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terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Democracia, quando?
Um país democrático cumpre leis – sobretudo, a Constituição Federal. Sabido que a atual Presidente da República tem relutado em cumprir diretriz expressa desta, ao deixar de proceder à reposição da inflação anual relativa à remuneração dos servidores públicos (artigo 37, X).
Especificamente quanto dos magistrados – trabalhadores como quaisquer outros, com a qualificação ínsita à missão de julgar –, existe o declarado propósito de não fazê-lo, deixando-os fora do orçamento da União, numa inequívoca demonstração de desrespeito à lei e a ferir a autonomia financeira e a independência do Poder Judiciário (artigos 99 e 2º da Constituição).
Por aí se vê, sem dúvida, da tipificação do chamado crime de responsabilidade da Presidente da República, ao atentar contra a Constituição Federal (cujo primado deve sobrepairar sobre o interesse e a conveniência das pessoas, sejam quais forem e venham donde vierem) e, especialmente, contra o livre exercício do Poder Judiciário, a lei orçamentária e o cumprimento das leis (art. 85, caput e II, VI e VII).
Qualquer um de nós, uma vez descumprida a lei, seríamos incursos nas “penas da lei” (aspas minhas). Porém, neste País, ao que parece, a par da ilusão de que se está em ambiente genuinamente democrático, há pessoas acima das leis e da Constituição Federal.
De fato, quando esta manda se faça algo e é descumprida, espera-se pague o infrator, seja quem for, nos termos da lei, pelo ilícito. É que, repita-se, a lei é feita para que todos a cumpram – irrestrita e indistintamente. Na medida em que o texto Constitucional é aviltado, e por quem mais e melhor lho haveria de observar, está-se num País sem Lei, em que a vontade pessoal dalguns sobrepõe-se aos reais interesses de muitos, coisa própria de ditaduras.
E não nos venha com o velho e surrado discurso do desculpismo político, que a nada justifica ou explica. Se claro o comando da Constituição Federal, só cabe cumpri-lo; senão, que se mude a Constituição. O que se não pode admitir é que uma ou algumas pessoas, ou partidos políticos, façam de conta – impunemente – que o Brasil lhes é propriedade particular, à disposição daquilo que bem queiram fazer. De fato, passou o tempo das capitanias hereditárias, dos feudos e particularismos tão em voga noutras eras.
No verdadeiro jogo democrático (e não num simulacro de democracia, como parece ser o caso do Brasil), hão de prevalecer regras de convivência que se imponham a todas as pessoas. Para que se use de ditado popular, “é o fim da picada” (aspas minhas) se bater no peito e dizer-se democrata quem, de forma bisonha, à vista de texto legal expresso, quanto claro, afirme lho vá descumprir. Só mesmo num país de gente despreparada; inclusive, para gerir seus destinos.
Mais grave, num desgoverno permeado por múltiplos escândalos de corrupção, verdadeiras “pontas deiceberg”, a denotarem desvio de dinheiro público, que, se corretamente usado, muito haveria de beneficiar o povo. Todavia, mais vale a retórica torta do conhecido “discurso pra boi dormir” (no jargão popular), a tudo apagar e chancelar o império da impunidade.
Lamentavelmente, sequer se pode falar em democracia sob risco, pelos sinais evidentes da inexistência da própria democracia – conceitualmente considerada. Muito difícil viver num País onde, no mais das vezes, fica o dito pelo não dito, mercê da manipulação populista dum povo massacrado pela falta de cultura e esclarecimento, vítima indefesa e inconsciente de manobras contra si realizadas.
Nesse contexto, cabe-nos fazer nossa parte – por menor o seja. Brademos, pois, pelo estrito cumprimento das leis. Gritemos, a longos haustos, pelo exercício pleno da cidadania, torcendo para que os homens de bom senso (pois também os há imersos nesse meio adverso), dos respectivos segmentos de Poder, lutem pela prevalência dos ditames Constitucionais, na realização futura do Brasil democrático com que sonhamos!
Fonte:http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10978&revista_caderno=11
domingo, 16 de dezembro de 2012
Qual a diferença entre emagrecer e perder peso?
Para melhor entender esta diferença é importante, inicialmente, saber que o peso corporal é composto pela soma da Massa Gorda (gordura corporal) + Massa Magra (músculos, ossos e vísceras) + Água Corporal.
A gordura do organismo é essencial para várias funções vitais como síntese de hormônios, reserva de energia, isolamento térmico, transmissão de impulsos nervosos, proteção de órgãos vitais e transporte de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Entretanto, o excesso de gordura corporal está associado a muitas patologias como diabetes, hipertensão arterial, alterações de colesterol, distúrbios respiratórios, desvios posturais, dores de coluna, diversas cardiopatias a alguns tipos de câncer, além da própria discriminação social.
A massa magra corresponde aos músculos, ossos e vísceras, sendo que a musculatura é a principal responsável pela queima de calorias no seu organismo. Portanto, quanto maior for a massa magra, mais calorias se queimarão em repouso e, consequentemente, maior deverá ser a ingestão calórica.
A musculatura pode ser desenvolvida e trabalhada através do estímulo de exercícios físicos, auxiliando no emagrecimento e evitando a flacidez. A massa magra baixa pode estar associada ao sedentarismo e a uma alimentação inadequada. A água no organismo é importante para a troca de calor com o meio ambiente. Facilita as reações químicas para a obtenção de energia e é o principal componente do sangue. A desidratação pode ser causada por medicação diurética inadequada, consumo excessivo de álcool, exercícios físicos intensos ou reposição hídrica inadequada em repouso ou durante atividade física. O consumo de líquidos deve ocorrer independentemente da sede, principalmente durante e após atividade física e em dias quentes.
