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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Barbosa nega pedido de prisão para os réus condenados no mensalão





O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira (21) o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de prisão imediata dos réus condenados no julgamento do mensalão.

Com a decisão, as prisões devem ocorrer somente após a sentença transitar em julgado (momento em que estiverem esgotadas todas as possibilidades de recurso para os réus). A previsão é que isso se dê no ano que vem.

Em seu pedido, o procurador-geral da República havia argumentado ao STF que era possível executar imediatamente a prisão dos condenados porque os recursos à disposição dos réus não teriam o poder de mudar o resultado do julgamento. Na avaliação de Gurgel, uma decisão do Supremo “prescinde do trânsito em julgado” para que seja considerada definitiva.

O Ministério Público também enfatizou a Barbosa que o fato de haver uma “pluralidade de réus” na ação penal acarretará, certamente, a apresentação de “dezenas” de recursos que impedirão por longo tempo a execução das penas. “Isso sem falar na dificuldade, senão impossibilidade, de “controle da abusividade da interposição” desses recursos.

Recesso do Judiciário
Com o início do recesso do Judiciário, nesta quinta (20), Barbosa ficou responsável por todas as decisões urgentes a serem tomadas pelo tribunal durante as férias dos magistrados.

Receosos de que a questão viesse a ser decidida monocraticamente por Barbosa durante o plantão, advogados do do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e de outros cinco réus condenados no julgamento do mensalão tinham protocolado pedido para que o plenário do STF decidisse na quarta (19) se os clientes deviam ser presos imediatamente ou se seria necessário aguardar o trânsito em julgado.

Alguns ministros do Supremo entendiam que não era possível prender os réus condenados na ação penal antes de se esgotarem as possibilidades de recursos. Mas, para Joaquim Barbosa, os outros processos em que os ministros do STF concluíram que só poderia ocorrer a prisão depois do trânsito em julgado eram situações diferentes, já que tinham tramitado em instâncias inferiores.

Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, Barbosa classificou essa circunstância como uma "situação nova". "É a primeira vez que (o STF) tem de se debruçar sobre pena que ele mesmo determinou. Temos uma situação nova. À luz desse fato, de não haver precedente que se encaixe nessa situação, vou examinar o pedido do procurador", declarou.

Penas
Dos 25 condenados no processo, 11 devem iniciar o cumprimento da pena em regime fechado porque receberam penas superiores a oito anos de prisão. Entre eles, estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o operador do esquema, Marcos Valério, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, e executivos do Banco Rural.



‎‎Outros 11 réus, condenados a penas entre 4 e 8 anos, entre eles o delator do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), e o ex-presidente do PT José Genoino, serão encaminhados ao regime semiaberto, em colônia agrícola ou industrial.

Pelo entendimento dos tribunais, se não houver vagas em estabelecimentos de regime semiaberto, o condenado pode ir para o regime aberto (no qual o réu dorme em albergues). Se ainda assim não houver vagas disponíveis, pode ser concedida a liberdade condicional.

Condenados a penas menores do que 4 anos, o ex-deputado José Borba (PMDB-PR), o ex-secretário do PTB Emerson Palmieri e o sócio da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado irão cumprir penas alternativas.

Execução das penas
Na entrevista concedida nesta quinta, Barbosa também admitiu a possibilidade de ele mesmo tomar as decisões em torno da execução das penas dos réus condenados no mensalão, como a escolha dos locais nos quais eles terão de cumprir as punições.

Durante o julgamento da ação penal, surgiram dúvidas sobre se o relator iria delegar a execução da pena a um juiz de primeira instância ou se definiria os detalhes sozinho.

Indagado sobre o assunto na entrevista, o magistrado indicou que pode assumir a execução das penas. “Qual é o problema? Executar [as penas] é muito menos difícil do que conduzir um processo como esse [do mensalão]”, disse.


Fonte:http://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2012/12/barbosa-nega-pedido-de-prisao-para-os-reus-condenados-no-mensalao.html

Sistema Penitenciário...INACREDITÁVEL!





Sistema Penitenciário...INACREDITÁVEL!

Simplesmente INACREDITÁVEL! É o fim da picada !!!! Vejam o que o PT está tramando, preparando o terreno para os "cumpanhêro" que ficarão presos!!! É uma afronta. Tudo isso tem o respaldo do Ministro da Justiça, o Sr Cardozo. Não é balela de internet. Veja o vídeo da TV CÂMARA onde o Dep Federal Jair Bolsonaro DENUNCIA o PROJETO DE LEI do Dep Fed do PT Domingos Dutra que versa sobre reformas no sistema penitenciário. Tudo sem passar por Comissões do Congresso, bem como pelo Plenário. É revoltante.

Os problemas do sistema carcerário realmente existem, mas só agora, depois que o SUPREMO, democraticamente, puniu estes salafrários usurpadores do erário público, o PT vem com essas reformas que só visam beneficiar esses "bandidos" do mensalão. A internet tem que fazer circular este escárnio. Não é possível que esses políticos do PT continuem a tomar medidas arbitrárias, beneficiando, protegendo ou dando guarida para esses vagabundos que roubam, trapaceiam, etc e ainda querem mostrar que estão sendo injustiçados. Chega desses canalhas.

