Abolir a Polícia Militar, acusada de execuções sumárias e de violações. A recomendação foi apresentada pela Dinamarca e faz parte das sugestões apresentadas pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU ao Brasil, no marco da sabatina realizada sobre a situação dos direitos humanos no Brasil, na semana passada. Nesta terça-feira, 30, nas conclusões dos trabalhos, a sugestão de acabar com a força policial foi incluída no texto.
No total, a sabatina do Brasil resultou em 170 recomendações ao País sobre como superar as violações de direitos humanos, numa clara demonstração de que, apesar de certos avanços, a situação social, econômica e de igualdade ainda é preocupante.
Mas o governo preferiu não dizer ontem quais das 170 recomendações aceitará aplicar - um direito que tem - e pediu até setembro para que se estude cada uma das sugestões. A delegação brasileira na sabatina, porém, foi uma das mais numerosas que a ONU já recebeu neste ano, com 36 integrantes. Em 2012, só a sabatina do Bahrein, país que vive momentos de turbulência, contou com uma delegação maior para se defender. Para a entidade Conectas, a parte mais dificil será a implementação de todas as recomendações.
Um dos principais pilares das recomendações no Conselho focou na questão policial e da impunidade. Para o governo da Dinamarca, seria recomendável 'abolir o sistema separado de Polícia Militar, aplicando medidas mais eficientes para reduzir a incidência de execuções extra-judiciais'.
Governos não hesitaram em denunciar os 'esquadrões da morte' no Brasil, como no caso da Coreia do Sul e do Vaticano. Enquanto a Austrália sugeriu que o projeto de UPP seja usado em outros estados do Brasil, a Espanha pediu para que a educação em direitos humanos seja parte das forças de segurança.
Para quase uma dezena de países, entre eles a Alemanha, chegou o momento de o Brasil garantir que crimes cometidos por políciais e outros agentes de segurança sejam devidamente investigados e que o combate à impunidade seja alvo de uma campanha. A situação penitenciária também foi alvo de recomendações, principalmente a situação vivida por mulheres. No documento apresentado ontem, o Conselho sugere que o Brasil 'reforme seu sistema penitenciário'. Entre os que apelam para uma melhoria das prisões está o Vaticano.
Verdade. Outro tema destacado foi a criação da Comissão da Verdade, para investigar os crimes durante a ditadura. Argentina e Paraguai incluíram no texto um apelo para que o Brasil amplie seus esforços para 'garantir o direito à verdade para as vitimas'. Já a França foi além e recomendou que a comissão seja dotada de 'recursos necessários' para reconhecer o direitos das vítimas à Justiça.
As recomendações incluem até mesmo um pedido de garantias por parte do Canadá de que as obras para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 não resulte em deslocamentos massivos de pessoas. 'Os residentes de zonas afetadas devem ter informação plena sobre as propostas que os afetam', recomenda o texto, que ainda pede negociações com as comunidades implicadas e compensações financeiras.
Nota: Esse pessoal da ONU está sem noção . Mais uma vez atribuem o grande índice de violência no Brasil aos operadores de segurança pública . Na verdade eles deveriam se opor as limitadas condições que os estados oferecem para seus servidores , a falta de uma legislação que atenda a realidade social no Brasil , e o pior de tudo a "sujeira a corrupção que é grande no meio político no com destaque atual no Congresso Nacional " . Isso eles não sabem ou por alguma razão subliminar não comentam não colocam manifestações contrárias etc etc. Contudo gostaria de ser ouvido pelo menos uma vez nesses conselhos , para relatar o que um agente público de segurança passa a sua dura realidade e a falta de uma gestão eficiente dos estados ..
Obrigado
Claudio Vitorino