O Índice de massa corpórea é um dos utilizados para determinar se o peso do adulto está apropriado à sua altura. Este índice leva em conta as diferenças na composição do corpo, definindo o nível de adiposidade de acordo com a relação Peso / Altura (elevada ao quadrado). IMC = Peso / Altura2:
IMC Situação
Abaixo de 19: Desnutrido
Entre 20 e 24: Eutrófico ou normal
Entre 25 e 30: Sobrepeso
Acima de 30: Obesidade
Acima de 40: Obesidade mórbida
A partir destas informações, pode-se definir que EMAGRECER significa a redução do tecido adiposo corporal, sem prejudicar a massa magra e a hidratação corporal. Isso só acontece quando existe uma alimentação hipocalórica e nutricionalmente equilibrada.PERDER PESO significa uma redução no peso bruto corporal. Ou seja, redução da massa magra e da quantidade de líquido corporal. Isto pode acontecer em decorrência de uma alimentação desequilibrada, que priva o corpo dos nutrientes necessários e compromete a integridade muscular - ou pode acontecer, ainda, por um estresse físico, decorrente de alguma patologia.
Nem sempre a redução dos números - na balança - reflete uma redução de peso saudável, ou seja, um EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL. Mal estar, pele ressecada, irritabilidade, menor capacidade intelectual, podem ser alguns sintomas de PERDA DE PESO. Busque atitudes saudáveis para que a sua redução de peso não comprometa a sua massa muscular, pois isso garante o bem estar e facilita, em sequência, a sua manutenção de peso. Procure um nutricionista e faça exercícios físicos, respeitando o limite do corpo.
Fonte:www.queroviverbem.com.br
Cadela consegue salvar seus filhotes recém-nascidos de incêndio no Chile
- A cachorrinha Amanda salvou seus filhotes de dez dias de um incêndio em Temuco, no Chile, segundo o jornal chileno "Soy Temuco"
Um incêndio ocorrido na quinta-feira (9) em uma casa da cidade chilena de Temuco teve uma cadela como heroína. Amanda, que é o animal de estimação da casa destruída parcialmente pelo fogo, conseguiu salvar os cinco filhotes que deu à luz há dez dias.
Imagens registraram Amanda salvando, um a um, seus filhotes. Enquanto os bombeiros apagavam o incêndio, a cadela entrava na casa para retirar os filhotes e colocava os cachorrinhos, a salvo das chamas, no estribo do caminhão dos bombeiros.
Todos os animais foram levados a uma clínica veterinária e se recuperam bem, exceção feita à cachorrinha Amparo, que sofreu queimaduras graves e morreu no fim da manhã desta sexta-feira (10).
Cientistas descobrem como inserir tecnologia LCD em lentes de contato
O Centre of Microsystems Technology (CMST), laboratório associado ao Imec da Ghent University (Bélgica), anunciou hoje o desenvolvimento de um display LCD esférico e curvo que pode ser incorporado em lentes de contato. Assim, essa seria uma espécie de entrada para um mundo de monitores em lentes.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta apresenta novos potenciais para as aplicações médicas. Diferentemente dos protótipos com tecnologia LED, que são limitados a pequenos pixels, as com LCD possibilitam o uso de toda a área da tela.
O teste apresentado mostra um sinal de cifrão na tela, e é possível perceber que os desenhos ainda são bastante rudimentares, com qualidade semelhante à de uma calculadora de bolso.
Controle de intensidade de luz
Em relação aos propósitos médicos, as lentes seriam capazes de controlar a quantidade de luz que é enviada para a retina, ajudando nos casos de íris danificada. Além disso, futuramente, o acessório ainda pode servir como um display que sobrepõe imagens na visão de quem usa as lentes.
Principais dificuldades de desenvolvimento
Jelle De Smet, um dos pesquisadores envolvidos, disse que o maior obstáculo estava na criação de uma película LCD muito fina. Ademais, ele ainda revelou que, como o projeto envolveu novos tipos de polímeros, a maciez e a lisura da superfície foram revistas minuciosamente, trazendo ainda mais trabalho para a equipe.
Fonte:http://www.paraiba.com.br/2012/12/09/39906-cientistas-descobrem-como-inserir-tecnologia-lcd-em-lentes-de-contato
Consumo exagerado: cientistas descobrem gene da 'bebedeira'
Cientistas acreditam ter descoberto uma variação de um gene que incentiva o consumo exagerado de álcool em algumas pessoas.
O gene, conhecido como RASGRF-2, eleva o nível de substâncias químicas presentes no cérebro associadas à sensação de felicidade e acionadas com a ingestão de bebidas alcoólicas, informou a revista científica PNAS.
A equipe de pesquisadores, formada por especialistas da Universidade King's College, de Londres, descobriu que animais que não possuíam a variação do gene tinham menos "desejo" por álcool do que aqueles que apresentavam tal alteração.
O estudo também analisou exames de ressonância magnética dos cérebros de 663 adolescentes do sexo masculino.
O mapeamento revelou que em portadores da versão do gene associada à "bebedeira", todos com 14 anos de idade, havia uma atividade maior em uma parte do cérebro chamada estriado ventral, conhecida por liberar dopamina, substância associada à sensação de prazer.
Quando os pesquisadores questionaram os adolescentes sobre seus hábitos de consumo de álcool dois anos depois, descobriram que aqueles que tinham a variação do gene RASGRF-2 bebiam mais frequentemente.
Contudo, o responsável pelo estudo, Gunter Schumann, explicou que ainda não há provas contundentes de que o gene, sozinho, provocaria a compulsão alcoólica, uma vez que outros fatores ambientais e genéticos também estão envolvidos.