Pode-se constatar pelo vídeo que o PROJETO existe, mas a gente se pergunta, como isto não é noticiado pelos telejornais? É óbvio que o PT BLOQUEIA a notícia. É óbvio que "eles" não querem que a população tome conhecimento de mais um falcatrua. Isto é censura. Até onde isso vai chegar? Só DEUS sabe.



Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?v=385873591486947&set=vb.100001929274787&type=2&theater

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Crianças negras ainda são preteridas por famílias candidatas à adoção





Brasília – Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.

Apesar das campanhas promovidas por entidades e governos sobre a necessidade de se ampliar o perfil da criança procurada, o supervisor da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Walter Gomes, diz que houve pouco avanço. “O que verificamos no dia a dia é que as família continuam apresentando enorme resistência [à adoção de crianças negras]. A questão da cor ainda continua sendo um obstáculo de difícil desconstrução.”

Hoje no Distrito Federal há 51 crianças negras habilitadas para adoção, todas com mais de 5 anos. Entre as 410 famílias que aguardam na fila, apenas 17 admitem uma criança com esse perfil. Permanece o padrão que busca recém-nascidos de cor branca e sem irmãos. Segundo Gomes, o principal argumento das famílias para rejeitar a adoção de negros é a possibilidade de que eles venham a sofrer preconceito pela diferença da cor da pele.

“Mas esse argumento é de natureza projetiva, ou seja, são famílias que já carregam o preconceito, e esse é um argumento que não se mantém diante de uma análise bem objetiva”, defende Gomes. O tempo de espera na fila da adoção por uma criança com o perfil “clássico” é em média de oito anos. Se os pretendentes aceitaram crianças negras, com irmãos e mais velhas, o prazo pode cair para três meses, informa.

Há cinco anos, a advogada Mirian Andrade Veloso se tornou mãe de Camille, uma menina negra que hoje está com 7 anos. Mirian, que tem 38 anos, cabelos loiros e olhos claros, conta que na rotina das duas a cor da pele é apenas um “detalhe”. Lembra-se apenas de um episódio em que a menina foi questionada por uma pessoa se era mesmo filha de Mirian, em função da diferença física entre as duas.

“Isso [o medo do preconceito] é um problema de quem ainda não adotou e tem essa visão. Não existe problema real nessa questão, o problema está no pré-conceito daquela situação que a gente não viveu. Essas experiências podem existir, mas são muito pouco perto do bônus”, afirma a advogada.

Hoje, Mirian e o marido têm a guarda de outra menina de 13 anos, irmã de Camille, e desistiram da ideia de terem filhos biológicos. “É uma pena as pessoas colocarem restrições para adotar uma criança porque quem fica esperando para escolher está perdendo, deixando de ser feliz.”

Para Walter Gomes, é necessário um trabalho de sensibilização das famílias para que aumente o número de adoções inter-raciais. “O racismo, no nosso dia a dia, é verificado nos comportamentos, nas atitudes. No contexto da adoção não tem como você lutar para que esse preconceito seja dissolvido, se não for por meio da afirmatividade afetiva. No universo do amor, não existe diferença, não existe cor. O amor, quando existe de verdade nas relações, acaba por erradicar tudo que é contrário à cidadania”, ressalta.

Fonte:http://anjoseguerreiros.blogspot.com.br/2011/11/criancas-negras-ainda-sao-preteridas.html

Águia tenta roubar bebê que brincava em parque do Canadá




Dois homens e um bebê aproveitavam um dia de Sol em um parque localizado em Montreal, no Canadá, quando tomaram um grande susto. Um dos homens, que filmava o bebê brincando, flagrou o momento em que uma águia tentou roubar o garotinho.

Nas imagens, é possível perceber todo o movimento da ave, desde sua chegada até o momento em que agarra a criança pela roupa e a arrasta por poucos metros. Devido ao peso do menino, a águia não conseguiu ir muito longe e derrubou o bebê no chão. O vídeo foi destaque no site Buzzfeed nesta quarta-feira (19-12).

Fonte:http://anjoseguerreiros.blogspot.com.br/2012/12/aguia-tenta-roubar-bebe-que-brincava-em.html

Brasil produz medicamento para tratamento de câncer



O Brasil passa a produzir um medicamento para o tratamento contra o câncer pela primeira vez. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira o recebimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do primeiro lote nacional do Mesilato de Imatinibe, indicado para o tratamento de leucemia mieloide crônica e de estroma gastrointestinal (tumor maligno no intestino).

A produção será feita pelos laboratórios públicos Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Instituto Vital Brazil (da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro), em parceria com cinco empresas privadas.

— O Brasil só tem condições de produzir um medicamento como esse e atrair o investimento de empresas nacionais porque somos um dos únicos países com mais de 100 milhões de habitantes a buscar atendimento universal e gratuito para todos — disse Padilha.

