores públicos. Contudo, Dentro da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO o Agente de Segurança Penitenciário é definido como, Carcereiro, chaveiro-carcereiro, Guarda de presídio, Guarda penitenciário, Inspetor de presídio.


No entanto, para entender as atribuições especificas do Agente de Segurança Penitenciaria dentro da instituição penitenciária é preciso entender quais são suas atribuições, uma vez que o edital do concurso já traz as atribuições básicas do cargo. Ou seja, Agente de Segurança Penitenciária desempenhará atividades de guarda, vigilância e movimentação de presos, a fim de assegurar a disciplina e a ordem nas dependências da unidade prisional, bem como controle, verificação e fiscalização na portaria, da entrada e saída de pessoas, veículos e volumes. Trabalhamos 12 por 36 onde o ambiente muitas vezes extremamente estressante, onde o tempo de permanência agrava nossa saúde. O agente cumpre atualmente uma jornada de trabalho que pode ser de dois tipos: plantões de 12 horas de trabalho por 36 de repouso ou ainda 8 horas diárias. O total da carga horária semanal é de 40 horas. O regime de trabalho do agente Penitenciário no passado seguia a Lei Orgânica da Polícia Civil, conhecido como R.T.P. – Regime Especial de Trabalho Policial. No entanto, houve varias mudança ao logo de sucessivos governos, onde ainda se mantém o RTP até os dias de hoje, porem sem uma Lei Orgânica.
Há, contudo fora dos Estados da Federação uma tentativa de se aprovar uma PEC em nível nacional criando uma policia penal para a categoria. Na verdade, tudo isso é motivado porque falta um padrão de excelência na formação profissional do Agente Penitenciário. Padrão este, que até mesmo o atual governo incentivou via 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), a criação da Polícia Penal que foi uma das diretrizes mais votadas.


Em alguns Estados, muitas Escolas Penitenciaria, ainda capengas para formar novos alunos ingresso de no sistema. Dentro dessa lógica a Assistente Social Tânia Maria Dahmer Pereira, no ano de 1992, e um texto sobre a carreira de ASP diz,


"A tarefa de custodiar outra pessoa, em termos de passado na história das punições, não existia (tínhamos a figura do carrasco que acabava com a vida do condenado). Hoje se exerce, sem que no Brasil tenha se tido o cuidado de criar escolas de formação para profissionalizar as pessoas! Portanto, o desempenho se faz ao nível do senso comum, de "passar" conhecimentos de uma geração mais antiga de agentes para os novos que chegam. Portanto, não raro vemos agentes novos imbuídos de algum ideal de trabalho. Ao longo dos anos, dadas as condições em que sua função se realiza e a sua natureza é a falta de uma formação sistemática faz com que homens que hoje fazem um concurso em busca de emprego, se defrontem com esta tarefa tão estranha de custodiar outros homens. Não seria estranho, se este aprendizado se efetivasse, pelo menos, na vida cá de fora. Mas como já dissemos é só na prisão que homens custodiam outros homens. Daí, que as práticas "profissionais" se exercem fortemente fundadas na ideologia e muito pouco no conhecimento sistematizado ou num corpo teórico".


Por isso, o exercício de ASP, segundo a autora, não deveria ser um acidente no percurso da vida de uma pessoa, mas sim uma opção por um trabalho reconhecido pela sociedade civil e pelo Estado.


Embora a atividade penitenciária em sua totalidade esteja voltada para a vigilância, toda sua existência está rodeada de dúvidas. A função de Agente Penitenciário atualmente constitui-se uma incógnita. Ou seja, uma dúvida quase shakespeariana, uma vez que o Agente Penitenciário não sabe realmente o que ele é.


Não é por outra razão que a Secretaria da Administração Penitenciária, de forma geral possui séria dificuldade para definir com clareza a função do Agente Penitenciário.
Há sempre um dilema que nos pega pela frente do qual não podemos escapa. O que somos nos?
Que tipo de serviço nos é incumbido uma vez que não somos policiais e não andamos armados? No decorrer da nossa prática, como trabalhadora do sistema, percebemos a importância e a necessidade de discutirmos criticamente o processo de trabalho do Agente de Segurança Penitenciária.


É necessário, finalmente, aos Agentes Penitenciários reconhecerem as contradições inerentes à própria função; as possíveis orientações que variam conforme os pressupostos ideológicos de cada administração, pois, devem transcender a estas questões a fim de contribuir para a promoção da cidadania e assumir definitivamente como protagonista de seu papel de ordenador social, de funcionário público honrado. Não há que se falar em atendimento humanizado, ou até em papel ressocializador quando da reabilitação de sentenciados, sem antes investir na qualificação pessoal e profissional do agente penitenciário.

Não percam o próximos artigos, fiquem ligados, Agente Penitenciário MG, a voz do agente penitenciário.
Quer participar, deixar uma dica, fazer um desabafo, não se cale ! Participe, entre em contato pelo e-mail abaixo.Estou a disposição um forte abraço a todos e uma excelente semana ! Bons estudos


Bibliografia


Psicologia Jurídica O Cotidiano da Violência: O trabalho do Agente de Segurança Penitenciária nas Instituições Prisionais;Psicologia jurídica
Vasconcelos, Ana Sílvia Furtado. A saúde sob custódia: um estudo sobre agentes de segurança penitenciária no Rio de Janeiro

Casal consegue adoção de 5 irmãos em Sorocaba (SP)






Um casal de Sorocaba (SP) conseguiu na Justiça adotar, de uma só vez, cinco irmãos. As crianças eram vizinhas da família e passaram a viver sozinhas depois que a mãe foi presa por envolvimento com o tráfico de drogas, há um ano. O casal, o mecânico Eliel Verçosa Lins e a artesã Adriana Silva, mora numa casa simples, na periferia da cidade, e já tinha um filho biológico de 18 anos.



Assim que a mãe foi presa, eles passaram a ajudar as crianças com alimentação e roupas. Quando o Conselho Tutelar esteve na casa para verificar a situação dos filhos da mulher presa, os vizinhos se prontificaram a assumir a guarda das crianças. O processo de adoção demorou quase um ano. Na decisão, a Justiça concedeu para Adriana e Eliel a guarda definitiva dos irmãos com idade entre 15 e 2 anos. Eles agora fazem companhia ao ajudante geral Maurício Eduardo da Silva, o filho biológico.



A casa de quatro cômodos ficou pequena para os oito moradores, mas isso não incomoda o casal e seus, agora, seis filhos. Uma das primeiras providências do casal foi regularizar a vida escolar das crianças, afetada após a prisão da mãe. Os vizinhos se mobilizaram para ajudar a família. Até moradores de outros bairros têm enviado cestas básicas e roupas.

Nota: Parabéns a esse casal temos que multiplicar isso , essa atitude certamente contribuirá  para a evolução e crescimento de nossa sociedade. Falo isso por sou um filho  por adoção agradeço o carinho o amor que minha  mãe me deu , se não fosse essa coragem que ela teve . Certamente meus caminhos seriam incertos . ADOTAR não é apenas um ato de caridade mas um ato de carinho de amor e de respeito..

Obrigado 


Claudio Vitorino

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

Filmes que mudarão sua vida..

  • A cor púrpora
  • A espera de um milagre
  • A procura da felicidade
  • A prova de fogo
  • Antes de partir
  • Desafiando gigantes
  • Ensina-me a viver
  • Paixão de Cristo

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