Ele ressaltou, por outro lado, que a descoberta é importante porque joga luz sobre os motivos pelos quais algumas pessoas tendem a ser mais vulneráveis ao álcool do que outras.
"Nosso estudo indica que talvez este gene regule a sensação de bem estar que o álcool oferece para determinados indivíduos", explicou.
"As pessoas buscam situações que provoquem tal sensação de 'recompensa' e deixem-nas felizes. Portanto, se o seu cérebro for condicionado a atingir tal estágio por meio do álcool, é provável que sempre procure essa estratégia afim de alcançar tal meta".
"Agora nós entendemos a cadeia da ação: como os genes moldam a função em nossos cérebros e como que, em contrapartida, isso afeta o comportamento humano".
"Nós descobrimos que o gene RASGRF-2 tem um papel crucial em controlar como o álcool estimula o cérebro a liberar dopamina e, em seguida, ativa a sensação de recompensa".
"Portanto, para as pessoas que têm a variação genética do gene RASGRF-2, o álcool lhes proporciona uma maior sensação de recompensa, levando-as a se tornar beberrões".
Schumann reiterou, entretanto, que mais provas são necessárias para comprovar sua teoria. Ele alertou que o estudo analisou apenas adolescentes do sexo masculino e de uma determinada idade, o que dificultaria estabelecer tendências de consumo de bebidas alcoólicas ao longo prazo.
Ele disse que, no futuro, pode ser possível realizar testes genéticos para ajudar a prever quais pessoas estão mais propensas ao consumo excessivo de álcool.
As descobertas também abririam caminho a novas drogas que bloqueiam o efeito de recompensa que algumas pessoas têm após ingerir bebida alcoólica.
Por outro lado, Dominique Florin, da entidade britânica Medical Council on Alcohol, faz um alerta.
"É provável que haja um componente genético relacionado ao consumo exagerado de álcool, mas isso não quer dizer que se você tiver o gene, você não pode beber, enquanto se você não o tiver, você pode beber o quanto quiser".
Uol Notícias
“A corrupção nunca vai acabar”
“A corrupção nunca vai acabar”
Filósofos debatem a natureza, o grau e o por quê da corrupção nas atividades cotidianas “Sempre haverá alguém capaz de beneficiar um em prejuízo de outro;
pais que abusam dos filhos, atos ilícitos na política. Mas nem por isso
será a maioria. Não creio que todas as pessoas se disponham a fazer
qualquer coisa para se beneficiarem”- Gonçalo
Márcia Abreu
À espera de um voo, o filósofo Gonçalo Armijos Palácios recebeu a reportagem. Naquela manhã ensolarada de quarta-feira, 10, os repórteres, de texto e fotográfico, o encontraram na área de alimentação do pequeno aeroporto de Goiânia. Sentado, lia um livro que não pôde ser detectado porque, rápido e gentilmente, o guardou em uma pasta para que os repórteres se acomodassem à mesa.
Observados por transeuntes e por uma banda de músicos da mesa ao lado — mais tarde por sua simpática mulher, os dois embarcaram para Buenos Aires, Argentina —, iniciaram uma discussão em torno da corrupção, ato ilícito de se obter vantagem, presente não só no Brasil, mas no mundo todo — em escalas distintas; portanto, universal. Ser corrupto ou ter uma ação corrupta em uma situação específica é da natureza humana, avalia Gonçalo, “mas não é inerente [à natureza humana].”
Na opinião do filósofo, a natureza humana se assemelha aos animais. Quando, por exemplo, um animal mata outro para se alimentar não quer dizer que seja oportunista, mas que faz aquilo porque é de sua natureza; o mesmo ocorre com os seres humanos. “A corrupção parte da natureza humana. É uma questão normal que ultrapassa nos limites.”
Chama a atenção de Gonçalo dados da ONG Transparência Internacional (de 2008), de que o Brasil está na 80º posição de índice de corrupção numa avaliação mundial, e de 2010, de que 64% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos três anos. O filósofo (docente da Universidade Federal de Goiás), que já foi professor nos EUA, não considera o grau de corrupção no Brasil alto ou assustador.
O que acontece hoje, segundo Gonçalo, é que os casos de corrupção aparecem mais, ou seja, são publicizados. Ao contrário de outros países que têm mais corrupção, mas que escondem os casos. Em sua opinião, o negativo é sempre maior que o positivo. Noutras palavras, basta ter conhecimento de alguns casos para achar que a maioria dos brasileiros é corruptível e/ou que o índice de corrupção no País é imenso. Para exemplificar, Gonçalo cita o trânsito da capital goiana.
“Em Goiânia, há muitos acidentes de trânsito. A impressão que se tem é que todo mundo erra. Mas não tem guarda específica nas ruas. Nos EUA, se o motorista fizer algo errado no trânsito, seja jogar lixo pela janela do carro na via pública ou não parar no semáforo, ele não anda uma quadra e é localizado pela polícia. As medidas de repressão são altíssimas.”
Com expressão de revolta, Gonçalo aborda o caso do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, acusado de ter pagado para ter relações sexuais com uma menor de idade em maio do ano passado. Berlusconi já esteve envolvido em vários outros escândalos, tanto políticos quanto sexuais, como no caso de outra menor com que teria tido um relacionamento e que teria levado sua mulher a lhe pedir o divórcio.
“Sílvio Berlusconi é uma vergonha para qualquer nação. Se envolve com corrupção e até hoje está no poder. E é de um país de Primeiro Mundo. No Brasil, o ex-presidente Fernando Collor caiu por muito menos [foi alvo de impeachment, em 1992, envolvido em suspeitas de corrupção, no famoso esquema organizado por PC Faria].”