O acordo prevê a transferência de tecnologia para fabricação e distribuição do medicamento pelos próximos cinco anos. Para este período, o Ministério da Saúde estima que a iniciativa gerará uma economia de R$ 337 milhões ao SUS. A medida beneficiará cerca de 8 mil pessoas. A previsão é que em 2013 sejam entregues ao SUS cerca de 4 milhões de comprimidos do medicamento.


Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/12/brasil-produz-medicamento-para-tratamento-de-cancer-3987157.html

No meio do caminho tinha uma pedra




Felipe descobriu as drogas nas ruas e, com oito anos, já pedia ajuda para se livrar da dependência. Encontrou uma rede insuficiente para atendê-lo Foto: Jefferson Botega
Letícia Duarte

leticia.duarte@zerohora.com.br

Nesta reportagem especial, você vai conhecer os passos de um menino que peregrina há nove anos pelas esquinas sem que ninguém consiga detê-lo. Com autorização do Juizado da Infância e da Juventude, ZH acompanha a jornada de Felipe (nome fictício) desde março de 2009. Identificado entre 383 crianças e adolescentes em situação de rua em censo realizado na Capital em 2008, o guri hoje com 14 anos tem uma história que revela um pouco de todos eles.

Para contá-la, ZH reconstituiu sua trajetória.

Parte I - A cidade dá à luz mais um menino de rua
Aos oito anos, Felipe confessa à mãe por que não consegue mais voltar para casa, mesmo quando quer. Os olhos vermelhos, a língua enrolada e o jeito agressivo mostram o início de um novo drama que, desde então, só se agravou. Com medo da sensação que não compreende, o menino aceita ir com a mãe até o Conselho Tutelar em dezembro de 2006. Lá, pede socorro.

– Me ajuda, tia. Quero parar, mas não sei o que fazer. Me leva para algum lugar, tia – suplica à conselheira Lúcia Kümmel.

É o apelo de quem sucumbiu ao crack.

Veja ó vídeo sobre a trajetória errante de Felipe



Conheceu a droga na rua, onde cada R$ 5 ganhos com esmola compravam uma pedra. E logo descobriu que o prazer instantâneo, que vicia desde os primeiros usos, provocava uma angústia sem fim. Mãe de dois filhos, a conselheira Lúcia Kümmel ouviu consternada, mas não surpresa, o relato do menino. Sabia que há tempo o loló deixara de ser a droga mais consumida pelas crianças que perambulam pelas esquinas. O desafio de tirá-las das ruas, com o crack, foi elevado a um novo patamar.

Depois de uma mobilização do conselho para disputar uma das 32 vagas disponíveis no município na época, Lúcia conseguiu encaminhar Felipe para um período de 21 dias de desintoxicação na Clínica São José, em Porto Alegre. No dia da alta, em 7 de janeiro de 2007, a mãe foi apanhá-lo. Ao chegar em casa, o menino disse que ia brincar com os amigos e não voltou mais.
Trocou os lençóis, que a mãe fazia questão de esfregar no tanque para que ficassem cheirosos, pela companhia de ratos e baratas dos esgotos. Em 25 de janeiro de 2007, o Conselho Tutelar recebeu a informação de que o menino estava vivendo na ponte da Ipiranga com a Barão do Amazonas, com suspeitas de exploração sexual. Durante a abordagem, repararam que Felipe estava com uma faca, num dos primeiros indícios de agravamento da violência. Quatro dias depois, o conselho relatou os fatos à Promotoria da Infância e sugeriu a internação em fazenda terapêutica para protegê-lo.

Às vésperas do aniversário de nove anos de Felipe, a conselheira Lúcia tentou uma estratégia diferente para estreitar vínculos.

– Por que tu mora embaixo da ponte? – questionou.

– Ah, eu vou lá pra comer melhor – respondeu Felipe.

– Mas o que tu não tem em casa?

– Ah, xis... pastel...

– Então, se eu te der pastel, tu volta para casa?

– Ah, eu sou louco por pastel. Vai ser o melhor do mundo! – empolgou-se.

No dia da festa, em 15 de fevereiro de 2007, a conselheira levou todos os ingredientes para a casa do menino. A mãe preparou tudo com esmero. Enquanto contemplava o sorriso do filho comendo os pastéis que substituíam o bolo de aniversário, torcia para que a data marcasse o início de um novo ciclo.

Mas nada mudou. Como a rede municipal ainda não tinha vagas para internar crianças dependentes de crack por mais de 21 dias, o Conselho Tutelar levou quatro meses para conseguir um lugar para Felipe na Chácara Nova Vida, fazenda terapêutica mantida por uma organização religiosa no município de Sertão Santana. Na primeira semana, a educadora responsável registrou o progresso do menino em suas anotações.

“Segunda: chegou hoje. Está em adaptação. Demonstra ser bem espontâneo. É um pouco alterado e sem controle.

Terça: é bem agitado, mas tem condições, é bem esperto.

Sexta: é muito espertinho. Disse para o Samuel para incomodar bastante, que assim ele consegue o que quer.”

O plano era que ficasse nove meses internado para se tratar. Ficou dois. Nesse período, tentou fugir quatro vezes, até conseguir, em 13 de setembro. Dizia ter saudade da mãe, que alegava dificuldades de transporte para visitá-lo. Acabou devolvido pela direção, que argumentava não poder abrigar alguém contra a vontade.

– A fazenda tem 50 hectares e fica no meio do mato, não temos estrutura para vigiar todos os meninos. É perigoso, os meninos podem sair e ser picados por uma cobra no meio do caminho. Por isso, nem trabalhamos mais com meninos. Muitas mães largam aqui e nem buscam mais. Parece que querem se livrar – justificou em 2009 a presidente da Chácara Nova Vida, Noemi Alves da Silva.

Enquanto o vício corrompia as chances de reabilitação, os laços de Felipe com a família se enfraqueciam. A mãe cansou de procurar o filho sem encontrá-lo, seguindo pistas esporádicas recebidas de vizinhos que o avistavam em algum lugar. Em fevereiro de 2008, o Conselho Tutelar recebeu a informação de que ele estava pedindo esmola diante de um posto de gasolina, na Avenida Farrapos. A conselheira Tânia Frydrych foi até lá, acompanhada de Maria. As duas procuraram em todos os cantos. Só enxergaram um saco de lixo próximo ao cordão da calçada. De repente, tiveram uma visão estranha. O saco apresentava contornos humanos. Era o menino. Maltrapilho, sujo e drogado, em nada parecia uma criança. A mãe sentiu um arrepio. Pensou que Felipe estava morto. Mexeu no seu corpo e ele não acordou. Maria insistiu até ver seus olhos abrirem.

– Parecia que tinham colocado piche nele, de tão sujo. Os olhos, parecia que jorravam sangue, de tão vermelhos – contou.

No mesmo dia, Felipe foi internado no hospital São Pedro para nova rodada de desintoxicação. Às vésperas de sua liberação, em 28 de fevereiro de 2008, a rede enfrentava um novo dilema. Não havia para onde encaminhá-lo. O município só tinha vagas para adolescentes a partir dos 15 anos. Se voltasse para casa, recairia novamente. O Conselho Tutelar tentou um lugar novamente em Sertão Santana, mas a ONG que administra havia desistido de internar crianças, pelo alto índice de fugas.

Após três semanas de espera, a mãe foi ao Conselho Tutelar buscar informações. Estava esperançosa porque o filho continuava em casa e, graças aos medicamentos, recuperara peso e estava “bem gordinho”. Mas a vaga tão esperada para encaminhamento não veio. Mais uma vez, a tentativa de recuperação fracassou. O menino voltou para casa. E para as ruas.

– A prefeitura disse que só tinha convênio em clínica de tratamento para adolescentes com mais de 15 anos. Mas, nesse ritmo, ele pode não chegar aos 15 anos – preocupou-se Lúcia, que acompanhou Felipe até 2009, quando ele tinha 11 anos.

Com o aumento de vagas para tratamento na rede municipal, outras crianças podem ser poupadas do drama enfrentado por Felipe. Atualmente, Porto Alegre dispõe de 128 leitos para desintoxicação de crianças e adolescentes, com tempo médio de 21 dias de internação, e de 20 vagas em comunidades terapêuticas, que recebem dependentes a partir dos 12 anos, para nove meses de internação.

Apesar do aumento da rede, os profissionais que assistem às frequentes recaídas dos meninos lastimam o desperdício de esforços: sem o acompanhamento necessário após a internação, o período de 21 dias de desintoxicação se revela inóquo.

– É dinheiro jogado fora. As crianças ficam dopadas na clínica e, quando saem, começa tudo de novo – lamenta a psicóloga Claudiana de Oliveira Freitas, que trabalhou no programa Ação Rua Eixo Baltazar/Nordeste e também tentou resgatar Felipe.

No caso dele, nada funcionou. Aos 14 anos, o adolescente soma sete internações. Sem sucesso. A única diferença é que, como cresceu e não ganha mais esmolas tão facilmente como antes, começou a roubar para sustentar o vício. No rosto, carrega um sinal da degradação impulsionada pela pedra: seu sorriso já perdeu um dente na arcada inferior.

Violência à espreita

Com queimaduras de segundo grau no tórax e na face, Felipe chega ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), em Porto Alegre, conduzido pela Brigada Militar, às 20h4min de 19 de maio de 2009. Coberto de bolhas, que se destacam sobre a pele vermelha e suja, o menino de 11 anos é encaminhado para a Unidade de Queimados. Está consciente e conta uma história que sensibiliza toda a equipe médica.

Diz que dois homens atearam fogo sobre seu corpo na Estação Farrapos da Trensurb, enquanto descansava. E que passa os dias vendendo bala de goma por ali. Sem mais nem menos, os dois agressores teriam chegado, atirado álcool e, em seguida, arremessado um palito de fósforo aceso. Em chamas, o menino saiu correndo e se atirou em uma poça d’água. Conseguiu evitar que o fogo causasse maior dano. As enfermeiras se emocionam, redobram os carinhos ao menino de olhos amendoados e cílios longos, que não tem casa para voltar. Quando perguntam por que os homens o queimaram, Felipe é lacônico:

– Não sei. Foi por maldade – diz.