Cada filósofo tem uma opinião. Gonçalo conta que, em sua obra, Platão proíbe o enriquecimento de governantes, eles não podiam sequer beber em taças de ouro ou prata. Já Thomas Hobbes diz que o homem é egoísta e mau por natureza. Por isso, o governo precisa ser detentor de poder para reprimir e castigar o cidadão. O medo fará com que a pessoa se “comporte”.
Otimismo
Gonçalo é otimista. Para ele, o cidadão não é mau, não age de má-fé e as irregularidades de abuso de poder no Brasil são menores que as que acontecem em outras partes do mundo. O Brasil é um país novo, analisa, que cresce assustadoramente e no qual a sociedade está aprendendo a lidar com a democracia e a corrupção. “O brasileiro está se manifestando contra [a corrupção].”
No caso de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, envolvido no escândalo do mensalão e que agora foi recebido de volta ao partido, o fato de a sociedade se calar não quer dizer que seja conivente com a corrupção. “As pessoas podem ter discutido em casa, com os amigos, no ambiente de trabalho e podem naturalmente não concordar com a volta. Mas fazer o quê?”, diz Gonçalo.
O discurso do filósofo Gonçalo Palácios é positivo. Ele não considera o índice de corrupção no Brasil avassalador. Para Gonçalo, o cidadão brasileiro é bem intencionado e não conivente com a corrupção. O problema está na morosidade do sistema Judiciário.
A lentidão não é uma particularidade do Brasil, diz ele. Europa, Rússia, EUA e China também sofrem do mesmo problema. Mas isso pode ser um fator contribuinte para o acontecimento de crimes. “Se existisse no Brasil um poder judiciário rápido e eficiente, haveria um avanço. Mas a sua falta acaba resultando em crimes. Alguns políticos os cometem e acabam inocentados e reeleitos. O crime prescreve. Isso é revoltante.”
Sem limites
Logo no início da conversa com o filósofo Ildeu Moreira Coelho, professor de Filosofia da Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi possível perceber que sua análise da corrupção é diferente da do filósofo Gonçalo Palácios, o que é natural. As pessoas não pensam igual.
Ildeu, que considera o assunto complexo e importante, diz que é errado achar que o brasileiro é corrupto por natureza. Ele acredita que a questão é social, educacional e cultural, mas não tem a ver com o caso específico de ser brasileiro. Em sua opinião, as pessoas estão perdendo todo e qualquer limite na busca pelo sucesso, a palavra mais usada hoje. “Há uma busca desenfreada por poder, dinheiro e prazer, tudo associado.”
Para o filósofo, o fato de a sociedade cobrar sucesso profissional, independência e estabilidade financeira faz com que as pessoas acabem passando “por cima de tudo”, isto é, contrariando leis e princípios, perdendo parâmetros. Isso, diz ele, acontece em qualquer lugar [do mundo], todos buscam mais.
Em um ponto, a avaliação de Ildeu se assemelha à de Gonçalo: sobre o grau de corrupção no País. “Há pessoas honestas, talvez mais do que a gente imagina, e políticos honestos, mesmo que poucos.”
Ildeu muda o tom de voz para falar que o combate à corrupção tem de partir dos poderes Legislativo e Judiciário, por meio de leis severas e de seus cumprimentos. Do contrário, a sociedade vai sempre querer tirar proveito de determinada situação e o político corromper ou se deixar corromper.
“Porque sempre tem a história de que o político tal é meu amigo, o fulano é meu vizinho; o parlamentar é da minha igreja.” Por outro lado, o empresário contribui financeiramente para a campanha do político, por exemplo, e depois cobra a fatura. É prefeito tirando de crianças miseráveis o direito de comer; juiz suspeito de corrupção exercendo cargo e político ficha suja atuando no Legislativo.
O filósofo conta história que aconteceu com uma aluna de filosofia na Europa. “Tendo esquecido o dinheiro em casa, ela pediu ao taxista para ir ao caixa eletrônico e ele falou que ela poderia pagá-lo no outro dia, estaria lá no mesmo lugar e horário. Ela perguntou: mas como, e se eu não vir? A senhora não fará isso porque se fizer não terei mais como acreditar na humanidade. Olha que coisa bela!”
É preciso valorização do bem público
Envolta as atividades diárias, a filósofa Helena Esser dos Reis, professora de Ética e Filosofia Política da Universidade Federal de Goiás (UFG), falou à reportagem depois de orientar a última aluna na aula do dia. Na sala de paredes claras, iniciou a conversa conceituando a palavra corrupção. “É degeneração e está ligada ao cidadão”, disse. “Não é um problema de moral privada.”
Helena acredita que para combater a corrupção é preciso valorizar o bem público. Para isso, é necessária a ideia de coletivo, o que não acontece no País. “A sociedade brasileira tradicionalmente sempre colocou seus anseios próprios em primeiro lugar. É extremamente hierarquizada e marcada pelas diferenças. As pessoas não têm ideia de vida comum.”
A filósofa cita Tiririca, deputado federal (o mais bem votado no País) no ano passado. Para ela, a mensagem do cidadão que vota no Tiririca é a de que ele gostaria de estar naquele lugar para aproveitar um pouco do sistema, ou seja, tirar proveito da posição que ocupa, ganhar benesses.
“Nos falta um sentimento de apreço pelo que é público. Isso tem de ser estimulado por meio da educação, tanto familiar quanto escolar. Mas não dá para se pensar nisso [na diminuição da corrupção] se temos uma pessoa que não sabe falar a própria língua, que não conhece o país onde mora, geograficamente e historicamente. E aí a pessoa que segue o princípio moral pode, por vezes, se corromper”, pontua Helena.