Como não aparecem testemunhas, ninguém sabe se a história se passou exatamente do jeito como ele contou. Mas tampouco alguém ali está preocupado em questioná-lo, só querem cuidar dos ferimentos. Em três dias, Felipe estaria em condições de alta. Permanece apático, sonolento. A pele se recupera, mas as queimaduras exigem cuidado especial para não haver infecção e cicatrizes.

Acionada, a então assistente social do HPS Maria Nailê Morales começa a procurar pela família do paciente. Entra em contato com o serviço de Acolhimento Noturno, com o Conselho Tutelar. Descobre que o menino fugira do abrigo e que a mãe se mudara para Torres. Não desiste. Com ajuda da conselheira Lúcia, que acompanhava o caso na Bom Jesus, descobre o novo endereço da mãe. Juntas, acionam o Conselho Tutelar de Torres para avisá-la. Em uma demonstração rara de articulação eficiente na rede de assistência, o que parecia improvável se realiza: o reencontro entre mãe e filho.

No reencontro, a esperança

O Conselho Tutelar de Torres bate à porta da mãe de Felipe numa quinta-feira à noite, anunciando a internação do filho em Porto Alegre. A orientação é que Maria aguarde até que consigam um carro para levá-la à Capital, mas ela não consegue esperar. Como até sexta-feira de manhã o carro não aparece, pede R$ 39 emprestados à irmã para pagar a passagem e embarca. Quando chega ao Hospital de Pronto Socorro, Felipe se transforma. O guri apático e sonolento salta da cama, começa a chorar e rir ao mesmo tempo, abre os braços para receber o abraço do qual fugia há mais de um ano.

– Mãe! Mãe! Tu tá aqui comigo! – festeja Felipe.

– Sim, meu filho, vou ficar contigo.

O menino de 11 anos volta a repetir que não conhece quem fez aquilo com ele, desconversa quando Maria diz que gostaria de ir atrás dos responsáveis.

– Ah, mãe, mesmo que eu conhecesse eles, eu não queria que a senhora fosse atrás. O importante é eu estar aqui agora com a senhora.

Medicado e afastado das drogas durante a internação, Felipe anima-se com a ideia de ir morar em Torres. Também pergunta por Pedro, o companheiro da mãe, a quem agora chama de pai.

– Ué, mas tu não falava que não gostava dele? – surpreende-se a mãe.

– Não, traz ele aqui. Eu quero que o pai vá morar com nós lá em Torres – diz.

A mãe vai à Vila Bom Jesus procurar Pedro, de quem estava afastada há alguns meses, por brigas conjugais. Os dois se reconciliam e o padrasto vai até o hospital ver o menino, prometendo que se mudará para viver com eles em Torres assim que acabe o serviço em uma obra, na semana seguinte.

A assistente social do HPS se emociona com as mudanças, sentindo-se recompensada pelo esforço para reatar os vínculos familiares.

– Parece que ele nasceu de novo quando viu a mãe. Fizemos uma tentativa e deu certo, isso nos deixa muito emocionados – comemora.

Com carona de um microônibus da prefeitura de Torres, mãe e filho partem juntos de Porto Alegre, no fim da tarde de 24 de maio. Antes da alta, as enfermeiras dão brinquedos e uma camiseta do Grêmio de presente para o menino, que usa os lápis de cor emprestados por elas para deixar uma mensagem de agradecimento. Auxiliado pelos adultos, desenha as letras com traços imprecisos para escrever a primeira carta de sua vida.

– Obrigado pelas folhas. Obrigado pelos briquedos. Obrigado pelas ropas – escreve, rumo ao novo endereço, a chance de traçar um novo caminho.

Quando perguntam o que ele quer ser quando crescer, hesita. Depois de instantes em silêncio, pensativo, responde:

– Acho que vou ser padre ou pastor evangélico. Eu vou vir visitar e vou benzer vocês tudo – sonha.

Na nova vida, o menino acostumado a dormir debaixo da ponte passa a ter como playground o tradicional cartão-postal da mais bela praia gaúcha. Nas areias do Estado que mais atraem turistas durante o verão, corre com o vento de outono soprando no rosto, fazendo estrelinhas que aprendeu nas aulas de capoeira no abrigo por onde passou em Porto Alegre. Abre os braços como se tudo aquilo ali lhe pertencesse. Sorri com uma inocência que até duas semanas atrás parecia ter sido consumida pelo crack. Com as unhas limpas, um moletom amarelo novo e um boné azul para proteger o rosto do sol, obedecendo às recomendações médicas, Felipe desfila com orgulho a nova versão de si mesmo.

Assustado pelas queimaduras que sofreu, pelas lembranças do corpo em chamas, abandona o figurino maltrapilho. Satisfeito ao reencontrar a proteção materna, faz uma promessa à mãe.

– Eu juro que nunca mais vou fugir. Eu nunca mais vou ficar longe de ti, porque se eu não tivesse na rua isso não teria acontecido. Se eu tivesse ouvido tu e o Pedro, eu não teria me machucado. A rua só me leva mal – admite.

Sela o compromisso com um beijo no rosto, um abraço apertado. Demonstrações de afeto que passa a exibir várias vezes ao dia, como se quisesse recuperar o tempo perdido.

– Te amo, mãe. Eu tava com saudade – repete o menino.

Faz questão de dormir de mãos dadas com Maria na nova casa, localizada em uma vila atrás da Praia da Guarita. É uma construção de alvenaria que estava desabitada e foi emprestada à família por uma vizinha.

– Acho que ele tem medo que eu vá fugir – brinca a mãe.

A casa onde moram não tem sequer energia elétrica: a antiga locatária sumiu deixando dívidas de R$ 200 em contas de luz e água. Mas tem dois quartos e piso colocado – luxos para a família que chegou a Torres só com caixas de roupa. Com uma prancha de isopor que encontrou jogada na praia, Felipe agora tem como principal diversão o sandboarding. Sobe com a prancha nas dunas de areia, que ele chama de “barranco de terra”, e desliza de peito, em estilo peixinho.

– Olha, tia – exibe-se.

Felipe é matriculado em uma escola municipal no bairro São Francisco. Depois do almoço de 27 de maio de 2009, vai até lá para conhecer. Sai sozinho, levando o sobrinho de seis anos, o filho da irmã criado pela mãe. Volta animado, dizendo que a escola é “tri”. A mãe o adverte de que será matriculado na primeira série.

– Tu sabe que tu vai ter que estudar com os pequeninhos, né? Não vai reparar, não vai ficar brabo.

– Não vou ficar brabo, eu quero é estudar – garante Felipe.

O clima de otimismo prevalece, mas é rondado por uma ameaça. O crack está tão incrustado na vila, que até nos fundos da casa da tia materna, que mora a uma quadra de distância do novo lar da família, há um ponto de tráfico. Os três primos sucumbiram à pedra: um foi assassinado com dois tiros aos 14 anos, por desavenças envolvendo a droga. Outro, pescador, virou dependente. E o terceiro foi preso por tráfico de crack.

Além de ver seus três filhos derrubados pelo crack, a tia convivia com outro drama no pátio de casa. Um ano antes, sua neta de criação, de 15 anos, passou a viver com um traficante em uma casa alugada por ela no mesmo terreno onde morava. A tia começou a desconfiar quando viu a movimentação de carros diante do portão, especialmente à noite. Ao pressionar a adolescente, ouviu dela a confissão. Atordoada, a tia planejava vender a propriedade para forçar o casal a deixar sua casa.

– Não quero me incomodar, sou analfabeta e não entendo muito as coisas, mas não gosto disso. Já avisei o Conselho Tutelar – explicou.

Enquanto conta seu drama, um Golf branco com assentos de couro estaciona diante da casa e a adolescente aparece para lhe entregar uma sacola. Cinco minutos se passam e um motoqueiro para em frente ao portão, também procurando pela casa dos fundos.

Em meio ao vaivém do ponto de tráfico, Felipe circula de bicicleta, aparentemente indiferente ao movimento.

– Ele nem sabe que aqui vende essas coisas. Acho que não tem perigo – minimiza a mãe.

Mas tinha.

A volta para as ruas

Nos dois primeiros dias em que comparece às aulas na escola em Torres, em 18 e 20 de junho de 2009, o menino de 11 anos se irrita com as risadas dos colegas de sete anos da primeira série, que o chamavam de grandão. Briga com a professora, que pede que tire o boné dentro da sala de aula. Contorna com dificuldade as letras do alfabeto, copia sem entender cinco frases passadas pela professora, como “Vovó plantou o rabanete” e “Totó é amigo do gato”.

Perdido naquele lugar, acanhado pela disciplina que nunca aprendeu a obedecer, Felipe começa a rejeitar a escola. Volta a procurar as ruas e o crack. Embora continue regressando para casa, chega cada vez mais tarde. Meia-noite, uma hora, duas horas, três horas, quatro horas da madrugada. A mãe reconhece a incompetência para dar limites. Tem medo de xingá-lo, magoá-lo a ponto de ele nunca mais voltar. Tolera suas escapadas. Só quer que ele volte para casa todas as noites, que nunca mais desapareça. E então o ciclo recomeça.

Em agosto, o menino passa sua primeira noite fora. E a segunda. A mãe procura pela vila e não o encontra. No terceiro dia de ausência, o padrasto, que cumpriu a promessa e se mudou para Torres para morar com a família, sai a procurá-lo pelo centro. Vai a pé, porque Felipe havia sumido com a bicicleta que Pedro usa para catar latinhas. De repente, ao se aproximar do ginásio municipal Alberto Teixeira Rosa, em frente à Lagoa do Violão, vê o contorno do enteado. Apesar do anoitecer das 18h, consegue reconhecer as feições do menino, iluminadas pela chama vinda de um cachimbo improvisado com lata de alumínio para fumar crack. Está em companhia de um adulto, que aparenta ter 30 anos. Ao ver o padrasto se aproximando, Felipe larga a lata e sai correndo, assustado, até ser alcançado e levado para casa.