Problema tem raízes na antiguidade
A corrupção é um mal universal que varia de intensidade conforme a sua posição geográfica, avalia o doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG) Joel Pimentel Ulhôa. Segundo ele, o suborno tem uma história que se enraíza na antiguidade. Está presente nos velhos impérios e até em organizações religiosas veneradas passando pelo período medieval, modernidade e viva ainda hoje na contemporaneidade.
“A corrupção não é atributo de nenhum povo em particular. Se manifesta especialmente no âmbito das relações de dominação na esfera de poder”, assinala Joel.
Na opinião do filósofo, a sociedade de desiguais, dos fortes e dos fracos, exploradores e explorados é campo fértil para a corrupção e para o império da “lei de Gérson” ou do salve-se quem puder. Para Joel Ulhôa, a corrupção sinaliza a degradação social e a banalidade a que se reduziram as instituições, a vulgaridade da autoridade, dos valores e princípios que dignificam o ser humano.
Joel opina que o mundo moderno acredita no “progresso”, mas que suas elites — que ele chama de poderosos de todos os matizes — querem fazê-lo estático, não tolerando mudanças que possam fragilizar o status quo e que nisso vale tudo. A escola, embora sofra a influência do meio e dos valores dominantes, diz Joel, poderia, se não fosse tão comumente destroçada pelo poder público e pelos interesses da ganância privada, ser um agente importante de mudança dessa situação em que muitos países se encontram.
Na opinião do filósofo Joel Ulhôa, a sociedade está sangrando, sofrendo e a cada dia perdendo mais as esperanças na possibilidade de um mundo melhor, mais digno. Demonstrando tristeza, ele diz que nas últimas décadas a corrupção se intensificou de tal forma que se pode dizer que o momento é de crise. No entanto, enfatiza que a palavra crise tem origem grega e significa algo como “parto”, um momento de dor, mas de espera que algo novo vai nascer.
“Essa espera, quem sabe, não é o prenúncio de novas razões de esperança de um mundo melhor, mais justo, limpo e com muito mais dignidade no trato da coisa pública e com as pequenas ações do dia a dia da vida privada.”
“O brasileiro se indigna”
Foi na área de lazer do seu prédio que o filósofo Anderson de Paula Borges, residente em Goiânia há menos de dois anos, debateu com a reportagem o assunto corrupção. Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mudou-se em 2009 para Goiânia, onde é professor da Universidade Federal de Goiás (UFG). Especializado em filosofia antiga, ele diz que a corrupção é antiga, mas que o brasileiro nunca gostou dela, pelo contrário, se indigna com os casos.
O que acontece hoje, segundo Anderson, é que as pessoas têm mais acesso à informação e que a mídia, por sua vez, tem levado se não todos, muitos casos ao conhecimento da sociedade.
“Sempre houve desvios”, diz Anderson. “Ao contrário do que se pensa, o Brasil não está mais corrupto.” Para o filósofo, o papel da Polícia Federal no combate à corrupção tem sido fundamental. “Temos vistos muitos casos descobertos, o que é um ganho para a sociedade.”
Anderson sugere que a mesma vigilância seja feita na vida dos políticos. Ele acredita que o poder público é o lugar onde é mais difícil não se corromper. “Difícil entrar na política e não deixar se corromper. É preciso acesso às contas bancárias dos políticos. No caso das campanhas, por que a sociedade não é informada das doações de campanha?”
Filósofos explicam se a corrupção tem ou não tem fim
Gonçalo Armijos Palácios
“A corrupção nunca vai acabar. Sempre haverá alguém capaz de beneficiar um em prejuízo de outro; pais que abusam dos filhos, atos ilícitos na política. Mas nem por isso será a maioria. Não creio que todas as pessoas se disponham a fazer qualquer coisa para se beneficiar.”
Ildeu Moreira Coelho
“É concretamente possível acabar com a corrupção. É um processo social em que cada membro da sociedade tem de assumir seu papel. O cooperativismo tem de ser combatido, o jurisdicismo precisa acabar e as leis não podem ser feitas por pessoas que queiram burlá-las.”
Helena Esser Reis
“A corrupção não vai acabar por completo. Seu combate deve ser estimulado por meio da educação, em casa pelos pais, na escola pelos mestres. Atividades como o recolhimento certo do lixo, distribuição de brinquedos pelos alunos nas entidades carentes, tudo isso alarga e a criança se liga no mundo, se comprometendo com o bem comum.”
Joel Pimentel Ulhôa
“Tenho a esperança de ver um mundo mais justo e limpo e espero poder compartilhá-la com muita gente desta nossa terra querida que anda tão machucada por aqueles que tanto poderiam fazer por ela.”
Anderson de Paula Borges
“A corrupção não tem fim porque é uma possibilidade da ação humana. O que pode ser feito é combatê-la. O brasileiro tem vergonha de sair às ruas se for pego fazendo coisas erradas. Então as leis são meios de diminuí-la (a corrupção).”
Fonte:http://www.jornalopcao.com.br/posts/reportagens/a-corrupcao-nunca-vai-acabar
Dez Chaves para a Verdadeira Felicidade
Segue-se uma lista dos dez factores principais. A propósito, os peritos pensam que os genes (o 4.º factor) contam para cerca de 50% da nossa disposição, sendo os restantes 50% da responsabilidade dos outros nove.
1. Saúde
O dinheiro pode comprar uma certa dose de felicidade. Mas desde que haja dinheiro para se comer, vestir e para habitação, o dinheiro extra faz cada vez menos diferença.
Sempre que se debruçam sobre o assunto, os cientistas descobrem que, em geral, quanto mais ricas, mais felizes as pessoas são. Mas a relação entre dinheiro e felicidade é complicada. No último meio século, embora o salário médio tenha disparado em flecha nos países industrializados, os níveis de felicidade permaneceram inalterados. Uma vez satisfeitas as necessidades básicas, o dinheiro apenas parece fomentar a felicidade quando se tem mais do que os amigos, os vizinhos e os colegas.
«O dinheiro compra estatuto social, e o estatuto social faz as pessoas sentirem-se melhor», diz Andrew Oswald, economista da Universidade Warwick, de Coventry, Inglaterra. Isto ajuda a explicar por que razão pessoas que podem procurar estatuto noutras vias — cientistas ou actores, por exemplo — aceitam com facilidade empregos não muito bem remunerados.
2. Desejo
De quanto precisará uma pessoa para se sentir bem? Nos anos de 1980, o cientista político Alex Michalos, professor emérito da Universidade de Northern British Columbia, em Prince George, pediu a 18 000 universitários de 39 países que classificassem a sua felicidade numa escala numérica. Depois, perguntou-lhes a que distância estavam de ter tudo o que desejavam. Descobriu que aqueles cujas aspirações – não apenas de dinheiro, mas também de amigos, família, emprego, saúde, tudo ... – estavam mais longe do que já possuíam tinham tendência para ser menos felizes do que aqueles que se diziam mais perto.
De facto, a dimensão desse fosso permitia avaliar o grau de felicidade cinco vezes mais rigorosamente do que o mero critério do nível de rendimentos. «As medidas desse fosso deitam por terra as medidas absolutas do rendimento», conclui Michalos. Este «fosso em relação às aspirações» poderia explicar porque é que para muitas pessoas a felicidade não aumenta com a subida dos ganhos. Em vez de satisfazerem os desejos, muitas delas apenas querem mais.
Em entrevistas efectuadas pela empresa de sondagens Roper ao longo das duas últimas décadas, perguntou-se aos Norte-Americanos que enumerassem os bens materiais que achavam importantes para «uma vida boa». Os investigadores descobriram que, quanto mais bens as pessoas já possuíam, maior era a lista. A felicidade permanecia sempre fora do alcance.
3. Inteligência
Poucos inquéritos foram dedicados a descobrir se as pessoas inteligentes são mais felizes, mas os que existem indicam que a inteligência não é relevante. À primeira vista, isto parece surpreendente, uma vez que as pessoas mais brilhantes costumam ganhar melhor e as que são ricas tendem a ser mais felizes.
Alguns investigadores especulam que pessoas mais brilhantes podem ter expectativas mais elevadas e sentir-se insatisfeitas se não as realizam. «Ou talvez os bons resultados num teste de coeficiente de inteligência — que implica bons conhecimentos de vocabulário e capacidade de raciocínio — não tenham muito a ver com a habilidade para relacionar-se com os outros», diz Ed Diener, psicólogo na Universidade do Illinois, em Urbana-Champaign. E, prossegue ele, talvez a «inteligência social» possa ser a verdadeira chave para a felicidade.
4. Genética
Poderá nascer-se já feliz ou infeliz? David Lykken, geneticista do comportamento e professor emérito de Psicologia da Universidade do Minnesota, Minneapolis, é da opinião que o nosso sentimento de bem-estar a cada momento é determinado metade pelo que se está a passar nas nossas vidas nesse momento e metade por um «ponto predeterminado» de felicidade que é 90% de origem genética e ao qual acabamos por regressar após acontecimentos dramáticos.
«Embora esse “ponto predeterminado” da nossa felicidade seja largamente determinado pelos genes», diz Lykken, «o facto de o ultrapassarmos ou de nos afundarmos abaixo dele depende do nosso bom senso e da nossa boa educação, ou do bom senso e da boa educação proporcionada pelos nossos pais.»
Lykken descobriu que a carga genética contava 44 a 55% para a diferença de níveis de felicidade. Os rendimentos, o estado civil, a religião ou a educação não contavam mais que 3%.
Depende de nós, porém, vivermos a vida abaixo ou acima do nosso «ponto predeterminado». Numerosos estudos confirmaram que os seres extrovertidos tendem a ser mais felizes que a maioria e muito mais felizes que os introvertidos. E está provado que pôr as pessoas de bom humor as torna mais sociáveis. Michael Cunningham, da Universidade de Louisville, no Kentucky, demonstrou que um indivíduo fica mais falador e aberto depois de ver um filme alegre que depois de ver um filme triste.
Em teoria, mesmo alguém com um baixo «ponto predeterminado» de felicidade pode melhorar a sua visão das coisas.
5. Beleza
Primeiro, as más notícias: as pessoas bonitas são, de facto, mais felizes. Quando Diener pediu a um certo número de pessoas que classificassem a sua própria aparência, registou um «efeito positivo, ainda que ligeiro, da beleza física no bem-estar subjectivo». A explicação talvez seja a de que a vida é mais risonha para as pessoas bonitas. Ou será mais subtil do que isso: os rostos mais atraentes são muito simétricos, e está provado que a simetria reflecte bons genes e um sistema imunitário saudável. Assim, talvez as pessoas mais bonitas sejam mais felizes porque são mais saudáveis.
Mesmo quem não é de uma grande beleza pode contabilizar carga emocional positiva, desde que se esteja contente com o seu próprio aspecto. Infelizmente, vários estudos demonstram que as mulheres tendem a achar-se muito gordas, e os homens, pouco atléticos.
6. Amizade
É difícil imaginar uma existência mais penosa do que a vida nas ruas de Calcutá ou num dos seus bairros de lata, ou então ganhar a vida lá como prostituta. No entanto, apesar da pobreza e sordidez que enfrentam, pessoas que levam estas vidas são muito mais felizes do poderia pensar-se.