Com auxílio do Conselho Tutelar, a mãe consegue internar o filho em uma clínica para desintoxicação dois dias depois, em 2 de setembro. Fica 16 dias no Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa. No primeiro dia em casa, chega a voltar para a escola. Como está sob o efeito da medicação e não consegue acompanhar as aulas, a direção sugere que Felipe passe a receber acompanhamento escolar doméstico. Mas, no segundo dia em casa, foge outra vez. Diz que vai encontrar os amigos e desaparece, numa rotina conhecida da família. A segunda internação ocorre em 7 de novembro, depois de Felipe passar mais de três semanas longe. São mais 17 dias no hospital. Em vão.

Em dezembro, o menino começa a pedir esmolas a senhoras bem-vestidas que saem carregadas de sacolas em frente ao maior supermercado de Torres, ao lado da Rodoviária. Diz a elas que tem fome e quer comprar feijão para ajudar em casa. Com o dinheiro, fuma crack na soleira do ginásio abandonado.

– Quando elas me dão o dinheiro eu saio correndo, né, se eu contar o que eu vou fazer elas vão me xingar. É melhor pedir do que roubar, né – diz.

Aniversário sem festa

Segunda-feira de Carnaval em Torres. O dia em que Felipe completa 12 anos, em 15 de fevereiro de 2010. Não há festa nem presente, mas o menino aproveita a festa dos outros. Carregado de sacos plásticos, passa a madrugada na Praia Grande com a mãe e o sobrinho. Enquanto veranistas se divertem com o show do trio elétrico à beira-mar, a família aproveita para catar latas de refrigerante e cerveja.

Se perde da mãe e do sobrinho e retorna sozinho à vila onde a família mora, às 6h50min, carregado com quatro sacolas cheias de latinhas. Assim que chega, se dirige a um ferro-velho para vendê-las. Arrecada R$ 20 e compra o café da manhã para a família – dois sacos de bebida láctea e pães, além do cigarro. A mãe e o sobrinho haviam chegado um pouco antes. Em casa, Felipe come com todo mundo e dorme, cansado. Às 11h, desperta e começa a insistir que a mãe vá vender as latinhas que ela juntou durante a madrugada. Em 15 minutos, o menino fuma dois cigarros, deitado na cama. Joga as cinzas no chão e a fumaça para cima, olha para o teto.

– Eu não gosto que ele fume, mas é melhor fumar cigarro do que as porcarias, né? – resigna-se Maria.

A casa está revirada, com roupas pelo chão. Ao lado da cama de Felipe estão os dois sacos cheios de latinhas. O padrasto também está lá, mas permanece quieto, cortando tomates para o almoço, sobre a pia de madeira. Pedro e a mãe do menino brigaram. Ela se revoltou porque, no meio de uma briga com Felipe, ele bateu no caçula. Ficaram marcas nas costas.

O dia é como outro qualquer, não é por ser o seu aniversário que seria diferente. Nem no Natal ganhou um presente, por que no aniversário ganharia? Quando perguntado sobre o que queria, hesita.

– Queria ganhar qualquer coisa. O que eu mais queria era um boné – responde.

De tanto mentir a idade para os policiais que o abordam, dizendo que tem 14, o menino esquece até de quantos anos está completando.

– Quantos anos eu tenho mesmo? – pergunta para a mãe.

– São 12 anos. Doze anos de sem-vergonhice! – brinca Maria.

Felipe sabe do que a mãe está falando, e não disfarça. Diz que quer ser internado em uma fazenda para se tratar da dependência do crack. Ficar nove meses, para completar o tratamento. Promete que desta vez não vai fugir, que desta vez será diferente. A mãe já pediu vaga para o Conselho Tutelar, aguarda desde a semana anterior. Acha que um tempo mais longo é a única solução. As internações provisórias não fazem efeito.

– Quero ir, eu vou conseguir ficar lá pra me tratar um pouco – concorda o menino.

Mas agora a fissura dá sinais de estar voltando, e Felipe insiste novamente para que a mãe vá vender o alumínio recolhido no Carnaval. Já tem R$ 10 no bolso das suas latinhas, mas quer mais dinheiro. Maria havia prometido que lhe daria uma parte da venda, em retribuição por ele auxiliar na casa, no café da manhã. E então a mãe obedece às ordens do filho, que joga os dois sacos de latinha sobre os ombros. Maria segue atrás dele na mesma rua, até o vizinho, que compra o alumínio. É Felipe quem comanda toda a negociação, coloca os sacos na balança, pega os R$ 10 do pagamento e dá a metade para a mãe.

No caminho para casa, encontra uma adolescente de 16 anos que conheceu na praia. A menina veio de Sergipe para vender artesanato, vai embora no fim do Carnaval. O aniversariante pega na mão dela, diz que é sua namorada. E vai embora a seu lado. No bolso, tem dinheiro suficiente para três pedras de crack.