Diener entrevistou 83 indivíduos destes três grupos e mediu a sua satisfação de vida usando uma escala na qual um 2 é considerado neutro. A média global foi de 1,93, um resultado não muito bom mas honroso, se comparado com um grupo de controle de estudantes da classe média da cidade que registou 2,43. E os habitantes das barracas, o mais feliz dos três grupos carenciados, registaram 2,23, o que não difere significativamente do registo alcançado pelos estudantes.
«Pensamos que as relações sociais são em parte responsáveis por isto», diz Diener. E acentua que os três grupos de excluídos sociais obtiveram níveis satisfatórios em áreas específicas como família (2,5) e amigos (2,4). Os habitantes dos bairros de lata deram respostas mais positivas porque têm mais probabilidades de capitalizar o apoio social inerente à importância das famílias numerosas na cultura indiana.
7. Casamento
Numa análise de relatórios de 42 países, investigadores norte-americanos descobriram que os casados são realmente mais felizes que os solteiros. O efeito é reduzido, mas ainda assim pede a pergunta: o casamento torna as pessoas mais felizes, ou terão as pessoas felizes simplesmente mais propensão para se casar?
Ambas as respostas podem ser verdadeiras. Num estudo que acompanhou mais de 30 000 alemães ao longo de 15 anos, Diener e os seus colegas descobriram que homens e mulheres felizes têm mais tendência para se casar e permanecer casados. Mas qualquer um pode melhorar a sua disposição casando-se. O efeito começa a sentir-se cerca de um ano antes do «dia feliz» e perdura, pelo menos, até um ano depois.
Na maioria das pessoas, os níveis de satisfação acabam por regressar ao ponto de partida, mas os investigadores dizem que isto dissimula o facto de um bom casamento poder ter um efeito positivo permanente. Além disso, pessoas que são menos felizes de início receberão um maior estímulo do casamento.
A assinatura do papel parece também ter algo de especial: está provado que a simples coabitação não traz tantos benefícios. «Desconfio de que o que falta à união de facto é a segurança de uma aliança de ouro formal, e é por isso que o casal não consegue ser tão feliz», diz Oswald. «Todos os dados conhecidos dizem-nos que a insegurança nunca é boa para os seres humanos.»
8. Fé
Karl Marx andava bastante perto do cerne da questão quando descreveu a religião como o ópio do povo. A grande maioria das dezenas de estudos que se debruçaram sobre a religião e a felicidade descobriu uma relação positiva entre ambas. Acreditar numa vida para além da morte pode dar aos seres humanos um significado e um propósito e reduzir o sentimento de estar só no Mundo, sobretudo à medida que as pessoas envelhecem, diz Harold G. Koenig, do Centro Médico da Duke University, em Durham, na Carolina do Norte. «O efeito revela-se claramente em alturas de tensão. A crença religiosa pode ser uma forma muito poderosa de enfrentar a adversidade.»
A religião também traz interacção e apoio. Mas Koenig crê que não se trata apenas de receber. «Os estudos têm provado que quem dá apoio aos outros se sente melhor consigo próprio. E até vive mais tempo.» Segundo os investigadores, isto transforma o envolvimento religioso numa fonte de maior satisfação do que outras actividades sociais inclusivas, como, por exemplo, os grupos de leitura.
9. Solidariedade
Diversos estudos descobriram uma relação entre a felicidade e o comportamento altruísta. Mas tal como em relação a muitos traços comportamentais, não é claro se o que nos torna felizes é praticar o bem, ou se as pessoas felizes têm mais propensão para serem altruístas.
James Konow, economista da Universidade Loyola Marymount, em Los Angeles, tentou destrinçar a causa e efeito numa experiência de laboratório. Recrutou voluntários para responderem a questionários e no fim da sessão deu 10 dólares a metade deles, e à outra metade, nada. Depois, sugeriu àqueles a quem pagara que partilhassem o dinheiro com os que não tinham sido compensados. Descobriu que, globalmente, quanto mais felizes os estudantes eram, maior propensão tinham para partilhar o dinheiro. No entanto, o facto de estarem de boa disposição no dia do teste não os tornou mais generosos, nem os estudantes que deram dinheiro referiram qualquer aumento imediato de felicidade. De facto, estavam até ligeiramente menos felizes.
Mas os que partilharam o dinheiro foram os que mais evidenciaram sinais de que estavam preocupados com o seu próprio desenvolvimento e crescimento pessoal. Konow pensa que não foi um simples acto de generosidade que tornou os seus protagonistas mais felizes, mas os efeitos cumulativos de serem pessoas generosas.
10. Idade
A velhice pode não ser assim tão má. «Dados todos os problemas do envelhecimento, como podem os idosos sentir-se mais satisfeitos?», pergunta Laura Carstensen, professora de Psicologia na Universidade Stanford, na Califórnia.
Carstensen fez um estudo em que começou por dar um bip a 184 pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 94 anos. Em seguida, enviou-lhes mensagens cinco vezes por dia durante uma semana, pedindo-lhes que preenchessem um questionário emocional. Os idosos revelaram sensivelmente o mesmo número de emoções positivas que os jovens, mas muito menos emoções negativas.
Porque são os idosos mais felizes? Alguns cientistas sugerem que as pessoas mais velhas podem esperar que a vida seja mais difícil e lidar bem com essa ideia, ou então que são mais realistas nos seus objectivos, estabelecendo apenas aqueles que sabem poder alcançar. Mas Carstensen pensa que, com o tempo a esgotar-se, os mais idosos aprenderam a concentrar-se em coisas que os fazem felizes, desligando-se das que os não fazem.
«As pessoas apercebem-se do que têm, mas também de que isso não pode durar para sempre», diz ela. «Um beijo de despedida à mulher aos 85 anos, por exemplo, pode despertar respostas emocionais muito mais complexas do que um beijo semelhante aos 20 anos.»
Fonte:http://www.seleccoes.pt/dez_chaves_para_a_verdadeira_felicidade
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Vida difícil? Ajude um estranho .
Pode parecer ilógico -no mínimo pouco prioritário- ajudar um estranho quando as coisas parecem confusas na nossa vida. Mas eu venho aprendendo que este é um poderoso antídoto para os dias em que tudo parece fora do lugar.
Como assim, pergunta o meu leitor mais cético? E eu explico:
Há duas situações clássicas onde podemos auxiliar uma pessoa que não conhecemos. A primeira é através de doações e gestos similares de caridade. Estes atos são maravilhosos e muito recomendáveis, mas não é deles que quero falar hoje. Escolhi o segundo tipo: aquelas situações randômicas onde temos a oportunidade de fazer a diferença para uma pessoa desconhecida numa emergência qualquer. Na maioria das vezes, pessoas com quem esbarramos em locais públicos, envolvidas em situações que podem ir do estar atrapalhado até o precisar de mãos para apagar um incêndio.
Eu vejo pelo menos seis motivos para ajudar um estranho:
1) Divergir o olhar de nossos próprios problemas
Por um momento, por menor que seja, teremos a chance de esquecer nossas preocupações.
Dedicados a resolver o problema do outro (SEMPRE mais fácil do que os nossos), descansamos nossa mente. Ganhamos energia para o próximo round de nossa própria luta.
Esta pausa pode nos dar novo fôlego ou simplesmente ser um descanso momentâneo.
2) Olhar por um outro ângulo
Vez ou outra, teremos a oportunidade de relativizar nossos próprios problemas á luz do que encontramos nestes momento. Afinal, alguns de nossos problemas não são tão grandes assim...
Uma vez ajudei Teresa, a senhora que vende balas na porta da escola de meu filho. A situação dela era impossível de ser resolvida sozinha, pois precisava “estacionar” o carrinho que havia quebrado no meio de uma rua deserta. Jamais esquecerei o olhar desesperado, a preocupação com o patrimônio em risco, com o dia de by Savings Sidekick">trabalho desperdiçado, com as providências inevitáveis e caras. E jamais me esquecerei do olhar úmido e agradecido, apesar de eu jamais ter comprado nada dela. Nem antes nem depois.
Olhei com distanciamento o problema de Teresa. E fiquei grata por não ter que trabalhar na rua, por ter tantos recursos e by Savings Sidekick">oportunidades. E agradeci por estar lá, naquela hora, na rua de pouco movimento, e poder oferecer meus braços para ela.
3) Não há antes, nem depois ...
Na intricada teia de nossos by Savings Sidekick">relacionamentos, dívidas e depósitos se amontoam. Ajudar um conhecido muitas vezes cria vínculos ou situações complexas. Ás vezes, ele espera retribuir. Outras vezes, esperamos retribuição. Se temos ressentimentos com a pessoa, ajudá-la nem sempre deixa um gosto bom na boca. Se ela tem ressentimentos conosco, fica tudo muito ruim também.
Já com estranhos são simples. É ali, naquela hora. Depois acabou. E não há antes. Que alívio!
(mas não vamos deixar de ajudar os conhecidos dentro de nossas possibilidades, hein?)
4) A gratidão pelo inesperado é deliciosa
Quem se lembra de uma vez em que recebeu uma gentileza inesperada? Não é especial? E nem sempre estamos merecendo, mal-humorados por conta do revés em questão.
Ou quando ajudamos alguém e recebemos aquele olhar espantado e feliz?
Ontem mesmo, eu estava numa fila comum de banco. Um senhor bem velhinho estava atrás de mim. Na hora em que fui chamada, pedi que ele fosse primeiro. “Mas por que, minha filha?”. “Pelos seus cabelos brancos”, respondi. Ele, agradecido, me deu uma balinha de hortelã. Tudo muito singelo, muito fácil de fazer, mas o sentimento foi boooom.
5) Quase sempre, é fácil de fazer.
Uma vez eu fiquei envolvida por uma semana com uma mãe e um bebê que vieram para São Paulo para uma cirurgia e não tinha ninguém para esperar no aeroporto. Levei para um hotel barato, acompanhei por uma semana e tive medo de estar sendo usada, reforçada pelo ceticismo de muitas pessoas ao meu redor. No final, deu tudo certo e a história era verdadeira.
Mas na maioria dos casos, não é preciso tanto risco ou tanto tempo. Uma informação; um abaixar para pegar algo que caiu; uma dica sobre um produto no supermercado. Dar o braço para um cego (nunca pegue a mão dele, deixe que ele pegue o seu braço, aprendi com meu experiente marido). Facílimo, diria o Léo. E vamos combinar, fácil é tudo que precisamos quando o dia está difícil, certo?
6) Amor, meu grande amor
Finalmente, ajudar estranhos evoca o nosso melhor eu. É comum termos sentimentos de inadequação, baixa auto-estima e insatisfação conosco quando estamos sob tempo nublado. E ajudar o outro nos lembra que somos bons e capazes. Ajudar um estranho demonstra desapego, generosidade, empatia pelo próximo. E saber que somos tudo isto quando o coração está cinza... É para olhar com orgulho no espelho, não?
Portanto, se hoje não é o seu dia... Faça o dia de alguém. E se é um dia glorioso... Vai ficar melhor!
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Fonte:http://www.vivermaissimples.com/2011/03/vida-dificil-ajude-um-estranho.html
Karoline Toledo Pinto
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