A mãe olha o filho ir embora com a esperança de que ele volte.

– Tenho muito medo. Já perdi um filho, se eu perder mais um, fico louca – teme.


Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/06/no-meio-do-caminho-tinha-uma-pedra-3793189.html

Mãe pede que filha viciada em crack seja esterilizada



O pedido de uma moradora de Passo Fundo, que entrou com uma ação judicial pedindo a esterilização da filha viciada em crack, desperta controvérsia no Estado.

A autora da ação argumenta que já tem de tomar conta de três netos, os quais a dependente química não tem condições de cuidar devido ao abuso de drogas, e teme que a filha volte a engravidar. A ação chegou a ser extinta antes mesmo da análise do mérito, mas um recurso aceito pelo Tribunal de Justiça recolocou o pedido em tramitação este mês.

A solicitação de C. (a identidade é preservada porque o caso corre em segredo de Justiça) para a filha que completa 25 anos nesta sexta-feira ser submetida a uma laqueadura tubária para não ter mais filhos foi negada em primeira instância pelo juiz Átila Barreto Refosco. Ele considerou que não cabia à mãe pedir a esterilização da filha. Por isso, a ação foi extinta antes mesmo do julgamento do mérito ou de que a jovem fosse ouvida.

— O debate é interessante até para a sociedade ter consciência de onde chegam as implicações da dependência química. Mas não julguei o mérito, apenas considerei não havia legitimidade processual para a ação prosseguir — afirma Refosco.

A autora recorreu ao Tribunal de Justiça. Os desembargadores entenderam ser legítimo que a mãe da dependente química, por ter de criar os netos no lugar da filha, tivesse sua solicitação apreciada pela Justiça. O resultado prático disso é que a ação voltou a tramitar na primeira instância para, agora sim, o mérito do pedido ser julgado (leia entrevista abaixo).

— Agora vai haver processamento com citação da genitora, investigação da satisfação dos requisitos legais para a laqueadura, verificação da dependência química, se a jovem tem discernimento ou não. Vamos analisar para, ao final, decidir se é conveniente ou não a laqueadura — explica o juiz.




A lei brasileira estabelece que a esterilização é possível em "homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos (...)" e que "a esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente poderá ocorrer mediante autorização judicial, regulamentada na forma da Lei".

Especialistas divergem sobre a medida

Embora ainda tramite na Justiça, o pedido inusitado da mãe para impedir a filha de gestar novos bebês desperta polêmica entre especialistas. Para a ex-desembargadora e advogada especializada em Direito de Família Maria Berenice Dias, as repetidas gestações não planejadas da dependente química negam aos filhos o direito constitucional da convivência familiar. Por isso, admite a possibilidade de laqueadura compulsória.

— Não vejo razão para o Estado e o Judiciário não permitirem (a esterilização), já que a avó é que cuida das crianças. Seria, no mínimo, perverso manter essa situação. Acima de uma pretensa liberdade ou vontade da jovem, há um valor maior que é o direito de essas crianças não nascerem — compara Maria Berenice.

José Roberto Goldim, professor da UFRGS e doutor em Bioética, considera que uma eventual decisão favorável à esterilização seria uma violação.

— O fato de ela ser uma dependente química não a torna incapaz de tomar decisões. Por isso, não se pode privá-la de ter a própria vontade reconhecida.

Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/12/mae-pede-que-filha-viciada-em-crack-seja-esterilizada-3987556.html

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Claudio Vitorino em ação..

Aquele que acredita que o interesse coletivo está acima do interesse individual , que acredita que tudo e possível desde que tenha fé em Deus e coragem para superar os desafios...

Vida difícil? Ajude um estranho .

Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.

Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje.


Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.

E o que nós, imersos nas nossas próprias mazelas, distraídos por preocupações sem fim amontoadas no nosso tempo escasso, enfim, assoberbados como sempre... O que nós temos a ver com este ser humano que pode ser bom ou mau, pior, pode sequer apreciar ou reconhecer nosso esforço?


Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:


1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.


2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.


3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)


4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.


5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?

6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?

Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!

Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html

Karoline Toledo Pinto

Karoline Toledo Pinto
Karoline Agente Penitenciária a quase 10 anos , bacharelada no curso de Psicologia em uma das melhores Instituição de Ensino Superior do País , publica um importante ARTIGO SOBRE AS DOENÇAS QUE OS AGENTES PENITENCIÁRIOS DESENVOLVEM NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES . Aguardem em breve aqui será publicado .APESAR DAS PERSEGUIÇÕES INFUNDADAS DAS AMEAÇAS ELA VENCEU PARABÉNS KAROL SE LIBERTOU DO NOSSO MAIOR MEDO A IGNORÂNCIA CONTE COMIGO.. OBRIGADO CLAUDIO VITORINO

Filmes que mudarão sua vida..

  • A cor púrpora
  • A espera de um milagre
  • A procura da felicidade
  • A prova de fogo
  • Antes de partir
  • Desafiando gigantes
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